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Acesso em 02/08/2025 às 05h55.

Área Tecnológica na Mídia

Confira as notícias do dia

19 de janeiro de 2024, às 13h05 - Tempo de leitura aproximado: 27 minutos

Área Tecnológica na Mídia

 


19/01/2024:  Casas Hobbit / Passado Vulcânico da Amazônia / Ranking de Internet Móvel / Robôs


A empresa francesa Scoop Home projetou casas de madeira semienterradas, que se assemelham à vila dos hobbits, da trilogia ‘Senhor dos Anéis’, na qual as casas parecem integradas à natureza. São uma alternativa mais ecológica de construção, gerando menos emissões de gases de efeito estufa e menos resíduos com a construção modular, usando ventilação e iluminação naturais, reporta Ciclo Vivo. Uma estrutura modular de madeira é montada e coberta de terra, criando a aparência de uma casa de hobbit. A Scoop Home oferece um kit para construir um escritório, um módulo com quarto e banheiro, sala e cozinha, além de personalização no interior, com móveis e equipamentos adaptados. O design sem ângulos retos otimiza o aquecimento e evita a perda de calor – um recurso importante para países frios da Europa. O processo envolve terraplanagem e compactação do terreno onde a casa vai ser construída. Com a estrutura de madeira montada, é feita a cobertura com uma camada de palha para o isolamento térmico. No site da empresa estão as condições necessárias para quem quer construir a casa, como: o tempo que deve ser dedicado à obra, características ideais do terreno, licenças ambientais e um estudo geotécnico inicial. Uma possibilidade é a construção de módulos próximos, que se interligam por corredores, compondo uma casa maior.

 

Uma pesquisa do Instituto de Geociências (IG) da Unicamp trouxe novas contribuições à investigação do passado geológico da Amazônia. Por meio da análise de imagens e da composição de rochas extraídas da região, o estudo descobriu que a porção leste da chamada Província Mineral de Alta Floresta — área de 55 mil km² que compreende o Nordeste do Mato Grosso e o Sul do Pará — apresenta características de uma antiga formação de caldeira vulcânica erodida, como encontrada no Parque Nacional de Yellowstone, nos EUA. A descoberta é um dos resultados da pesquisa de mestrado de André Kunifoshita e foi publicada na Geoscience Frontiers, informa o site da Unicamp. As primeiras pesquisas sobre um passado vulcânico da Amazônia são do fim do século XIX. Desde então, pesquisadores vêm trabalhando para entender os aspectos desse passado. Os três períodos de atividade vulcânica que formaram o que hoje se denomina Cráton Amazônico ocorreram, inicialmente, há 2 bilhões de anos, seguido de outro período há 1,88 bilhão de anos e de um terceiro, há 1,78 bilhão de anos. As formações derivadas desse último período integram o chamado Grupo Colíder, um dos tipos de rocha que compõem a Província Mineral de Alta Floresta. O Grupo reúne aspectos que despertam a curiosidade dos geólogos, como uma possível associação às formações de cobre e ouro encontradas na região.

 

Resultados do ‘Speedtest’ da Ookla mostram que o Brasil teve a 47ª melhor internet móvel do mundo em dezembro de 2023. O ranking tem 146 países e considera a velocidade mediana de download registrada em testes da plataforma, relata o Terra. O Brasil mostrou evolução, com 52,26 Mbps de download contra 36,07 Mbps no final de 2022. É possível que a melhora esteja relacionada com a popularização do 5G, área em que o país ficou em quinto lugar. O 47º lugar significa que o país avançou cinco colocações em dezembro de 2023. Já as velocidades de upload tiveram melhorias tímidas ao longo do ano, passando da casa de 11 Mbps para 12 Mbps. Entre os países da América do Sul, o Brasil ficou atrás apenas do Uruguai, que registrou velocidades medianas de 74,42 Mbps, que garantiram a 32ª colocação geral. No ranking que considera a performance em cidades, a brasileira melhor colocada é São Paulo, com 89,25 Mbps e a 37ª posição. Logo atrás, o Rio de Janeiro tem a 39ª posição, com 86,75 Mbps de download. Os testes feitos com conexões fixas de internet mostram que o Brasil tem a 27ª posição no ranking global, com velocidade de 146,16 Mbps em dezembro de 2023.

