Área Tecnológica na Mídia – 18 a 22/09/2023
18 de setembro de 2023, às 12h00 - Tempo de leitura aproximado: 14 minutos
22/09/2023: Reciclagem de Bateria / Fim de Produção / Neuralink
As baterias de lítio alimentam a maioria dos dispositivos e eletrônicos no mercado atualmente. A tecnologia é considerada fundamental devido à longa vida útil, tamanho pequeno e tempos de carregamento rápidos. O maior desafio, no entanto, é em relação ao processo de reciclagem dos materiais. Eles causam prejuízos ao meio ambiente por conter metais pesados e químicos tóxicos que podem contaminar a água e o solo, além de permanecerem por centenas de anos no meio ambiente. Pensando nisso, pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências desenvolveram uma nova abordagem de reaproveitamento baseada na chamada eletrocatálise de contato, que poderia permitir a reciclagem de células das baterias gastas. De acordo com o Olhar Digital, o método aproveita a transferência de elétrons que ocorre durante a eletrificação do contato líquido-sólido para gerar radicais livres que iniciam reações químicas desejadas. Em testes iniciais, a proposta alcançou resultados altamente promissores, destacando seu potencial para apoiar a reciclagem de baixo custo, sustentável e em larga escala dos materiais caros e muito procurados dentro das baterias de lítio. Estudos futuros são necessários para ajudar a aperfeiçoar o método.
A Volvo lançará seu último veículo a diesel em 2024, enquanto estabelece seu compromisso com o futuro totalmente elétrico. A fabricante sueca declarou que se tornará uma empresa de automóveis elétricos até 2030. Segundo o Electrek, a Volvo deverá eliminar gradualmente os veículos ICE, incluindo os híbridos. “Não há futuro a longo prazo para carros com motor de combustão interna”, afirma Henrick Green, diretor de tecnologia da Volvo. A montadora sueca foi uma das primeiras a assumir o compromisso de produzir somente veículos elétricos. Durante o Climate Week NYC, a Volvo declarou que seu último carro a diesel será lançado no início de 2024. Segundo o Olhar Digital, essa decisão mostra a rapidez com que a indústria automobilística e as preferências dos consumidores estão em transição, além de destacar o compromisso com as questões ambientais. Outros fatores, como a mudança nas preferências dos consumidores, regulamentações mais rígidas sobre emissões e nova seleção de veículos totalmente elétricos avançados também impulsionam essa decisão.
A Neuralink, startup de chips cerebrais do bilionário Elon Musk, anunciou que vai começar o primeiro teste de seu implante em seres humanos. A empresa liberou um formulário para receber candidaturas de pacientes com paralisia.Em um comunicado, a Neuralink afirmou ter recebido a aprovação de um conselho independente para começar a recrutar interessados no teste. Podem se candidatar: pessoas com paralisia decorrente de lesão da medula espinhal cervical ou esclerose lateral amiotrófica, que tenham mais de 22 anos e que recebam o suporte de um cuidador. Inicialmente, a meta é permitir que pacientes controlem um teclado de computador usando os pensamentos, explica o g1. A startup de Musk diz que o objetivo do estudo é testar a segurança e a eficácia do chip, criado para permitir que dispositivos externos sejam controlados com o pensamento, e do robô “cirurgião”.
21/09/2023: Robô ao Resgate / Gasolina Carbono Neutro / Satélite Antigo / Robôs para Exploração
A empresa Squishy Robotics desenvolveu um robô com a habilidade de mudar de forma a fim de auxiliar missões de exploração em outros planetas. No entanto, ao ser aplicado na Terra, ele tem ajudado os bombeiros a salvar vidas. Em 2014, a NASA concedeu cerca de 500 mil dólares à empresa para que ela pesquisasse sobre a mobilidade do robô ao usar propulsores a gás, a fim deles serem utilizados para realização de saltos em áreas não acessíveis para astronautas. O resultado foi um robô com estrutura esquelética semelhante a uma teia que pesa menos de 1,3 quilos, relata o Olhar Digital. A construção do seu corpo é fundamental para distribuição do impacto para proteger os sensores delicados em seu centro, fazendo com ele consiga suportar quedas e ambientes difíceis num princípio conhecido como integridade de tensão. Inicialmente planejado para atuar fora da Terra, os desenvolvedores do robô pensaram que ele também poderia ser útil por aqui. O dispositivo consegue avaliar remotamente perigos e planejar uma abordagem para os bombeiros antes deles entrarem em situações de risco, como áreas de incêndios florestais, derramamentos de produtos químicos, acidentes e potencialmente até mesmo zonas de guerra.
