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Acesso em 05/06/2025 às 17h18.

Área Tecnológica na Mídia – 26/08/2024 a 30/08/2024

Confira as notícias do dia

30 de agosto de 2024, às 11h05 - Tempo de leitura aproximado: 38 minutos

30/08

O Centro de Estudos de Energia e Petróleo (Cepetro) da Unicamp ganhou na terça-feira (27) um núcleo de excelência em pesquisas sobre a transição energética. Chamado de ETCR – da sigla em inglês para Centro de Pesquisas para Transição Energética –, o hub resulta de um acordo entre a Universidade e a multinacional francesa TotalEnergies, que prevê R$ 36 milhões em investimentos. O novo centro receberá projetos de desenvolvimento de tecnologias e infraestrutura para a descarbonização da produção e exploração de petróleo e gás e estudos relacionados à energia solar, captura e sequestro de carbono, biogás e armazenamento de energia em baterias. Com 85 pesquisadores, o ETCR já conta com 11 projetos em andamento. O reitor Antonio José de Almeida Meirelles lembrou o projeto do HUB Internacional de Desenvolvimento Sustentável (HIDS), em processo de implantação no campus de Barão Geraldo (Campinas) da Unicamp. O projeto pretende reunir empresas de tecnologia em um espaço urbano sustentável, que soma 11,3 milhões de metros quadrados. O reitor convidou a empresa francesa para montar um novo centro de pesquisa dentro do HIDS. A diretora de pesquisa da TotalEnergies, Isabel Waclawek, lembrou que a empresa inaugurou três núcleos de pesquisa com universidades brasileiras com foco na transição energética – Unicamp, USP e UFRJ. Ao todo, serão 41 projetos, somando R$ 181 milhões em investimentos. O novo hub pretende promover melhorias no setor de energia renovável. Um dos projetos do ETRC deve investigar a evolução do processo de produção de biogás. Outros cinco projetos do ETRC visam a desenvolver soluções tecnológicas para melhorar a segurança e o desempenho de usinas de energia solar. Coordenados por Tárcio Barros, professor da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (Feec) da Unicamp e coordenador do Laboratório de Energia e Sistemas Fotovoltaicos, os projetos vão abordar o desenvolvimento de um sistema de detecção e interrupção de arcos elétricos em usinas solares, um fenômeno que pode causar incêndios; o monitoramento de usinas em tempo real para detectar anomalias e quedas de performance; e o uso de inteligência artificial para a modelagem de dados reais em sistemas de geração solar.

 

Estudo publicado na revista Applied Soil Ecology analisou o impacto da desertificação da Caatinga e constatou que a degradação reduz em mais de 50% a funcionalidade do solo, reduzindo a capacidade de sustentar o crescimento das plantas e promover bem-estar humano e animal. Outra consequência apontada no artigo é a diminuição do sequestro de carbono. A investigação foi conduzida por cientistas da Universidade Federal do Ceará (UFC) e do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) da USP, registra a Exame. Foram analisadas 54 amostras de terra obtidas em temporadas de seca e de chuva, em três diferentes territórios do Núcleo de Desertificação de Irauçuba, no norte do Ceará, sendo que cada um deles conta com áreas de vegetação nativa, degradada e restaurada. A redução de mais de 50% na funcionalidade do solo foi calculada por meio de diversas análises físicas, biológicas e químicas em áreas degradadas pela ação humana. Do ponto de vista físico, observou-se um solo bastante comprometido, principalmente pela compactação causada pelo pisoteio dos animais. “Esse fenômeno reduz a porosidade, impedindo a infiltração de água e, consequentemente, acaba acelerando o processo de erosão do solo”, explica Antonio Yan Viana Lima, doutorando na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, pesquisador do RCGI. “Do ponto de vista biológico, os indicadores de composição microbiana, teores de carbono e atividade enzimática mostraram-se favoráveis para o crescimento da vegetação e para o sequestro de carbono”, detalha Lima. “Mas vimos pouca variação dos indicadores químicos entre as áreas estudadas, inclusive entre aquelas restauradas e degradadas. Isso demonstra que os componentes biológicos são importantes indicadores de saúde do solo, porque prontamente respondem a perturbações humanas”, complementa. “Nas áreas restauradas, constatamos que, ao impedir a ação do homem, é possível atingir índices físicos, químicos e biológicos próximos de sua composição original”, conta Arthur Pereira, professor da UFC e coordenador do estudo. As áreas restauradas são campos que há mais de duas décadas foram totalmente cercados no intuito de impedir a ação do homem e a circulação de animais. Nesses campos, não foi plantada nenhuma espécie porque a proposta era verificar se a vegetação conseguiria se regenerar naturalmente sem essas interferências. O estudo utilizou a ferramenta Soil Management Assessment Framework (SMAF) no semiárido. Usada para avaliar a saúde do solo, essa ferramenta se baseia em cálculos, realizados por algoritmos, que colocam os resultados dos fatores analisados em uma escala de zero a 100, sendo 100 o mais positivo. A partir disso, chega a um número final que corresponde a um índice de saúde do solo.