 

A BMW firmou oficialmente nesta quinta-feira (18) um acordo comercial para usar robôs humanóides inteligentes e autônomos em sua fábrica na Carolina do Sul, EUA. Quem fornecerá os robôs para a montadora alemã é a Figure, criadora do ’01’. Um dos destaques do robô é a mão hábil para manipulação de objetos e trabalhos que exigem mais agilidade. As pernas permitem que o robô se mova e faça certas manobras durante as tarefas, além de possibilitar subir escadas e andar em terrenos irregulares. Seu treinamento combina inteligência artificial, aprendizado por reforço, simulação e teleoperação. Segundo o fundador e CEO da Figure, Brett Adcock, o 01 também consegue aprender tarefas sozinho ao observar humanos. A empresa também utiliza “aprendizado em enxame”, quando habilidades aprendidas por um robô são transferidas para outros, descreve o Olhar Digital. Segundo o TechCrunch, eles serão programados inicialmente para cumprir cinco tarefas. As aplicações iniciais devem incluir serviços repetitivos, como movimentação de caixas, coleta e carregamento de paletes e trabalho com chapas metálicas.

 


18/01/2024:  Religador Trifásico / Usina Solar Flutuante/ Navio de Transporte / Satélites de Conectividade


Engenheiros da empresa de base tecnológica paulista HartBR desenvolveram uma versão mais moderna e de baixo custo de um religador trifásico – equipamento responsável por isolar e desativar trechos de redes de energia quando há problemas, como queda de árvores, permitindo a continuidade de fornecimento de eletricidade nas áreas afetadas, revela a Agência Fapesp. “Riscamos tudo o que existia até então em termos de religadores e começamos do zero um projeto de desenvolvimento de uma nova versão do equipamento, tendo como base as necessidades das empresas, tecnologias mais modernas e novos conceitos industriais”, diz Celso Garcia Lellis Júnior, diretor-fundador da HartBR. Instalados no alto dos postes e na entrada ou saída das linhas nas subestações, os religadores têm a função de identificar curtos-circuitos provocados na rede elétrica por eventos climáticos, como chuvas e ventanias, ou interferência de vegetação, entre outras intempéries. Quando o problema é regularizado, a rede é reenergizada automaticamente, sem a necessidade de a concessionária ter de enviar uma equipe técnica ao local. Estima-se que o uso de religadores garanta uma melhora da ordem de 70% a 80% nos indicadores de continuidade do serviço de distribuição de energia.

 

O governador Tarcísio de Freitas entregou na quarta-feira (17) a primeira etapa de implantação da Usina Fotovoltaica Flutuante (UFF Araucária), na represa Billings ― será a maior usina solar flutuante do país. Com 10,5 mil placas sobre a lâmina d’água e investimento inicial de R$ 30 milhões, a planta tem capacidade para produzir até 10 GWh por ano a partir da matriz solar, o equivalente ao consumo de 4 mil residências, destaca o portal do governo estadual. “O projeto é muito interessante porque a gente está aproveitando o espelho d’água para gerar energia. É mais um passo na nossa política energética de sustentabilidade”, afirmou. A usina é um dos principais projetos de desenvolvimento de energia sustentável em São Paulo. A conclusão está prevista para o final de 2025, com a entrega de outros 75 MW de energia renovável e investimento de R$ 450 milhões. A usina possui 7 MW pico de potência instalada, com 5 MW de potência de conexão e painéis fotovoltaicos instalados sobre flutuadores de polietileno de alta densidade. A geração de energia será iniciada imediatamente após emissão da licença de operação pela Cetesb. A planta será a maior do país a operar comercialmente na modalidade Geração Distribuída. A produção será abatida do consumo de energia elétrica dos clientes da usina, por meio de compensação nas contas de luz. Em comparação com a área total da Billings, o espaço ocupado pela usina na superfície da represa é menor que 0,1%, com baixo impacto ambiental de instalação.

