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Acesso em 17/07/2025 às 14h05.

Área Tecnológica na Mídia – 23 a 27/10/2023

Confira as notícias do dia

27 de outubro de 2023, às 16h20 - Tempo de leitura aproximado: 24 minutos

Área Tecnológica na Mídia


27/10/2023:  Robô/ Turbina Eólica / Saturno / Internet Rural / Inteligência Artificial / Antena 6G / Mapa 3D


Uma nova geração de robôs gigantes que mudam de forma, projetados para trabalhar em locais de construção e zonas de desastre, foi apresentada no Japão. Os robôs estilo ‘transformers’, apelidados de Archax, podem crescer até quase três vezes a altura de um homem em suas pernas de quatro rodas. Projetadas pela Tsubame Industries, de Tóquio, as máquinas também podem assumir diferentes formatos para se adequar a qualquer situação, destaca a IstoÉ Dinheiro. Os bots movidos a bateria têm braços laterais e são controlados por um piloto humano sentado dentro do corpo da máquina. As máquinas também terão cabeça móvel (esquerda e direita), cintura (esquerda e direita), ombros (para cima e para baixo), cotovelos, pulsos e dedos. Os projetistas dizem que cada máquina pesa 3,5 toneladas e tem 4,5 metros de altura no modo robô. Ele pode encolher para 3,9 metros de altura no modo veículo, com os operadores usando joysticks e pedais estilo jogo. O bot é ideia do presidente da Tsubame, Yoshida Ryo, 25 anos, que estudou projetos de mãos robóticas na universidade. Yoshida espera que no futuro os robôs possam ser usados para assistência em desastres ou na indústria espacial. Nove câmeras captam imagens que são transmitidas para os quatro monitores da cabine. Plásticos reforçados com fibra foram usados no exterior do robô. Uma empresa siderúrgica construiu a estrutura, feita em liga de ferro/alumínio. O Archax tem 26 pontos de articulação.

 

A MingYang Smart Energy anunciou a construção de uma turbina eólica de 330 metros de altura, equivalente à Torre Eiffel, com capacidade estimada de fornecer 22 megawatts (MW) de energia, relata o Petrosolgas. A empresa chinesa construíu uma turbina eólica de 260 metros, que é a maior do mundo. A nova turbina, com um diâmetro de rotor superior a 310 metros, está programada para ser concluída entre 2024 e 2025. A lógica por trás da construção da maior turbina eólica do mundo está relacionada à eficiência energética. Pás mais longas conseguem capturar uma quantidade maior de vento, resultando em uma geração de energia mais robusta. Para os desenvolvedores de projetos eólicos, isso se traduz em redução significativa dos custos, já que são necessárias menos instalações para atingir a mesma capacidade de produção. A MingYang Smart Energy estabeleceu o recorde mundial de geração de eletricidade no período de 24 horas. Em meio ao tufão Haikui, com ventos de 85 km/h, a turbina produziu 384,1 megawatts-hora, quantidade suficiente para abastecer quase 170 mil residências.

 

Depois do sucesso do helicóptero marciano Engenhosidade, a Nasa trabalha para viabilizar um helicóptero espacial maior: o drone Libélula terá a missão científica de analisar a complexa química precursora da vida na superfície da lua Titã, de Saturno. O veículo será equipado com câmeras, sensores e coletores de amostras para examinar áreas de Titã conhecidas por conterem materiais orgânicos, destaca Inovação Tecnológica. Para transportar esses instrumentos científicos, os quatro pares de rotores coaxiais do drone precisarão cortar a atmosfera densa e rica em nitrogênio de Titã. Para testar o desempenho nessas condições, os engenheiros levaram o protótipo para o Centro de Pesquisas Langley, onde foi testado em um túnel de vento único no mundo. O Túnel de Dinâmica Transônica foi usado para validar modelos computacionais de dinâmica de fluidos e dados coletados de plataformas de teste em voos reais ― drones terrestres equipados com os eletrônicos de voo projetados para o drone espacial. Os engenheiros usam as capacidades de gás pesado de densidade variável do túnel para validar modelos sob condições atmosféricas simuladas de Titã. O primeiro teste avaliou a estabilidade aerodinâmica da concha protetora que será usada para levar o veículo do espaço até um ponto de liberação acima da superfície de Titã. O segundo teste envolveu a modelagem aerodinâmica do funcionamento dos rotores.

