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Acesso em 27/07/2025 às 08h52.

Área Tecnológica na Mídia – 30/09/2024 a 04/10/2024

Confira as notícias do dia

4 de outubro de 2024, às 11h32 - Tempo de leitura aproximado: 39 minutos

04/10

A USP é a universidade mais bem classificada no QS Latin America & The Caribbean Ranking, publicado na quinta-feira (3) pela consultoria britânica Quacquarelli Symonds (QS). No segundo lugar está a PUC-Chile e, no terceiro, a Unicamp, reporta o Jornal da USP. Nessa 14ª edição, o ranking avaliou e classificou 437 instituições de 23 países da região. O Brasil é o país com mais universidades ranqueadas, 96 no total, seguido pelo México, com 63, e pela Colômbia, com 61. Além da USP e da Unicamp, outras duas instituições brasileiras ficam entre as dez melhores: a UFRJ, na 5ª posição; e a Unesp, na 8ª. A USP também ficou na liderança em cinco dos oito indicadores avaliados: reputação acadêmica, artigos por docente, reputação entre empregadores, rede internacional de pesquisa e impacto na internet. A Universidade de São Paulo conquistou ainda posições de destaque em outros rankings divulgados neste ano. No QS World, considerado um dos principais rankings universitários internacionais, a USP foi classificada na 92ª posição, permanecendo pelo segundo ano consecutivo na lista das 100 melhores. No QS by Subject, divulgado no dia 10 de abril, ficou entre as melhores universidades do mundo em 44 das 55 áreas específicas avaliadas – e em 16 áreas ficou entre as 50 melhores do mundo: Odontologia (13ª posição); Antropologia (23ª); Engenharia de Petróleo (24ª); Agricultura e Silvicultura (32ª); Engenharia de Minas (34ª); Enfermagem (34ª); Engenharia Civil e de Estruturas (38ª); Arquitetura (39ª); Política Social e Administração (42ª); Sociologia (43ª); Arqueologia (44ª); Esportes (44ª); Farmácia e Farmacologia (44ª); Ciências Ambientais (44ª); Direito (45ª); e Línguas Modernas (46ª). Em 28 áreas específicas a USP ficou entre a 51ª e a 100ª posição; em quatro áreas, entre as 150 melhores; e, em uma área, entre as 200 melhores. As áreas específicas são agrupadas em cinco grandes grupos e a USP está entre as 100 melhores na classificação geral de todas as cinco: Ciência Social e Administração (41ª), Artes e Humanidades (46ª), Ciências da Vida e Medicina (44), Ciências Naturais (58ª) e Engenharia e Tecnologia (57ª).

 

Batizadas como baratas ciborgues, porque são conduzidas por baterias movidas à energia elétrica, as espécies podem ser uma solução prática para o monitoramento ambiental, as missões de resgate e a vigilância pública. Elas deverão ser utilizadas, sobretudo, em casos de desastres naturais, como terremotos e incêndios. Estudo do Instituto de Tecnologia de Beijing mostra como esses insetos biônicos podem ser importantes em situações específicas, destaca o Correio Braziliense. As baratas sibilantes do Madagascar são as protagonistas de estudos que têm sido realizados desde o ano passado, no Japão. Nas costas dos insetos, foram colocadas uma mochila com células fotovoltaicas carregadas por energia solar. Construído em material tipo plástico levíssimo, de tal forma a permitir movimentos, o equipamento foi produzido a partir de modelos reais escaneados em impressoras 3D. Por serem seres pequenos, adaptáveis e com flexibilidade, esses insetos conseguem entrar em frestas e lugares minúsculos. Com o sistema desenvolvido, esses insetos vão ser acompanhados com um GPS e um sinal infravermelho. Assim será possível acompanhá-los em tempo real, podendo localizar, rastrear e apontar o que foi encontrado no caminho. A expectativa é aumentar as chances de, por exemplo, resgates mais rápidos. A pesquisa mostra avanços em relação ao tempo de mobilidade das baratas. O estudo se concentra na espécie sibilantes, que se mostraram mais compatíveis com as expectativas dos cientistas. A começar que reagem bem à energia elétrica de baixa voltagem. Os fios elétricos são ligados em seu cerco, que é localizado no final do abdome e se assemelha a uma cauda. De tamanho minúsculo, os cercos são órgãos sensoriais, reagindo a estímulos externos, como correntes de ar e contato com objetos, situando a barata no ambiente em que se encontra. Pelo sinal elétrico, são passadas as informações de localização e para os controles remotos, via Bluetooth, pelos quais os insetos são guiados para o destino definido pelos cientistas. A carga do equipamento é recarregada pela exposição à luz solar, porém as baratas sibilantes são seres de natureza noturna e fotofóbicos. Têm sensibilidade e certa aversão à luz, obrigando que o processo de recarga ocorra por etapas. Eduardo Simão, pesquisador em Computação Evolutiva e Sistemas Robóticos Embarcados da USP, disse que os desafios se concentram na produção do equipamento, recarga e monitoramento. “Estruturas eletrônicas flexíveis são difíceis de se produzir, mas não impossíveis”, afirmou.