 

A montadora BYD vai transportar seus veículos elétricos e híbridos nos próprios navios. Nesta semana, o primeiro deles partiu da China para uma viagem inaugural. Batizado de Explorer Nº1, é um navio de transporte roll-on-roll-off, reporta Inside EVs. De acordo com a fábrica, o navio vai melhorar as capacidades logísticas. O objetivo é adicionar mais sete navios à frota nos próximos dois anos. Entregue oficialmente no porto de Yantai no dia 10 de janeiro, o navio iniciou sua viagem inaugural a partir do sul da China, no porto Shenzhen, cidade que abriga a sede mundial da BYD. Com 199,9 metros de comprimento, o navio comporta 7.000 veículos. A BYD priorizou um sistema de propulsão sustentável. O Explorer Nº1 tem um sistema de combustível duplo para gás natural liquefeito (GNL) e diesel marítimo convencional. Os outros sete navios planejados devem receber baterias e geradores da BYD para que tenham propulsão híbrida diesel-elétrica. Os navios devem transportar também veículos de parceiros. A BYD encerrou 2023 com 3 milhões de carros elétricos e híbridos plug-in vendidos globalmente. A fábrica chinesa atingiu o top 10 de vendas por montadoras no Brasil pela primeira vez, com quase 18.000 veículos. E superou a Tesla como maior fabricante do mundo de carros elétricos a bateria (BEV), no 4º trimestre de 2023.

 

A Starlink iniciou sua incursão no fornecimento de serviços de rede para celulares por meio de satélites. A subsidiária SpaceX lançou 21 satélites no dia 2, dos quais seis suportam a tecnologia 4G, também conhecida como LTE. Esses dispositivos desempenharão um papel crucial no Direct to Cell, o futuro serviço de comunicação via satélite da Starlink, informa Engenharia é. Os primeiros indícios da rede móvel da Starlink começaram a surgir em 2022, quando a empresa revelou uma parceria com a T-Mobile, operadora de telefonia dos EUA. O nome do serviço, Direct to Cell, foi anunciado em outubro de 2023. A expectativa é que a rede esteja operacional neste ano, possibilitando a transmissão de mensagens de texto. O Direct to Cell compartilha o mesmo objetivo da internet residencial fornecida pela Starlink: expandir a cobertura e eliminar áreas sem sinal, mas com foco na rede 4G. A vantagem em comparação com o serviço de internet é que os clientes não precisarão fazer modificação nos smartphones; ser cliente de uma operadora parceira da Starlink será suficiente. O serviço está programado para ser lançado em sete operadoras, incluindo a telecom americana. As novas parcerias incluem Optus (Austrália); Rogers (Canadá); One NZ (Nova Zelândia); KDDI (Japão); Salt (Suíça); Entel (Chile).

 


17/01/2024:  Gerador Eólico Vertical / Deterioração do Concreto / Bioeconomia / Inteligência Artificial / Li-Fi


O engenheiro José Francisco de Aguiar, de Santa Catarina, criou um gerador eólico vertical que está chamando a atenção do mundo da energia renovável, destaca Petrosolgas. Chamado de MAXITURBO, o equipamento é capaz de iniciar a rotação com ventos de 0,5 metro por segundo. Ou seja, gera energia mesmo com ventos leves. Além da eficiência na geração de energia, o dispositivo eólico vertical oferece benefícios adicionais: a capacidade de melhorar a qualidade do ar em ambientes fechados, exaurindo gases tóxicos, odores e vapores prejudiciais. Também é capaz de reduzir a temperatura ambiente em até 8 °C. O gerador é compacto: pesa aproximadamente 60 kg e pode ser instalado em edifícios residenciais, comerciais e industriais, além de chaminés, torres e até mesmo embarcações. Tem pés telescópicos e extensores laterais de fixação, facilitando a montagem. Comparado aos geradores fotovoltaicos, o gerador eólico brasileiro apresenta várias vantagens técnicas e econômicas. Em áreas com ventos médios, pode gerar cerca de 50 vezes mais energia por metro quadrado do que os geradores solares. Além disso, mantém um desempenho consistente em diversas condições climáticas, gerando energia à noite e em períodos chuvosos.

