Área Tecnológica na Mídia – 29/07/2024 a 02/08/2024
2 de agosto de 2024, às 12h35 - Tempo de leitura aproximado: 27 minutos
02/08
Diferentemente das placas de circuito impresso tradicionais, que são planas, os circuitos eletrônicos 3D permitem que os componentes sejam empilhados e integrados verticalmente, facilitando drasticamente a miniaturização e reduzindo a dissipação de calor. Então por que não fabricamos todos os circuitos eletrônicos em 3D? Porque é complicado, exigindo múltiplos passos de deposição dos componentes e, mais importante, fazer furações verticais para conectar uns aos outros, o que torna o processo muito caro, explica o Inovação Tecnológica. Agora, criando uma nova vertente de circuitos eletrônicos impressos em 3D, pesquisadores da Universidade Nacional de Cingapura desenvolveram uma técnica para fabricar circuitos eletrônicos tridimensionais (3D) autorreparáveis. Essa nova técnica permite a impressão 3D de estruturas metálicas autônomas e autoportantes, que dispensam materiais de suporte e mesmo a aplicação de pressão no bico da impressora.
O gerenciamento de resíduos é um desafio crescente em todo o mundo, exigindo inovações que possam reduzir o impacto ambiental e melhorar a eficiência dos processos de tratamento de lixo. Segundo o Blog da Engenharia, uma das soluções emergentes é o uso de moscas geneticamente modificadas (GM) para acelerar a decomposição de resíduos orgânicos e potencializar a reciclagem de nutrientes. As moscas, especialmente as larvas da Mosca Soldado Negra (Hermetia illucens), têm sido reconhecidas por sua capacidade de decompor rapidamente matéria orgânica. Essas larvas se alimentam de resíduos orgânicos, como restos de comida e resíduos agrícolas, transformando-os em proteína e gordura, que podem ser usadas como ração animal. Além disso, o resíduo sólido restante após a digestão das larvas pode ser utilizado como adubo de alta qualidade. Com a modificação genética, cientistas estão trabalhando para melhorar a eficiência dessas moscas em termos de taxa de conversão e adaptabilidade a diferentes tipos de resíduos. As moscas GM são desenvolvidas para se alimentar de uma gama mais ampla de resíduos orgânicos e processar essas matérias de forma mais rápida e eficiente. Além disso, a modificação genética pode permitir que essas moscas sobrevivam em ambientes mais diversos, aumentando seu potencial de aplicação em diferentes condições climáticas e geográficas.
Os Jogos Olímpicos nasceram na antiguidade como uma forma de celebrar o corpo humano e suas proezas em diferentes esportes. Uma homenagem a Zeus, os primeiros olimpianos preferiam competir nus como uma força de demonstrar beleza e força física – uma realidade muito diferente dos atletas olímpicos de 2024 e seus uniformes cheios de tecnologia com o objetivo de melhorar a performance, explica a Época Negócios. Se, na primeira Olimpíada da Era Moderna, em 1896, o uso de materiais leves como o algodão em shorts e calças curtas era considerado uma evolução pelo conforto proporcionado aos atletas, em 2024 as maiores empresas esportivas do planeta estão focadas em oferecer peças que não só permitam uma melhor performance, mas também estejam alinhadas às demandas de sustentabilidade.
Nos últimos anos, a bioimpressão 3D evoluiu significativamente, impulsionada por avanços em materiais biocompatíveis, precisão de impressão e técnicas de engenharia de tecidos, informa o Blog da Engenharia. Os pesquisadores têm desenvolvido bioimpressoras capazes de depositar células vivas em camadas precisas, criando estruturas tridimensionais que imitam a complexidade dos tecidos humanos. Os biomateriais são essenciais para a bioimpressão 3D. Os pesquisadores projetam hidrogéis, polímeros e biotintas para fornecer um ambiente adequado para o crescimento e a proliferação celular. Esses materiais devem ser biocompatíveis, biodegradáveis e possuir propriedades mecânicas adequadas para suportar a formação de tecidos funcionais. Recentemente, novas biotintas contendo células-tronco foram desenvolvidas, permitindo a criação de tecidos mais complexos e funcionais.
