ENCEF debateu o futuro da Engenharia Florestal
31 de outubro de 2025, às 12h55 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos
O Crea-SP sediou, de 29 a 31 de outubro, o 4º Encontro Nacional de Cursos de Engenharia Florestal (ENCEF), promovido pela Sociedade Brasileira de Engenheiros Florestais (SBEF) com apoio da Coordenadoria Nacional de Câmaras Especializadas de Engenharia Florestal do Confea (CCEEF). Realizado na sede Angélica do Conselho, em São Paulo, o evento híbrido reuniu profissionais, docentes e estudantes de todo o país para debater o futuro da formação e as novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) da modalidade.

A presidente do Crea-SP, engenheira Lígia Mackey, participou da abertura do evento e destacou a importância em debater as DCNs e estimular políticas públicas para o setor. “Ver tantos esforços voltados à melhoria dos cursos e à discussão das diretrizes, é sinal de que estamos no caminho certo. Precisamos fomentar essa construção colaborativa e estimular políticas públicas para que os futuros profissionais estejam prontos para assumir as novas demandas das cidades, campos e florestas”, afirmou.
A proposta final para as novas DCNs busca alinhar a formação do engenheiro florestal às demandas ambientais, tecnológicas e sociais. A recomendação enfatiza metodologias ativas, práticas em campo, integração entre universidades e empresas, e a curricularização da extensão como caminhos para aprimorar a qualidade do ensino.

Segundo o presidente da SBEF, Eng. Ftal. Pedro de Almeida Salles, o novo documento está sendo construído de forma colaborativa para refletir as expectativas da sociedade e do segmento. “Estamos construindo um documento que atenda às expectativas da área, para estudantes, academia, profissionais do setor produtivo e do terceiro setor, e para a sociedade”, explicou. A proposta foi entregue ao Prof. Dr. Mauro Luiz Rabelo, conselheiro do Conselho Nacional de Educação (CNE/MEC), que conduzirá o processo de homologação.
Entre os temas discutidos no encontro, destacou-se também a necessidade de ampliar a visibilidade da profissão e de aproximar o ensino das demandas do mercado. A Eng. Ftal. Evandra Bussolo Barbin, conselheira do Crea-SP, presidente da Associação Paulista de Engenheiros Florestais (APAEF) e representante paulista na CCEEF, frisou o papel do engenheiro florestal, sobretudo no controle do aquecimento global. “O futuro é agora e depende das nossas ações para a contenção dos efeitos gerados pelas mudanças climáticas”, observou.
A adequação da grade curricular às demandas do mercado foi outra pauta apontada como prioridade pela professora Drª Eng. Ftal. Maria José Brito Zakia (acima). “É fundamental que o curso proporcione uma formação interdisciplinar e aplicada. Precisamos de uma legislação específica e de uma formação que desde o primeiro ano estimule o aluno a ser agente de transformação”, declarou.
O Eng. Ftal. Ulysses Bottino Peres (acima), conselheiro na Câmara Especializada de Agronomia do Crea-SP (CEA), reforçou que muitas vagas permanecem abertas devido à falta de profissionais qualificados. “Universidades e mercado devem atuar juntos para incentivar a escolha pelos cursos de engenharia, enquanto a grade curricular precisa ser mais atrativa e mostrar claramente o papel da Engenharia Florestal”, completou.
Censo dos Cursos Superiores de Engenharia Florestal
Os dados do Censo dos Cursos Superiores de Engenharia Florestal 2025, apresentados pela Sociedade Brasileira de Engenheiros Florestais (SBEF), por meio do Prof. Dr. Edison Cantarelli, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), revelaram um cenário em transformação na modalidade. A pesquisa indica que a maioria dos cursos está concentrada em instituições públicas, especialmente nas regiões Norte e Sudeste, e aponta avanços significativos na equidade de gênero, com equilíbrio crescente entre homens e mulheres na área. O estudo também reforça a necessidade de tornar os cursos mais atrativos para as novas gerações. Nesse contexto, o ENCEF consolida-se como um espaço estratégico para alinhar formação, representatividade e sustentabilidade no futuro da Engenharia Florestal brasileira.
Produzido pela CDI Comunicação

