Crea-SP promove projeto piloto de descarbonização
12 de novembro de 2024, às 15h56 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos
Emergência climática, aquecimento global, eventos extremos. O desafio de mitigar os efeitos da crise climatológica mundial é de responsabilidade de todos e as soluções para isso podem ser encontradas na área tecnológica, a exemplo da ação promovida pelo Crea-SP, com o projeto piloto Carbono Neutro. Em conjunto aos inspetores e colaboradores da Unidade de Gestão de Inspetoria (UGI) de Franca, e em parceria com a Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos (AERF) e Associação Florestal Vale do Rio Grande (AFVRG), o Conselho plantou 16 mudas de árvores na região.
O objetivo é sequestrar da atmosfera o volume de dióxido de carbono (CO2) emitido pelas equipes no deslocamento para as reuniões da Comissão Auxiliar de Inspetoria (CAF), que acontecem todos os meses na UGI. Foi realizado então um cálculo que levou em consideração a distância percorrida por cada um dos 27 membros da CAF, a partir de suas origens até o ponto de encontro, entre idas e voltas, e o tipo de combustível utilizado nos veículos.
Somados, os deslocamentos chegam a 506 quilômetros a gasolina e 900 km a etanol. Ao todo, esse consumo gera mais de 726 quilos de CO2 para as 11 reuniões feitas por ano. “Estamos executando um projeto que nasceu no início dos anos 2000 e que adaptamos à realidade da CAF”, explicou o Eng. Agr. Alexandre Barbin, chefe da UGI francana.
Barbin contou que, como o mandato dos inspetores é de três anos, seriam necessárias cerca de cinco árvores para compensar o carbono emitido anualmente. Isso porque cada tonelada de CO2 requer pelo menos sete árvores. “Portanto, precisávamos de 16”, afirmou.
As espécies foram doadas pela AFVRG e plantadas no Sítio São José, localizado em Cristais Paulista, município vizinho a Franca, em propriedade da inspetora especial Eng. Agr. Maria Fernanda Malvicino Nogueira, que preparou a terra ao lado da filha para receber as novas mudas. “Foi muito bom fazer esse trabalho aqui. Às vezes pensamos que precisamos de muito para compensar aquilo que poluímos, mas, na verdade, não. Com poucas árvores conseguimos fazer isso”, relatou Maria Fernanda.
Para Helena, de nove anos, a resposta para esta ação é simples e vale para todos, em qualquer idade. “Quando matam as árvores, perdemos o ar. Então se plantarmos aqui é melhor. Acho que isso é muito importante para a minha geração e para as próximas que vão vir”.
As variedades selecionadas para o plantio foram: ipês roxos e amarelos, pitangueiras, jabuticabeiras, sangras d’água, goiabeiras, paineiras e umbelas. Inspetor chefe da CAF de Franca, o Eng. Agr. Roberto Maegawa contou que essas mudas foram escolhidas por serem nativas. “Estamos fazendo uma intervenção de crédito de carbono na prática. O interessante é que a movimentação da equipe acaba sendo convertida em algo positivo e em uma propriedade que trabalha com agricultura regenerativa, com a consciência de que plantar árvores vai contribuir para um futuro melhor”, comentou.
A ideia agora é expandir o programa. “Estivemos em uma reunião da União das Associações de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Centro Norte (UNACEN), em Barretos, e levamos o projeto”, antecipou Barbin. Como resultado, além de Franca, já estão sendo planejadas ações em Batatais, para uma atividade socioeducativa com os escoteiros do município, São Joaquim da Barra e Ituverava.
“O Crea-SP tem o compromisso de apoiar e incentivar ações que promovam a sustentabilidade e a mitigação dos impactos ambientais, e o projeto piloto Carbono Neutro é um excelente exemplo disso”, destacou a gerente de Projetos e Engenharia da autarquia, Eng. Camila Pereira. “Por meio de ações como o plantio de árvores nativas, buscamos não apenas compensar as emissões de CO2, mas também conscientizar as futuras gerações sobre a importância da preservação ambiental. Projetos dessa natureza demonstram como a inovação tecnológica e as práticas sustentáveis são essenciais para um futuro mais equilibrado e resiliente”, concluiu.
Camila gerencia a equipe que monitora a quantidade de gases poluentes que o Conselho emite, reunindo os dados em inventários anuais e tendo contribuído para a mitigação do impacto da 79ª SOEA, conforme abordado nesta outra matéria.
Produzido pela CDI Comunicação