01/08
A tecnologia pode ser aliada no monitoramento das atividades de garimpo ilegal no Brasil graças a um drone, capaz de fazer registros diurnos e noturnos. O aparelho registra com detalhes as movimentações por meio de sensores e câmeras. O drone Nauru 500 IC ISR, desenvolvido pela startup Xmobots, de São Carlos, foi o primeiro RPA (Robotic Process Automation) a sobrevoar a Amazônia, reporta o Terra. Com autonomia de 4 horas de voo em modelo híbrido (combustível + bateria para o sistema VTOL), capacidade de voo de até 60 km, o equipamento é considerado uma poderosa ferramenta em missões voltadas à segurança e defesa. “Em operações ISR, a necessidade de voos em locais hostis com infraestrutura reduzida ou insuficiente – como matas, cidades (zonas de risco) e rios – é uma premissa básica”, ressalta a Xmobots. Com 25 quilos, a altitude máxima alcançada pelo equipamento é de cerca de 120 metros. Para operar à noite, o drone recebeu uma autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ― é um dos primeiros do ramo aptos a voos noturnos. Segundo Raimundo Camargos, coordenador-geral de inteligência do Censipam (Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia), o equipamento vem sendo usado desde o início de julho no monitoramento de terras indígenas. O veículo ajuda no preparo de operações terrestres, pois consegue mapear uma grande área (mais de 60 km) e consegue pousar e decolar na vertical, permitindo que seja acionado de qualquer clareira na região, disse o especialista. “Drones menores expunham o operador em função de terem alcance curto, o que podia comprometer a segurança”, disse Camargos.
A Fictor Energia, divisão do Grupo Fictor para investimentos e desenvolvimento de projetos de energia renovável, iniciou as operações do Complexo de Usinas fotovoltaicas de Beira do Rio, em Presidente Epitácio – cidade localizada na região de Presidente Prudente, noroeste do estado. O projeto reúne cinco usinas interligadas com capacidade de geração de 6,9 megawatts, resultado do investimento de R$ 35 milhões, relata Eae Máquinas. “A inauguração marca a nossa entrada no setor de infraestrutura de energia. Até 2025 investiremos mais de R$ 1 bilhão no segmento de energia, com enfoque principal em projetos de descarbonização e transição energética”, afirmou Rafael Góis, CEO do Grupo Fictor. Resultado da joint venture criada pelo Grupo Fictor com a Enerwatt WTT, companhia especialista em projetos, construções, montagens e consultoria energética, o complexo de usinas atende à demanda da Matrix Energia, comercializadora de energia elétrica que opera na modalidade de geração distribuída em diversos estados. O empreendimento (projeto, construção e comissionamento) foi finalizado em quatro meses. Com capacidade instalada de 6,9 megawatts de potência em corrente contínua e 5 megawatts em corrente alternada, a usina de Presidente Epitácio fornecerá energia elétrica ao converter a radiação solar em eletricidade por meio de seus painéis fotovoltaicos. Estima-se que a geração de energia a partir dessa fonte renovável evitará a emissão de 592 toneladas de CO² por ano, em comparação com a geração equivalente a partir da matriz energética brasileira. “Negociamos um contrato de 15 anos com a joint venture comandada pela Fictor Energia para as usinas de Presidente Epitácio e acreditamos muito no projeto de energia limpa e sustentável trazida por eles”, disse Rafael Moreira, diretor comercial da Matrix Energia.