 

03/10

A Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) tem dois projetos finalistas no Prêmio ANP de Inovação Tecnológica, promovido pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que reconhece estudos e personalidades que contribuem para a inovação tecnológica no setor. Na categoria ‘Transição Energética e Energias Renováveis’, está entre os finalistas o projeto ‘Eólica Offshore Flutuante em Águas Ultra-Profundas Integrada ao Desenvolvimento da Produção de Petróleo e Gás’, em colaboração com a Petrobras e coordenado pelo professor Alexandre Simos, do Departamento Engenharia Naval e Oceânica. A pesquisa buscou desenvolver um projeto inovador de unidade eólica offshore com sistema de armazenamento de energia otimizado para operação em lâminas d’água ultraprofundas. A Poli-USP vem estudando a tecnologia flutuante há quase dez anos e a parceria com a Petrobras tem aberto mais portas para o sucesso de projetos nessa área. “É a indústria que tem as demandas por tecnologia, inovação, e nós, da Engenharia, esperamos essas demandas para colaborar na solução de problemas e gerar inovação”, frisou Simos. Na categoria ‘Indústria 4.0/Transformação Digital/Inteligência Artificial’, concorre o projeto ‘Sistema DYNASIM para Projeto, Operação e Contingência de Sistemas de Ancoragem e Operações Navais’. Desenvolvido em parceria pela USP, Universidade Federal de Alagoas, PUC-Rio e Petrobras, o projeto é coordenado pelo professor Eduardo Tannuri, do Departamento de Engenharia Mecatrônica. O sistema DYNASIM teve seu desenvolvimento iniciado há 30 anos pela Petrobras, em parceria com o professor Kazuo Nishimoto e sua equipe do Tanque de Provas Numérico (TPN). Atualmente, é o programa oficial da Petrobras para o projeto de ancoragem e análise dinâmica de todas as plataformas de exploração dos campos de petróleo. “Hoje, o programa é capaz de simular navios e plataformas equipados com sistemas modernos de posicionamento dinâmico, dinâmica acoplada de embarcações, cabos e risers e, em breve, turbinas eólicas flutuantes”, explicou Tannuri.

 

Chega a 1.023 a quantidade de bactérias com potencial para geração de bioinsumos apropriados ao setor florestal. Esse resultado é fruto do trabalho da Embrapa Florestas (PR), que desde 2018 atua na construção da Coleção de Bactérias Multifuncionais de Áreas Florestais. O acervo conta com exemplares provenientes de diferentes solos e espécies florestais e tem sido determinante para seleção de estirpes com aptidão para o desenvolvimento de bioinsumos inovadores, na forma de inoculantes. Esses produtos podem reduzir, ou até substituir, insumos químicos em plantios florestais, desde a produção de mudas até o plantio no campo. Além de garantir mais sustentabilidade ao setor, aumenta a eficiência e reduz custos de produção. Após a fase de isolamento e caracterização das bactérias no laboratório, são realizados ensaios em viveiros, com aplicação em mudas. Segundo a pesquisadora Krisle da Silva, responsável pela formação da coleção, vários ensaios vêm sendo realizados em viveiro com essas bactérias, envolvendo parcerias com empresas florestais, para seleção das estirpes com mais potencial para aumentar as taxas de enraizamento e a capacidade de absorção de fósforo. “A produção de mudas florestais inoculadas com as bactérias promotoras de crescimento tem se mostrado algo promissor, diante do efeito positivo no enraizamento, solubilização de fosfatos, estímulo ao crescimento vegetal das mudas e no controle biológico de pragas que temos encontrado ao longo dos estudos, principalmente para pinus e eucalipto”, explicou. A pesquisadora espera que, dentro de dois anos, os estudos resultem na geração de um bioinsumo em forma de inoculante advindo dessas bactérias. Todos os microrganismos da coleção estão caracterizados morfologicamente em meio de cultura e 229 já foram caracterizados geneticamente. O DNA desses isolados também é armazenado na coleção, que foi iniciada com 42 bactérias endofíticas (que vivem no interior do tecido vegetal sem causar dano à planta), isoladas de uma espécie de jabuticabeira, por possuírem características promotoras de crescimento. Posteriormente, foram introduzidas na coleção bactérias endofíticas isoladas de folhas, meristemas (tecidos vegetais responsáveis pelo crescimento das plantas) e raízes de pupunheira, que somam, até o momento, 222 bactérias. O trabalho prosseguiu com pinus, do qual foram isoladas 200 bactérias, além de 90 de eucalipto, 96 de erva-mate e 145 de araucária.

 

A Tereos, uma das líderes globais na produção de açúcar, etanol e bioenergia a partir da cana-de-açúcar, firmou acordo com a Koppert, especializada em controle biológico, para pesquisa e desenvolvimento de insumos biológicos. O contrato, com duração de três anos, prevê a continuidade do fornecimento desses insumos da Koppert para a Tereos, fortalecendo a colaboração que já dura mais de uma década no Brasil. A Tereos terá participação no Centro de Pesquisa Avançada de São Paulo para Controle Biológico, liderado pela Koppert, Fapesp e USP, por meio da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), em Piracicaba. Esse acesso permitirá à Tereos explorar novas soluções para aumentar a produtividade agrícola, reporta NovaCana. O diretor de agricultura e planejamento da Tereos, Carlos Simões, ressaltou que o manejo dos canaviais ainda é um desafio, especialmente quando se trata de combinar práticas sustentáveis com alta produtividade. Ele mencionou o exemplo da praga do bicudo-da-cana, que pode reduzir a produtividade em até 40% se não for controlada. “O controle químico tem sido o método predominante, mas sabemos que organismos vivos desenvolvem resistência a esses produtos. Adotamos um controle mecânico, removendo a raiz da cana durante a renovação do canavial, mas isso gera custos adicionais. Em 2018, a Koppert lançou um produto biológico para controlar o bicudo-da-cana, um nematoide que infecta as larvas, integrando-se ao ecossistema do solo. Esse organismo microscópico tem mostrado resultados positivos, reduzindo a população do bicudo de forma eficiente”, frisou. A Tereos também está buscando substituir fungicidas químicos por alternativas biológicas, para melhorar a eficiência no controle de doenças. “Os produtos biológicos, que atuam como predadores naturais, têm se mostrado mais eficazes e sustentáveis a longo prazo”, destacou Simões. Outro foco é a redução do uso de fertilizantes nitrogenados, que têm alta pegada de carbono. Por meio da parceria com a Koppert, a Tereos busca soluções nesse campo. “Estamos explorando a produção de bactérias fixadoras de nitrogênio no solo para diminuir nossa dependência desses fertilizantes. A meta não é eliminar completamente o uso de adubos nitrogenados, e sim reduzir a necessidade, gerando ganhos financeiros e ambientais”, comentou Simões. Para a Koppert, a parceria é a oportunidade de escalar suas soluções. “O contrato de cooperação técnica permite ampliar nossas iniciativas e acelerar o desenvolvimento de soluções que beneficiem tanto a agroindústria quanto o meio ambiente”, disse Pedrazzoli. Para reduzir as emissões de gases de efeito estufa nas práticas agrícolas, a Tereos aumentou o uso de vinhaça localizada e defensivos biológicos. Na safra 2023/24, 100% da liberação de cotésia (vespa) nas unidades da empresa foi feita por drones, além de investimentos em robôs com inteligência artificial para o combate a plantas daninhas.