A Petrobras anunciou o lançamento da Gasolina Petrobras Podium carbono neutro. Segundo a estatal, é a primeira gasolina do mercado brasileiro a carregar esse título. Isso significa que os gases de efeito estufa emitidos em todas as etapas do ciclo de vida do combustível serão totalmente compensados com ações de preservação ou de recuperação florestal de biomas nacionais. Segundo a Agência Brasil, trata-se de um combustível de alta performance, tem o menor teor de enxofre do mercado e a maior octanagem de fábrica. Dessa forma, melhora o desempenho do veículo, colabora para a eficiência do transporte e reduz a emissão de gases de efeito estufa. Para agregar o título de carbono neutro ao combustível, a Petrobras informa que recorreu à metodologia de avaliação do ciclo de vida (ACV). Por meio da ACV, são mensurados os gases de efeito estufa emitidos pelo produto, considerando todo o ciclo de vida do combustível, envolvendo extração e produção das matérias-primas, transportes, processamento, distribuição e uso final.
Quando foi colocado em órbita, na manhã de 9 de fevereiro de 1993, acreditava-se que o Satélite de Coleta de Dados 1 (SCD-1) iria operar somente por um ano. Mas, o primeiro artefato brasileiro do tipo a ir ao espaço está há 30 anos em funcionamento. Com isso, ele se tornou o objeto mais antigo do mundo operando no espaço atualmente, informa a Época Negócios. Segundo o pesquisador Adenilson Roberto da Silva, coordenador-geral de Engenharia, Tecnologia e Ciências Espaciais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a longevidade do SCD-1 se deve ao fato dele ser um satélite simples e robusto, além da alta qualidade do seu projeto e de seus componentes.
Com o objetivo de descobrir mais sobre o espaço sem colocar seres humanos em risco, a NASA anunciou um novo projeto: levar robôs humanoides para fora da Terra. A agência espacial estadunidense vai trabalhar em parceria com a startup Apptronik para desenvolver robôs que possam ir à Lua e a Marte para ajudar astronautas em futuras missões. O projeto vai usar como base Apollo, robô humanoide da Apptronik que tem 1,70 m, 70 kg e uma bateria que dura até 4 horas. A empresa já colaborou com a NASA para a criação de outros robôs, como o já conhecido Valkyrie 2. Originalmente, Apollo foi criado para realizar atividades na Terra, como auxiliar em depósitos e fábricas. Outras aplicações possíveis são entregas a domicílio e cuidado com idosos, diz a Época Negócios.
20/09/2023: Trem a Hidrogênio / Mapeamento de Estradas / Painéis no Ártico
Um novo trem movido a hidrogênio deve entrar em serviço em breve, na Alemanha. A empresa Siemens Mobility concluiu com sucesso os primeiros testes do modelo Mireo Plus H no estado alemão da Baviera e a previsão é que o trem comece a transportar passageiros em meados de 2024, informa o portal Um Só Planeta. Com duas células de combustível montadas no teto e uma bateria de íons de lítio, o trem pode percorrer entre 1.000 e 1.200 quilômetros com um tanque cheio, atingindo velocidade máxima de 160 km/h, segundo a Siemens. A expectativa é que, depois de pronto, o trem passe por um projeto-piloto de 30 meses transportando passageiros. Após esse período, o teste será em condições cotidianas para determinar se mais trens movidos a hidrogênio serão usados em rotas adicionais na Baviera.
