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Acesso em 18/02/2025 às 13h30.

A tecnologia a favor do desenvolvimento das cidades

Especialistas internacionais participaram do último encontro do Fórum de Políticas Públicas do Crea-SP

31 de julho de 2024, às 10h19 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos

O último Fórum de Políticas Públicas do Crea-SP, realizado no Coworking da Sede Angélica, na capital paulista, nesta segunda-feira (29/07), gerou debates essenciais sobre a importância da área tecnológica e da atuação de gestores públicos para a construção de cidades mais inteligentes. Profissionais especializados em gestão ambiental, desenvolvimento sustentável, urbanismo e inovação urbana falaram sobre desafios, exemplos de projetos implementados e possíveis soluções para determinadas demandas, além de destacarem a transparência na comunicação e a participação da sociedade para o sucesso de planos a longo prazo.

Eng. Lígia Mackey, presidente do Crea-SP

“Quando nos deslocamos, percebemos que as cidades têm os mesmos problemas e, pensando nisso, desenvolvemos o Fórum de Políticas Públicas, em um formato itinerante, para oferecer soluções técnicas ao poder público e solucionar as dificuldades de cada região. Realizamos o trabalho de diagnóstico e passamos por Taubaté, Adamantina, Ribeirão Preto e Mogi Mirim”, declarou a presidente do Conselho, Eng. Lígia Mackey, na abertura do encontro. “Nada melhor que os engenheiros, os agrônomos, os geocientistas, os tecnológicos e os designers de interiores para oferecer as soluções que precisamos. O nosso objetivo é melhorar a qualidade de vida da população, dar oportunidades para os profissionais e trabalharmos para uma cidade melhor”, completou.

O presidente do Confea, Eng. Vinicius Marchese, que mediou o debate, parabenizou a iniciativa e destacou a importância da participação dos profissionais e da população no processo de transformação das cidades. “As mudanças só acontecerão com a participação de todos os profissionais e cidadãos nos processos, debates e projetos. É a única maneira de começarmos a transformação real, não temos outro caminho”, disse.

A tecnologia foi apontada como o caminho para a transformação, mas as mudanças não acontecem sem o envolvimento de diferentes pessoas. Durante todo o debate, os painelistas destacaram a importância da participação dos órgãos públicos e privados, entidades, universidades e, é claro, da população. Neste sentido, os cidadãos precisam ser ouvidos: é dessa forma que as necessidades serão identificadas e as prioridades estabelecidas.

Wilson Levy, advogado, doutor em Direito Urbanístico, conselheiro pelo Crea-SP e vice-presidente do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), destacou que é necessário utilizar a tecnologia para enfrentar os problemas reais, como saneamento básico e moradia. “Não adianta termos semáforos inteligentes ou câmeras inteligentes na minha cidade, resolvendo coisas na perspectiva do século XXI, se eu não resolver ainda os problemas do século XX”, apontou.

Três conceitos essenciais foram levantados: colocar as pessoas no centro; a importância de aplicar a tecnologia com um propósito para melhorar a qualidade de vida e equilibrar o desenvolvimento urbano com o desenvolvimento sustentável, utilizando todas as ferramentas disponíveis. Com base nisso, uma série de exemplos bem-sucedidos foram apresentados.

Fundadora da Trend Smart Cities, Lucia Bellocchio

Lucia Bellocchio, fundadora da Trend Smart Cities, uma consultoria focada em cidades inteligentes, reforçou que é fundamental considerar a comunicação em todos os processos. “Precisamos pensar em como comunicamos para fora. Essa projeção internacional faz que a cidade seja colocada em um mapa global em termos de cidades inteligentes”, afirmou ao compartilhar a experiência de Buenos Aires, capital do seu país natal, Argentina, sobre projeto que centraliza todas as reclamações da população em um único chat, mostrando que não é necessário contratar tecnologias de última geração para fazer a diferença.

Eng. Amb. Alejandra Balaguera Quintero

Ainda na Argentina, em Córdoba, foi criado um fundo para reverter uma parte dos impostos pagos pela população em verbas para empresas e startups que desenvolvem diferentes soluções para a cidade se tornar cada vez mais inteligente. Inclusive, a região foi reconhecida pela Organização Mundial de Cidades e Governos Locais Unidos (UCLG) como Cidade Inteligente em 2021.

Eng. Amb. Jorge Luis Gallego Zapata

Para a Eng. Amb. Alejandra Balaguera Quintero, de Medellín, Colômbia, professora em gestão ambiental, as políticas públicas são as responsáveis por realizar essa ligação. “As políticas públicas conectam os setores à população, qualquer pessoa pode ser parte do desenvolvimento da cidade”, observou. Também de Medellín, o Eng. Amb. Jorge Luis Gallego Zapata trouxe de lá o exemplo do Siata, um sistema que reúne todos os dados e informações climáticas da região, para o planejamento da gestão de risco de qualidade do ar e poluição da cidade, possibilitando o cidadão relatar o que acontece em seu bairro e fornecer informações importantes sobre educação ambiental. Outro exemplo foram as escadas rolantes nas comunidades, que facilitam a mobilidade e incentivam a transformação social e econômica na região com o uso do transporte público integrado.

A edição completa do Fórum de Políticas Públicas da capital está disponível no canal TV Crea-SP no YouTube.