 

A grandiosa Usina Três Gargantas, potência chinesa com estrutura colossal, ilumina 60 milhões de vidas e preserva o ambiente, substituindo 30 milhões de toneladas de carvão anualmente. A China abriga a majestosa Usina de Três Gargantas, que emerge como um marco na engenharia, alinhada às margens do Rio Yang-Tsé. A maior hidrelétrica do planeta também desempenha papéis cruciais no controle de enchentes e na facilitação do transporte hidroviário, explica o Click Petróleo e Gás. Além disso, a quantidade de água retida reduz a capacidade da rotação da Terra em 0,06 microssegundos, fazendo da usina a espinha dorsal da energia renovável e do desenvolvimento chinês. As primeiras afirmações de que a estrutura poderia causar o deslocamento da Terra surgiram em uma publicação da NASA em 2005, quando a agência discutiu como o devastador terremoto e tsunami no Oceano Índico, em 2004, influenciaram a rotação do planeta. Cientistas apontaram que a alteração na distribuição de massa na Terra pode afetar (mesmo que minimamente) o momento de inércia do planeta, um conceito físico que define o quão difícil é girar um objeto em torno de um eixo específico. De maneira semelhante, a rotação terrestre pode ser modificada após um terremoto, devido ao movimento das placas tectônicas. A NASA demonstrou que foi exatamente isso que ocorreu em 2004, após o terremoto. A movimentação causada pelo sismo redistribuiu a massa do planeta, encurtando a duração de um dia em 2,68 microssegundos. Em teoria, uma grande alteração na quantidade de água também poderia provocar algo semelhante. Por isso, especula-se que a imensa barragem chinesa poderia, em tese, influenciar o movimento da Terra. Segundo os cálculos desses especialistas, a redistribuição de massa aumentaria o comprimento de um dia em 0,06 microssegundos e deslocaria o planeta em cerca de 2 centímetros. Apesar de parecer pouco, trata-se de um impacto considerável para uma estrutura artificial.

 

Um novo método para controlar com precisão reações químicas envolvendo íons metálicos está lançando as bases para uma arquitetura completamente nova para a construção de computadores que funcionam como o cérebro humano, baseados em processadores neuromórficos. A quase totalidade dos processadores que imitam o cérebro se baseia em componentes com memória própria, os memoristores, mas todos os seres vivos respondem ao seu ambiente por meio de uma sequência de reações químicas complexas, o que tem levado a diferentes abordagens para recriar o processamento de informações da natureza e, eventualmente, criar arquiteturas alternativas de computação, explica o Inovação Tecnológica. Dmitrii Kriukov e seus colegas da Universidade de Twente, nos Países Baixos, enveredaram por uma via de computação molecular, programando reações químicas para não apenas responder às condições atuais, mas também “lembrar” eventos anteriores. Usando íons metálicos, os pesquisadores controlaram a taxa de reações autocatalíticas, reações químicas que se aceleram sozinhas, e então usaram essa técnica para converter a molécula tripsinogênio em tripsina. Ao adicionar uma substância que pode desacelerar essa conversão, os pesquisadores criaram um sistema que pode permanecer em dois estados, o que lhe possibilita armazenar informações temporariamente, dando às moléculas uma forma de memória que lhes permite funcionar como bits para processamento digital.