 

A vida útil do concreto é limitada, por isso deve ser monitorado para a segurança de estruturas. Para promover análises mais rápidas e baratas, pesquisadores do Instituto de Física da USP e da Universidade de Leuven (Bélgica) desenvolveram um material cujo brilho, quando exposto à radiação ultravioleta, pode apontar a presença de compostos indicadores da deterioração do concreto, relata a Agência Fapesp. Os pesquisadores desenvolveram um material chamado de hidróxido duplo lamelar, que recebeu a adição de ions Eu (európio trivalente), que possuem propriedades luminescentes. Testes de laboratório mostraram que, exposto à luz ultravioleta (UV), o brilho do material muda de acordo com a quantidade de carbonato absorvido em sua estrutura, um efeito que pode ser explorado para detectar a deterioração do concreto. Quanto mais vermelho for o brilho do material, mais degradada está a estrutura. “O material pode ajudar a determinar em tempo real como o concreto em uma estrutura está se deteriorando e quando a manutenção será necessária, sem a necessidade de furos ou de esperar análise laboratorial”, diz o pesquisador Alysson Ferreira Morais. De acordo com os cientistas, a próxima etapa é desenvolver o sensor luminescente propriamente dito e testar o conjunto em condições reais. Com isso, será possível até mesmo checar fatores mais específicos, como a resistência do material às condições climáticas e sua estabilidade dentro do concreto.

 

Maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, a Suzano assinou na segunda-feira (15) um acordo com o conglomerado japonês Mitsui para cooperar em pesquisa e desenvolvimento de bioprodutos, com foco no uso de biomassa de origem florestal oriunda do processo de produção da celulose. “Uma das alavancas estratégicas é conseguir desenvolver mercados para a nossa biomassa, reforçando a posição na descarbonização e no desenvolvimento de aplicações sustentáveis”, disse Christian Orglmeister, diretor executivo de novos negócios, ao NeoFeed. A parceria prevê que a Suzano entre com seus ativos biológicos, compostos por mais de 1,6 milhão de hectares de plantações de árvores de eucalipto, sua capacidade de criação de projetos em escala e as pesquisas que desenvolveu na área. A Mitsui atuará com seus conhecimentos nas áreas de química, energia e materiais. Uma das frentes que Suzano e Mitsui pretendem trabalhar é em biocombustível, a partir do desenvolvimento de bioetanol, obtido por meio da fermentação controlada e da destilação de resíduos vegetais da produção da Suzano. Outra área é a de biomateriais como a lignina, um polímero natural que ajuda a sustentar as plantas e representa de 25% a 30% da composição dos eucaliptos. A Suzano já tem resultados com o uso da lignina, extraída durante o processo de fabricação da celulose. Em 2017, o grupo desenvolveu o Ecolig, alternativa renovável para a substituição de antioxidante fóssil. Produzido na fábrica de Limeira, tem diversas aplicações, de correias transportadoras a solados de borracha.

 

No mundo, o café é a segunda bebida mais consumida – ficando atrás apenas da água. Entre 2021 e 2022, foram produzidas 170,83 milhões de sacas de 60 quilos, sendo 164,9 milhões de sacas consumidas. Mas nem todo café é igual. Existem aqueles cafés chamados gourmet. A principal diferença destes para os outros é o tipo de grão, começa matéria do Jornal da USP. Foi pensando em auxiliar as empresas de uma forma mais consistente a precificar a safra conforme a qualidade que Bruno Pereira de Oliveira, doutor em Física pela USP São Carlos e degustador de café, está desenvolvendo uma máquina capaz de fazer esse trabalho. A ideia do projeto foi usar a fluorescência para subtrair informações da amostra de café e, a partir de um processamento de machine learning – que corresponde à capacidade da inteligência artificial de aprender -, é possível identificar a qualidade das amostras. “Eu pego o café em grão, não preciso mais torrar ele ou mesmo fazer infusão, coloco uma luz que vai interagir com o material e ela volta para um sensor. Quando eu recebo essa luz do sensor, eu consigo comparar a luz que é emitida frente a luz que é refletida e nisso eu consigo gerar um espectro”, explica Oliveira. Com esse espectro é possível aplicar modelos matemáticos, aplicar o machine learning e identificar se o café está mais próximo do café especial, do gourmet, do rio ou do riado. A patente está na fase de validação e desenvolvimento de protótipo operacional.