 

O presidente da Câmara de Máquinas Agrícolas da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Pedro Estevão, disse na quinta-feira (26) que o Brasil tem um potencial de aumentar em R$ 100 bilhões o valor bruto da produção agropecuária. Para isso, o país precisa aumentar a cobertura de internet nas propriedades rurais em 90%, registra o Poder360. Atualmente, a conectividade nas habitações no campo está em torno de 30%. Segundo Estevão, cada ponto percentual representa aumento de 0,1% no valor da produção brasileira, pois permite uma operação mais eficiente dos equipamentos. No seminário ‘Soluções para Conectividade Rural’, organizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária e pela Abimaq, Estevão explicou que as máquinas agrícolas mais modernas possuem conexão à internet e têm índice de eficiência muito superior, mas a falta de cobertura adequada impede a implementação dessas tecnologias. Ele disse que esses equipamentos não são exclusividade dos grandes produtores e que os médios e pequenos empreendedores têm acesso a aparelhos simples, mas que já têm conectividade e melhoram a eficiência da produção. “Se a gente aumentar para 48%, aumenta em 4,8% o valor da produção. Se chegarmos em 90%, aumentamos em 9% ou 9,5% o valor bruto da produção. Como o valor bruto está em torno de R$ 1 trilhão, a gente está falando de aumentar a rentabilidade no campo em R$ 100 bilhões ao ano.”

 

A Secretaria de Segurança Pública, a FGV e a USP lançaram na segunda-feira (23) um centro de pesquisa que utilizará ferramentas de inteligência artificial (IA) para orientar a construção de políticas de segurança pública e auxiliar na prevenção de crimes em São Paulo, informa o portal do governo estadual. O Centro de Estudos em Analytics e Políticas de Segurança (FGV Analytics) atuará em cima das principais demandas da sociedade recebidas a partir dos canais oficiais. Com os dados será possível construir uma agenda de problemas para que o centro auxilie na construção de soluções a partir da análise e tratamento das informações. A missão de pesquisadores da FGV é criar um arcabouço de pesquisa que acelere o uso de dados para estimular o processo decisório no planejamento e na elaboração de políticas públicas. “Boa parte desses crimes têm interface digital. Eles começam, terminam ou possuem um processo interno que entra no mundo digital, seja nas redes sociais ou na comunicação ponto-a-ponto”, explicou o coordenador João Henrique Martins, do Centro Integrado de Comando e Controle da SSP e vice-diretor do FGV Analytics. A primeira demanda é o desenvolvimento de um sistema de monitoramento e de avaliação da região das cenas abertas de uso, conhecida como Cracolândia. A intenção é entender qual o tamanho real da população de adictos, das pessoas em situação de rua, identificar aqueles que se dedicam à mendicância, entre outros.

 

A implementação total do 5G no Brasil ainda está distante. Mesmo assim, a preparação para a chegada do 6G já começou. A Ericsson patenteou uma solução de autorreparo para antenas de telecomunicações que deve ser usada com as novas redes de internet. A self-healing, como a tecnologia é chamada, foi desenvolvida pela unidade da fornecedora no Brasil, com apoio de estudantes da Universidade Federal do Pará (UFPA). Em comunicado, a multinacional sueca informou que a tecnologia deve fazer parte da Radio Stripes, uma solução ainda em desenvolvimento que tem a capacidade de unir até milhares de micro antenas maleáveis por meio de uma fita adesiva. A intenção é que o sistema seja usado em ambientes com grande quantidade de pessoas, desde meios de transporte, como ônibus, trens e aviões, a estádios de futebol e casas de show. A tecnologia patenteada visa a compensar de forma automática possíveis falhas na fita ou nas micro antenas que possam comprometer a qualidade do serviço móvel, descreve o Olhar Digital.