Os buracos no asfalto são uma verdadeira dor de cabeça para as autoridades. E mapear os defeitos na pista nem sempre é uma tarefa simples ou rápida. Mas a inteligência artificial agora pode ser uma aliada dos governantes. O Instituto Coreano de Engenharia Civil e Tecnologia de Construção (KICT) desenvolveu um “Programa de Filtragem de Buracos em Estradas” com o objetivo de criar um sistema de restauração de estradas. Os pesquisadores desenvolveram e treinaram um algoritmo de IA para identificar os buracos na via e excluir informações desnecessárias, como sombras, marcações de pista e pneus. Isso é importante porque o Sistema de Gerenciamento de Dados Públicos (PDMS), utilizado pelas autoridades da Coreia do Sul, por exemplo, não consegue distinguir esses objetos dos buracos reais. Dessa forma, a inteligência artificial vai verificar os dados do sistema governamental e corrigir possíveis falhas. Uma vez encerrado o processo de treinamento do programa, essas informações serão atualizadas a cada três horas e enviadas para o Escritório de Gerenciamento de Terras, responsável por realizar os reparos necessários na via. Ainda não há uma data prevista para o início das operações. As informações são do Olhar Digital.
Um projeto piloto vai instalar painéis solares no arquipélago de Svalbard, na Noruega. Esse é o primeiro teste para levar energia renovável para comunidades remotas do Ártico. No total, são 360 painéis solares que começarão a operar nesta quinta-feira (21), de acordo com o Olhar Digital. Os painéis solares irão fornecer eletricidade para uma antiga estação de rádio de navegação, a Isfjord Radio, agora convertida em um acampamento base para turistas. O arquipélago – também conhecido como Spitsbergen – está localizado a cerca de 1.300 quilômetros do Polo Norte e é acessível apenas por barco ou helicóptero, se o tempo permitir.
19/09/2023: Acesso à Internet / Melaço Sintético / Carros Autônomos / Ônibus Elétricos
Ao todo, existem 5,3 bilhões de usuários da internet no mundo, mas pelo menos 2,7 bilhões nunca tiveram acesso à rede. Esse número equivale a um terço da população mundial. Os dados são da Organização das Nações Unidas (ONU) e indicam que o crescimento do acesso à rede foi menor do que o visto durante o ápice da pandemia de Covid-19, destaca o gizmodo. Segundo a ONU, as tendências de queda de usuários se devem à falta de investimentos em infraestrutura e a um novo ímpeto para promover habilidades e conhecimentos digitais. O secretário-geral da União Internacional de Telecomunicações (UIT), Houlin Zhao, alerta para a importância de conectar o mundo. “Se nada for feito, a meta para conectar todo o mundo até 2030 não será cumprida”. No ano passado, havia 3 bilhões de pessoas sem acesso à internet. Este ano, são 2,7 bilhões. Antes da pandemia, o número era de 3,6 bilhões de desconectados ou quase metade da população mundial.
Melaços naturais têm composições variáveis e que não são inteiramente conhecidas, o que é um empecilho não só para a pesquisa científica como também para a indústria, pois são utilizados em vários processos. Um deles é a produção de etanol, sendo o meio de cultivo da levedura Saccharomyces cerevisiae para a fermentação. Um grupo de cientistas brasileiros e europeus conseguiu formular um melaço sintético com composição inteiramente conhecida e, assim, passível de ser reproduzido. A pesquisa recebeu financiamento da FAPESP e foi publicada na revista Scientific Reports. Além da vantagem logística de que centros de pesquisa em qualquer parte do mundo usem essa formulação no desenvolvimento de bioprocessos, o meio de cultura laboratorial permite o estudo da influência de cada componente, por meio do ajuste da concentração de cada um, separadamente. A possibilidade de ajuste dos componentes pode, entre outras coisas, permitir o estudo do efeito causado por inibidores de crescimento e por diferentes componentes nutricionais, além de abrir portas para uma análise de fluxos metabólicos quantitativa, entre outras coisas.
Uma equipe de pesquisa da NYU Tandon School of Engineering desenvolveu um algoritmo que promete resolver um dos maiores problemas dos carros autônomos: a falta de segurança. Chamado de NUMERLA, o código foca em adaptar e treinar a IA e o aprendizado de máquina para a realidade de um dia no trânsito. Segundo o Olhar Digital, o algoritmo consegue isso atualizando continuamente as restrições de segurança em tempo real, garantindo que os carros autônomos naveguem em cenários desconhecidos, tendo a segurança como prioridade máxima. Em suma, quando um veículo autônomo encontra um ambiente em evolução ou diferente, ele estuda a situação rapidamente e faz previsões sobre o seu desempenho futuro em um prazo especificado. Em seguida, procura restrições de segurança apropriadas e atualiza sua base de conhecimento.