02/10

Uma pesquisa que vem sendo desenvolvida pela Embrapa Soja, em Londrina, busca dar ao óleo de soja — normalmente utilizado para as frituras por imersão — propriedades semelhantes às do azeite de oliva. “Todos os consumidores procuram a qualidade do azeite de oliva, que é o mais oleico e baixo saturado, o que o torna mais saudável para a alimentação humana. Estamos mexendo na composição química do óleo para deixá-lo tão benéfico quanto o azeite de oliva e transformá-lo em um óleo de soja nobre”, disse o pesquisador Marcelo Fernandes de Oliveira, que integra a equipe que trabalha nas pesquisas de melhoramento de soja desenvolvidas na instituição, reporta Época Negócios. Considerado inferior se comparado a óleos como os de canola e girassol —que da mesma forma que o azeite de oliva têm altos índices oleicos —, o óleo de soja tem em sua composição, em média, 20% de ácido oleico. As opções que fazem parte da categoria mais saudável têm esses níveis acima de 70%. A meta dos pesquisadores da Embrapa é aumentar para até 80% os níveis de ácido oleico no óleo de soja, semelhante ao padrão do azeite de oliva. Os estudos estão sendo feitos desde 2014, e as variedades do grão de soja com maior índice oleico devem estar no mercado dentro de três a quatro anos. Há vários benefícios no óleo de soja com maiores índices de ácido oleico. De acordo com a Embrapa, o novo produto resultará em uma composição com menos ácidos graxos saturados, que podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares. Entre as vantagens está a maior estabilidade ao calor, o que significa duas a três vezes mais tempo de frigideira. O óleo em desenvolvimento poderá ter três vezes mais tempo de prateleira em alimentos embalados, uma opção para eliminar conservantes artificiais. Outras características esperadas são sabor mais neutro e menor oleosidade, segundo Oliveira. Entre os benefícios está a ampliação do uso do óleo de soja para alimentação, com excelentes propriedades de fusão para aplicações em panificação, por exemplo. “O objetivo é agregar valor no óleo por meio do programa de melhoramento de soja convencional, com a combinação de genes diferentes da própria soja”, explica o pesquisador. O processo envolve a oleaginosa tradicional e utiliza o melhoramento clássico. Não há mudança genética. O novo óleo tem vantagens em outras aplicações industriais e potencial para uso na química verde. No caso do biodiesel, o óleo de soja corresponde a 82% dos insumos usados na fabricação. Garante maior qualidade à combustão e melhor desempenho na indústria química fina, que inclui lubrificantes de motor e fluidos automotivos. Também há perspectiva de ampliação do uso nas indústrias farmacêutica e de cosméticos.

 

O Monte Everest, localizado na fronteira entre o Nepal e o Tibete, é considerado o ponto mais alto do planeta, com um cume que fica a uma distância de 8.849 metros do solo. Mas uma nova pesquisa feita pela University College, em Londres, indica que esse número muda anualmente. A montanha como um todo está crescendo. A descoberta foi descrita na segunda-feira (30) em um artigo publicado na revista Nature Geoscience. Segundo os especialistas, o Everest está entre 15 e 50 metros mais alto do que o tamanho original. E o responsável por isso seria um rio do Himalaia: ele causou processo físico conhecido como ‘rebote isostático’, que aumentou a erosão no local, relata a Galileu. Esse fenômeno é um efeito caracterizado pela elevação de uma seção da crosta terrestre após perda de massa. Mais leves, esses pedaços ‘flutuam’ mais acima do nível do magma, uma vez que a pressão intensa do manto líquido abaixo é maior do que a força descendente da gravidade. Os pesquisadores trabalham com a hipótese de que esse fenômeno foi desencadeado há 89 mil anos, quando o rio Arun se fundiu com um afluente do rio Kosi, que corre pelo Himalaia. Com o aumento do volume dessa bacia, que está apenas a 75 km do Monte, a erosão de rochas e solo da região pode ter se tornado mais intensa. Estima-se que o ‘salto’ de tamanho seja de dois milímetros por ano. Mesmo que isso pareça pouco, a longo prazo, com uma visão de períodos geológicos, isso pode fazer uma diferença significativa na superfície da Terra. “O Monte Everest ainda está crescendo. À medida que o sistema fluvial próximo corta mais fundo, a perda de material está fazendo com que a montanha salte mais para cima”, explica Adam Smith, coautor do estudo. A elevação da crosta terrestre não se limita ao Monte Everest: também inclui picos vizinhos – Lhotse e Makalu, o quarto e o quinto picos mais altos do mundo, respectivamente. O ‘rebote isostático’ aumenta as alturas desses cumes em uma quantidade similar ao ‘topo do mundo’. “O Monte Everest e picos vizinhos estão crescendo porque o ‘rebote isostático’ os está elevando mais rápido do que a erosão está desgastando”, indica Matthew Fox, colaborador do projeto. “Podemos vê-los crescendo cerca de dois milímetros por ano usando instrumentos de GPS e agora temos uma melhor compreensão do que está impulsionando isso”, frisou.

 

O Instituto de Estudos Avançados (IEAv), do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), e a Orbital Engenharia firmaram em 16 de setembro, em São José dos Campos, um acordo de parceria que promete impulsionar o desenvolvimento da tecnologia de propulsão hipersônica no Brasil. A colaboração visa à execução de projetos de pesquisa científica e tecnológica, com foco em um inovador Sistema de Controle Eletrônico de Injeção de Combustível (SISCRAMJET) para motores hipersônicos aspirados, que poderá transformar o cenário da propulsão no país, reporta a Agência Força Aérea. A parceria foi celebrada como parte do Projeto Propulsão Hipersônica 14-X, iniciativa que busca dominar a tecnologia de voo hipersônico. Para o IEAv, é um marco na missão de desenvolver tecnologias que fortalecem o poder aeroespacial brasileiro; para a Orbital Engenharia é uma oportunidade de aplicar sua expertise em um dos desafios mais complexos da Engenharia moderna. O SISCRAMJET desempenha papel fundamental na operação dos motores SCRAMJET, tecnologia de propulsão hipersônica que permite alcançar velocidades extremamente altas, cruciais para missões de acesso ao espaço. Um dos grandes desafios é controlar, com precisão, a injeção de combustível em um ambiente em que os gases queimam em velocidades supersônicas. “É como manter uma vela acesa dentro de um furacão”, explica o gerente do Projeto PROPHIPER 14-X, tenente-coronel aviador Lucas Galembeck. Ele destaca a dificuldade de equilibrar o fluxo de oxigênio e combustível em condições tão extremas. A parceria entre o IEAv e a Orbital permitirá que as soluções criadas para o SISCRAMJET sejam testadas em um ambiente controlado antes de serem aplicadas em voos reais, que são caros e demorados. Com o acordo, IEAv e Orbital unem conhecimentos para consolidar o Brasil como um dos protagonistas no desenvolvimento de tecnologias hipersônicas, conquista que reforça a capacidade tecnológica nacional e vai inserir o Brasil no seleto grupo de países que buscam dominar a tecnologia hipersônica, uma inovação estratégica que representa um diferencial competitivo para a indústria aeroespacial nacional.

