Crea-SP reúne especialistas para diálogo essencial sobre o Câncer de Mama
15 de outubro de 2025, às 14h49 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos
O Crea-SP abriu suas portas na tarde da última segunda-feira (13/10) para realizar o evento “Outubro Rosa: Cuidar de si é um ato de força”, promovido pelo Comitê Gestor do Programa Mulher do Crea-SP, em parceria com a ONG Rosa Mulher. A roda de conversas aconteceu na Sede Angélica do Conselho, com transmissão ao vivo pelos canais digitais, e discutiu a importância da prevenção do câncer de mama e também da rede de apoio psicológico para a mulher e sua família durante o tratamento.
A conversa, mediada pela engenheira Nauany Xavier, coordenadora adjunta do Comitê Gestor do Programa Mulher do Conselho, teve a participação de convidadas que trouxeram perspectivas diferentes sobre a jornada do câncer de mama.

Beatriz Helena Dobke Sakano, presidente e fundadora da ONG Rosa Mulher, que acolhe mulheres com câncer na Zona Leste de São Paulo, compartilhou estatísticas alarmantes: “São 73 mil novos casos de câncer de mama por ano no Brasil e 40% deles ocorrem em mulheres entre 40 e 50 anos. Há 4 anos, dizíamos que 1 em cada 10 mulheres teria câncer de mama ao longo da vida. Hoje, já falamos em 1 em cada 8 mulheres”. Apesar de jogar luz sobre dados preocupantes, a principal mensagem é de esperança: “Precisamos que as mulheres saibam que, quando diagnosticado em estágio inicial, o câncer de mama tem 95% de chance de cura. Temos que deixar a vergonha e o medo de lado, arregaçar as mangas e ir à luta”, disse Beatriz, que venceu a doença há 24 anos, após descobrir um nódulo em estágio inicial.
A ginecologista, obstetra e sexóloga Dra. Marylia Duarte, complementou o painel, enfatizando a necessidade do autocuidado contínuo, não apenas no mês de outubro, mas o ano inteiro. “O câncer de mama é o que mais mata mulheres no Brasil por vergonha de se tocar para fazer o autoexame, por medo de um diagnóstico positivo ou por falta de uma rede de apoio”, ressaltou. A médica celebrou uma vitória significativa na batalha pela vida: a liberação, em setembro deste ano, do exame de mamografia pelo SUS para mulheres a partir dos 40 anos, um avanço crucial na detecção precoce da doença.
A relevância de uma sólida rede de apoio, tanto para a mulher em tratamento quanto no pós-cirúrgico, e para a família, foi um dos pontos altos da conversa. “Quando o psicológico está bom é 50% do caminho andado, e não só o da mulher acometida pela doença, mas também o da família e dos amigos”, afirma a psicóloga clínica Angélica Juvencio. Segundo ela, o diálogo aberto entre a paciente e a rede é fundamental para entender os sentimentos envolvidos.
Em uma perspectiva complementar sobre o bem-estar emocional e físico, a engenheira Priscila Azevedo, que também é designer de interiores e fisioterapeuta, compartilhou sua experiência na reabilitação física e na qualidade de vida dentro do lar. Ela destacou a importância da ergonomia para minimizar o esforço em tarefas cotidianas, mantendo a autonomia da mulher, e do lar como um refúgio, fazendo adaptações no design de interiores que promovam o conforto. “Cores que trazem aconchego, a presença de plantas, ainda que artificiais, e objetos que despertam a memória afetiva são detalhes que trazem leveza para esse momento”, destacou.
Após a conversa, os participantes tiveram a oportunidade de interagir diretamente com as convidadas, trocando experiências e aprofundando o conhecimento adquirido. O evento foi elogiado pela audiência presente. “Acho que essa iniciativa foi muito importante para que as mulheres conheçam mais sobre o tema e sobre as instituições de acolhimento. Espero que venham outras”, disse Floriza Nascimento de Oliveira Castro, agente administrativa da Superintendência de Colegiados do Crea-SP.
Kátia França Prado, assistente administrativa do Conselho, destacou a relevância do tema. “O evento foi muito importante porque somos mulheres e mães. Eu tenho duas filhas adolescentes e acho importante saber como auxiliá-las a se prevenirem”, afirmou.
O evento “Outubro Rosa: Cuidar de si é um ato de força”, reforçou o compromisso do Conselho com a saúde e o bem-estar das profissionais e da sociedade, promovendo o conhecimento e incentivando a prevenção e o apoio mútuo na luta contra o câncer de mama.
Confira a íntegra da roda de conversas:
Produzido pela CDI Comunicação