 

A Nasa está construindo um telescópio espacial de infravermelho para caçar asteroides que podem representar um perigo para o planeta. O NEO Surveyor tem o lançamento previsto para o final de 2027 e ficará em uma região entre a Terra e o Sol. O objetivo é que localize objetos como asteroides e cometas escuros, que não refletem muita luz visível, relata a CNN Brasil. O equipamento está sendo construído no Laboratório de Propulsão a Jato da agência espacial americana, no sul da Califórnia. É o primeiro telescópio espacial da agência projetado especificamente para defesa planetária. “Nosso objetivo é encontrar, rastrear e caracterizar os objetos com maior chance de atingir a Terra. No processo, aprenderemos muito sobre as origens e evolução”, disse Amy Mainzer, diretora de pesquisa do NEO Surveyor e professora da Universidade da Califórnia. Para rastrear os objetos próximos da Terra conforme se aproximam, o telescópio utiliza uma tecnologia que consegue detectar duas faixas de luz infravermelha — invisíveis ao olho humano. Esses corpos, não importa o quanto escuros sejam, emitem esse tipo de radiação, possibilitando a identificação pelo Surveyor. Do tamanho de um conjunto de lavadora e secadora, o equipamento será capaz de medir esses objetos, o que é difícil para os outros instrumentos que já estão em órbita.A missão que constrói o NEO faz parte da meta determinada pelo Congresso dos EUA de descobrir e caracterizar pelo menos 90% dos objetos próximos da Terra que podem causar danos ao planeta.

 

Engenheiros desenvolveram um dispositivo de refrigeração ecológico com desempenho de resfriamento recorde no mundo para a tecnologia empregada, com potencial para revolucionar indústrias dependentes de resfriamento e reduzir o uso global de energia. Com um aumento na eficiência de mais de 48%, a nova tecnologia de resfriamento elastocalórico fica mais perto da comercialização, podendo competir com os sistemas de refrigeração e ar-condicionado atuais. As geladeiras e aparelhos de ar-condicionado atuais funcionam por um sistema de compressão de vapor, no qual um compressor bombeia continuamente fluidos refrigerantes, forçando-o a mudar de pressão, o que permite retirar o calor de dentro do refrigerador e lançá-lo no ambiente. A refrigeração elastocalórica, por sua vez, é de estado sólido, funcionando com base na transição de fase cíclica de materiais conhecidos como ligas com memória de forma (ou SMAs, de Shape Memory Alloys), dispensando o compressor mergulhado em óleo e os problemáticos gases refrigerantes, explica o Inovação Tecnológica.

29/08

Pesquisadores do Grupo Boticário desenvolveram um protótipo de batom que pigmenta os lábios de forma automática por meio de inteligência artificial. A tecnologia, com pesquisa 100% brasileira, foi projetada para proporcionar autonomia na aplicação do cosmético. O projeto tem o apoio da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), BNDES, Sebrae e da startup Neurobots. O protótipo, que tem estudos de elaboração há mais de sete anos, aplica o batom nos lábios sem borrar, por por meio de um sensor instalado em câmeras que monitoram os limites da mucosa, diferenciando a pele dos lábios e do rosto para a aplicação. Por meio de uma foto e utilizando inteligência artificial, o sistema reconhece o lábio e envia as coordenadas para a aplicação. A partir daí, a máquina aplica o batom escolhido com precisão. “O ‘batom inteligente’ é um avanço tecnológico e um movimento importante na direção de uma sociedade mais inclusiva e diversa. Com esse projeto temos o objetivo de empoderar pessoas com deficiência visual ou com limitações motoras nos membros superiores”, ressaltou Gustavo Dieamant, diretor-executivo do Grupo Boticário. O aparelho tem indicações sonoras para sinalizar o início e o final da aplicação, para auxílio do posicionamento do rosto e um display inteligente. A equipe de desenvolvimento do protótipo tem estudado outros mecanismos para torná-lo o mais acessível possível. Eduardo Peixoto, CEO da Unidade Embrapii de Produtos Conectados, destaca que as parcerias no protótipo se alinham à missão da unidade. “A tecnologia e a inclusão precisam estar conectadas. A colaboração resultou em um dispositivo capaz de impactar milhões de pessoas com deficiência”, ressaltou.

 

O Brasil é responsável por 8% do consumo mundial de fertilizantes, sendo o potássio o principal nutriente aplicado nas lavouras. Cerca de 96% do potássio que o país consome é importado. Entretanto, é possível obter esse mineral a partir de resíduos da indústria sucroenergética, como a vinhaça. “Em 150 metros cúbicos de vinhaça encontramos, em média, 340 quilos de potássio. Importamos esse insumo, sobretudo nitrato de potássio, enquanto jogamos fora uma imensa quantidade dele”, disse a química Roselena Faez, professora titular da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), campus de Araras, à Agência Fapesp. Com seus orientandos do Programa de Pós-Graduação em Agricultura e Ambiente, ela vem tentando encontrar meios de reutilizar o potássio e o nitrogênio da vinhaça, gerada pela indústria da cana. Para cada litro de etanol produzido são gerados de 12 a 18 litros de vinhaça. A professora e a mestrando Milena Maria Antonio usaram as cinzas resultantes da queima do bagaço da cana para retirar esses nutrientes da vinhaça. O estudo foi publicado no Journal of Environmental Management. O bagaço da cana-de-açúcar é fonte de energia para a indústria, que queima o material. A combustão acontece em altos-fornos, sem parâmetros controlados, e gera basicamente dois resíduos: fuligem e cinzas. “As cinzas têm material carbonáceo, consistindo em uma parte de carbono e sílica. Trata-se de um material poroso, que ajuda no processo de adsorção. Existem vários projetos para uso desse resíduo, principalmente como aditivo para material cerâmico, tijolo, asfalto. Mas utilizar as cinzas não modificadas para recuperar nutrientes da vinhaça é inédito”, frisou. De acordo com Roselena Faez, muitos pesquisadores trabalham para melhorar a capacidade de sorção (adsorção e/ou absorção) das cinzas com modificação superficial das partículas ricas em sílica. “A intenção era pegar dois resíduos brutos e saber fazer com eles, num processo com o menor gasto energético e que gerasse dois produtos interessantes. Usamos as cinzas após simples lavagem e secagem. Quanto menos processamento, mais fácil será convencer a indústria sucroalcooleira a inserir essa nova etapa no processo produtivo”, detalhou. O rejeito representa um problema por demandar muito oxigênio para decompor a matéria orgânica. Rica em potássio, além de fósforo e nitrogênio, é usada como fertilizante, diretamente no solo, às vezes diluída. “Colocada diretamente no campo, pode provocar acidificação e salinização do solo”, afirmou.

