Área Tecnológica na Mídia – 22 a 26/05/2023
26 de maio de 2023, às 11h00 - Tempo de leitura aproximado: 15 minutos
26/05/2023: Reciclagem de Plásticos / Fibras Ópticas Ultrafinas / Casa Reciclável / Hidrogênio Verde
A Deink, uma companhia nacional criada há cerca de seis anos, anunciou hoje (25) que desenvolveu um processo para reciclagem de plásticos como os usados em embalagens de alimentos e que são atualmente de difícil reaproveitamento, no que espera ser capaz de fomentar um novo mercado para um material que comumente tem descarte inadequado no país. O chamado polipropileno biorientado (BOPP) é um tipo de filme plástico usado em embalagens de produtos como salgadinhos e que, além das tintas de impressão de rótulo, recebe outras camadas como alumínio e verniz e adesivos que acabam praticamente inutilizando o material para fins de reaproveitamento. A tecnologia foi batizada de 4D, referência às etapas do processo: delaminação, desmetalização, destintamento e disrupção. De acordo com o UOL, o Brasil é o quarto maior produtor de resíduo plástico do mundo, com mais de 2,4 milhões de toneladas de plástico sendo descartadas de forma irregular. No caso do BOPP, o mercado nacional demanda por ano cerca de 170 mil toneladas. Com a abertura da linha 4D em junho, a capacidade de reciclagem da Deink subirá para 25 mil toneladas por ano.
As fibras ópticas ultrafinas, com cerca de 1 a 3 micrômetros (μm) de diâmetro, são cada vez mais empregadas para equipar novos sensores capazes de identificar a presença e o vazamentos de gases, como o acetileno e o metano, em instalações industriais e em gasodutos. São estruturas compactas que apresentam alta sensibilidade ao ambiente exterior e operam adequadamente mesmo em situações de exposição a perturbações eletromagnéticas, características propícias à tarefa de sensoriamento. A manipulação dessas fibras, entretanto, é um desafio. Por isso, uma equipe de pesquisadores do Laboratório de Fibras Especiais & Sensores Ópticos (LaFE) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveu um dispositivo plástico capaz de encapsular e proteger esse material. A cápsula é produzida com material polimérico na impressão 3D e é composta de minúsculos poros que permitem a interação da fibra óptica com o elemento que se quer medir, ao mesmo tempo que evita umidade ou poeira, explica o portal da Fapesp.
O Centro Avançado de Estruturas e Compósitos (ASCC, na siga em inglês), da Universidade do Maine, desenvolveu a maior impressora 3D de polímero do mundo e, com ela, construiu uma pequena casa sustentável, destaca Um Só Planeta. Batizada de BioHome 3D, a casa de 56 m² foi feita com resíduos de madeira provenientes de serrarias. Os resíduos foram encapsulados com bioresinas, criando pastilhas de material de impressão durável, que foram alimentadas na impressora 3D e produzidas como paredes, teto e chão. A universidade adotou uma abordagem modular e pré-fabricada para construir a residência, que foi impressa, isolada e pré-conectada dentro da fábrica como quatro módulos.
O NEOM Green Hydrogen Company (NGHC), empreendimento da Arábia Saudita, anunciou a captação de US$ 8,4 bilhões de instituições financeiras locais e internacionais para a instalação de uma fábrica de hidrogênio verde, relata a agência epbr. A empresa — joint venture entre ACWA Power, Air Products e NEOM — contará com até 4 GW de energia solar e eólica para produzir até 600 toneladas por dia de hidrogênio verde até o final de 2026, na forma de amônia verde. A planta será instalada no NEOM, megalópole futurista que está sendo construída na Arábia Saudita, composta por quatro regiões. Uma delas, chamada Oxagon, pensada para se projetar no Mar Vermelho, deve ser a maior estrutura flutuante do mundo e receberá a planta. A Air Products será responsável pela construção, que envolve US$ 6,7 bilhões.