 

A tecnologia Li-Fi, um sistema de comunicação sem fios que aproveita a luz visível para transmissão de dados, tem potencial para ultrapassar a velocidade do Wi-Fi em mais de 100 vezes. Mais importante ainda, o Li-Fi aproveita a infraestrutura de iluminação interior já existente, eliminando a necessidade de instalações separadas, diz o site Inovação Tecnológica. No entanto, a implementação da comunicação por luz visível nos sistemas de iluminação práticos vem se deparando com problema de estabilidade e de precisão na transmissão dos dados – essencialmente as taxas de erros são muito elevadas. Quando a luz do mesmo comprimento de onda se cruza – pense em uma sala com várias lâmpadas – ocorre uma interferência, resultando na fusão ou no cancelamento das ondas. Este fenômeno é forte quando se usa LEDs como fonte de luz de cor única na tecnologia de comunicação por luz. Para enfrentar essa dificuldade, Dowan Kim e colegas da Universidade de Ciência e Tecnologia de Pohang, na Coreia do Sul, criaram uma nova fonte de luz talhada para, além de iluminar, servir como suporte para a comunicação de dados por luz com alta eficiência. A equipe desenvolveu uma nova lâmpada combinando OLEDs (diodos orgânicos emissores de luz) vermelhos, verdes e azuis, de modo a imitar a iluminação branca padrão, mas com zonas de interferência mínimas.

 


16/01/2024:  Água Salgada Ionizada / GPS / Isolante Acústico / Biobateria / Taxi Autônomo


Uma startup alemã desenvolveu um carro movido a água salgada, que durante testes percorreu mais de 150 mil km utilizando água como combustível, sem falhas, informa Click Petróleo & Gás. Diferente de combustão interna ou baterias de íon lítio convencionais, esses veículos utilizam células de energia que geram eletricidade por meio de uma reação química envolvendo água salgada. O sistema nanoFluxcell funciona de maneira parecida com uma célula de combustível convencional, mas com uma diferença significativa: utiliza água salgada ionizada e não hidrogênio. O processo envolve separar os líquidos com íons positivos dos líquidos com íons negativos. Quando esses líquidos passam por uma membrana especial, ocorre uma interação iônica produzindo energia elétrica. Essa energia é usada para impulsionar o carro. O produto final desse processo é água, parecido com o que acontece em células a hidrogênio, permitindo que o carro opere sem emissões poluentes e com reabastecimento eficiente. Durante os testes, o automóvel conseguiu percorrer 1.000 km em 8 horas e 21 minutos, sem a necessidade de parar para abastecer. O carro (Citadino Quantino) acomoda quatro pessoas e está equipado com um motor de 80 kW, o que corresponde a 109 cavalos de potência. O veículo pesa 1.421 kg e acelera de 0 a 100 km/h em cinco segundos.

 

A tecnologia de Sistema de Posicionamento Global é conhecida pelo uso em aplicativos de transporte, mas Rogério Neves, CEO da CPE Tecnologia, empresa que atua no mercado de soluções para geotecnologia, destaca que “é uma ferramenta com múltiplas funções na área de geotecnologia”. O GPS é cada vez mais utilizado “em atividades como a construção e o monitoramento de barragens, por auxiliar na captação de informações”. “Trata-se de um recurso importante para topógrafos e engenheiros saberem onde pode haver áreas de risco”, disse Rogério Neves ao Pini Web. Outro uso citado é nos equipamentos de batimetria. “O GPS auxilia no mapeamento de áreas submersas quando são integrados aos ecobatímetros, que utilizam a tecnologia GNSS para gerar um arquivo de coordenadas de locais mapeados.” Segundo o executivo, o GPS faz parte de uma tendência de projetos de infraestrutura, as cidades inteligentes. “O Brasil já conta com cerca de 30 cidades inteligentes, como São Paulo, Florianópolis, Curitiba, Brasília e Vitória. São municípios que se enquadram em critérios como o alcance do saneamento básico, o bom funcionamento de serviços de saúde e até a cobertura de internet banda larga e sinal 4G e 5G. Questões de infraestrutura, mobilidade urbana e construção civil também compõem os critérios e o GPS é fundamental para mapear áreas e agilizar a coleta de dados para investimentos em construções e remodelações de áreas urbanas”, frisou.