 

O resfriamento radiativo passivo, uma tecnologia que permite que objetos resfriem emitindo calor diretamente para o espaço, sem exigir energia adicional, passou rapidamente de uma curiosidade de laboratório para as aplicações práticas, com demonstrações cada vez mais versáteis e economicamente viáveis. Mas sempre dá para melhorar, e uma das deficiências das demonstrações feitas até agora é que a maioria dos materiais usados nessa refrigeração passiva tem um nível específico de emissividade, o que significa que, quando a temperatura ambiente é baixa, os materiais de resfriamento radiativo ainda têm uma forte capacidade de resfriamento, resultando em “superresfriamento” ou na perda de eficiência quando o sistema deve operar no modo de aquecimento. Junlin Yang e colegas do Instituto de Tecnologia de Pequim, na China, foram procurar uma solução nos materiais de mudança de fase termocrômicos. Além de já serem usados em janelas inteligentes, esses materiais são candidatos ideais para o resfriamento radiativo porque podem operar de modo dinâmico, ajustando-se às demandas de resfriamento. Do mesmo modo que os materiais tradicionais, de alto desempenho de refletividade e emissividade solar, nenhuma fonte de energia externa, circuitos ou peças móveis são necessários para fazê-los funcionar. O resultado é um novo tipo de dispositivo híbrido de resfriamento radiativo adaptável à temperatura, capaz de ajustar dinamicamente suas propriedades de resfriamento com base na temperatura ambiente. A base da inovação é o dióxido de vanádio (VO2), um material conhecido por sua capacidade de alternar entre diferentes estados de radiação térmica. Mas não se trata apenas do material, há também uma alteração geométrica em seu uso: o novo projeto consiste em uma metassuperfície com uma matriz periódica de quadrados de VO2, o que melhora o desempenho ao equilibrar alta emissividade térmica com uma baixa absorção solar. O protótipo apresentou melhorias notáveis em relação aos projetos anteriores, com uma absorção solar de apenas 27,71% (7,54% menor do que os modelos anteriores) e uma emissividade de 0,85 em altas temperaturas (13,3% maior). Além disso, a capacidade de modular a emissividade é 20% melhor do que os dispositivos anteriores, tornando o projeto mais eficiente no gerenciamento de mudanças de temperatura, explica o Inovação Tecnológica.

01/10

A 2ª edição da Pesquisa sobre Digitalização da Indústria da Construção, voltada para profissionais das áreas de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo, foi lançada no dia 26 setembro. Até 10 de outubro, os profissionais estão convocados a participar, colaborando para a criação de um diagnóstico da digitalização, com foco na adoção do BIM. Para Rodrigo Koerich, presidente do BIM Fórum Brasil, a pesquisa é essencial para entender o nível de maturidade dos profissionais em relação à adoção das novas metodologias. “Com os resultados, vamos entender as barreiras e trazer ideias do que precisa ser desenvolvido para que o Brasil avance nessa adoção”, afirmou, pedindo o apoio dos Creas e CAUs para alcançar um número significativo de respostas. A diretora executiva do BFB, Raquel Ribeiro, explicou que a pesquisa teve sua origem em reflexões conjuntas com a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) sobre a primeira ação de impacto que poderia ser entregue à sociedade. Era necessário coletar dados representativos dos estados para entender a realidade da adoção do BIM no setor. A primeira edição foi realizada em 2022, com mais de dez mil respostas, fornecendo um panorama sobre o estágio de digitalização no Brasil. Com a edição de 2024, o objetivo é avaliar a evolução desde o último levantamento e identificar oportunidades de transformação digital. “Com o diagnóstico, vamos avaliar o contexto em que os profissionais estão inseridos e, a partir disso, impulsionar ainda mais o desenvolvimento de políticas públicas que incentivem a adoção do BIM, em parceria com as instituições envolvidas”, frisou. A pesquisa foi enviada a todos os profissionais registrados nos Creas e CAUs, alcançando um público-alvo de cerca de 1,1 milhão de engenheiros e mais de 290 mil arquitetos. A ampla participação é essencial para fornecer uma base sólida para futuras decisões estratégicas no setor.

 

O biólogo Alessandro Varani, da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp, campus de Jaboticabal, Vinicius Abreu, da Universidade Federal do Pará (UFPA) e Rafael Alves, da Embrapa Amazônia Oriental, realizaram pela primeira vez o sequenciamento do genoma do cupuaçu. “Um trabalho nesses moldes exige a colaboração de profissionais com diferentes capacidades e formações para atuarem em cada uma das etapas”, disse Varani ao Jornal da Unesp. Os pesquisadores mapearam 31.831 genes distribuídos em 10 cromossomos. Os resultados foram publicados na revista Giga Science. Também assinam o artigo pesquisadores da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, do Centro de Energia Nuclear da Agricultura, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP) e de diversas unidades da Unesp. Os pesquisadores descobriram que o cupuaçu possui uma semelhança genética de 65% com o cacau (Theobroma cacao). Essa similaridade abre a possibilidade de que as pesquisas com o cupuaçu possam ser extrapoladas para o cacau. Outro ponto importante foi a identificação dos genes diretamente relacionados à qualidade dos frutos do cupuaçuzeiro. “O produtor quer um fruto que produza bastante polpa e que seja muito bom para o mercado, e conseguimos identificar esses genes”, relata o docente da Unesp. O sequenciamento genético revelou que o fruto do cupuaçuzeiro possui resistência à vassoura-de-bruxa, doença causada pelo fungo Moniliophthora perniciosa, comum em plantações de cacau. Esse patógeno erradicou 398 mil toneladas da produção brasileira de cacau em 1988, e a busca por um tratamento ou cura mobiliza pesquisadores e agricultores até hoje. “O mapeamento identificou os genes relacionados à resistência para a vassoura-de-bruxa. Conhecemos os genes que são importantes para que se possa trabalhar pelo melhoramento do fruto, mas também os que podem ser estudados para compreender sua resistência contra patógenos”, ressaltou.