25/05/2023: Gasolina Sintética / Diagnóstico de Câncer / Projeto AmazonFace / Investimento em Telecomunicações / ‘Amazon One’
Empresas como a Porsche, Audi e Bosch estão investindo em uma gasolina sustentável e sem petróleo, também conhecida como e-fuel ou gasolina sintética. Sua produção utiliza como matéria-prima hidrogênio e o dióxido de carbono disponível na atmosfera, dispensando a necessidade de petróleo. Segundo o UOL, o combustível contribuiria para combater o efeito estufa, que tem o dióxido de carbono entre seus principais vilões, e, de quebra, encerraria a dependência de um recurso natural que inevitavelmente irá acabar e tende a ficar cada vez mais caro. Além disso, de acordo com o engenheiro Everton Lopes, os combustíveis sintéticos têm a vantagem, como o etanol, de neutralizar a respectiva produção de carbono resultante de sua queima e aproveitar a infraestrutura atual de abastecimento. A expectativa é de que a novidade, quando chegar aos consumidores, garanta a sobrevida dos motores a combustão interna, seja de forma “pura” ou com algum nível de auxílio elétrico.
Uma nova ferramenta que usa inteligência artificial, desenvolvida no Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), ajuda a diagnosticar precocemente lesões hepáticas em exames de tomografia de abdome, agilizando o tratamento de casos mais graves. A plataforma, batizada de HepatIA, foi construída a partir de exames de tomografias de cerca de 700 pacientes, incluindo pessoas saudáveis e casos de cirrose por hepatites e câncer. Ao inserir um novo exame na plataforma, a ferramenta faz uma triagem inicial, sugerindo um possível diagnóstico que deve ser confirmado pelo profissional de saúde. Se há suspeita de cirrose ou câncer, por exemplo, esse paciente ganha prioridade na fila de análise dos radiologistas. Os resultados iniciais mostram que a ferramenta tem um resultado preciso de cerca de 94% para identificação automática da fase do contraste, 84% para triagem de alterações no formato de fígado que sugerem cirrose e 70% na triagem da presença de câncer no exame, destaca IstoÉ. A pesquisa foi desenvolvida em parceria entre o Instituto de Radiologia e o Departamento de Gastroenterologia do Hospital das Clínicas, o Núcleo de Inovação Tecnológica do HC (InovaHC), a FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e a startup de tecnologia MaChiron.
Cientistas anunciaram na terça-feira (23) a ampliação do projeto AmazonFace, um experimento que vai bombear CO² em seis lotes de floresta na Amazônia. O objetivo do grupo, liderado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e pela Unicamp, é entender como a mata vai se comportar no futuro, quando o volume desse gás na atmosfera será maior do que o atual, destaca Um Só Planeta. O AmazonFace consiste em seis anéis de torres tubulares. O conjunto deve ficar pronto em 2024. Essas torres estão conectadas a um tanque de CO². Dentro de cada anel de 30 metros de diâmetro, as torres de 35 metros de altura vão emitir CO² naquela área e manter as árvores permanentemente sob concentração maior de CO². Os cientistas vão monitorar o crescimento das árvores em cada um dos seis lotes. Com as medições será possível saber se a floresta vai responder à fertilização de carbono.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) anunciaram na quarta-feira (24) investimento de R$ 180 milhões em três instituições selecionadas para formar Centros de Competência no desenvolvimento de pesquisas em 5G e 6G, tecnologias imersivas aplicadas a mundos virtuais e Open RAN (Open Radio Access Networks), informa o site do governo. Foram selecionados o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações, em Campinas; o Instituto Nacional de Telecomunicações, em Santa Rita do Sapucaí (MG); e o Centro de Excelência em Inteligência Artificial da Universidade Federal de Goiás, em Goiânia. As verbas serão aplicadas em ações de fortalecimento de competência científica e tecnológica, formação e capacitação de recursos humanos e atração e criação de startups.
A Amazon divulgou nova função de verificação de idade por meio da tecnologia de escaneamento da mão. O recurso ‘Amazon One’ poderá ser usado para confirmar a idade dos clientes em ambientes que exigem idade mínima, como bares ou lojas de bebidas alcoólicas, reporta o Terra. O sistema usa várias características para identificar cada pessoa que usa o serviço. Quando o usuário coloca a palma da mão sobre o equipamento, a tecnologia avalia vários aspectos para a identificação. As câmeras no hardware capturam detalhes da área da superfície, como linhas e sulcos, além de características subcutâneas, como padrões de veias. Não há duas palmas iguais, por isso o aparato analisa vários atributos e seleciona os identificadores mais distintos para criar uma ‘assinatura’ única.
