FuturoLab: estudantes apresentam protótipos voltados para ARTs
2 de setembro de 2025, às 11h50 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos
O FuturoLab, programa colaborativo de experimentação, formação e cocriação de soluções voltado aos desafios da área tecnológica, parceria entre o Crea-SP e o Instituto de Tecnologia e Liderança (Inteli), avançou mais um passo para o fortalecimento do ecossistema de inovação do Sistema Confea/Crea. Os estudantes universitários que integram a iniciativa participaram, em 29 de agosto, de mais uma etapa de exposição de seus protótipos de solução para detecção de irregularidades na emissão de Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs). O encontro contou com a participação do engenheiro Selson Gomes, gerente de Inovação e Tecnologia do Conselho.
“O desenvolvimento de modelos de predição de irregularidades dessas ARTs será muito útil para a fiscalização, tornando-a mais eficiente e gerando dados e informações precisas”, explicou Gomes. Ele acrescentou que a iniciativa faz parte da estratégia do Crea-SP de promover a integração com centros de tecnologia e inovação e relacionar-se com estudantes das áreas abrangidas. “Os alunos já desenvolveram os modelos iniciais e estamos muito satisfeitos com os resultados”.
No início do projeto, o Conselho compartilhou com os estudantes uma base de dados formada por mais de 10 milhões de ARTs anonimizadas emitidas entre 2015 e 2025. A partir desse conjunto de informações, e com o suporte de orientadores do Inteli e membros do Crea-SP, os alunos foram desafiados a criar modelos tecnológicos de machine learning (aprendizado de máquina) e Inteligência Artificial (IA) com capacidade de identificar padrões de inconformidades e soluções para prever o volume de ARTs por município. Os melhores trabalhos têm potencial de implementação pelo Sistema.
Nesta etapa das atividades, o segundo de cinco sprints (reuniões de pessoas envolvidas em um projeto para apresentação, monitoramento e aperfeiçoamento), cinco grupos de alunos apresentaram os resultados a que chegaram, expondo as dificuldades que encontraram e projetando os próximos passos que pretendem trilhar para chegar a um modelo de ferramenta que possa ser adotada nas fiscalizações realizadas pelo Crea-SP. Após as apresentações, cada equipe ouviu as avaliações, recomendações e orientações do representante do Conselho.
O estudante Erik Batista da Silva expressou entusiasmo com o desafio. “Achei muito legal porque no mercado, na maioria das vezes, lidamos com informações muito fechadas. Com esta parceria, vemos casos reais”, exemplificou.
Yan Coutinho, também aluno do Inteli, vê duas perspectivas: “Para nós, estudantes do Inteli, uma atividade como esta é essencial para nos acostumarmos com desafios reais. Para o Crea-SP, o projeto proporciona a aproximação com novos talentos e a troca de informações e conhecimentos que irão contribuir para pensar em soluções novas”.
Coutinho observa que trabalhar com uma quantidade enorme de dados, como é o caso do FuturoLab, gera demandas a serem superadas antes de construir o modelo final. Em relação ao protótipo que está ajudando a desenvolver, o aluno destaca uma solução encontrada para a geolocalização.
“Decidimos utilizar a latitude e longitude das localidades em vez do CEP. Assim, o modelo vai conseguir entender com mais precisão o local”, explicou. “Na prática, os agentes fiscais poderão ser direcionados de forma mais efetiva”, projetou Coutinho. “Está sendo desafiador, mas acho um projeto muito legal porque vai trazer muitas melhorias para o processo de fiscalização”, acrescentou a participante Keylla Cristina Bispo.
Inovação aberta para agregar conhecimentos e competências
“Utilizamos a inovação aberta para dispor de conhecimentos e competências de outras áreas e trazer mais eficiência e agilidade aos nossos processos”, comentou o gerente de Inovação e Tecnologia do Conselho. Sobre as apresentações que viu e prestou suas orientações e avaliações, Gomes expressou otimismo. “Saio com expectativas altas de gerar um modelo que ajude a compreender comportamentos recorrentes de irregularidades que possam orientar as atividades de fiscalização em diversas regiões. Temos um volume de ARTs muito significativo, que varia entre 130 e 140 mil mensalmente, e precisamos de ferramentas tecnológicas como essas, baseadas em análise de dados e IA, para ter mais agilidade na detecção de irregularidades”.
Cesar Almiñana, professor de Orientação de Projeto e Programação do Inteli, avaliou o progresso dos alunos, observando um grande salto de qualidade em relação ao primeiro sprint. “Vi mais consistência, com uma mensagem mais clara, uma tradução muito interessante de como eles abordaram o problema do ponto de vista técnico, utilizando os modelos, cada um com seu jeito diferente, com uma ótica muito particular de como resolver o mesmo problema”. O docente explicou ainda que as próximas fases deverão ser voltadas ao refinamento dos projetos.
Produzido pela CDI Comunicação