 

No alto de uma montanha, no Deserto do Atacama, no Chile, o Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) está construindo o maior telescópio óptico do mundo, que será chamado Telescópio Extremamente Grande (ELT, na sigla em inglês) e deve começar a coletar imagens em 2028 — e provavelmente vai ampliar a compreensão do Universo. Nada disso seria possível sem alguns dos espelhos mais avançados já fabricados, reporta a BBC. Elise Vernet, especialista em óptica adaptativa no ESO, supervisiona o desenvolvimento dos cinco espelhos gigantes que vão captar e canalizar luz para o equipamento de medição do telescópio. O espelho primário, o M1, é o maior espelho já fabricado para um telescópio óptico. “Tem 39 metros de diâmetro, é composto por [798] segmentos de espelho hexagonais, alinhados para que se comporte como um espelho monolítico perfeito”, explica Vernet. O M1 vai captar 100 milhões de vezes mais luz do que o olho humano — e deve ser capaz de manter sua posição e forma com um nível de precisão 10 mil vezes mais refinado que um fio de cabelo humano. O M4 é o maior espelho deformável já fabricado — e será capaz de mudar de forma 1.000 vezes por segundo para corrigir a turbulência atmosférica e as vibrações do próprio telescópio que poderiam distorcer as imagens. Sua superfície flexível é composta por seis pétalas de um material vitrocerâmico com menos de 2 mm de espessura. As pétalas foram fabricadas pela Schott em Mainz, na Alemanha, e enviadas à empresa de engenharia Safran Reosc, nos arredores de Paris, onde foram polidas e montadas para formar o espelho completo. Todos os cinco espelhos estão quase prontos e, em breve, vão ser transportados para o Chile, onde vão ser instalados. Enquanto esses espelhos enormes serão usados para capturar a luz do cosmos, cientistas do Instituto Max Planck de Óptica Quântica, em Garching, na Alemanha, criaram um espelho quântico para operar nas menores escalas que se possa imaginar. Em 2020, uma equipe de pesquisa foi capaz de fazer uma única camada de 200 átomos alinhados se comportarem coletivamente para refletir a luz, criando um espelho tão pequeno que não pode ser visto a olho nu. Em 2023, conseguiram colocar um único átomo controlado microscopicamente no centro da matriz para criar um “interruptor quântico”, que pode ser usado para controlar se os átomos são transparentes ou refletores. “O que os teóricos previram, e nós observamos experimentalmente, é que nessas estruturas ordenadas, uma vez que você absorve um fóton, e ele é reemitido, na verdade se emite [em uma direção previsível], e é isso que o torna um espelho”, diz Pascal Weckesser, pesquisador de pós-doutorado do instituto. A capacidade de controlar a direção da luz refletida pelo átomo pode ter aplicações futuras em diversas tecnologias quânticas — como, por exemplo, redes quânticas à prova de hackers para armazenar e transmitir informações.

 

A natureza tem sido uma fonte de inspiração essencial para muitos dos sucessos que a humanidade vem alcançando na produção de novos materiais. Mas há uma curiosidade interessante: Mesmo tendo todos os elementos químicos à sua disposição desde que a Terra foi criada, a natureza não costuma “fabricar” coisas metálicas, algo que a tecnologia humana gosta tanto. […] Na metalurgia humana, altas temperaturas e altas pressões são essenciais para derreter e moldar os metais. Na “metalurgia natural”, a forma como os metais são incorporados em materiais quitinosos na natureza, tudo é muito mais suave, acontecendo nas amenas condições ambientais. Os compostos metálicos encontrados, por exemplo, nas cutículas dos artrópodes, como as cascas dos caranguejos, só entram na receita nos estágios finais do desenvolvimento da quitina – a quitina primeiro endurece em uma casca por meio do curtimento e da desidratação, e só então os metais presentes no ambiente são incorporados a ela. A equipe descobriu que é assim também que os compostos metálicos são introduzidos na quitosana, que é um derivado da quitina. E, ao copiar esse processo, eles foram capazes de formar compostos metálicos sólidos sob temperatura e pressão ambientais apenas introduzindo quantidades muito pequenas de quitosana e água entre partículas de vários metais. Quando a água evapora, as moléculas de quitosana replicam o processo de consolidação nas cutículas, puxando as partículas metálicas com tanta força que elas se tornam um sólido contínuo com 99,5% de metal, explica o Inovação Tecnológica.