 

O maior mapa tridimensional do Universo, com centenas de milhões de corpos celestes, começa a ser produzido por meio das observações do projeto J-PAS (Javalambre Physics of the Accelerating Universe Astrophysical Survey). Esse levantamento de galáxias, fruto de uma colaboração entre Espanha e Brasil, será realizado a partir do Observatório Astrofísico de Javalambre (OAJ), próximo à cidade de Teruel, na Espanha, com previsão de durar uma década. O J-PAS observará uma vasta extensão do céu, mapeando galáxias, estrelas e quasares, com o objetivo de avançar na compreensão da energia escura por meio da formação das grandes estruturas cósmicas. O projeto é liderado pelo Centro de Estudios de Física del Cosmos de Aragón (CEFCA), em Teruel, em conjunto com a USP, o Observatório Nacional (ON), no Rio de Janeiro, e o Instituto de Astrofísica de Andalucía (IAA), em Granada, Espanha, dentro de uma colaboração internacional com mais de 250 pesquisadores de 18 países. As observações do J-PAS são realizadas por meio do telescópio JST250, com espelho de 2,5 metros (m) de diâmetro e uma visão “grande angular” do céu. Esse telescópio está equipado com a câmera panorâmica JPCam, de 1,2 milhão de pixels, a segunda maior câmera astronômica do mundo na atualidade. Ela utiliza um sistema único e inovador, com 56 filtros ópticos desenhados especialmente para o projeto, que permitem imagens em múltiplas cores de grandes áreas do céu, obtendo informações detalhadas de todos os objetos em seu grande campo de visão. Tudo isso faz do instrumento JPCam-JST250 uma máquina capaz de mapear o Universo e medir distâncias extragalácticas com a precisão necessária para rastrear o Universo em detalhe.

 


26/10/2023: Tecnologia com Drone / Biogás / Ponte Bioceânica / Usinas Fotovoltáicas Flutuante / Criadores de Abelhas


O Botafogo de Ribeirão Preto utiliza um drone gigante para a manutenção do gramado do estádio Santa Cruz. A tecnologia começou a ser empregada na semana passada e, segundo o clube, é o primeiro estádio no país a utilizar o equipamento com essa finalidade, informa o ge. O drone, chamado de T40, tem 1,80m de diâmetro. É bem maior do que os drones convencionais, que são usados para mapear o gramado. “Esse drone [T40] suporta levar 90 quilos (…) O drone menor serve apenas para mapear a área porque é mais ligeiro, então consegue acelerar o mapeamento”, explicou biotecnólogo industrial Vinicius Barizza, um dos responsáveis pelo tratamento. O drone faz toda a pulverização de forma automática, despejando um produto que contém 12 nutrientes chamado comozóbio. Ele é diluído em água para ser aplicado na grama, o que acontece de uma a duas vezes por semana e varia de acordo com a quantidade de partidas realizadas. “Após o mapeamento [com o drone menor], passamos para o computador, que estabelece o ponto e as linhas onde o T40 deve passar, que é o drone de pulverização”, detalhou Barizza.

 

Uma usina de biogás instalada há quase dez anos em Guatapará, a 300 km de São Paulo, recebe diariamente mais de 1,5 mil toneladas de lixo de 15 cidades da região de Ribeirão Preto e gera energia elétrica suficiente para manter uma cidade de 60 mil habitantes, registra o g1. Em 2022, o Brasil produziu 82 milhões de toneladas de resíduos, dos quais apenas 4% foram reciclados. Desde 2022 está em vigor o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, que tem entre as metas acabar com os ‘lixões’, ampliar a reciclagem e transformar o lixo em energia. O Brasil tem capacidade instalada para produzir 2,46 bilhões de m³ por ano a partir do lixo ou esgoto em 105 unidades, quase a metade (1,38 bilhão) em São Paulo, segundo o BiogasMap. Em funcionamento desde 2007, o aterro de Guatapará foi o primeiro a implantar a geração de biogás no interior paulista. A partir de 2014, estreou um novo processo, com a destinação do gás recolhido pelos dutos para a produção de energia elétrica por meio da digestão anaeróbia, com a decomposição da matéria orgânica na ausência de oxigênio. Estima-se que mais de 50% desse resíduo seja composto por metano. “Esse gás tinha um poder energético muito interessante, poderia ser utilizado em motogeradores”, diz Antonio Januzzi, superintendente da Estre Ambiental. A empresa adequou os dutos que recolhem o metano do lixo a outra rede que o direciona para pré-tratamento, resfriamento e para motogeradores, que levam à produção de energia elétrica, incorporada posteriormente à rede da CPFL.