Graças a uma descoberta um tanto acidental, pesquisadores criaram uma superfície de madeira superpreta, capaz de absorver quase toda a luz que incide sobre ela, destaca o Inovação Tecnológica. E esta é uma característica muito desejada nos materiais, com aplicações que vão desde a fabricação de joias finas até células solares, telescópios e dispositivos ópticos de precisão. Kenny Cheng e seus colegas da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, estavam usando plasma de alta energia para tornar a madeira mais repelente à água. Foi quando Cheng disparou o plasma não sobre a face da madeira, mas às extremidades cortadas perpendicularmente ao sentido do crescimento do tronco, que os marceneiros chamam de “topo da madeira”. Foi aí que as superfícies de madeira nua ficaram extremamente pretas. Deixando de lado um pouco a preocupação com a absorção de água, a equipe se voltou para a absorção de luz, e constatou que essas superfícies de madeira superpreta apresentam uma refletividade inferior a 1%. “O material ultrapreto, ou superpreto, pode absorver mais de 99% da luz que o atinge, significativamente mais do que a tinta preta normal, que absorve cerca de 97,5% da luz,” comparou o professor Philip Evans, coordenador da equipe.
31/07
Pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP) desenvolveram um substituto biodegradável para o poliestireno na construção civil. O nome da patente é ‘Isopor da Amazônia: Fabricação de Painéis com Pecíolos Inteiros e Resíduos’ e a coinventora, Alessandra Batista, do Departamento de Ciências Florestais da Esalq, contou ao Jornal da USP como foi o desenvolvimento. O ‘isopor da Amazônia’, ou miriti, já é um material utilizado para artesanato, mas seu uso em escala industrial ainda não havia sido pensado: “O material é conhecido popularmente na Amazônia como miriti, é muito empregado na fabricação de artesanato local por ser um material de extrema leveza. Esse material vem do pistilo da folha de uma palmeira, que é o Buriti, muito abundante na Amazônia”, detalhou. A equipe que Alessandra faz parte passou a investigar mais o miriti e as propriedades que apresenta: “A gente começou a fazer uma avaliação das propriedades mecânicas, o comportamento do material, e também propriedades físicas, como reage quando é colocado em exposição a altas temperaturas. Percebemos que poderíamos trazer esse material com apelo sustentável, com o objetivo principal de substituir o isopor na construção civil” explicou a pesquisadora. Os pesquisadores tiveram de aprimorar o refino do material: “Para chegar na construção de um painel, precisamos fazer todo um processamento desse miriti, fazer um desdobro para que tivesse faces retas, para fazer a colagem desse material. Percebemos que cerca de 50% [do material] era perdido nesse processamento”, frisou. Surgiu a ideia da patente: “Produzir um painel sem que precisássemos desdobrar todo o meriti e perder esse 50%”, disse. Fechada a patente, o próximo passo é produzir em escala industrial: “Precisamos de avanços em âmbito industrial. Fazer parceria com empresas interessadas nesse tipo de inovação para a construção em escala industrial”, finalizou.
Empresas produtoras de sementes estão concentradas no melhoramento delas, além de desenvolver novas formas de plantio. Milho e soja, além de outros cultivares, são trabalhados para que aguentem melhor as mudanças climáticas, destaca Época Negócios. A soja pode ser adaptada para se adequar a um clima mais seco. “A tecnologia evoluiu muito nos últimos seis anos”, afirma Alexandre Nepomuceno, chefe-geral da Embrapa Soja. Também é pesquisada uma maneira para que o óleo de soja fique mais similar ao de girassol, ao de canola e até ao azeite de oliva. “Foi com ciência e tecnologia que conseguimos tropicalizar a cultura da soja e várias outras. Agora, a Embrapa está tropicalizando o trigo”, disse. “Tivemos perdas de produtividade e de produção de soja em função da seca”, afirma Frederico Barreto, diretor comercial da Syngenta Seeds Brasil e Paraguai. “Essas mudanças climáticas geram um desafio para a rentabilidade”, frisou. Para ele, é responsabilidade da indústria orientar o agricultor no manejo, por meio de inteligência artificial, meios eletrônicos e mapeamento das principais regiões produtoras. As informações geradas permitem que tanto a equipe de pesquisa de desenvolvimento de sementes quanto o time de agronomia possam desenvolver produtos mais adaptados e sugerir técnicas de manejo apropriadas para cada situação. Têm sido feitos avanços tecnológicos em várias direções. Agora, há uma técnica chamada Crispr (do inglês Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats), que tem atraído a atenção de todos. O “grande pulo do gato”, como diz Nepomuceno, da Embrapa, é que, conhecendo as rotas moleculares, é possível alterar o DNA da semente, como se fosse uma tesoura molecular. Esse modelo de melhoramento genético avançado permite que se acelere a modificação genética e que isso seja feito de forma mais rápida. É possível recortar um gene, tirar o que não interessa, colocar o que se deseja – um atributo de valor, uma determinada característica de interesse para o produto – sem que isso seja uma mutação. No melhoramento tradicional, levaria mais tempo, porque é necessário fazer inúmeros cruzamentos das variedades para chegar a uma característica de interesse. Como não se trata de uma técnica transgênica, não necessita de aprovação de órgãos governamentais e do público. E, por isso, também é menos custosa financeiramente.