28/08

Exemplo de relevância da contribuição científica da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP), Mounir Khalil El Debs, professor sênior do Departamento de Engenharia de Estruturas, recebeu o Prêmio Mete A. Sozen de Excelência em Pesquisa Estrutural, promovido pelo Instituto Americano de Concreto (ACI), uma das principais entidades mundiais da área de tecnologia e de estruturas de concreto. Em 52 edições da premiação, é a primeira vez que um autor brasileiro é condecorado. A premiação, que acontece desde 1972, é dada aos autores de artigos de destaque publicados no ACI Structural Journal, que descrevam conquistas em pesquisa experimental ou analítica, que avancem a teoria ou prática da Engenharia Estrutural e recomendem como as pesquisas podem ser aplicadas ao projeto. O prêmio foi concedido ao docente por sua coautoria no artigo ‘Transição entre cisalhamento e punção em lajes de concreto armado: revisão e previsões com expressões de código ACI’ na publicação considerada uma das mais conceituadas na área de estruturas de concreto. “O artigo propõe uma estratégia relativamente simples e eficiente para a verificação da resistência ao cisalhamento de lajes de pontes, considerando os diferentes mecanismos de ruptura possíveis para essas lajes. Do ponto de vista mais prático, a metodologia proposta visa a indicar se lajes que foram projetadas décadas atrás para suportar veículos mais leves podem ser submetidas aos maiores carregamentos previstos nas normas técnicas atuais”, explica El Debs. O trabalho foi desenvolvido no doutorado e pós-doutorado de Alex de Sousa, com colaboração da professora Eva Lantsoght (Universidad San Francisco de Quito e da Technische Universiteit Delft). Os autores foram convidados para apresentá-lo no ACI Fall Convention de 2024, que será realizado na Filadélfia, em novembro. Além desse prêmio, a pesquisa recebeu menção honrosa no Prêmio Pós-Doc USP 2023.

 

As áreas campestres estão em todos os continentes, com exceção da Antártica, e cobrem 40% de toda as terras emersas globais. Recebem muitos nomes, incluindo pradarias, pampas, estepes e savanas. Apesar da presença marcante, ainda são objeto de poucas pesquisas, o que prejudica a adoção de iniciativas e políticas públicas para a sua preservação. Para compreender mais esses ambientes, um grupo internacional de pesquisadores ligados à NutNet (Nutrient Network), rede global com foco em análises de áreas campestres, publicou um estudo analisando as variações desses ecossistemas nos seis continentes, ao longo de quase 40 anos. A pesquisa foi publicada na revista Nature Ecology & Evolution, do grupo Nature, e teve a colaboração de Lucíola Santos Lannes, professora da Faculdade de Engenharia da Unesp, campus de Ilha Solteira. Combinando análises de imagens de satélite e pesquisas de campo, o grupo constatou que, enquanto regiões mais úmidas e quentes tiveram um aumento da biomassa das áreas campestres, locais secos e com menor biodiversidade apresentaram uma diminuição dessas áreas, destaca o Jornal da Unesp. Os pesquisadores utilizaram imagens de satélite para observar as alterações na biomassa de 84 regiões, coletadas entre 1984 e 2020. Para medir as alterações que ocorreram no período, foi empregado um índice de vegetação chamado NDVI, sigla para Normalized Difference Vegetation Index. Esse indicador é utilizado em observações via sensoriamento remoto que medem a quantidade, saúde e vigor da vegetação em uma determinada área. Basicamente, o NDVI funciona como um ‘termômetro’ da vegetação, indicando quão viva está a partir de cores de luz que as plantas refletem. Quando a planta está saudável, reflete muito infravermelho e pouco vermelho, informação que é identificada pelo NDVI para gerar uma pontuação: quanto mais alto o número, mais viva a planta está; quando a área não tem vegetação ou a vegetação está morrendo, o número é baixo ou negativo. Para complementar as análises, os pesquisadores conduziram estudos de campo para garantir a precisão obtida pelo NDVI. Os resultados revelaram que as áreas campestres sofreram variações no mundo inteiro, chegando a índices expressivos – aumento de biomassa de até 51% em alguns lugares e decréscimo de 34% em outros. As regiões com maiores aumentos de biomassa incluem o Ártico, noroeste do Pacífico e Europa Ocidental, enquanto áreas áridas na Austrália, Argentina e Califórnia apresentaram maiores declínios.

 

Enquanto a China busca avançar no desenvolvimento de robôs humanoides e cadeias de suprimentos apresentam peças mais baratas e inovadoras na conferência mundial de robôs em Pequim, alguns executivos alertam que o setor ainda precisa melhorar a confiabilidade de seus produtos, reporta a CNN Brasil. A Wisson Technology, conhecida por seus manipuladores robóticos flexíveis, não depende de motores e redutores — dispositivos de transmissão comumente usados em robótica. Em vez disso, usa plásticos impressos em 3D e utiliza músculos artificiais pneumáticos em seus robôs. Essa forma mais barata de produção permite que o preço dos braços flexíveis da empresa seja cerca de um décimo do cobrado por braços robóticos tradicionais, disse Cao Wei, investidor da Wisson por meio da empresa de capital de risco Lanchi Ventures, da qual é sócio. A tecnologia flexível dará início a braços robóticos a um custo de cerca de 10.000 yuans (cerca de R$ 7.700), afirma a Wisson. “Os braços maleáveis [da Wisson] podem ser usados em humanoides”, disse Cao, acrescentando que a empresa já forneceu amostras para empresas estrangeiras que fabricam robôs humanoides. Yi Gang, fundador da Ti5 Robot, com sede em Xangai, especializada em juntas integradas, destacou alguns dos problemas que vê na cadeia de suprimentos de robótica. “Toda a cadeia de suprimentos precisa resolver os problemas de confiabilidade dos produtos”, disse Yi. Devido às taxas de defeitos, sua empresa só pode fabricar produtos em volumes de até 1.000 unidades. O esforço de robótica da China é apoiado pela política do presidente Xi Jinping de desenvolver “novas forças produtivas” em tecnologia. Na China, o maior mercado do mundo para robôs industriais, a tecnologia está mudando a cara dos setores tradicionais, como manufatura, automóveis, agricultura, educação, bem como saúde e serviços domésticos. Gao Jiyang, fundador da startup Galaxea AI, que desenvolve hardware de robôs e IA incorporada, disse que o aumento da direção inteligente está levando a avanços na robótica. “A direção autônoma significa carros com IA, que também são um tipo de robô“, disse Gao.