 

A empresa suíça Impact Acoustic desenvolveu um isolante acústico usando resíduos da indústria do algodão. O material, batizado de ARCHISONIC, é fabricado na Itália e usa apenas itens sustentáveis na composição. O principal componente é a celulose derivada do línter de algodão, subproduto da indústria do algodão que seria descartado, reporta o Ciclo Vivo. O fato de o absorvedor acústico ser totalmente reutilizável garante que o produto possa ser utilizado indefinidamente, remodelando e adicionando apenas água, sem degradar a qualidade dos materiais. Cada painel é feito à mão na Itália e aliado à engenharia suíça pode absorver até 60% do som. As cores foram obtidas com pigmentos terrosos naturais, que combinam com o feltro feito de PET reciclado. A circularidade é um conceito que ganhou força nos últimos anos e refere-se à ideia de incluir o fim de vida de um produto em seu processo de design. Como resultado, um produto pode voltar à linha de produção e ser totalmente reutilizado.

 

Pesquisadores espanhóis criaram uma bateria que utiliza hemoglobina para induzir as reações eletroquímicas geradoras de eletricidade, um “combustível” suficiente para que ela funcione por cerca de 20 a 30 dias, começa matéria do site Inovação Tecnológica. A hemoglobina é uma proteína presente nos glóbulos vermelhos do sangue humano e é responsável por transportar o oxigênio dos pulmões para os diferentes tecidos do corpo (e depois transferir o dióxido de carbono no sentido inverso). Essa grande afinidade da hemoglobina com o oxigênio inspirou Valentín Caballero e colegas da Universidade de Córdoba a criar um dispositivo eletroquímico no qual o oxigênio também desempenha um papel importante, como nas baterias zinco-ar. Essas baterias combinam o oxigênio atmosférico e o metal zinco em um eletrólito alcalino líquido, gerando eletricidade como um subproduto do óxido de zinco produzido na reação. Quando o processo é revertido durante a recarga, são produzidos novamente oxigênio e zinco. O que a equipe descobriu é que a hemoglobina apresenta propriedades muito boas para o processo de redução e oxidação (redox), pelo qual a energia é gerada nesse tipo de sistema, o que permitiu que eles criassem a primeira bateria biocompatível (que não faz mal ao organismo) que utiliza hemoglobina na reação eletroquímica que transforma energia química em energia elétrica.

 

A edição de 2024 da CES, a maior feira de tecnologia do mundo, trouxe muitas novidades sobre o campo da tecnologia e inovação, com destaque para o táxi autônomo da Zoox, subsidiária da Amazon que desenvolve veículos do tipo. Esse modelo de engenharia começa a ser disponibilizado nos Estados Unidos, e a previsão é de que chegue em breve ao Brasil, informa o site Engenharia 360. Com design compacto e visual bonito, o que mais chama atenção são as grandes janelas. Sua engenharia conta com um sistema de câmeras e sensores de movimentos localizados em cada uma das extremidades da carenagem. Aliás, os dados capturados por esses gadgets são lidos por uma Inteligência Artificial (AI), que conduz o veículo. Internamente, a cabine do táxi autônomo é bastante espaçosa – não há banco do motorista – claro, já que trata-se de um veículo autônomo -, somente quatro confortáveis poltronas disponíveis. No painel, os passageiros podem acessar diversos recursos tecnológicos, dentre eles quatro carregadores sem fios para celulares, quatro displays sensíveis ao toque e um botão de emergência. E painéis digitais trazem informações sobre a corrida e ainda permitem a escolha de músicas e ajustes da luz e da temperatura do módulo. O modelo é mais eficiente e acessível, com grande potencial de revolucionar a engenharia de mobilidade urbana global, alterando totalmente a forma como nos movemos nas cidades.