Engenheiros desenvolveram um novo músculo artificial macio e flexível que faz os robôs se moverem expandindo-se e contraindo-se, imitando o movimento de um músculo humano, explica o Inovação Tecnológica. Para demonstrar o funcionamento desse novo atuador, os pesquisadores utilizaram-no para criar um robô cilíndrico flexível, semelhante a uma cobra, e um bíceps artificial. O robô cilíndrico navegou pelas curvas apertadas de um ambiente estreito, projetado para imitar uma tubulação, enquanto o bíceps foi capaz de levantar um peso de 500 gramas 5.000 vezes seguidas sem falhar. Como o corpo desse músculo artificial macio é fabricado por impressão 3D, usando uma borracha comum como matéria-prima, os robôs resultantes custaram cerca de US$ 3 em materiais, excluindo o pequeno motor que aciona a mudança de formato do atuador. Isso contrasta fortemente com os atuadores rígidos tipicamente usados em robótica, que geralmente custam de centenas a milhares de dólares. E há outras vantagens: Robôs macios e flexíveis são mais seguros e práticos para aplicações do mundo real, sobretudo para a interação com trabalhadores humanos.
30/07
Uma iniciativa pioneira utiliza a tecnologia e a inteligência artificial para enfrentar a poluição nas praias. A prefeitura de Valência, na Espanha, está testando o PlatjaBot, um equipamento que trabalha com inteligência artificial e coleta até 330 unidades de resíduos diversos a cada quilômetro quadrado de areia. Desenvolvido pela startup UMIBots, o PlatjaBot tem aparência e modo de funcionamento semelhante aos robozinhos aspiradores domésticos, mas a potência impressiona: com uma única carga de bateria, que pode ser realizada por energia solar, o aparelho é capaz de limpar até 5 km² de praia e coletar areia a uma profundidade de até dez centímetros, peneirando os resíduos encontrados, registra Um Só Planeta. O maior diferencial do PlatjaBot é ser o primeiro equipamento do tipo a utilizar inteligência artificial para uma operação 100% autônoma. O aparelho é capaz de detectar obstáculos, à noite ou em condições climáticas adversas, como chuva ou calor extremo, e consegue ‘decidir’ se precisa parar ou apenas evitar o obstáculo. Pode ser operado remotamente e possui um giroscópio embutido, o que o torna capaz de travar automaticamente em caso de movimentos repentinos ou até de vandalismo. O aparelho é equipado com um sistema de lasers do tipo LiDAR (do inglês ‘Light Detection and Ranging’), que, a partir da emissão de raios pulsados, gera um mapa 3D do terreno – no caso, da praia -, que torna possível a detecção de obstáculos a até 16 metros de distância. Segundo Clodo González, CEO da UMIBots, essas características garantem a segurança tanto do funcionamento do robô quanto para as pessoas à volta, além da segurança perimetral para que o equipamento consiga movimentar a carga recolhida. O PlatjaBot se mostrou especialmente eficiente na remoção de bitucas de cigarro e materiais plásticos da areia, tipos de dejetos que estão entre os mais comumente encontrados nas praias. Após peneirar os resíduos, são acumulados em um depósito localizado na parte traseira do equipamento, que possui capacidade para 350 litros, e posteriormente despejados em contêineres localizados em pontos específicos da praia. O equipamento começou a ser testado neste mês na praia de La Malvarrosa, em Valência, a primeira cidade da Espanha a ter uma lei que permite o teste de tecnologias em fase experimental em ambientes reais, como é o caso do PlatjaBot nas praias.
