A temporada 2023 do Colégio de Inspetores do Crea-SP foi iniciada no último fim de semana em Sorocaba. A cidade, considerada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como uma capital regional devido ao grande volume populacional (são 738 mil habitantes, segundo estimativa), sediou a etapa nos 1,8 milhões de metros quadrados de seu Parque Tecnológico. O local abrigou o debate sobre cidades inteligentes com participação de mais de 650 pessoas de 200 municípios, entre profissionais, agentes fiscais e inspetores das regiões de Sorocaba, Piracicaba e Bauru.

A abertura da reunião aconteceu na noite de sexta-feira (31/03) e contou com a presença do secretário de Governo do estado de São Paulo, Eng. Gilberto Kassab, em uma demonstração da importante aproximação da área tecnológica com o poder público para a tomada de decisão de ações pelo desenvolvimento socioeconômico. “O Crea-SP tem esse papel de zelar pela eficiência e tem muito a contribuir para o progresso estadual”, disse Kassab.

O presidente do Conselho, Eng. Vinicius Marchese, apresentou o novo formato do Colégio, que, nesta edição, foi dividido em seis grupos temáticos para tratar de frentes prioritárias para o andamento do diagnóstico levantado no ano passado, também com a ajuda dos inspetores. “Quando pensamos em cidades inteligentes, que são aquelas cidades que funcionam bem e solucionam seus problemas, falamos de como a inovação da administração pública deve ser calçada em projetos de transformação com Engenharia, Agronomia e Geociências”, afirmou. Isso porque, segundo o engenheiro, o inspetor é um representante do Crea-SP que ajuda a autarquia a cumprir com a atividade fim de fiscalização do exercício profissional, uma forma de garantir segurança, proteção e bem-estar à população ao certificar que apenas profissionais habilitados e registrados estão exercendo as atividades técnicas.

Grupos temáticos

Logo ao serem recepcionados no evento, os participantes receberam crachás com cores diferentes que direcionavam para seus grupos temáticos: capacitação profissional; saneamento básico; acessibilidade; agricultura e políticas públicas; desenvolvimento urbano e habitação; mulheres na área tecnológica.

Mas foi apenas no segundo dia, no sábado (1º/04), em que eles se dividiram. Os eixos serviram para nortear os debates para o fortalecimento de ações que possam envolver os públicos em contato com o Conselho (profissionais, empresas, startups, poder público, entidades de classe, instituições de ensino e outros) no desenvolvimento dos municípios paulistas.

As engenheiras e inspetoras Jocielly Aymê, de Lins e Getulina, Ananda Galbiatti Barrera, de Sabino, e Luciana Lourenço de Camargo, de Santa Bárbara d’Oeste, acompanharam as discussões sobre o protagonismo feminino nas modalidades do Sistema Confea/Crea. Para elas, foi uma decisão acertada incluir a pauta das mulheres no encontro. “Estar aqui é apenas uma parte. Quando voltarmos para as nossas cidades, precisaremos replicar esses conteúdos, olhar para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) e a Agenda 2030 – da Organização das Nações Unidas (ONU) – e as metas que queremos alcançar porque é isso que vai promover qualidade de vida para as pessoas”, comentou Jocielly.

As profissionais tiveram, ainda, uma presença significativa, reflexo das estratégias adotadas pelo Crea-SP para equidade entre os gêneros. “Por que falar em mulheres na área tecnológica? Para estimular a entrada de mais mulheres no Sistema. Em 2018, quando olhamos para os números de registrados no Brasil, tínhamos 14% de mulheres. Agora, chegamos a 19,6%. Estamos crescendo e é isso que queremos”, destacou a coordenadora do Comitê Gestor do Programa Mulher, Eng. Poliana Siqueira.

Fiscalização

O colegiado é o momento em que inspetores e Conselho olham para os números da fiscalização e articulam estratégias para avançar nas operações a partir das demandas de cada região. Graças a essa interação, a curva de crescimento das ações fiscalizatórias tem sido histórica – de 2015 a 2022 o aumento foi de mais de 1.600%. “O nosso desafio agora é trabalhar esse mesmo objetivo dentro das diferentes modalidades, pois quando a gente olha para a Agronomia, por exemplo, percebemos o quanto ainda temos que melhorar. Afinal, o agro representa 30% do PIB do País, é o setor que sustenta nossa sociedade e com potencial gigantesco para a área tecnológica”, pontuou Marchese.

O presidente do Confea, Eng. Joel Krüger reforçou: “o estado de São Paulo é estratégico na agricultura e estar num Parque Tecnológico discutindo isso tem um simbolismo muito grande porque a nossa matéria-prima é o conhecimento e a inovação, que têm reflexo muito grande para todo o Brasil”.

A proposta agora é ampliar o alcance da fiscalização no campo para gerar ainda mais valor ao segmento. Em 2022, das 462 mil operações realizadas no território paulista, apenas 6% foram voltadas para as atividades de Agrimensura e Agronomia.

O Colégio de Inspetores segue com outras três etapas regionais nos próximos meses, antes do grande encontro estadual. Ao final, as sugestões levantadas serão reunidas e as análises compiladas em relatórios técnicos sobre cada um dos temas, documentos que poderão ser utilizados para baseamento de projetos e iniciativas em prol do desenvolvimento.

Produzido pela CDI Comunicação