 

Pesquisadores desenvolveram uma técnica para imprimir filmes finos de óxido metálico em temperatura ambiente, um passo essencial para baratear tecnologias eletrônicas de amplo uso e ainda viabilizar novas tecnologias que esperam melhores condições técnicas para sair de vez dos laboratórios. Os óxidos metálicos já são encontrados em quase todos os dispositivos eletrônicos porque a maioria deles é eletricamente isolante, o que os torna o par perfeito para os semicondutores, explica o Inovação Tecnológica. Mas alguns óxidos metálicos altamente promissores são bons condutores elétricos e ainda são transparentes, o que torna esses óxidos extremamente importantes noutras aplicações, por exemplo, para a construção de telas sensíveis ao toque. […] A técnica é essencialmente uma maneira de separar a camada de óxido do seu metal. Para isso, a equipe usou um menisco de metal líquido. Um menisco é a superfície curva do líquido que se estende além da boca de um tubo ao ser preenchido com um líquido. Ele é curvo por causa da tensão superficial, que impede que o líquido vaze completamente. No caso dos metais líquidos, a superfície do menisco é coberta com uma fina película de óxido metálico que se forma onde o metal líquido encontra o ar.

27/08

Contando com a participação da SpaceX, a Polaris Dawn visa a ser a primeira missão não governamental envolvendo uma caminhada no espaço. Caso tenha êxito, será o ‘spacewalk’ a maior altitude já realizado, 700 km acima da Terra. Em comparação, a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) circunda o planeta a 400 km de altura. Outra meta é ultrapassar o atual recorde de altitude de voo, de 1.373 km, estabelecido em 1966 pela missão Gemini 11 da Nasa, relata Deutsche Welle Brasil. O lançamento, programado para segunda-feira, foi adiado para quarta-feira (28). A missão com financiamento privado orbitará por meio dos cinturões de Van Allen. Há duas dessas regiões de alta carga radioativa, uma interna e uma externa, e os astronautas tendem a evitá-las. No entanto, para viajar até Marte será preciso sobreviver a essa travessia. Os quatro astronautas da Polaris Dawn testarão uniformes espaciais, projetados pela companhia de Elon Musk para protegê-los da radiação dos cinturões de Van Allen. A SpaceX também fornece a nave espacial, um foguete Falcon 9, além de uma cápsula Dragon para a tripulação. A tripulação é formada pelo comandante Jared Isaacman, o piloto Scott Poteet, a especialista Sarah Gillis e a médica Anna Menon. Primeira de um programa de três partes, a missão foi ideia de Isaacman, um empreendedor bilionário americano que fez fortuna com pagamentos digitais e defesa militar. Antes ele patrocinou e voou na primeira missão civil a orbitar a Terra, a Inspiration 4, da SpaceX. Descobertos pelo físico americano James van Allen, em 1958, os cinturões que levam seu nome se compõem de partículas eletricamente carregadas, fixadas no espaço pela magnetosfera terrestre – captura as partículas radioativas de alta energia, protegendo o planeta de tempestades solares e outras ameaças espaciais. Os cinturões começam a 680 km da superfície da Terra, e estima-se que se estendam a até 40 mil km. O interno, centrado a 3 mil km de distância, é formado por raios cósmicos que interagem com a atmosfera terrestre e contém prótons; enquanto cinturão o externo retém as partículas de alta energia do Sol, contendo elétrons, e está centrado de 15 mil a 20 mil km. Ao expor os tripulantes a níveis radioativos mais elevados do que os da ISS, a caminhada espacial é parte de um experimento científico sobre os efeitos dessas viagens sobre a biologia humana. A partir dos dados coletados, serão criados bancos de dados biológicos para pesquisa (biobanks). Entre os altos riscos conhecidos das viagens espaciais, será estudado como afetam a visão e a estrutura cerebral. Outro objeto de pesquisa é a doença de descompressão (decompression sickness, DCS), que ocorre quando a mudança de pressão faz o nitrogênio do organismo borbulhar, causando embolia gasosa e danificando tecidos. Todas as informações fornecidas pela Polaris Dawn serão integradas em missões espaciais futuras. Em 2025, a Nasa planeja enviar astronautas para além dos cinturões de Van Allen para aterrissarem na Lua e mais tarde seguirem para Marte.

