“Engenharia é a semente do desenvolvimento”, diz secretário Marcos Penido
13 de agosto de 2025, às 12h49 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos
O papel estratégico dos profissionais de Engenharia, Agronomia e Geociências na construção de políticas públicas foi o que motivou o tema central do Colégio de Inspetores 2025 e do 12º Congresso Estadual de Profissionais (CEP) do Crea-SP, realizados nos últimos dias 8 e 9 de agosto, no Mercado Pago Hall, no Mercado Livre Arena Pacaembu, em São Paulo. As ações demandam a integração entre poder público e iniciativa privada e ganharam um palco na programação de sábado (09/08).
O debate foi marcado pelo painel ‘O avanço da infraestrutura e as estratégias para disseminação do BIM’ (do inglês Building Information Modeling), reforçando o estímulo às discussões técnicas com foco na atuação dos profissionais, que contou com a participação do secretário executivo do Governo do Estado de São Paulo, engenheiro Marcos Penido; do analista do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Eng. Anderson Alvarenga; e da gerente executiva de Engenharia da Via Appia Concessões, Eng. Ana Paula Generato.
Penido destacou os investimentos do governo estadual nas áreas de mobilidade e saneamento, com projetos para o Rodoanel, o túnel Santos-Guarujá e a antecipação da universalização do acesso à água. O secretário também enfatizou as Parcerias Público-Privadas (PPPs) como instrumento para garantir a manutenção de ativos e gerar valor para a sociedade, devendo a Engenharia fazer parte de todas as etapas desse processo. “A missão do governo é melhorar a qualidade de vida das pessoas. Mas a visão do futuro e o crescimento só conseguimos por meio do desenvolvimento. E a Engenharia é a semente do desenvolvimento”, afirmou o secretário.
Ana Paula trouxe a perspectiva do setor privado, mencionando a evolução da transparência e do compartilhamento de dados pelo poder público. “Hoje temos plataformas colaborativas que trazem mais segurança e qualidade à fiscalização e execução das obras. O Rodoanel, por exemplo, tem informações disponibilizadas via BIM que contribuem para uma entrega mais eficiente e com qualidade”, disse a engenheira.
Mediador, o Eng. Guilherme Del Nero Fiorellini, gerente regional do Crea-SP, apontou que a metodologia contribui também para as práticas de sustentabilidade e ESG (do inglês Environmental, Social and Governance). “O BIM nada mais é do que a execução da boa Engenharia. Uma forma de governança sustentável”.
Já Alvarenga acrescentou que se trata de um recurso em amadurecimento, que exige capacitação e entendimento dos diferentes níveis — técnico, operacional e de planejamento. “O BIM é uma ferramenta que promove eficiência e contribui diretamente para a governança das obras públicas. Não é algo que surgiu agora, mas é preciso tempo para sua aplicação integral”, contou.
A boa gestão de meios de implementação foi demonstrada logo na sequência com a palestra ‘Projetos para o desenvolvimento sustentável das cidades’, do urbanista Carlos Leite, que compartilhou a experiência com o parque linear do Rio Piracicaba. “Desenvolver cidades sustentáveis é pensar no bem-estar das pessoas. E isso passa, necessariamente, pelo envolvimento técnico desde o início dos projetos”, defendeu.
Perspectiva de quem esteve nos eventos
Yago Godoi atua há 10 anos na Engenharia Civil, mas também é vereador e presidente da Câmara Municipal de Conchal, cidade que agora representa no âmbito do Crea-SP como inspetor. Questionado sobre a vivência nos encontros, ele contou que foi motivado a participar exatamente para absorver o aprendizado sobre tecnologia, inovação e gestão pública alinhadas à Engenharia. “Muito do que foi falado aqui é o que acredito e que vejo potencial, principalmente para os municípios menores, como é o caso de Conchal, que fica a 250 quilômetros de São Paulo, e que precisam buscar nesse tipo de integração, a exemplo das PPPs, as soluções para investimento”, comentou.
“Não conseguimos falar em desenvolvimento de nenhuma cidade sem falar em Engenharia. Precisamos caminhar muito para que esse trabalho chegue até os municípios, que precisam de soluções”, concluiu Godoi.
Produzido pela CDI Comunicação