 

Uma técnica desenvolvida por pesquisadores da Suzano, em parceria com a Universidade Federal de Lavras (MG), para avaliar os elementos químicos do solo e das folhas do eucalipto é a mesma utilizada por astronautas da Nasa nas missões espaciais. Conhecida como espectrometria de fluorescência de raios-X (XRF), a tecnologia está sendo adotada pela empresa para garantir maior assertividade no processo de fertilização da área florestal e menor tempo de análise laboratorial, registra a Época Negócios. A técnica é capaz de qualificar e quantificar os elementos químicos que compõem determinado objeto. Enquanto o processo tradicional de análise em laboratório leva de 15 a 30 dias, a técnica XRF faz o estudo dos dados por meio de modelos preditivos em aproximadamente dez minutos. “Em uma semana, estamos com a amostra pronta e o resultado, processado”, afirma o agrônomo Luiz Felipe Mesquita, pesquisador de manejo florestal da Suzano. A adoção do equipamento reduz o uso de reagentes químicos em 80% e proporciona a diminuição da emissão de gases de efeito estufa, devido ao menor transporte de amostras e à redução das operações de coleta, segundo estimativas da empresa. A Suzano já analisou mais de 10 mil amostras desde a implantação da tecnologia, em 2021. Todo ano, mais de 15 mil estudos de solo e planta são realizados no laboratório de Aracruz, no Espírito Santo, gerando economia anual de R$ 1 milhão à companhia. Amostras também são coletadas na Bahia e enviadas para a unidade capixaba. Segundo Mesquita, doutor em geoquímica isotópica, neste ano serão coletadas amostras em São Paulo e Mato Grosso do Sul. A expectativa é que até 2025 toda a área florestal da empresa — composta por 1,6 milhão de hectares — seja coberta pela tecnologia. Para garantir resultados legítimos, o pesquisador não abandonou a técnica antiga de pesquisa de solo e folha do eucalipto. Ele utiliza a análise convencional com reagente químico para validar e complementar o banco de dados que está sendo construído com a nova tecnologia. “Quanto maior o meu banco de dados, maior é a tendência de ter modelos mais precisos. Mas, se antes eu coletava 5.000 amostras por ano, agora eu vou coletar apenas 1.000 amostras”, afirma Mesquita.

 

Uma tecnologia revolucionária que transforma poluição em produtos químicos e recursos valiosos, com potencial de aplicação na indústria, oferece uma solução inovadora para o futuro da sustentabilidade, explica o Click Petróleo e Gás. Em um avanço significativo para a ciência e a sustentabilidade, um pesquisador da Universidade da Flórida Central (UCF) está desenvolvendo essa novidade que promete transformar as emissões de dióxido de carbono (CO₂) em recursos úteis. Yang Yang, professor associado do NanoScience Technology Center da UCF, lidera a pesquisa que pode mudar como enfrentamos o problema da poluição atmosférica e da mudança climática. Em estudo publicado no Journal of the American Chemical Society, foi detalhado que a tecnologia de Yang utiliza um dispositivo avançado que captura CO₂ e o converte em monóxido de carbono (CO) e ácido fórmico, substâncias com múltiplas aplicações industriais. “Podemos usar diretamente esses produtos químicos e campos convertidos para outras aplicações“, explica o cientista, destacando que os derivados podem ser usados para a fabricação de combustíveis e materiais químicos de grande valor, reduzindo a poluição. A inovação surge em um momento crítico, quando as emissões de dióxido de carbono estão atingindo níveis alarmantes e contribuindo diretamente para o aquecimento global. A tecnologia desenvolvida não só busca reduzir a pegada de carbono de forma sustentável, como também possibilita a criação de uma nova fonte de energia alternativa.