 

Cientistas estão usando bactérias para ajudá-los a extrair metais raros, que são vitais no desenvolvimento de tecnologia verde. Sem isso, dizem, há o risco de faltar matéria-prima para construir turbinas, carros elétricos e painéis solares, reporta Um Só Planeta. O trabalho, que está sendo liderado pela Universidade de Edimburgo, visa a obter lítio, cobalto, manganês e outros minerais de baterias velhas e equipamentos eletrônicos descartados. “Se vamos acabar com nossa dependência de petroquímicos e recorrer à eletricidade para aquecimento, transporte e energia, nos tornaremos cada vez mais dependentes de metais”, disse a professora Louise Horsfall. “Todos esses fotovoltaicos, drones, máquinas de impressão 3D, células de combustível de hidrogênio, turbinas eólicas e motores para carros elétricos exigem metais, muitos deles raros, que são essenciais para suas operações”, frisou. Ela ressaltou que é preciso desenvolver a economia circular para que os minerais sejam reutilizados sempre que possível. “Há uma quantidade finita desses metais na Terra e não podemos nos dar ao luxo de jogá-los fora como lixo. Precisamos de novas tecnologias de reciclagem”, destacou. A chave para isso são bactérias. Segundo a professora, algumas podem sintetizar nanopartículas de metais. “Acreditamos que fazem isso como um processo de desintoxicação. Basicamente, se prendem a átomos de metal e os cospem como nanopartículas para que não sejam envenenadas”, detalhou. Os cientistas pegaram resíduos de baterias eletrônicas e carros, os dissolveram e usaram bactérias para se prenderem a metais específicos nos resíduos e depositá-los como produtos químicos sólidos. Inicialmente, o processo foi feito com manganês e, na sequência, com níquel e lítio. Em outra etapa, foi usada uma cepa diferente de microrganismos e extraído cobalto e, novamente, níquel. A próxima parte do processo será demonstrar que esses metais, uma vez removidos do lixo eletrônico, podem ser usados como insumos de novas baterias ou dispositivos. No futuro, Louise Horsfall e sua equipe planejam usar versões das bactérias editadas por genes para aumentar a produção.

 

A transição energética passa pelo armazenamento adequado de energia — em pequena escala, nos veículos elétricos; em larga escala, nas redes de distribuição de eletricidade. As baterias são peças-chave na descarbonização da economia, porém precisam ser duráveis, ter boa autonomia e o carregamento deve ser rápido e fácil. Os investimentos em baterias avançam. De 2018 para cá, os aportes somam US$ 150 bilhões, aumento de oito vezes para veículos elétricos (EV) e cinco vezes para os outros sistemas de estoque de energia. Do total, US$ 115 bilhões foram para os VE, informa o relatório Batteries and Secure Energy Transitions, divulgado pela Agência Internacional de Energia (IAE, em inglês). As perspectivas para o Brasil são as melhores. “Em breve, seremos os produtores das baterias mais sustentáveis do mundo”, afirma Marcos Berton, chefe do Instituto Senai de Inovação e Eletroquímica, em conversa com o NeoFeed. O Brasil é rico tanto nas matérias-primas quanto nas fontes de energia renovável usadas na fabricação das baterias. As jazidas de lítio, cobalto, manganês e níquel, entre outros minerais, se somam à abundância de sol e vento para o funcionamento dos painéis fotovoltaicos e das turbinas eólicas. O entrave está no meio da cadeia. Os minerais extraídos são exportados e refinados lá fora. Voltam importados, principalmente da China, como baterias. “Precisamos aprender a produzi-las “, diz Berton. Vários centros de pesquisa vêm se dedicando a desenvolver um ecossistema nacional de produção de baterias. Muitos estão focados nas baterias à base de íon-lítio, por enquanto, as mais competitivas do mercado. Recarregáveis, são capazes de guardar até o triplo de energia, em espaços compactos, se comparado às outras formas de estocagem. “Hoje, as baterias de íons de lítio são uma pedra angular das economias modernas, tendo revolucionado os dispositivos eletrônicos e a mobilidade elétrica”, registra um documento da IEA. A iniciativa brasileira mais recente é liderada por Berton, resultado da parceria entre o Senai, um pool de 28 companhias (27 privadas) e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Ao custo de R$ 68,5 milhões, uma fábrica-piloto está em construção em Curitiba para testes e desenvolvimento das células cilíndricas e prismáticas de íon-lítio. Consideradas o coração da bateria, essas estruturas são formadas pelos componentes responsáveis pelo armazenamento de energia: cátodo, ânodo, separador e eletrólito. A planta pretende criar as bases de uma fabricação nacional, em escala industrial. E funcionará em paralelo com outro braço do projeto, em Pernambuco, inaugurado também em agosto. Ali a meta é montar uma linha de produção automatizada, capaz de realizar todas as etapas do processo até o produto final. Isso inclui uma plataforma, à base de inteligência artificial, para monitorar e gerenciar o desempenho das baterias, como a eficiência do carregamento e o risco de pegar fogo, entre outros funcionamentos. As fábricas de baterias do Senai estão no âmbito do Programa Nacional de Mobilidade Verde, o Mover. Lançado no final de 2023, o projeto do governo federal prevê incentivo fiscal para as empresas que invistam em descarbonização — para cumprir a meta de reduzir em 50% das emissões do país até 2030.

