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Acesso em 18/07/2025 às 07h33.

Área Tecnológica na Mídia – 11 a 15/12

Confira as notícias do dia

11 de dezembro de 2023, às 11h00 - Tempo de leitura aproximado: 27 minutos

Área Tecnológica na Mídia

 


15/12/2023:  Energia Solar Noturna / Material ‘Inquebrável’ / Biometano ‘Suíno’ / OISL / Comunicação via Satélite


Emad Abdelsalam, da Escola de Tecnologia de Engenharia da Universidade Técnica Al Hussein, na Jordânia, liderou uma equipe que desenvolveu uma nova técnica para a geração de energia solar, relata Petrosolgas. Os pesquisadores projetaram uma torre solar denominada ‘Twin Technology Solar System (TTSS)’, que combina um sistema de corrente ascendente solar com uma estrutura de corrente descendente de resfriamento. O TTSS é composto por uma torre de 200 metros de altura e 14 metros de diâmetro, cercada por dez torres de corrente descendente. A água é bombeada para o topo da torre, onde o ar quente é coletado e resfriado, tornando-se mais denso do que o ar externo. Esse ar frio é direcionado para baixo, acionando turbinas que geram eletricidade. O resultado é uma geração contínua de energia, mesmo à noite, quando a luz solar não está disponível. A Torre Solar demonstrou ser eficiente em climas quentes e secos, com uma simulação baseada nas condições de Riad, capital da Arábia Saudita, onde as temperaturas ultrapassam os 40 °C de maio a setembro. Isso significa que a geração de energia ocorre 24 horas por dia, independentemente das condições meteorológicas.

 

Cientistas criaram um material capaz de rivalizar com o diamante como o material mais duro da Terra. A pesquisadora Dominique Laniel e seus colegas da Alemanha, Inglaterra e Suécia descobriram que os precursores de carbono e nitrogênio, quando são submetidos a calor e pressão extremos, resultam em materiais mais resistentes do que o nitreto cúbico de boro, o material mais duro depois do diamante, destaca Inovação Tecnológica. Além de materiais industriais, como revestimentos protetores para carros e naves espaciais e ferramentas de corte de alta resistência, o novo material tem propriedades que permitirão a fabricação de produtos como painéis solares e fotodetectores. Os pesquisadores usaram uma bigorna de diamante para submeter várias formas de precursores de carbono e nitrogênio a pressões entre 70 e 135 gigapascais ― um milhão de vezes a pressão atmosférica ― ao mesmo tempo aquecendo-os a temperaturas de 1.500 ºC. Um feixe de raios X de alta intensidade, emitido por um acelerador de partículas, permitiu elucidar o arranjo molecular resultante, comprovando que a dureza do material se deve à presença de três nitretos de carbono. Os três compostos mantiveram suas qualidades semelhantes às do diamante quando retornaram às condições de pressão e temperatura ambiente. Experimentos adicionais mostraram que os novos materiais detêm propriedades adicionais, incluindo fotoluminescência e alta densidade de energia, no qual uma grande quantidade de energia pode ser armazenada em uma pequena quantidade de massa.

 

A RDP Energia está investindo R$ 50 milhões para construir a primeira refinaria do Brasil que produzirá biometano a partir de resíduos da indústria de suínos. A unidade será instalada na cidade de Toledo (PR) e deverá entrar em operação em 2026, reporta InfoMoney. A empresa já contratou junto à Central de Bioenergia de Toledo (CBT) 7,3 milhões de metros cúbicos de biogás por ano, que serão refinados para a produção do biometano. A expectativa é que sejam gerados 3 milhões de metros cúbicos de biometano por ano. A CBT, projeto da CIBiogás com recursos da Itaipu Binacional, será a responsável pela coleta e pelo processamento dos resíduos de suínos do Paraná. O biogás produzido a partir dos resíduos será enviado para a RDP para refino e produção do biometano. A escolha por Toledo não é por acaso. O município tem o maior rebanho de suínos do Brasil, com pouco mais de 3 milhões de cabeças, segundo o IBGE. Para atender à demanda de gás da RDP, a CBT utilizará os resíduos de 150 mil a 200 mil suínos. A refinaria de biogás marcará a estreia da RDP na produção de biocombustíveis. A empresa atua na distribuição regional de combustíveis.

 

Por meio de uma chamada pública realizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), diversas empresas aeroespaciais brasileiras apresentaram propostas para o desenvolvimento de um novo foguete lançador de satélites para a órbita baixa da Terra. O ministério avaliou, entre outros pontos, o grau de inovação de cada projeto apresentado e seu impacto de médio e longo prazos – incluindo o potencial de geração de empregos e a capacidade de internacionalização. Foram analisadas, também, a experiência e a capacidade técnica e operacional das concorrentes. De acordo com o Olhar Digital, duas propostas foram selecionadas – ambas apresentadas por grupos liderados por empresas de tecnologia aeroespacial de São José dos Campos (SP). Esses projetos serão custeados com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), sob acompanhamento da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), vinculada ao MCTI, e da Agência Espacial Brasileira (AEB). Essa iniciativa tem o objetivo de trazer o apoio da iniciativa privada para o cumprimento de um marco de fundamental importância para o programa espacial do Brasil: ter um veículo lançador capaz de, a partir do território nacional, colocar em órbita um satélite também brasileiro.