 

Uma grande obra de infraestrutura está sendo construída sobre o rio Paraguai, a Ponte Bioceânica, que desempenha um papel crucial na conexão da Rodovia Bioceânica, que ligará países da América Latina destaca Engenharia 360. O objetivo é melhorar a conectividade entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile por meio da Rota Bioceânica, que teria o potencial de encurtar o caminho de exportação brasileira à Ásia ― mais de 9,7 mil km, diminuindo o tempo de viagem em 23%. A previsão de conclusão da Ponte da Bioceânica é o primeiro semestre de 2025. O progresso atual das obras é de 40%. No lado brasileiro da ponte, aguarda-se o resultado da licitação do acesso, que terá 13,1 km. Dos 40% de obras já foram instaladas algumas vigas fabricadas na cidade de Capiatá, no Paraguai, e posteriormente transportadas para o canteiro, para compor a superestrutura do viaduto de acesso à ponte. Foram feitas de concreto protendido, com 30 metros de comprimento e 30 toneladas cada. Serão 1.294 metros de extensão total. A estrutura será dividida em três trechos, incluindo dois viadutos de acesso em ambas as margens do rio, uma parte estaiada com 632 metros de extensão e um vão livre de 350 metros.

 

A Represa Billings, o maior reservatório da Região Metropolitana, passará a ter mais uma função: produzir energia elétrica na sua superfície, com usinas de geração fotovoltaica flutuante ― a represa já alimenta o complexo hidrelétrico Henry Borden, em Cubatão. O projeto da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), em fase de pré-implantação, prevê cinco plantas com 9 mil placas, instaladas a uma distância entre 80 cm e 1,2 m do nível da água. A usina, que tem previsão de ficar pronta até o fim do ano, tem potencial de gerar 1 Megawatt, o que corresponde ao abastecimento de 1.500 residências, informa o portal do governo estadual. A partir da parceria da Emae com companhias privadas, foi feito um teste com uma usina-piloto, em 2020. O equipamento tinha 300 painéis fotovoltaicos instalados sobre flutuantes. A estimativa era de geração diária de 351,6 kWh/dia, mas foram, ao todo, 379,71 kWh/dia ou produção média mensal de 11.391 kWh/mês. A usina flutuante é uma alternativa segura e certificada para locais com alta densidade demográfica, como São Paulo. Pode ser utilizada sobre áreas onde antes funcionavam aterros sanitários, em lagos de barragens de hidrelétricas ou em lagos formados em cavas de mineração já exauridas.

 

A Embrapa apresena a plataforma Infobee, um espaço virtual que disponibiliza serviços inéditos aos criadores de abelhas de todo o Brasil. A iniciativa, que é fruto da parceria público-privada entre a Embrapa Amazônia Oriental (PA) e a empresa Equilibrium Web, reúne informações técnico-científicas, econômicas e de mercado sobre a apicultura e a meliponicultura. O novo espaço digital pode ser acessado por computador e equipamentos móveis, como smartphones e tablets. A Infobee traz os resultados da pesquisa agropecuária nas áreas de apicultura e meliponicultura (atividade de criação de abelhas nativas sem ferrão, do gênero Melipona), na forma de publicações, cursos, vídeos, animações e aplicações web. Entre os destaques da nova plataforma estão: o Calendário Apícola Digital, que disponibiliza informações sobre o local de ocorrência e a época de floração das plantas mais visitadas pelas abelhas na região amazônica; o meliponário virtual, uma maquete em três dimensões da estrutura do ninho, das caixas de criação e da morfologia da abelha; e o serviço denominado “zapbee”, respostas com o uso de inteligência artificial para atender aos criadores a qualquer hora e lugar. A ferramenta também disponibiliza painéis interativos sobre produção e exportação de mel e derivados no Brasil.