 

Cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, apresentaram mais um avanço na promissora área das células solares de perovskita, um material semicondutor inovador que apresenta até mesmo um novo princípio fotovoltaico. As perovskitas vêm revolucionando vários campos da tecnologia não apenas por apresentar vantagens técnicas em relação aos materiais tradicionais, mas também porque pode criar dispositivos fotônicos – como células solares e LEDs – por meio de técnicas de impressão, o que é muito mais barato do que as técnicas da microeletrônica tradicional. Shuaifeng Hu e seus colegas desenvolveram uma abordagem de fabricação que permite gerar grandes quantidades de eletricidade solar sem a necessidade de construir paineis solares rígidos e pesados, como o são aqueles à base de silício comercializados hoje. Em vez disso, a tecnologia fotovoltaica funciona revestindo com o novo material à base de perovskita as superfícies de objetos cotidianos – de mochilas e celulares até carros e prédios, explica o Inovação Tecnológica. […] O avanço foi possível com uma técnica que empilha várias camadas absorventes de l   uz para compor uma célula solar. Coletando uma gama mais ampla do espectro de luz, mais energia é gerada a partir da mesma quantidade de luz solar – o termo perovskita não se refere a um material específico, como o silício ou o telureto de cádmio, outros principais concorrentes no campo fotovoltaico, mas a toda uma família de compostos, o que permite fabricar as chamadas células solares multijunção, ou “empilhadas”.

26/08

A mestranda Beatriz Ribeiro Zanon criou o site Cientistas Brilhantes para divulgar as histórias e a contribuição de cientistas mulheres nas áreas de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas. A página é resultado de seu trabalho de mestrado em Ensino de Astronomia pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP. “Em 2023, fiz um curso de formação de professores de Astronomia Geral pelo IAG, conheci o mestrado profissional e me identifiquei, pois trabalho questões de gênero na escola e achei que poderia fazer um projeto relacionado ao Astrominas”, explicou a pesquisadora ao Jornal da USP. O site de divulgação científica disponibiliza materiais didáticos, indicações de filmes e livros, imagens e um glossário que une as três áreas do conhecimento do IAG. O mestrado é desenvolvido sob a orientação da professora Andrea Teixeira Ustra e contribui para o quinto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, que diz respeito à igualdade de gênero. Beatriz planeja uma ampliação do site, com a criação de uma área com jogos didáticos. Beatriz lembra das mulheres que marcaram seu trabalho, com destaque para a professora Elysandra Cypriano, coordenadora do projeto Astrominas. “Ela torna a ciência acessível e mostra que é possível conciliar a vida pessoal e profissional. Casada, com filha, com superideias, trabalha com coletivo, é interdisciplinar e acredita na educação”, frisou. Ela comentou como a comunidade do IAG tem enfrentado a questão da igualdade de gênero: “O IAG desenvolve algo incrível com o Astrominas, incentivando tantas garotas e divulgando o trabalho feito por mulheres. O Projeto Cecília, que leva conhecimento às escolas públicas, também é excelente, com monitoras mulheres. A cada ano, o IAG tem crescido em relação às questões de gênero”, pontuou.

 

A Fapesp e Claro lançaram no dia 21 uma chamada de propostas para a criação de um Centro de Pesquisa em Engenharia/Centro de Pesquisa Aplicada (CPE/CPA) para o desenvolvimento de soluções em conexão 5G e inteligência artificial (IA) generativa para três áreas: smart cities, indústria 4.0 e agro. O programa CPE/CPA prevê a constituição de centros apoiados pela Fundação em parceria com empresas ou entidades do governo, com a finalidade de promover financiamento de longo prazo e executar projetos que colaborem para a formação de um centro de pesquisa de classe mundial. Adicionalmente, o centro deve desenvolver meios efetivos de transferência de tecnologia, educação e disseminação do conhecimento. “Trata-se do maior programa de cooperação em pesquisa entre a academia e empresas do país”, disse Marco Antonio Zago, presidente da Fundação, à Agência Fapesp. Participará do centro um cientista indicado pela Claro, que terá prerrogativas de um pesquisador visitante na instituição-sede e atuará como vice-diretor do CPE. O plano do CPE selecionado deverá incluir pesquisa nas três áreas da chamada – Smart Cities, Indústria 4.0 e Agro – explorando o máximo possível as sinergias e complementaridades. Na vertical Smart Cities, espera-se que o novo centro busque pesquisas que visem a disseminar a aplicação da conectividade em toda a infraestrutura urbana, de forma a habilitar o planejamento, a operação e a otimização dos serviços públicos baseados em dados com coleta e transmissão em tempo real, tendo como foco três principais frentes: mobilidade, segurança e sustentabilidade. Na vertical Agro deverão ser conduzidas pesquisas que acelerem a disponibilidade de conectividade no campo para habilitar a comunicação e o monitoramento ativo de toda a cadeia de produção agropecuária. Na vertical Indústria 4.0, o propósito principal será desenvolver soluções e aplicações de baixo custo que possam otimizar processos, aumentar a eficiência, reduzir custos e melhorar a produtividade das indústrias. O aporte ao CPE será de até R$ 4 milhões ao ano (50% da Fapesp e 50% da Claro). A duração será de cinco anos, com possibilidade de prorrogação por até dez anos, totalizando investimento de R$ 40 milhões.