24/05/2023: FGV Cidades / CAETÊ
A Escola de Administração de Empresas de São Paulo lançará na quinta-feira (25) o ‘FGV Cidades: Centro de Inovação em Políticas Públicas Urbanas’. Durante evento serão apresentadas propostas para as cidades inovarem suas políticas públicas urbanas, oferecendo serviços públicos de melhor qualidade com o orçamento atual, destaca o site da FGV. Com uma equipe interdisciplinar de pesquisadores nas áreas de Governo, Economia, Direito, Engenharia e Ciência de Dados, a plataforma tem a missão de auxiliar os municípios a avançarem em termos tecnológicos, regulatórios e de políticas públicas, contribuindo para a construção de cidades mais inclusivas, sustentáveis e prósperas.
Um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveu um algoritmo capaz de projetar o futuro da vegetação amazônica, apresentando cenários com transformações da floresta provocadas pelas mudanças climáticas. Um dos resultados mostra que um clima mais seco na região, com redução de 50% na precipitação, poderia aumentar a diversidade, porém com menores índices de estocagem de carbono. Isso porque haveria um aumento de armazenagem de dióxido de carbono (CO2) nas raízes da vegetação em detrimento da absorção por meio de folhas e troncos, que têm maior capacidade de acúmulo. Primeiro algoritmo desse tipo exclusivamente brasileiro, o sistema foi apelidado de CAETÊ, que na língua tupi-guarani significa “mata virgem”. O CAETÊ simula fenômenos da natureza usando equações matemáticas alimentadas por dados de condições ambientais, como chuva, incidência solar e níveis de CO2. Com essas informações, o algoritmo responde qual pode ser a taxa de fotossíntese em determinadas condições ou em qual parte a planta estocará mais carbono (raízes, folhas ou troncos). Por meio dessa informação, é possível chegar à quantidade de carbono que a floresta pode armazenar e em qual ponto a vegetação nativa não se recupera mais, detalha o giz_br.
23/05/2023: Pesquisas na Antártica / Edição de Mensagens
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação lançou na segunda-feira (22) o Plano Decenal para a Ciência Antártica do Brasil (2023-2032), que estabelece as diretrizes para a pesquisa no continente antártico na próxima década. O MCTI anunciou edital de R$ 30 milhões para financiar o próximo ciclo de pesquisa, informa o site do governo. A chamada pública vai permitir a utilização dos 17 laboratórios da Estação Antártica Comandante Ferraz. O plano ampliou de cinco para sete os programas temáticos de pesquisa. Além de Gelo e Clima, Biodiversidade Antártica, Oceano Austral, Geologia e Geofísica, Alta Atmosfera, foram adicionados os programas de Ciências Humanas e Sociais e Saúde Polar. Houve também a inclusão de um capítulo exclusivo para o Ártico, que abre a possibilidade para o desenvolvimento de pesquisas brasileiras na outra extremidade polar.
Mark Zuckerberg, presidente da Meta, anunciou na segunda-feira (22) que o WhatsApp contará com o recurso de edição de mensagens já enviadas. A novidade deve estar disponível para todos os usuários nas próximas semanas, reporta o Terra. Com o novo recurso, o usuário poderá editar qualquer mensagem no período de até 15 minutos a partir do envio. Para isso, ele precisará manter pressionada a mensagem e escolher a opção ‘Editar’ no menu que vai aparecer na tela. Essas mensagens serão sinalizadas com a palavra ‘editada’ ao seu lado.
22/05/2023: Bioinsumo em Lavouras / Realidade Virtual / Vitrocerâmicos Econômicos / Baterias de Gravidade / Célula Solar Interna
A Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), vinculada à Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo, do Ministério da Agricultura e Pecuária, realizou a entrega do bioinsumo Tricovab (Trichoderma stromaticum) para produção comercial à empresa BioFungi. É a primeira tecnologia licenciada pela Ceplac para combater a vassoura-de-bruxa, doença causada pelo fungo Moniliophthora perniciosa, que causa prejuízos nas lavouras de cacau na Bahia e no Espírito Santo, expõe o Canal Rural. Segundo a Ceplac, o Tricovab apresenta eficiência de até 87% no controle da vassoura-de-bruxa do cacaueiro. O bioinsumo é resultado de estudos da equipe da Coordenação-Geral de Pesquisa e Inovação da entidade, liderada pelo engenheiro agrônomo José Marques Pereira.