 


25/10/2023: Telescópio / Capacidade Energética / Combustíveis / Inovação em Alimentos


A construção do Telescópio Gigante Magalhães (GMT, na sigla em inglês) entrou na reta final. O sétimo e último espelho primário, que deverá completar a superfície coletora de luz de 368 m² do GMT, começou a ser fabricado na Universidade do Arizona, reporta Agência Fapesp. No forno rotativo do laboratório estão sendo fundidas quase 20 toneladas de vidro óptico puríssimo. Aquecido a 1.165° C, o vidro é forçado para fora, formando uma superfície de 8,4 metros de diâmetro. Deverá esfriar durante três meses, antes de passar à fase de polimento. O processo total de produção do sétimo espelho – fabricação, polimento e testes de performance óptica – se estenderá por quatro anos. O início da operação está previsto para ocorrer no fim da década. Uma vez montados sobre um suporte gigante, os sete espelhos vão compor uma superfície parabólica de 25,4 metros de diâmetro e, graças a um sistema de óptica adaptativa, funcionarão como um espelho único, com sensibilidade 200 vezes superior e resolução de imagem quatro vezes mais poderosa do que a dos telescópios espaciais mais avançados da atualidade.

 

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) mapeou uma faixa costeira e identificou as regiões brasileiras com maiores oportunidades de exploração da energia eólica offshore, estimando potencial energético de cerca de 700 GW (3,6 vezes a capacidade de energia já instalada no país). No Nordeste, uma grande área de viabilidade fica na costa entre Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte; no Sudeste, entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo; na região Sul, uma área no Rio Grande do Sul, na Lagoa dos Patos, reporta o Ciclo Vivo. O conhecimento desenvolvido sobre energias renováveis, a extensa costa e a localização privilegiada para acessar os mercados com as maiores demandas para importação do hidrogênio podem colocar o Brasil como forte competidor na geração de energia eólica offshore. Essa modalidade integra a estratégia da CNI para uma economia de baixo carbono e impulsioná-la é uma das prioridades do Plano de Retomada da Indústria, apresentado pela CNI ao governo federal. Realidade na Europa, Ásia e América do Norte, a eólica offshore começou a dar os primeiros passos no Brasil, com pedidos de licenciamento no Ibama. Até 30 de agosto de 2023, o órgão ambiental contabilizava 78 pedidos de licenciamento, somando 189 GW de potência instalada – quase a capacidade total de energia já instalada centralizada no país e conectada ao Sistema Interligado Nacional (194 GW)

 

A Agência Internacional de Energia estima que a procura global por petróleo, gás natural e carvão atingirá o pico em 2030. “A transição para a energia limpa está acontecendo em todo o mundo e é imparável”, disse Fatih Birol, diretor-executivo da principal agência de energia do mundo, registra Um Só Planeta. Segundo o relatório ‘World Energy Outlook (WEO)’ sobre as tendências energéticas mundiais, divulgado na terça-feira (24), nos próximos sete anos haverá dez vezes mais veículos elétricos nas estradas do que circulam atualmente. Outras projeções: as fontes de energia renováveis, como a solar, a eólica e a hidroelétrica, fornecerão 50% da eletricidade do planeta, contra 30% atualmente; o investimento global em parques eólicos offshore vai superar o feito em centrais elétricas a carvão e a gás e outros sistemas de aquecimento elétrico venderão mais do que as caldeiras a combustíveis fósseis. A procura por petróleo e gás deve se estabilizar ligeiramente acima dos níveis de hoje nas próximas três décadas, expandindo-se nos países em desenvolvimento e diminuindo nos desenvolvidos. O relatório aponta que a China desempenhará um papel fundamental na determinação do futuro energético mundial.