 

O Brasil alcançou um marco no cenário global de internet fixa, registrando velocidades de conexão que superam as de países como Suíça, Canadá e Portugal. De acordo com um relatório divulgado pelo medidor online nPerf, a velocidade média de download da internet fixa no Brasil atingiu 343 Mb/s, colocando o país no topo do ranking mundial. O estudo, que analisou 738.567 testes de velocidade realizados entre 1º de julho de 2023 e 30 de julho de 2024, mostrou que a Vivo se destacou como a operadora com o melhor desempenho em 2024. A Claro alcançou o pico de velocidade de download mais rápido do Brasil, atingindo 392 Mb/s, reporta o Petrosolgas. O desempenho da internet fixa no Brasil foi avaliado considerando três principais métricas: latência, eficiência na navegação e experiência de streaming. A Vivo obteve a melhor latência, com 13 ms, a melhor experiência de streaming de vídeo, com 93% de aprovação, e a maior taxa de eficiência em navegação na web, com 66%. Esses resultados consolidam a posição da Vivo como a líder no setor de internet fixa no Brasil. A análise do nPerf coloca o Brasil em uma posição de destaque em relação a outros países no que diz respeito à velocidade da internet fixa. Enquanto o Brasil lidera com 343 Mb/s, a Suíça apresentou uma velocidade média de 304 Mb/s, o Canadá registrou 229 Mb/s e Portugal ficou com 213 Mb/s. Além do destaque na internet fixa, o Brasil também apresentou avanços na internet móvel. No ranking de redes móveis, a TIM foi a operadora que registrou a velocidade de download mais rápida, com 75 Mb/s. No entanto, assim como na internet fixa, a Vivo também se destacou na internet móvel, liderando em latência, com 49 ms, experiência de streaming de vídeo, com 81%, e eficiência em navegação, com 46%

 

Pesquisadores da China anunciaram um “método inédito” para produzir grandes quantidades de água a partir de amostras de solo da Lua, coletadas em 2020. Os estudos fazem parte de um projeto do país de construir um posto avançado lunar permanente para explorar e minerar recursos da lua, informa a Época Negócios. A descoberta foi anunciada pela emissora estatal CCTV nesta quinta-feira. Segundo a agência espacial americana, a NASA, a água poderia ser usada, também, para produzir combustível de hidrogênio para foguetes para impulsionar a exploração em Marte e outros locais. O material também é essencial para planos de permanência humana na Lua. Em meio a uma corrida espacial entre China e Estados Unidos, o país asiático prometeu instalar uma “estação básica” para exploração da Lua até 2035. A missão Chang’e-5 retornou à Terra com amostras de pedras e solo da Lua pela primeira vez em 44 anos. Cientistas afirmaram que os materiais coletados tinham vestígios de hidrogênio que, quando aquecido a altas temperaturas, produz vapor d’água. Após três anos de pesquisa, a China anunciou que uma tonelada métrica de solo lunar poderá produzir até 76 quilos de água. Segundo a emissora, a quantidade equivale a mais de cem garrafas de 500 ml de água, ou ao consumo diário de água para 50 pessoas.

 

Um time multidisciplinar de engenheiros da Belgo Arames — maior produtora brasileira de arames de aço — e do Instituto Senai de Inovação em Metalurgia e Ligas Especiais criou um equipamento híbrido para avaliar a capacidade de proteção das telas geotécnicas, amplamente utilizadas para a estabilização de taludes e túneis da mineração subterrânea, informa o Diário do Comércio. Com tecnologia pioneira no mundo, o equipamento pode certificar a segurança desses materiais em território nacional. O desenvolvimento do projeto, que durou três anos, contou com parceria da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e foi totalmente realizado no Centro de Inovação e Tecnologia (CIT) Senai, em Belo Horizonte. A tecnologia híbrida avalia resistência à tração e ao puncionamento das telas num mesmo equipamento. “Uma equipe composta por 13 profissionais esteve diretamente envolvida, somando conhecimentos em engenharia de materiais, de minas, mecânica de manufatura avançada, elétrica, automação de processos de mineração, eletrônica e eletrotécnica, além de gerenciamento de projetos, para viabilizar um equipamento com estruturas modulares, capaz de ser adaptado às necessidades técnicas e demandando menos espaço para a realização dos ensaios”, conta o diretor de comercial de segmentos especiais da Belgo Arames, Edson Takagi. As telas geotécnicas, amplamente utilizadas para a contenção e segurança de estruturas da mineração subterrânea, são regidas por diversas normas técnicas internacionais. Atualmente, amostras dos produtos fabricados no Brasil precisam passar por testes de qualidade no exterior e, dependendo das especificações dos ensaios normatizados, há a necessidade da realização de testes em diferentes locais, o que demanda mais tempo e recursos para um produto certificado chegar ao mercado nacional. A solução fomentada pela Belgo pretende facilitar a logística, diminuir os custos e os insumos de produção.

 

A biorremediação é uma técnica que utiliza organismos vivos, como bactérias e plantas, para decompor e neutralizar poluentes presentes no solo. Esse método é especialmente eficaz na remoção de compostos orgânicos, como hidrocarbonetos e pesticidas. Recentemente, a engenharia genética tem permitido a criação de microrganismos modificados capazes de degradar substâncias que antes eram resistentes a tratamentos biológicos. A fitorremediação utiliza plantas para absorver, acumular e estabilizar contaminantes do solo. Essa técnica é particularmente útil para remover metais pesados como chumbo, cádmio e mercúrio, explica o Blog da Engenharia. Plantas hiperacumuladoras, capazes de absorver grandes quantidades de metais, são cultivadas em áreas contaminadas e, posteriormente, removidas para tratamento ou disposição segura. A remediação eletrocinética envolve a aplicação de um campo elétrico no solo para mover e extrair contaminantes. Essa técnica é eficaz na remoção de metais pesados, compostos orgânicos voláteis e radionuclídeos de solos argilosos. A tecnologia eletrocinética pode ser combinada com outros métodos, como a extração de vapor, para aumentar sua eficácia.