O Instituto Internacional para o Desenvolvimento de Gestão (IMD, na sigla em inglês) publica um ranking anual das cidades mais inteligentes do mundo. A lista se baseia no poderio econômico e tecnológico de cada local e como esses fatores melhoram a qualidade de vida e fornecem soluções para os desafios da sociedade. No quinto ano de publicação, a edição de 2024 do Índice de Cidades Inteligentes coletou dados de moradores de 142 cidades, para entender suas opiniões sobre as condições de saúde, segurança, mobilidade, atividades, oportunidades e governança de cada uma delas. Segundo o Índice, as 10 cidades mais inteligentes do mundo em 2024 são: Zurique (Suíça), Oslo (Noruega), Camberra (Austrália), Genebra (Suíça), Cingapura, Copenhague (Dinamarca), Lausanne (Suíça), Londres (Reino Unido), Helsinque (Finlândia) e Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos), reporta a BBC News. A América Latina aparece distante dos primeiros colocados. A cidade do continente com a melhor classificação é Santiago (Chile), em 117º lugar. Entre as 142 cidades pesquisadas, o IMD incluiu três capitais brasileiras: Brasília (130º), São Paulo (132º) e Rio de Janeiro (139º). Terceira colocada no ranking, e uma das poucas cidades fora da Europa e da Ásia no top 20, a capital australiana teve avaliação muito boa pela baixa poluição do ar, grande quantidade de áreas verdes e alto senso de inclusão entre os cidadãos das suas minorias. Camberra adotou a tecnologia para tornar a cidade mais habitável e atraente para os fundadores de startups e outras iniciativas, algo que ajuda a criar um círculo virtuoso de inovação. “As iniciativas inteligentes da cidade, como os sistemas de iluminação inteligente, gestão de resíduos e de tráfego, melhoraram a eficiência e a sustentabilidade dos serviços municipais”, segundo David Campbell, da consultoria de marcas e recursos humanos Brand Rebellion. Cingapura subiu duas posições no ranking graças à boa avaliação no quesito segurança (possibilitada pelos circuitos fechados de TV), alta conectividade (facilita o acompanhamento do trânsito e a educação) e ao processamento online de documentos e comunicações, que permite lidar com a burocracia governamental de forma transparente. Em oitavo lugar no índice (duas posições abaixo do ano passado), Londres continua bem avaliada por sua facilidade de serviços online, como as reservas de transporte e o Wi-Fi de fácil acesso. Abu Dhabi subiu três posições em 2024 e atingiu o 10º lugar do índice. A cidade teve excelentes avaliações pela sua facilidade de transporte e reservas online, altos níveis de saneamento e bom ensino de conhecimentos digitais nas escolas. “O Centro de Mobilidade Inteligente garante que o transporte rodoviário, marítimo, aéreo e ferroviário seja administrado de forma integrada”, explica Dhanvin Sriram, fundador da ferramenta de inteligência artificial Prompt Vibes. “Esse sistema avançado não só reduz os congestionamentos de trânsito, mas também minimiza o impacto ambiental.”