30/09

O prédio de 500 metros de altura que promete ser o mais alto residencial do mundo em Balneário Camboriú terá um sistema para amenizar a força dos ventos na estrutura. O modelo é composto por dois pêndulos de 1.000 toneladas cada um, localizados no 140º andar do prédio. Vai ser a primeira vez na América Latina que será utilizada a técnica conhecia como TMD (tuned mass damper ou amortecedores de massa sintonizados), segundo a construtora FG, que está à frente da obra do Senna Tower. Quando concluído, será o maior residencial e o sexto mais alto no mundo, segundo a CTBUH (Council on Tall Buildings and Urban Habitat), relata reportagem da FolhaPress publicada pelo portal MSN. O mecanismo opera como um sistema de contrapeso que “oscila em oposição à frequência natural da estrutura, absorvendo e dissipando a energia que causaria oscilações prejudiciais”, explicou a engenheira responsável pela obra e diretora-executiva da FG Talls, Stéphane Domeneghini. Os pêndulos garantem maior estabilidade à estrutura, conforto para os moradores e previne danos estruturais ao longo do tempo. Outros arranha-céus no mundo utilizam o sistema, como o Taipei 101, em Taiwan, e o Shangai Tower, na China. A ideia é permitir visitação do público ao sistema, da mesma maneira que ocorre no Taipei 101. “Edifícios superaltos são particularmente suscetíveis a movimentos excessivos. Os ocupantes, especialmente aqueles nos andares superiores, podem sentir o movimento do edifício, o que frequentemente causa desconforto. Amortecedores de massa sintonizados são um método especialmente eficaz para mitigar esse movimento e restaurar o conforto dos ocupantes –e isso já foi comprovado”, disse a engenheira. O sistema de pêndulos será produzido parcialmente no Brasil e somente elementos específicos serão importados, a partir do detalhamento do projeto. Segundo a construtora, o uso da tecnologia foi indicada em projeto pela Motioneering, empresa referência no mundo desse tipo de sistemas. Atualmente, há três formas para mitigar a ação dos ventos em grandes construções, afirmou o diretor do Laboratório de Aerodinâmica das Construções da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Acir Mércio Loredo-Souza. Uma delas é o uso desses amortecedores de massa sintonizados. Também é possível modificar a forma da edificação, como ocorreu no Burj Khalifa, o mais alto do mundo, com 828 metros, que tem formato de escada, com a base mais larga em relação ao topo. São utilizados elementos estruturais para dar mais rigidez ao prédio. Um deles é o outriggers que, como vantagem, enrijece a estrutura sem aumentar tanto a massa da edificação. “A gente coloca vigas, elementos estruturais conectando bem solidamente esse núcleo rígido -onde ficam as escadas e elevadores- à estrutura externa do prédio, em alguns pavimentos”, explica o professor. No caso do Senna Tower, esses outriggers vão ficar distribuídos ao longo dos 500 metros de altura, nos 11º, 33º, 58º, 83º, 108º andares. “São como ‘cintos’ de concreto nesse andar que dão um travamento adicional à estrutura e melhora o comportamento estrutural, fundamental para controlar as oscilações também”, detalhou a engenheira responsável pela obra. Para suportar todo esse peso, serão necessárias fundações de mais de 40 metros de profundidade, equivalente a um prédio de 13 andares. Até então, os arranhas-céus construídos na área conhecida por ‘barra Sul’ em Balneário Camboriú têm fundações de pouco mais de 30 metros de profundidade, diz Silvia Santos, professora da Univali e engenheira civil. Será preciso inclusive usar gelo para resfriar o concreto, o que não é comum em prédios menores. “O resfriamento ocorre quando a massa de concreto é muito grande, porque você tem um volume muito grande e pouca área externa para a troca de calor. A parte interna se aquece muito e, se passa de determinadas temperaturas da parte interna com a externa, o concreto começa a sofrer e não vai chegar na qualidade que se deseja”, explica o professor de estruturas da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Roberto Pinto.

 

Um sistema de hélice acionado por ar comprimido promete substituir os motores elétricos e a diesel usados para impulsionar embarcações de pequeno e médio porte que navegam em rotas pré-determinadas, como as balsas. As simulações e os primeiros testes de uso real mostraram que o mecanismo é mais viável economicamente e mais eficiente no uso de energia do que os motores convencionais, reporta Inovação Tecnológica. “Propomos um método de propulsão alternativo na forma de um barco movido pneumaticamente. O sistema é impulsionado por uma hélice montada em um motor pneumático, alimentado por tanque de ar comprimido a bordo. Em contraste com os sistemas de propulsão típicos, os sistemas de ar comprimido oferecem propulsão eficaz, limpa e sustentável. O desempenho do sistema foi analisado e comparado com propulsão elétrica alimentada por baterias eletroquímicas,” descreveu a equipe da Universidade de Sharjah, nos Emirados Árabes Unidos. O protótipo de hélice pneumática foi testado em embarcações que transportam passageiros e cargas em rotas pré-determinadas. Os resultados experimentais mostraram que o sistema pneumático fornece uma força de propulsão extra de 6% e uma economia de pegada de carbono de 307 kg de CO²/ano em relação aos atuais sistemas acionados por motores elétricos. Os tanques de ar comprimido não exigiram modificações nas balsas. O fato de o mecanismo de compressão do ar ficar em terra se mostrou viável, com o reabastecimento de ar comprimido para os tanques a bordo não levando mais do que o tempo necessário ao processo normal de embarque e desembarque. “Os impactos positivos no ambiente marinho são múltiplos, incluindo menor poluição, redução de ruído e emissões significativamente menores. Embora possa não ser adequado para cruzeiros de lazer, a operação do sistema pneumático é bem adequada para transportar passageiros entre paradas predefinidas”, disse o professor Abdul Alami. Dois estaleiros já se interessaram pelo projeto e estão trabalhando com os pesquisadores para industrializar o sistema.

 

Um grupo de cientistas europeus está se preparando para o lançamento de uma missão espacial que tem como objetivo criar eclipses solares totais sob demanda. A Agência Espacial Europeia (ESA) pretende lançar a nave robô Proba-3 nas próximas semanas para estudar melhor o Sol e como interfere em transmissões elétricas, GPS e outras tecnologias, relata a Galileu. Os eclipses serão criados com a ajuda de dois satélites voando em formação próxima da Terra, que estarão conectados por lasers e sensores de luz. A ideia é que o satélite 1 bloqueie a visão do Sol da perspectiva do satélite 2, resultando em um eclipse solar que pode ter horas de duração. Acredita-se que a observação desses eclipses revolucionará o campo de estudo dedicado ao Sol, revelando como consegue desregular redes elétricas, satélites de GPS e outras tecnologias terrestres. De acordo com a ESA, a missão será pioneira para outras formações de voos espaciais que podem transformar os estudos sobre ondas gravitacionais, exoplanetas e buracos negros. “Essa é uma tecnologia extremamente promissora”, disse Francisco Diego, físico solar da Universidade College de Londres. A missão foi planejada ao longo de uma década, processo que envolveu o desenvolvimento de sensores complexos que manterão os satélites juntos e próximos, a 144 metros entre eles, com eficácia de menos de um milímetro enquanto voam ao redor da Terra. É como se os dois satélites agissem como um único observatório de 144 metros de comprimento. Na Terra, os eclipses solares totais ocorrem quando a Lua passa em frente ao Sol, bloqueando sua luz e deixando sua quente atmosfera e coroa abertas para que os astrônomos possam analisá-las. “Infelizmente, eclipses solares totais acontecem, em média, a cada dois anos na Terra, e cientistas por muito tempo tiveram de viajar longas distâncias e ficaram à mercê do clima para estudá-los — enquanto as observações podem durar só alguns minutos”, apontou Diego. A missão da ESA foi desenvolvida para resolver essa questão, disse Damien Galano, um dos responsáveis pelo projeto Proba-3: “Quando os dois satélites estão na órbita certa, um vai liberar um disco que cobrirá o Sol por completo da perspectiva do segundo satélite, criando um eclipse que pode durar até seis horas por dia”, detalhou.

