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Acesso em 02/07/2025 às 03h51.

Mobilização para o Litoral Norte

Crea-SP assina parceria com governo para ações de enfrentamento à tragédia

24 de fevereiro de 2023, às 9h37 - Tempo de leitura aproximado: 5 minutos

Durante um minuto, todo o plenário permaneceu em silêncio em respeito às vítimas da tragédia no Litoral Norte de São Paulo. Somente após a homenagem é que teve início a sessão plenária de fevereiro do Crea-SP nesta quinta-feira (23/02) na Sede Angélica. O desastre ocorrido no feriado de Carnaval foi a principal pauta do dia, com a assinatura de acordo de cooperação técnica entre o Conselho e o governo paulista, por meio da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SDUH), para o estabelecimento de ações conjuntas de enfrentamento ao estado de calamidade pública, em razão das chuvas e emergências climáticas.

A parceria foi assinada pelo presidente do Crea-SP, Eng. Vinicius Marchese, e pelo chefe de gabinete da SDUH, Coronel Roberto Antônio Diniz, representando o secretário Adm. Marcelo Cardinale Branco, que estava em São Sebastião em operação emergencial na região litorânea.

Marchese ressaltou que o Crea-SP está à total disposição para auxiliar o governo do Estado na busca por soluções para a crise atual, bem como possíveis ações de prevenção para que cenários como esse não voltem a ocorrer. “Temos especialistas preparados para enfrentar emergências climáticas e queremos ajudar a preservar vidas aplicando nosso conhecimento técnico”, reforçou.

A partir da colaboração, as entidades atuarão com a troca de informações e integração técnica-científica para criação de medidas, ações e mecanismos de fiscalização preventiva, elaboração de projetos e monitoramento em áreas de risco, podendo assim ajudar a evitar novas catástrofes.

Para Diniz, com o acordo, o governo poderá contar com o conhecimento e expertise dos profissionais do Crea-SP. “Essa parceria foi construída em tempo recorde, logo quando foi deflagrada a tragédia. A contribuição do Crea-SP é de extrema importância, pois pode nos ajudar com sondagens, levantamentos geotécnicos e outras atividades específicas, visando não somente minimizar as consequências no Litoral Norte, mas que se perpetue em outras ações preventivas”, disse.

Presente na sessão plenária, o presidente do Confea, Eng. Joel Krüger, destacou a importância da aproximação com a gestão pública, para consolidar a área tecnológica como parceira na prevenção de desastres naturais. “As profissões da área tecnológica têm condições de trabalhar para prever emergências como a que ocorreu no Estado. No entanto, nossa maior dificuldade, é aplicar todo o conhecimento da profissão na prática, que é justamente a função deste acordo”, frisou.

Mobilização pelo Litoral Norte

O assunto continuou repercutindo ao longo da sessão plenária entre os mais de 240 conselheiros presentes.

O Eng. Agr. Glauco Eduardo Pereira Cortez, coordenador do Colégio Estadual de Instituições de Ensino Superior de São Paulo (CIES), lembrou que não é a primeira vez que o País e o Estado enfrentam catástrofes em consequência de fortes chuvas. “Sabemos que é muito fácil detectar quando emergências climáticas podem acontecer. Esse, do Litoral Norte, por exemplo, ocorreu devido a um conjunto de fatores: excesso de frentes frias devido ao mecanismo macro climático, zona de convergência do Atlântico Sul, excesso de umidade e as características da região. No entanto, se todos os sistemas de alerta tivessem funcionado, a população teria sido comunicada com antecedência para desocupar a região e teríamos salvado vidas”, explicou Cortez.

Na mesma linha, o Geol. Fábio Reis destacou sobre a necessidade de implantar sistemas de alerta à população. “Estivemos muito próximos de atingir o limiar de um escorregamento de fluxo de detritos generalizado na Serra do Mar, o que seria uma tragédia ainda maior. Falta implementar treinamentos para remover as pessoas das áreas de risco e prepará-las para receber um sistema de aviso, assim como já acontece em Santos (SP). Lá foi feito o que está na legislação. Precisamos melhorar o planejamento na gestão de riscos e o Sistema Confea/Crea pode contribuir muito com especialistas e metodologias para que não tenhamos outros desastres como este”, observou o conselheiro.

Além da atuação dos profissionais da área tecnológica através do acordo e do debate sobre ações de prevenção, a mobilização do Crea-SP também está voltada às doações. Os conselheiros foram convidados a doar itens de higiene pessoal, roupas, alimentos não perecíveis, entre outros. Também foram disponibilizados pontos de coleta de doações nas unidades do Conselho na região.

Como cada município afetado tem apresentado diferentes necessidades, a triagem de doações tem sido feita em nove cidades, com prioridade para alguns itens, conforme abaixo.

  • Bertioga: na Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Bertioga (AEAAB) – Rua Ayrton Senna da Silva, 141 – Roupas, alimentos não perecíveis, roupas de cama, mesa e banho e colchões;
  • Caraguatatuba: na Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Caraguatatuba (AEAAC) – Avenida Paulo Ferraz da Silva Porto, 367 – Água, alimentos não perecíveis, materiais de limpeza, produtos de higiene pessoal, roupas e colchões;
  • Guarujá: na Associação Engenheiros Arquitetos Agrônomos Guarujá (AEAG) – Rua Quintino Bocaiúva, 524 – Tolhas de banho, roupas de cama, leite, alimentos não perecíveis, materiais de limpeza, produtos de higiene pessoal, fraldas (adulto e infantil) e colchões;
  • São Sebastião e Ubatuba: respectivamente na Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de São Sebastião (AEASS) – Rua Vitorino Gonçalves dos Santos, 152, Salas 17/18 – e na Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ubatuba (AEAU) – Rua Orlando Carneiro, 98 – Toalhas de banho, roupas de cama, água, alimentos não perecíveis, fraldas (adulto e infantil), roupas e descartáveis (copos, pratos e talheres);
  • Mogi das Cruzes, São José dos Campos e Guarulhos: respectivamente na Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Mogi das Cruzes (AEAMC) – Avenida Júlio Perotti, 57 –, na Associação de Engenheiros e Arquitetos de São José dos Campos (AEA SJC) – Avenida Anchieta, 661 – e na Unidade de Gestão e Inspetoria (UGI) do Crea-SP na Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Guarulhos (ASSEAG) – Rua Guadelino Fanganiello, 3 – Água, alimentos não perecíveis, materiais de limpeza, produtos de higiene pessoal e roupas.

Na capital paulista, as doações são recebidas em quatro UGIs do Conselho:

  • Centro: Rua Nestor Pestana, 87;
  • Norte: Rua Voluntários da Pátria, 654;
  • Leste: Rua Costa Rêgo, 49/51;
  • Oeste: Avenida Brigadeiro Faria Lima, 1059.

Quem quiser contribuir de outras localidades também pode com doações de qualquer valor via Pix para creasocial@creasp.org.br.

 

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