Um curativo de celulose contendo nanopartículas de prata se mostrou capaz de reduzir a concentração bacteriana em feridas complexas de pele, praticamente eliminando-as em menos de um mês de tratamento sem efeitos colaterais. Os resultados dos testes em animais foram publicados por pesquisadores das universidades de Araraquara (Uniara) e Franca (Unifran) no Journal of Pharmaceutical Sciences, relata a Agência Fapesp. Cientistas testaram um nanocurativo que reúne os benefícios de dois tratamentos com eficácia comprovada em cicatrização e melhoria das condições fisiológicas de feridas: as nanopartículas de prata, que apresentam atividade antimicrobiana; e as membranas de celulose bacteriana, material biocompatível constituído de nanofibras sintetizadas por bactérias Gram-negativas, que dispensam a remoção do tecido lesionado e ajudam a diminuir a dor do paciente. “Nossa ideia era que a combinação pudesse amplificar a atividade biológica dos produtos, aumentando a eficácia da cicatrização e diminuindo os possíveis efeitos tóxicos da prata – o que foi confirmado após experimentos”, conta Saulo Duarte Ozelin, que desenvolveu o estudo durante doutorado na Unifran. Durante 21 dias, um grupo de ratos com feridas semelhantes às que podem ocorrer em seres humanos foi tratado com o nanocurativo. Para efeitos de comparação, outros animais receberam diferentes terapias, incluindo o uso exclusivo da membrana, sem a presença de prata. Exames específicos analisaram a influência do tratamento na extensão da ferida, tais como a proliferação celular, o crescimento microbiano local, parâmetros histopatológicos e o conteúdo de colágeno, além de indicadores de toxicidade da prata, como ganho de peso, consumo de água e análise bioquímica de parâmetros de funções renal e hepática. Em 48 horas, os pesquisadores observaram que o nanocurativo proporcionou redução significativa no número de colônias microbianas, em comparação com outros tratamentos: “Esse resultado é interessante porque um dos grandes empecilhos para cicatrização é a contaminação por bactérias”, afirma Denise Crispim Tavares, professora da Unifran e coordenadora do estudo. Após 14 dias, as lesões já haviam diminuído consideravelmente. Ao final dos experimentos, a taxa média de contração das feridas foi superior a 97% em relação à área inicial. Também foram observados aumento na quantidade de fibras colágenas na borda das lesões, menores níveis de necrose, angiogênese (crescimento de novos vasos sanguíneos a partir dos existentes) e inflamação – sem toxicidade sistêmica. “Esses resultados indicam que nosso curativo tem potencial para oferecer mais qualidade de vida aos pacientes e contribuir para o seu bem-estar”, diz Hernane da Silva Barud, professor do Laboratório de Biopolímeros e Biomateriais da Uniara.
A microscopia de força atômica foi originalmente inventada para visualizar superfícies com resolução em nanoescala. Seu princípio básico de funcionamento é mover uma ponta ultrafina sobre a superfície de uma amostra. Nos últimos anos, têm sido exploradas formas de estender o método para capturar imagens tridimensionais (3D), com pesquisadores da Universidade de Kanazawa, no Japão, relatando experimentos pioneiros com células vivas. No entanto, para que os microscópios AFM-3D evoluam para uma técnica amplamente aplicável para a visualização de estruturas moleculares flexíveis, é necessária uma compreensão completa dos mecanismos de imagem. Segundo o Inovação Tecnológica, para avançar esse conhecimento, Takeshi Fukuma e seus colegas realizaram um estudo detalhado de uma amostra flexível especialmente projetada, que trouxe informações essenciais sobre a base teórica e a interpretação dos dados AFM-3D.
