Em uma parceria inédita, o Crea-SP e o Instituto de Tecnologia e Liderança (Inteli) deram início, na segunda-feira (04/08), ao primeiro módulo do FuturoLab, programa que marca um novo passo no fortalecimento do ecossistema de inovação do Sistema Confea/Crea. A iniciativa conecta estudantes a um desafio real proposto pelo Conselho: desenvolver um protótipo de solução para detecção de irregularidades na emissão de Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs), com potencial de implementação pelo Sistema ao término do período de desenvolvimento.

Para viabilizar esse objetivo, os alunos contarão com uma base de estudo formada por um conjunto anonimizado de mais de 10 milhões de ARTs emitidas entre 2015 e 2025.  Com o suporte de mentores do Inteli e colaboradores do Crea-SP, o desafio consiste em identificar padrões de inconformidades e soluções para prever o volume de ARTs por município e ainda o tipo de serviço.

A etapa de análise contará com o uso de ferramentas de inteligência artificial para identificar padrões de irregularidade e gerar diagnósticos qualificados, além de mais ágeis. Além disso, a solução integrará dados econômicos e sociais, como o PIB municipal e os investimentos em infraestrutura, com o objetivo de detectar distorções entre a atividade econômica e a emissão de documentos.

Papel estratégico da inovação e da educação aplicada

Para a presidente do Crea-SP, engenheira Lígia Mackey, o FuturoLab representa uma ponte entre a academia e o mercado. “Com essa iniciativa pioneira, unimos experiências educacionais e profissionais ao aproximar, como nunca, as instituições de ensino das necessidades reais do setor”, destacou.

Lígia também ressaltou que se trata de uma ação que amplia horizontes, fomenta novos talentos e reforça a formação de profissionais comprometidos com a transformação da sociedade. “Ao estimular a inovação desde a base, impulsionamos o desenvolvimento de uma área tecnológica cada vez mais eficiente, conectada e alinhada aos desafios contemporâneos”, completou.

A importância estratégica do projeto também foi destacada pelo presidente do Confea, Eng. Vinicius Marchese, que ministrou a aula inaugural nesta semana. Na ocasião, ele apresentou aos alunos um panorama do Sistema e compartilhou os principais desafios enfrentados atualmente. Para Marchese, a iniciativa representa o protagonismo da Engenharia, Agronomia e Geociências na construção do país. “Essa aliança abre portas para o futuro. Ao integrar os setores público e educacional, fortalecemos o desenvolvimento de soluções com impacto social e institucional. Estamos transformando o Sistema em uma verdadeira ferramenta de inovação a serviço da sociedade”, disse.

A chefe de Gabinete e superintendente de Relações Institucionais e Comunicação do Crea-SP, jornalista Priscilla Cardoso, reforçou o caráter transformador da ação. “Esperamos sair desse desafio com soluções que certamente vão impactar a relação dos profissionais com o Conselho, além de estimular a conexão entre o Sistema e uma nova visão para a formação de profissionais, como o Inteli vem promovendo”, enfatizou.

Impacto real na formação dos futuros profissionais

A proposta do FuturoLab tem total aderência à metodologia ativa do Inteli. Para o coordenador de núcleo inicial na instituição, Sérgio Venâncio, essa é a essência do modelo pedagógico adotado. “Praticamos o aprendizado baseado em projetos. É a teoria aplicada na prática que trará soluções efetivas para os desafios dos parceiros”, salientou.

Já Cesar Almiñana, professor do Inteli responsável pelo acompanhamento desta iniciativa, falou sobre a importância de direcionar o uso da tecnologia para propósitos concretos. “A tecnologia deve servir a uma empresa e à sociedade em prol de desafios reais. Nesse contexto, torna-se fundamental o desenvolvimento de soluções para os desafios apresentados pelo Crea-SP. Precisamos ter esse olhar prático para o uso das tecnologias”, pontuou.

O propósito de transformação foi reconhecido por quem participa da estruturação do modelo preditivo. Para os estudantes, o FuturoLab representa uma oportunidade única de aplicar conhecimentos técnicos em um contexto real, com impacto direto na sociedade. “Fiquei muito entusiasmado com o início deste projeto. Tenho certeza de que poderemos gerar impacto direto na sociedade ao atuarmos sobre as irregularidades relacionadas às ARTs”, observou Nicholas Batista.

Na mesma linha, Davi Motta, ressaltou o valor da vivência prática. “Será uma excelente oportunidade para aplicarmos redes neurais na prevenção de irregularidades. Já na primeira aula, pudemos compreender melhor o funcionamento do mundo da Engenharia. Além de aprofundar competências tecnológicas, aprendemos sobre o papel da regulamentação profissional e como isso contribui para o desenvolvimento do Brasil”, concluiu.

Produzido pela CDI Comunicação