 


15/01/2024:  Gesso Marciano / Fios de Cobre e Grafeno / Jato Supersônico / Carro Voador / Lua de Júpiter / Biodigestor Automatizado


Uma das abordagens mais promissoras pesquisadas pela NASA para produzir água para a futura colonização de Marte consiste na exploração do gesso marciano, que é desidratado para obter água para consumo humano ou para regar plantações. Além da água, o processo produz um subproduto chamado anidrita, considerado resíduo nos processos estudados pela agência espacial, começa matéria do site Inovação Tecnológica. Agora, porém, Cencen Wei e colegas da Universidade de Sussex, no Reino Unido, descobriram que a anidrita pode ser extremamente valiosa, podendo ser utilizada para gerar energia sustentável. Utilizando recursos e técnicas atualmente aplicadas na Estação Espacial Internacional ou sendo desenvolvidos em laboratórios da NASA, a equipe estava investigando o potencial de nanomateriais – componentes incrivelmente pequenos, milhares de vezes menores que um fio de cabelo humano – para a produção de energia limpa e de materiais de construção em Marte. “Nosso estudo baseia-se em pesquisas recentes realizadas pela NASA e pega o que era considerado lixo, essencialmente pedaços de rocha, e os transforma em nanomateriais transformadores para uma gama de aplicações, desde a criação de hidrogênio combustível limpo ao desenvolvimento de um dispositivo eletrônico semelhante a um transístor e à criação de um aditivo para tecidos para aumentar a sua robustez. Isso abre caminhos para tecnologia sustentável – e construção – em Marte, mas também destaca o potencial mais amplo para avanços ecológicos aqui na Terra”, disse o professor Conor Boland, coordenador da equipe.

 

Em um fenômeno que contesta a sabedoria científica convencional sobre como os metais conduzem eletricidade, um composto de carbono comum permitiu fazer melhorias notáveis de desempenho quando misturado na proporção certa com cobre para fazer fios elétricos, diz o site Inovação Tecnológica. A descoberta, que poderá levar a uma distribuição de eletricidade mais eficiente para residências e empresas, bem como a motores mais eficientes para impulsionar veículos elétricos e equipamentos industriais, foi feita por Bharat Gwalani e colegas do Laboratório Nacional do Pacífico Noroeste (PNNL), nos EUA. Gwalani descobriu que o grafeno, uma camada única do mesmo grafite encontrado nos lápis, pode melhorar uma propriedade importante dos metais chamada coeficiente de temperatura da resistência, que explica por que os fios de metal ficam quentes quando a corrente elétrica passa por eles – reduzir essa resistência resulta em um aumento da capacidade do metal de conduzir eletricidade.

 

A Nasa enfim revelou o X-59, jato supersônico desenvolvido em parceria com a Lockheed Martin durante seis anos. O avião promete ser “silencioso” e não produzir estrondo supersônico, mas, sim, um “baque” bem mais silencioso, informa o Olhar Digital. O modelo, voltado para viagens comerciais, já havia aparecido antes, porém, não saiu do hangar e ainda está sem alguns componentes internos e com pintura externa inacabada. Ele fará parte da missão Quest. O X-59 possui 30,3 m de comprimento e 8,99 m de largura. Seu nariz fino e cônico possui quase um terço de seu comprimento e quebrará as ondas de choque que, normalmente, resultariam em aeronave supersônica causando estrondo sônico. A cabine fica localizada quase na metade do comprimento do avião e não possui para-brisa. Em seu lugar, foi desenvolvido o eXternal Vision System, composto por várias câmeras de alta resolução que alimentam monitor 4K na cabine. O motor, desenvolvido pela General Electric, está equipado na parte superior e sua parte inferior é lisa, de modo a ajudar a evitar que ondas de choque se fundissem atrás da aeronave e causassem estrondo sônico. Segundo a Nasa e a Lockheed Martin, o jato pode chegar a mais de 1,44 mil km/h.