29/07
A pira olímpica dos Jogos de Paris 2024, acesa no dia 26, permanecerá acesa até a conclusão do evento paralímpico, em 8 de setembro. A chama é perceptível mesmo durante o dia e se eleva a 60 metros ao anoitecer. É 100% elétrica, alinha às demandas de responsabilidade ambiental, destaca Engenharia 360. A pira olímpica de Paris 2024 representa um avanço em Design e Engenharia. Em vez de uma chama tradicional, tem um sistema que combina luz e vapor d’água. São 40 lâmpadas de LED e 200 vaporizadores que, juntos, criam um efeito visual de simulação de chama. Ou seja, não foi necessária a combustão, contribuindo para a redução das emissões de carbono durante o evento esportivo. O design da pira olímpica foi criado pelo mesmo profissional que desenhou a tocha olímpica, o designer francês Mathieu Lehanneur, que trabalha em uma variedade de campos, da arte ao design de produtos, de itens artesanais ao design que usa tecnologia de ponta. Seus projetos combinam inovação, ciência, arte. Ele desenhou uma pira olímpica simétrica, com base circular. Na parte superior há uma estrutura que lembra um balão, como o primeiro balão do tipo que voou no mundo, em 1783, sobre o Jardim das Tulherias, um marco na história da aviação. E por conta da tecnologia de Engenharia, economiza toneladas de gás, remetendo à sustentabilidade dos Jogos Olímpicos, alinhando com as metas globais de redução de emissões de carbono.
A publicação de um estudo na Nature revelando a produção de ‘dark oxygen’ a 4 mil metros de profundidade no oceano adicionou pressão às negociações da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA, em inglês) para uma moratória na exploração de minérios em águas profundas. A pesquisa de cientistas do Reino Unido, Alemanha e EUA descobriu que os nódulos polimetálicos, que as empresas de mineração querem extrair do oceano, podem estar produzindo o oxigênio escuro nas profundezas do mar, relata agência epbr. É uma evidência indicando uma fonte adicional de oxigênio, além do produzido pela fotossíntese de plantas e algas. Em um vídeo publicado pela agência Al Jazeera, o líder da pesquisa e professor da Associação Escocesa de Ciências Marinhas (SAMS), Andrew Sweetman, explica que a descoberta traz mais um elemento a ser levado em consideração nas discussões sobre exploração mineral submarina. “Para impulsionar a economia verde, precisamos extrair metais do solo ou potencialmente do oceano profundo. Então, o que descobrimos significa que teremos que pensar cuidadosamente. Se a mineração no oceano profundo for adiante, onde essa mineração deve ocorrer, porque esse oxigênio provavelmente está sendo usado em qualquer quantidade que seja produzida pelo ecossistema”, frisa o professor. Durante a reunião do conselho da ISA, o embaixador do Panamá, Roger González, defendeu que estudos de impacto são mais urgentes que a abertura para a exploração. “A notícia [de descoberta do oxigênio] reafirma que precisamos desacelerar as urgências pela exploração e dar tempo para que a ciência continue estudando os fundos marinhos para que possamos cuidar do tesouro que é o patrimônio comum da humanidade. É importante que a autoridade, no futuro próximo, faça uma apresentação sobre o impacto e a importância dessa descoberta”, ressaltou. A ISA está reunida há duas semanas na Jamaica para discutir um código de mineração segura e se libera ou não a exploração do leito marinho internacional, no que o grupo definiu como Area. Mas as negociações terminaram sem acordo sobre um código de mineração ― 27 dos 36 países que compõem o conselho da ISA se manifestaram a favor de uma moratória até que se conheça os possíveis impactos dessa atividade no mar e se desenhe um código de mineração segura. Nesta semana começa a reunião ampliada, na qual será discutida a proibição, liberação ou moratória.
A Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP) foi destaque no Prêmio ABCM 2023, na categoria Melhor Dissertação de Mestrado. O trabalho premiado tem como título ‘Investigação do fluxo crítico de calor e da ebulição em filme aplicada a trocadores de calor compactos em alta temperatura’, é de autoria de Thales Coimbra Borba Roldão, sob a orientação do professor Cristiano Bigonha Tibiriçá. O prêmio é concedido pela Associação Brasileira de Engenharia e Ciências Mecânicas (ABCM) para importantes contribuições acadêmicas nessa área do conhecimento. Ao todo, 46 trabalhos foram submetidos à avaliação dos julgadores, dos quais 12 na categoria de Dissertação de Mestrado. A entidade é um relevante agente de promoção da Engenharia e das Ciências Mecânicas no país, e atua para o desenvolvimento da área, estimulando pesquisas, inovações e intercâmbio de conhecimento. A ABCM conta com cerca de 900 membros, com formação em Engenharia Mecânica, Mecatrônica, Civil, Química, Aeroespacial, Naval, Petróleo, Materiais e Metalurgia, bem como em Física e Matemática Aplicada.
