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Disponível em <https://www.creasp.org.br/noticias/futuro-da-engenharia-ambiental/>.
Acesso em 19/05/2024 às 20h14.

Futuro da Engenharia Ambiental

ODSs, ESG e empreendedorismo; tendências são abordadas em ação inédita

1 de fevereiro de 2023, às 11h51 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos

As luzes com filtro verde, uma máquina de coleta de recicláveis e o lounge com poltronas feitas a partir de madeira e pneus preparavam quem chegava à Sede Angélica do Crea-SP para o 1º Encontro Nacional de Engenharia Ambiental e Sanitária, edição inédita da iniciativa sobre o tema, e o 4º Encontro Paulista de Engenharia Ambiental. O cenário dava o tom de comemoração ao Dia do Engenheiro e da Engenheira Ambiental, celebrado em 31/01, e levou os presentes a imergir nas expectativas e planos para o futuro, tanto da profissão quanto da sociedade em si.

A mensagem central – ‘Valorizando profissionais e discutindo o futuro’ – evidenciou as ações que precisam ser tomadas no presente, com o engajamento de todos em áreas multidisciplinares, para minimizar os impactos da produção econômica no meio ambiente. Isso porque existe no mercado uma certa carência de pessoas preparadas para assumir a postura de liderança da agenda sustentável. O que acontece até mesmo na Engenharia Ambiental.

A Eng. Waleska dos Santos Queiroz sentiu essa necessidade. Ela, que se mudou recentemente de Belém (PA) para São Paulo em busca de oportunidades, foi uma dos 950 inscritos para o 1º ENEAS e 4º EPEA. “Quando saímos da universidade, ficamos com muito medo de como atuar por termos uma formação muito focada na técnica. A partir do momento em que encontramos espaços e outras pessoas que pensam como nós, passamos a ver o quanto a profissão pode fazer este mundo melhor e mais sustentável”, comentou.

Assunto frequente nos encontros da área tecnológica, o perfil empreendedor e de inovação é o que faz a diferença na Engenharia Ambiental. A Eng. Tatiana Pinheiro, vice-presidente da Federal Nacional das Associações de Engenharia Ambiental e Sanitária (FNEAS), entidade apoiadora dos encontros, apontou para o associativismo como ferramenta de capacitação para alcançar esses profissionais e prepará-los. Em apresentação inclusiva, a engenheira fez sua autodescrição e destacou a presença da tradução simultânea em Libras, a Língua Brasileira de Sinais.

“A educação transforma e tem o potencial de inclusão sustentável e social. É essa inclusão que é importante de levarmos às pessoas”, disse Tatiana. A fala foi endossada pelos engenheiros Liane Costa e Euzebio Beli, representantes do Colégio de Entidades Nacionais (CDEN), fórum consultivo do Confea, e da Associação Paulista de Engenheiros Ambientais (APEA), respectivamente, que também integravam o comitê de organização do evento.

Tendências e referências: ODSs e ESG

Na esteira das soluções das Engenharias para as questões socioambientais, os engenheiros Fernando Silva Bernardes, da Central de Custódia Nacional; Fernando Rodrigues, diretor executivo do Instituto Rever; Paola Bernardeli, do Grupo Solví; e Priscila Bolchi, na mediação, trataram das estratégias locais e globais em painel. Já o Eng. João Zeni, diretor de sustentabilidade da Electrolux palestrou sobre os diferenciais dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), da qual o Crea-SP é signatário, e das práticas de governança ambiental, social e corporativa, da sigla em inglês ESG (Environmental, social and governance).

Consideradas as principais tendências e referências para quem deseja atuar no setor, os temas se mostram nos interesses do mercado e da sociedade e foram estampados em adesivos e mencionados no kit distribuídos no evento com ecobag, camiseta, copo de casca de coco e a 6ª edição da Revista CREA São Paulo (que abordou, na matéria de capa, a cobertura arbórea para mitigação das ilhas de calor nas cidades). “Em geral as novas gerações estão mais preocupadas com o que consomem e em alcançar novos hábitos”, argumentou a engenheira Paola.

Os especialistas entendem que o desenvolvimento sustentável, para acontecer nas metas dos objetivos da ONU e para serem praticados pelas empresas com o ESG, requer uma atenção à economia circular, logística reversa, criação de novas cadeias e gestão de resíduos sólidos. No Brasil, ainda existem mais de 2 mil lixões a céu aberto. “São quase 50% dos municípios brasileiros em situações inadequadas onde o resíduo é depositado diretamente no solo. Fora isso, existe toda uma condição social, uma vez que são utilizados catadores para a demanda de recicláveis nesses locais e 70% a 80% são mulheres”, complementou Bernardes.

Agir de forma sustentável, diante desta realidade, não é tarefa simples. “Tudo gera impacto. Por isso muitas das metas são para o longo prazo e, para funcionar, precisam que todas as áreas sejam envolvidas”, afirmou Zeni.

No Conselho, a gestão responsável e sustentável tem direcionado iniciativas de transformação do ecossistema de profissionais da área tecnológica e dos processos administrativos da própria autarquia, com frota de veículos abastecida apenas com etanol para reduzir a emissão de gases do efeito estufa dos carros, microgeração de energia fotovoltaica por placas solares, sistema de ar-condicionado com tecnologia verde, digitalização de mais de 24 mil processos etc. “São pautas importantíssimas e necessárias das quais precisamos para evoluir”, finalizou o presidente do Crea-SP, Eng. Vinicius Marchese.

Clique aqui para saber mais sobre o 1º ENEAS e o 4º EPEA e a integração do desenvolvimento sustentável no poder público.

Produzido pela CDI Comunicação