 

O governo de São Paulo inaugurou na última semana, em Campinas, o Tropical Food Innovation Lab, um centro de pesquisa que vai impulsionar a inovação na indústria de alimentos, com foco em tecnologia, sustentabilidade e nutrição acessível. O novo laboratório é fruto de uma parceria público-privada entre um consórcio de empresas privadas e o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), vinculado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. O objetivo é contribuir e impulsionar o mercado de inovação em alimentos, gerando segurança alimentar por meio da criação de produtos nutritivos, sustentáveis e acessíveis, informa o portal do governo estadual. Localizado na sede do Ital em Campinas, o centro terá um modelo de governança compartilhada entre o instituto e as empresas cofundadoras. “Participam dessa iniciativa três grandes indústrias da área de alimentos: a Cargill, Bühler e Givaudan. Também a FoodTechHUB Latam, além do Ital”, explica a diretora geral do Ital, Eloísa Garcia. A ideia é que o centro sirva como uma incubadora de projetos de inovação em alimentos. O espaço conta com laboratórios de análise, uma planta-piloto de linhas de produção em pequena escala e uma cozinha experimental. O local terá uma área dedicada ao desenvolvimento de bebidas saudáveis e alimentos ‘plant based’ – produzidos a partir de plantas e vegetais.

 


24/10/2023: Porto Espacial Flutuante / Desenvolvimento Sustentável / Internet Móvel


A Alemanha vai entrar na corrida internacional ao espaço. O consório German Offshore Spaceport Alliance (Gosa) já deu início à contagem regressiva para a inauguração da plataforma espacial móvel: o primeiro lançamento está previsto para abril de 2024. Trata-se de um foguete da empresa holandesa T-Minus. A Federação das Indústrias Alemãs (BDI, na sigla em alemão) anunciou durante um congresso espacial em Berlim que o ponto de lançamento será no chamado Entenschnabel (bico de pato), o canto mais remoto da zona econômica exclusiva alemã, a cerca de 350 km da costa, destaca Deutsche Welle. Cada lançamento será acompanhado por um navio de controle e um Centro de Controle de Missão na cidade de Bremen. A partir da plataforma móvel no Mar do Norte serão lançados microlançadores europeus – minifoguetes com cargas úteis de até 1 tonelada – com destino a órbitas próximas da Terra. Em uma fase de testes de duas semanas, planeja-se o lançamento de até quatro foguetes com comprimento máximo de sete metros e altitude de voo de até 50 km. Segundo um estudo da BDI e da consultoria estratégica Roland Berger, o mercado de aplicações espaciais crescerá 7,4% ao ano, atingindo 1,25 trilhão de euros até 2040.

 

Eliomar Pessoa, mestre em engenharia geotécnica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e mestre em engenharia e desenvolvimento sustentável pela Universidade Federal do Espírito Santo, está atraindo a atenção internacional com suas técnicas sustentáveis no desenvolvimento de solos permeáveis. Ele destaca as vantagens sustentáveis de suas técnicas e a viabilidade econômica que trazem para o mundo da construção, informa Gazeta News. O foco principal de Eliomar Pessoa é o mercado americano. Suas técnicas e métodos inovadores têm o potencial de transformar a forma como o desenvolvimento de solo permeável é encarado. Essas técnicas proporcionam benefícios ambientais, incluindo a redução do escoamento de água pluvial, o que pode ajudar a prevenir enchentes e melhorar a qualidade da água. Além disso, as áreas com solo permeável permitem uma melhor infiltração da água, reabastecendo aquíferos e contribuindo para a conservação dos recursos hídricos.

 

O governo federal criou, nesta segunda-feira (23) o ConectaBr, um programa de diretrizes que amplia a cobertura e a qualidade da internet móvel no Brasil. A iniciativa foi publicada no Diário Oficial da União (DOU). Segundo a portaria, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) será responsável por acompanhar e regular as ações. Entre os objetivos do ConectaBR também está a redução das desigualdades regionais e o estímulo ao desenvolvimento social e econômico, explica a CNN. O Ministério das Comunicações determinou metas de referência de qualidade que devem ser alcançadas por meio do programa. Para as redes com tecnologia 5G e 4G é esperado que 95% da cobertura tenha os níveis adequados de qualidade — ou seja, com taxas de transmissão de dados de 100 Mbps (megabits por segundo) para 5G, e 10 Mbps para 4G.