Uma tecnologia que usa a matemática para detectar talentos esportivos desenvolvida no Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria estará representada pelos atletas da Confederação Brasileira de Judô nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. O CeMEAI é um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão da FAPESP sediado no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo, em São Carlos. Chamado iSports, o software é baseado em modelos estatísticos. Foi concebido para ser uma espécie de “olheiro” esportivo, inicialmente aplicado ao futebol. O programa realiza testes e armazena resultados físicos e técnicos, gerando gráficos, tabelas e parâmetros que permitem aos profissionais da modalidade analisar os dados e interpretá-los, sendo uma ferramenta de auxílio para verificar o desempenho dos atletas. “O iSports pode ser usado para identificar, de forma mais objetiva, atletas que têm um desempenho acima da média dentro de um grupo e, assim, descobrir talentos”, explica um dos criadores da ferramenta virtual, Francisco Louzada Neto, professor do ICMC-USP e coordenador de Transferência de Tecnologia do CeMEAI. O projeto chamou a atenção de lideranças brasileiras esportivas de outras modalidades. Em 2020, nasceu o iSports Judô, com adaptações nas variáveis coletadas para as análises dos atletas. O interesse partiu de Leandro Carlos Mazzei, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e um dos responsáveis pela aplicação da pesquisa na Confederação Brasileira de Judô. O trabalho teve tanto sucesso que, em 2022, recebeu o prêmio de Esporte Inovação no Congresso Olímpico Brasileiro. Um dos autores ganhou a oportunidade de viver a experiência dos Jogos Olímpicos Paris 2024. Mazzei viajará com os embaixadores do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para a competição. “A ferramenta ajudou a monitorar alguns atletas que estão em Paris representando o judô brasileiro”, explica o professor. Ainda segundo Mazzei, o iSports contribuiu com a melhoria das informações de desempenho, incluindo testes de força, velocidade e resistência, informa a Agência Fapesp.
Uma nova pesquisa sugere que a pirâmide de Djoser, também chamada de pirâmide de degraus e considerada a mais antiga das pirâmides do Egito, pode ter sido construída com o auxílio de um elevador hidráulico, começa matéria da Galileu. A descoberta foi descrita em um artigo publicado na última quinta-feira (25) na revista PLOS ONE, e indica que tecnologias e sistemas hidráulicos existiram muito antes do que se imaginava, há cerca de 4,5 mil anos. Um elevador hidráulico consiste em um dispositivo que transmite a pressão aplicada por um líquido em uma de suas colunas a todos os pontos do sistema. Como resultado, é possível aplicar uma força menor do que a realmente necessária para levantar um objeto. Na construção de Djoser, o mecanismo poderia ter movimentado os grandes blocos de pedra que formam a pirâmide, ajudando a elevá-los do chão para o topo – uma técnica que nunca havia sido registrada naquele local ou período. A pirâmide de Degraus foi a primeira a ser construída, estabelecendo esse modelo funerário tão característico dos faraós egípcios. Com uma altura de aproximadamente 60 a 62 metros, ela foi construída pelo rei Djoser por volta de 2630 a.C., e considerada o túmulo mais alto de sua época. Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores analisaram a estrutura interna da pirâmide. Eles observaram que ela foi construída em um “estilo vulcão”, utilizando da pressão da água para empurrar as pedras em seus devidos lugares. Mas, de onde essa água poderia ter vindo — e como ela foi conduzida ao mecanismo do elevador hidráulico? Uma das mais antigas estruturas de pedra, chamada Gisr el-Mudir, pode ter funcionado como uma barragem para reter sedimentos e água. A topografia da estrutura sugere a presença de um possível lago temporário a oeste do complexo onde Djoser está localizada, com um fluxo de água ao seu redor, semelhante a um fosso.