A capital paulista começa a operar 50 novos ônibus elétricos 100% a bateria e com participação da indústria nacional, no primeiro passo de um plano que prevê chegar a 2,6 mil unidades até o fim de 2024. A frota total de São Paulo é de cerca de 13 mil ônibus e até agora apenas 18 eram elétricos, rodando em projetos-pilotos. Os ônibus que entram hoje em operação são dois modelos da Eletra, de 12,5 metros e 15 metros, com carroceria Caio e baterias WEG, todas empresas brasileiras. A tecnologia de carregamento é da Enel X. Ambiental, Transwollfe e Transppass são os concessionários que vão operar essa primeira frota de elétricos na cidade. Nas estimativas dos envolvidos nessa transição energética, cada ônibus elétrico em circulação evita a emissão de até 118 toneladas de CO2 por ano, além de reduzir a poluição sonora. O sucesso do projeto de eletrificação do transporte de passageiros por ônibus na capital paulista é considerado fundamental para a transição da mobilidade urbana no Brasil. A eletrificação em São Paulo vai gerar um volume de encomendas que pode dar escala aos fabricantes de ônibus e viabilizar investimentos em produtos e novas fábricas, explica o InsideEVs.
18/09/2023: Base 3D / Monitoramento de Embarcações / Libélulas e Aviões
Enquanto algumas expedições espaciais se dedicam a explorar a Lua e Marte, a empresa de tecnologia e exploração marítima DEEP quer construir uma base subaquática para expandir a exploração do oceano até 2027. A base, nomeada de “Sentinel”, será colocada a cerca de 200 metros de profundidade ao largo da costa do País de Gales, e deve proporcionar aos pesquisadores a oportunidade de permanecer submersos por até 28 dias consecutivos, o que pode auxiliar na observação, monitoramento e compreensão dos oceanos. Um dos objetivos da empresa é que a base facilite a investigação da zona do oceano onde habita cerca de 90% da vida marinha, de acordo com a Época. Segundo a empresa, ao contrário das estruturas anteriores de localização fixa e temporárias, o Sentinela é modular, escalável, autônomo, recuperável, reconfigurável e reimplantável, o que o torna eficaz para operações subaquáticas de longo prazo.
Um aplicativo lançado nesta semana pela Marinha do Brasil garantirá o monitoramento, em tempo real, de embarcações durante suas movimentações, informa a Agência Brasil. O Navseg precisa ser baixado pelo condutor do barco, o qual deverá registrar e compartilhar seu plano de viagem na ferramenta online. Com a viagem náutica registrada no Navseg, a Capitania dos Portos, vinculada à Marinha, receberá, a cada 15 minutos, informações sobre a posição da embarcação. Assim é possível localizá-la mais rapidamente em caso de necessidade de socorro ou salvamento, tanto no mar quanto em rios e lagos. Os clubes náuticos e marinas cadastrados no aplicativo também receberão notificações automáticas, por e-mail, informando o início e a conclusão da viagem
A natureza é fonte de inspiração constante para engenheiros, projetistas e cientistas. Na tentativade projetar melhores aviões e drones, os pássaros e insetos são referências naturais. O site Inovação Tecnológica publicou que Hao Zheng e colegas da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, acreditam ter encontrado um método ideal para compreender os sistemas estruturais de insetos, que estão em constante evolução, e tirar maior proveito deles. Com uma pesquisa baseada em estática gráfica 2D, que utiliza gráficos para determinar as forças e as tensões em uma estrutura, os estudantes mediram a geometria estrutural da asa da libélula. A equipe sugere usar o esqueleto de asa de libélula para desenvolver uma estrutura interna de uma asa de avião. Os testes experimentais e numéricos que eles realizaram indicam que será possível obter melhorias de até 25% na rigidez fora do plano da asa.
Produzido pela CDI Comunicação
Edição: Superintendência de Comunicação do Crea-SP