 

A divisão aeroespacial da Hyundai revelou no Consumer Electronics Show 2024 o seu segundo protótipo de eVTOL. Capaz de decolar e pousar verticalmente, o S-A2 elétrico tem planejamento para chegar em 2028 ao mercado e se baseia no primeiro conceito apresentado em 2020, o S-A1. Agora pronto para ser produzido, o A2 possui oito hélices inclináveis que permitem o veículo aéreo atingir velocidade de cruzeiro de 193 km/h a uma altitude de 457 metros, relata a Quatro Rodas. Segundo a Hyundai, inicialmente ele será projetado para viagens curtas, de 40 a 64 km, mais adequado para trajetos dentro de cidades. Na cabine há capacidade para quatro passageiros, além do piloto, que têm um sssento diferenciado dos passageiros. Todos os assentos são feitos com materiais de absorção de energia com qualidade aeronáutica, visando a maior segurança. O painel conta com uma grande tela de led dividida em duas interfaces, que são acompanhadas com uma paleta de oito botões abaixo da tela. A Hyundai especifica que os eVTOLs poderão decolar e pousar a partir de vertiportos, possibilitando que os passageiros embarquem e desembarquem em pontos estratégicos dentro das cidades.

 

Júpiter guarda em suas cercanias uma lua, a Europa, com água em abundância, energia e outros ingredientes primordiais e pode ser o primeiro local em que será encontrará vida fora da Terra. Uma missão da Nasa, a Europa Clipper, deve ser lançada em outubro para uma viagem de seis anos e 3 bilhões de km para investigar se há as condições necessárias para que o satélite possa abrigar vida, reporta a Veja. O satélite está em uma região perigosa, de excessiva radiação. Ao longo de quatro anos orbitando Júpiter, a sonda passará pelo satélite natural quase 50 vezes e, de uma proximidade de 25 km, captará dados sobre Europa. Ao final da missão, deve encerrar sua vida útil com um impacto no solo rochoso de Ganimedes, a maior lua joviana. “A Europa pode ter o ambiente mais propício para vida no sistema solar”, disse o astrobiólogo Fabio Rodrigues, professor do Instituto de Química da USP. De fora, o que se vê é um enorme bloco de gelo, mas os pesquisadores acreditam que sob essa superfície pode haver um imenso oceano. Isso justificaria a busca, mas os cientistas querem ter certeza de que os elementos químicos necessários à vida — carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, fósforo e enxofre — podem estar no núcleo rochoso, que é continuamente friccionado e aquecido pela gravidade do planeta. A nave de US$ 5 bilhões tem nove instrumentos que investigarão desde o calor liberado pelo mar salgado até as partículas de poeira na atmosfera.

 

Disputando uma vaga na final da 22ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), organizada pela USP, estudantes da Escola Técnica Estadual (Etec) Guarulhos criaram uma solução para o reaproveitamento de lixo e a geração de energia sustentável. Com o projeto ‘Desenvolvimento e avaliação bioquímica de um biodigestor anaeróbio para produção de biogás a partir de resíduos orgânicos’, os alunos Eduardo Facco e Gustavo Pereira, junto com o colega Erick dos Santos, formado em Eletrônica pela Etec de Mogi das Cruzes, concorrem entre os 500 trabalhos semifinalistas, informa o portal do governo estadual. O biodigestor acelera o processo de decomposição da matéria orgânica através da ausência de oxigênio. As vantagens da biodigestão são o reaproveitamento do resíduo orgânico, a produção de fertilizantes e biogás. “O funcionamento é bem simples: você coloca qualquer tipo de matéria orgânica no biodigestor. As bactérias anaeróbicas dentro do reator principal vão digerir esse material e transformá-lo em biogás. Por meio de filtragem, chegamos ao biometano, um combustível renovável e menos poluente”, explicou Gustavo Pereira. O sistema é automatizado e pode ser controlado remotamente, por meio de aplicativo. A biomassa restante do processo de produção do gás pode ser utilizada como biofertilizante.