O Meta e a fabricante de carros BMW estão se unindo para uma proposta inédita na indústria automotiva. A ideia de ambas é produzir elementos em realidade virtual na parte traseira de seu veículo, utilizando as tecnologias VR e AR para uma maior interação com os passageiros. Considerando que ambas trabalhavam em projetos separados com esta proposta já há alguns anos, a junção das suas ideias pode gerar uma verdadeira inovação dentro do mercado, revela o Mundo Conectado. Para tirar a ideia do papel, as empresas estão conduzindo o “Project Aria”, um protótipo de óculos de realidade virtual que pode ser usado futuramente em diversas aplicações, como em metrô e aviões. De acordo com as empresas, o maior desafio no início era superar a dificuldade de traçar objetos na alta velocidade que o carro passa por eles. Segundo contam, esse tipo de solução nunca foi produzida, e a resposta foi encontrada na sincronização do seu sistema operacional com o sensor traseiro da BMW – permitindo que consigam estabelecer o perímetro e mostrar a distância que o usuário está dos outros elementos, como a porta, o motorista e até mesmo os objetos na parte de fora do veículo.
Pesquisadores do Laboratório de Materiais Vítreos (LaMaV) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), vinculado ao Centro de Pesquisa, Educação e Inovação em Vidros, desenvolveram, testaram e depositaram a patente de uma nova rota de obtenção de vitrocerâmicas por meio da cristalização ultrarrápida de vidros. A tecnologia tem potencial de diversificar as propriedades e, assim, as aplicações dessa classe de materiais, já presente em telas de celulares, peças de fogões e eletrólitos sólidos de baterias. Até o momento, a técnica, chamada de flash-sinter crystallization, é utilizada por apenas uma empresa em todo o mundo para a produção de cerâmicas, mas não de vitrocerâmicas, que são uma classe de materiais obtidos a partir da cristalização do vidro. No novo processo, o vidro é aquecido e ganha frações maiores ou menores de fases cristalinas, ou seja, cristais nos quais os átomos estão organizados espacialmente em padrões que se repetem ao longo do material. Um desafio é o controle desse processo de organização, ou seja, da nucleação e do crescimento dos cristais, que pode levar horas pela rota de vitrocerâmica clássica, noticia a Agência Fapesp. Com a utilização da técnica, que recebe em seu nome o “flash” justamente pela rapidez com que o processo ocorre, os pesquisadores do LaMaV conseguiram produzir vitrocerâmicas densas em segundos. Além do tempo, a temperatura exigida também é muito mais baixa, o que resulta em grande economia de energia.
Como solução para a natureza imprevisível das fontes de energia renováveis, como energia solar e eólica, as baterias de gravidade estão sendo lançadas como um remédio ideal. Para promover essa causa, a startup suíça Energy Vault está concluindo duas dessas unidades, localizadas perto de Xangai, na China, e do Texas, nos Estados Unidos, informa o Blog Canal da Engenharia. A ideia básica por trás de um sistema de bateria de gravidade é levantar um objeto pesado, como uma grande massa de concreto ou um peso, em uma polia, usando energia de uma fonte renovável. Quando a energia é necessária, o objeto pode cair e a energia potencial é convertida novamente em eletricidade. O único sistema de armazenamento baseado em gravidade da empresa não depende da topografia ou geologia do terreno e “portanto, pode ser construído em quase qualquer lugar, colocalizado com usinas solares ou eólicas ou simplesmente conectado à rede para oferecer suporte ao despacho e estabilidade da rede”, de acordo com a companhia.
Pesquisadores da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, criaram células fotovoltaicas ecológicas e de alta eficiência que aproveitam a luz ambiente para alimentar dispositivos de Internet das Coisas (IoT). Liderado pela Dra. Marina Freitag, o grupo de pesquisa da Escola de Ciências Naturais e Ambientais (SNES) criou células fotovoltaicas sensibilizadas por corante com base em um eletrólito de cobre, alcançando uma eficiência de conversão de energia sem precedentes de 38% e 1,0 V tensão de circuito aberto a 1.000 lux (lâmpada fluorescente), relata o Blog Canal da Engenharia. As células não são tóxicas e não prejudicam o meio ambiente, estabelecendo um novo padrão para fontes de energia sustentáveis em ambientes.
Produzido por CDI Comunicação
Edição: Superintendência de Comunicação do Crea-SP