Seguindo a programação Mulheres Fortes Lideram o Próprio Futuro, o presidente do Crea-SP, Eng. Vinicius Marchese, recebeu a presidente do Crea-PA, Eng. Adriana Falconeri, em live especial na última quarta-feira (15/3). De atendente concursada à presidência do Conselho paraense, a engenheira contou como tem sido sua trajetória no Sistema Confea/Crea, uma história única que tem inspirado profissionais e colaboradoras.

Adriana é a primeira mulher eleita para presidente no Pará, assumindo o cargo no final de 2022 com gestão até dezembro deste ano. “Por ser atendente, sei exatamente quais são as demandas do profissional. Então, quando resolvi entrar no pleito foi justamente para modificar esses questionamentos”, afirmou a engenheira que está no Crea-PA desde 2011, quando foi aprovada em um concurso público para trabalhar no atendimento.

As principais questões levantadas pelos profissionais do Estado, segundo ela, são aquelas relacionadas à cobrança da anuidade e aos serviços prestados pelo Conselho para a área tecnológica. “Mas as pessoas não sabem, por exemplo, que é aqui dentro que acontecem as discussões que afetam a vida profissional delas”, completou.

Em busca de uma transformação cultural, a presidente olha para o desafio e enxerga oportunidade de abraçar referências de iniciativas já bem consolidadas para criar novas versões de projetos que aproximem a sociedade da área tecnológica. “Na Medicina, existe o SUS. No Direito, a Defensoria Pública. E na Engenharia, o que temos?”, indagou. Adriana destacou a Engenharia Social como meio de fornecer assistência técnica qualificada à população. “Estamos em pauta com os parlamentares”, explicou.

Para o presidente do Crea-SP, esta é uma frente ainda pouco explorada. “A Engenharia é objeto de transformação que pode mudar a vida das pessoas. Temos a lei de assistência técnica gratuita, mas que precisa do apoio dos municípios e Estados”, disse Marchese. O ponto crucial para isso, de acordo com o engenheiro, é a participação do Sistema Confea/Crea em políticas públicas. “Não temos como avançar sem isso porque os principais projetos passam pela necessidade de criação e de atualização de leis”.

Elas no Sistema

A programação temática do Crea-SP neste mês de março tem um objetivo: aumentar o número de mulheres nas profissões, incentivando-as a atuar na área tecnológica e a participar da construção de um ecossistema e de uma sociedade mais igualitária e diversa. “Somos 15% de profissionais mulheres no Sistema Confea/Crea e digo somos porque estou com vocês nesta missão de mudar este cenário e alcançar mais representatividade”, afirmou Marchese.

O Programa Mulher, presente nas 27 unidades federativas, tem esse intuito. Em São Paulo, a iniciativa é trabalhada a partir do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) de número 5 para igualdade de gênero, da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas, da qual o Crea-SP é signatário, por meio de um Comitê Gestor responsável por promover o empoderamento e o aumento da participação das mulheres profissionais das Engenharias, Agronomia e Geociências dentro do Sistema, nas entidades e em suas profissões.

No Pará, a presidente comentou que trabalham todos os níveis educacionais para estimular esse empoderamento e quebrar ciclos de preconceito. “Fui a primeira coordenadora do Programa Mulher no Estado. Na época, lembro que nos perguntaram se éramos feministas e foi preciso uma diplomacia muito grande para lidar com isso. Nosso primeiro passo foi ir para as escolas de educação infantil com engenheiras, geólogas, agrônomas. A partir daí, fomos avançando para o ensino fundamental, médio e graduação”.

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