 


23/10/2023: Biocombustíveis / Floresta Amazônica / Inteligência Artificial


O mercado de biocombustíveis ganhou protagonismo com a agenda verde e a transição energética. A expectativa é de que o segmento impulsione o agronegócio brasileiro. Derivado de óleos vegetais ou de gorduras animais, o biodiesel já tem a soja como responsável por mais de 80% de sua cadeia de produção. Um estudo divulgado, na última semana, pela consultoria Bain & Company apontou que o mercado de biocombustíveis deverá crescer cinco vezes até a metade deste século, impulsionado pelo consumo de diesel renovável e de combustível renovável de aviação (SAF, na sigla em inglês), reporta o Correio Braziliense. A produção brasileira terá papel relevante na expansão internacional dessa indústria. De acordo com o estudo, Brasil, EUA e países do Sudeste Asiático fornecerão cerca de 50% do volume total de insumos para biocombustíveis. O economista Otto Nogami, professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), apontou que a cadeia de produção de biodiesel pode impulsionar o agronegócio de várias maneiras, uma vez que cria oportunidades de mercado para agricultores e empresas do setor agropecuário. “A produção de biodiesel requer matérias-primas como óleo de soja, óleo de milho, óleo de canola e outras. Isso cria uma demanda adicional por essas culturas, incentivando sua expansão, o que tende a impulsionar a produção agrícola e a aumentar a renda dos agricultores”, afirmou Nogami.

 

No contexto da grave crise vivida pela Amazônia, uma boa notícia é a divulgação de um novo mapa de toda a biomassa da floresta situada acima do solo. Combinando varredura por lasers aerotransportados, imagens de satélite e inventários de campo geolocalizados, tudo isso integrado por tratamento computacional pesado com aprendizado de máquina, o mapa constitui o maior levantamento de biomassa em floresta tropical do mundo, destaca Um Só Planeta. Os resultados da pesquisa foram publicados no Scientific Data, do grupo Nature. O levantamento principal foi feito mediante varredura por lasers aerotransportados. Em duas campanhas consecutivas (2016/2017 e 2017/2018) foram coletados dados de 901 transectos distribuídos por todas as partes da floresta. Cada transecto cobria uma área de, no mínimo, 375 hectares, em retângulo de 300 metros de largura por 12,5 km de comprimento e foi sobrevoado a baixa altitude (600 metros) por avião Cessna equipado com sensor Lidar (do inglês Light Detection and Ranging). Emitindo, em média, oito pulsos de laser por metro quadrado, o equipamento permitiu determinar as alturas, diâmetros e densidades das árvores existentes no setor.

 

A International Business Machines Corporation (IBM) apresentou sua mais recente versão de um chip inspirado no cérebro que, mais do que um novo tipo de processador, representa uma nova arquitetura de computação, começa matéria do site Inovação Tecnológica. O chip, batizado de NorthPole, combina computação com memória, processando os dados de forma eficiente com um consumo de energia mínimo ao dispensar o tráfego dos dados entre um chip que faz os cálculos e os chips onde os dados ficam armazenados. Desde o seu início, a computação tem sido centrada no processador. No entanto, transportar grandes quantidades de dados entre memória e computação tem um preço alto em termos de consumo de energia, largura de banda e velocidade de processamento. Isto é particularmente evidente no caso de aplicações emergentes e avançadas de inteligência artificial (IA) em tempo real, como reconhecimento facial, detecção de objetos e monitoramento de comportamento, que exigem acesso rápido a grandes quantidades de dados. Como resultado, as arquiteturas informáticas contemporâneas estão apresentando estrangulamentos físicos e de processamento e correm o risco de se tornarem econômica, técnica e ambientalmente insustentáveis, dados os crescentes custos de energia envolvidos – já existem centrais de dados que gastam tanta eletricidade quanto cidades inteiras. Já o novo chip apresenta uma eficiência tal que não precisa de sistemas volumosos de refrigeração líquida para funcionar – ventiladores e dissipadores de calor são mais que suficientes.