 

Bárbara Paiva, engenheira ambiental e estudante do Programa de Engenharia de Materiais (Redemat) da UFOP, projetou uma garrafa que utiliza radiação solar para filtrar, esterilizar e resfriar a água. Seu projeto, chamado “Aqualux”, representou o Brasil na final do Red Bull Basement University, onde recebeu um prêmio. A ideia de Bárbara surgiu há cinco meses na disciplina de Empreendedorismo e Inovação, onde ela pesquisou a esterilização de parasitas por meio de radiação. “O projeto pode ser aplicado em regiões sem acesso à água potável, como áreas subdesenvolvidas, além de ser útil para esportistas e campistas”, explicou Bárbara. O projeto Aqualux se destaca por sua capacidade de esterilizar a água sem a necessidade de eletricidade, explica o Click Petróleo e Gás. “Desenvolvi este projeto para democratizar o acesso à água potável de maneira simplificada, utilizando a luz solar”, afirmou a engenheira. A garrafa Aqualux utiliza dois sistemas: primeiro, um filtro de membrana elimina partículas grandes. Em seguida, a radiação azul mata microrganismos como Escherichia coli, garantindo água segura para consumo humano. Bárbara planeja iniciar a produção das garrafas ainda este ano, focando em pessoas sem acesso à água potável. Embora atualmente só tenha um protótipo, ela espera que o custo de produção não seja alto. O carregador solar é o componente mais caro, necessário para comunidades sem acesso à eletricidade.

 

Para evitar a poluição visual e o gasto da instalação de equipamentos para o funcionamento do 5G, empresas japonesas estão desenvolvendo antenas de vidro transparente que usam janelas como estações base e que podem ser compartilhadas pelas operadoras. Em agosto deste ano, a empresa de comunicações JTower anunciou a implantação de sua nova antena de vidro em Shinjuku, Tóquio. Com a tecnologia batizada “Waveantenna”, a cobertura 5G pode aumentar sem prejudicar o design dos prédios ou ocupar espaço dentro deles. Isso porque ficam entre as camadas de vidro das janelas. A única parte visível é o cabeamento necessário, que é possível esconder colocando perto das bordas superior ou inferior da janela, explica o Gizmodo. A ideia é importante porque, apesar de as redes 5G atenderem a frequências mais altas do que as 4G, elas têm uma cobertura menor. Ou seja, mais estações são necessárias, provocando a falta de pontos de instalação e o alto custo de implantação. A empresa de telefonia móvel NTT Docomo explicou que usa materiais condutores transparentes como base para a criação. Assim, intercala o material condutor com uma resina transparente como as de para-brisas laminados, entre duas folhas de vidro. Segundo o gerente de marketing da fabricante de vidros AGC, Shota Ochiai, o produto é “a primeira antena do mundo que transforma uma janela em uma estação base. Além de aumentar o número de locais para estações base para as operadoras, a antena de vidro facilita a seleção da altura de instalação apropriada, de acordo com Ochiai. Além disso, a AGC também aplicou antenas de vidro 5G em automóveis para melhorar a conectividade na estrada.

 

Um estudo conduzido no Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), da Universidade de São Paulo (USP), aponta uma redução potencial de mais de 15% nas emissões de poluentes de navios de suporte a plataformas petrolíferas (PSVs, na sigla em inglês) com propulsão diesel-elétrica. O RCGI é um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e a Shell na Escola Politécnica da USP (Poli-USP), que, atualmente, conta com apoio de diversas empresas, explica a Agência FAPESP. O resultado foi obtido por meio de modelos matemáticos que simulam o funcionamento do trem de potência (conjunto de motor e peças que transmitem a força gerada para os eixos e hélices submersas) das embarcações e das emissões geradas. Os modelos também possibilitam otimizar os geradores a diesel embarcados, usando o combustível de forma mais eficiente, além de gerenciar a utilização de baterias de íon de lítio. Os PSVs são embarcações comuns na indústria de óleo e gás, usadas para transportar suprimentos dos portos para as plataformas. No modelo diesel-elétrico, elas funcionam à base de um conjunto de geradores que, por meio da combustão de óleo diesel, produzem a energia elétrica necessária para a locomoção do navio. Com base em dados obtidos de uma embarcação real, foram desenvolvidos dois modelos matemáticos do trem de potência de um PSV diesel-elétrico. Em um deles foi utilizado o software HOMER Pro para fazer as estimativas de todo o curso conhecido da viagem e, no outro, o software MATLAB para monitorar e gerenciar o trem de potência nas condições e manobras futuras. Os resultados obtidos com simulações foram validados com dados de viagens efetuadas por uma embarcação real, o que se tornou o principal diferencial da pesquisa. O estudo foi publicado na revista científica Applied Energy.

 

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