 

O Projeto Kuiper, da Amazon, validou com sucesso uma tecnologia chave que aumentará o rendimento e reduzirá a latência para clientes que usam seu serviço de Internet via satélite, disse a big tech nesta quinta-feira (14). Segundo o TechCrunch, a tecnologia é chamada de “links ópticos entre satélites” (OISL, na sigla em inflês), e trata-se de um tipo de comunicação óptica que usa lasers infravermelhos para enviar dados entre espaçonaves em órbita. A OISL já existe há algum tempo para permitir comunicações entre satélites, mas as gerações anteriores estavam limitadas a conectar apenas dois satélites por vez. Agora, os satélites do projeto serão capazes de se conectar com muitas outras espaçonaves simultaneamente, o que formará uma rede maior de comunicação no espaço, explica a Época. Essa capacidade é fundamental: com ela, Kuiper afirma que será capaz de mover dados cerca de 30% mais rápido do que cabos de fibra óptica terrestre que enviam dados ao longo de uma distância equivalente. A Amazon teve que superar uma série de desafios para habilitar esse OISL avançado. Os lasers têm de ter um feixe estreito e muito preciso para garantir o contato até 2.600 km de distância, enquanto as naves espaciais se movem a velocidades de até 24 mil km/hora, com toda a dinâmica orbital envolvida. A empresa afirma que seu sistema óptico e de controle superou todos esses obstáculos.

 


14/12/2023:  Sensor Biodegradável / Biocombustível de Macaúba / Leite Orgânico / Minicérebro e IA


Pesquisadores da USP e da Universidade Federal de Viçosa desenvolveram um sensor sustentável vestível capaz de monitorar os níveis de agrotóxicos diretamente na casca dos vegetais. Feito de acetato de celulose, material produzido a partir da polpa de madeira, o dispositivo tem potencial para ajudar a garantir a segurança dos alimentos. Os resultados do estudo foram publicados na revista Biomaterials Advances, informa a Agência Fapesp. “Os sensores eletroquímicos podem combinar economia, detecção rápida, miniaturização, produção em larga escala, conveniência, praticidade, alta seletividade e detecção de pesticidas no local, permitindo a análise diretamente na casca e nas folhas dos alimentos com sensores vestíveis nas plantas”, disse Paulo Augusto Raymundo Pereira, pesquisador do Instituto de Física de São Carlos. “Em vez de materiais como cerâmicos e polímeros plásticos derivados do petróleo, utilizamos o acetato de celulose, material de origem vegetal que se desintegra em 340 dias, dependendo das condições do local”, disse. As folhas de acetato de celulose foram produzidas pelo método de moldagem, em que o material é colocado em um espaço com o formato adequado e o sistema de sensoriamento completo de três eletrodos foi fabricado por serigrafia. Nos testes em laboratório, uma solução com os pesticidas carbendazim e paraquate foi pulverizada sobre folhas de alface e peles de tomate. O sensor vestível foi anexado nas superfícies dos alimentos. Os resultados mostraram detecção compatível com o de um sensor de tereftalato de polietileno, matéria-prima mais utilizada.

 

A empresa de energia Acelen vai instalar em Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, um centro tecnológico para o desenvolvimento agroindustrial da produção de óleo vegetal e demais produtos a partir da macaúba, reporta CicloVivo. A unidade da Acelen Renováveis terá um programa de melhoramento genético, produção de mudas e manejo agronômico, visando a qualidade do produto, a redução dos custos de produção e a expansão do cultivo. Entre os subprodutos da macaúba estão os biocombustíveis, como o biodiesel, e também combustível para aviação. A empresa adquiriu um terreno de 150 hectares para a instalação do empreendimento. A empresa comunicou o início da implantação do Centro de Inovação e Tecnologia Agroindustrial (CITA). Será construído um local para pesquisa, aprimoramento e desenvolvimento da macaúba. A empresa vai produzir sementes e mudas de alta qualidade, potencializando a importância da planta nativa no processo de transição energética. Durante a COP-28, a empresa se comprometeu com a construção de uma biorrefinaria na Bahia, além da cooperação para a criação de um hub de inovação, com a participação de instituições de pesquisa e universidades locais. Dessa forma, atuará no desenvolvimento da macaúba na Bahia e na revitalização do cultivo de dendê.

 

Já está em operação a plataforma do Observatório do Leite Orgânico, resultado do projeto de pesquisa liderado pela Embrapa Gado de Leite (MG) em parceria com instituições de ensino e pesquisa. A plataforma traz dados de interesse dos setores produtivos (fazendas e laticínios), como o histórico do número de produtores certificados, localização das unidades de produção e de processamento, o perfil produtivo e ambiental de sistemas de produção e do mercado consumidor. A plataforma também disponibiliza informações sobre a produção orgânica de leite e o mapeamento dos pontos de comercialização de lácteos orgânicos no Brasil, destaca Embrapa Notícias. Com a plataforma, a Embrapa reúne, em um único local, número e localização de produtores de leite orgânico registrados no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos do Ministério da Agricultura e Pecuária desde 2016. Também é possível localizar e incluir de forma participativa fornecedores de insumos, indústrias processadoras e canais de comercialização de lácteos orgânicos, como feiras, mercados e vendas on-line. “Buscamos aproximar produtores, laticínios e consumidores, que se encontram dispersos geograficamente, para fortalecer a rede e facilitar o planejamento do setor”, diz o analista da Embrapa Fábio Homero Diniz.

 

Em uma inovação inédita, pesquisadores combinaram inteligência artificial (IA) convencional com um sofisticado modelo tridimensional do cérebro humano, composto por diferentes tipos de tecido cerebral cultivados em laboratório, buscando potencializar a capacidade computacional da IA. A pesquisa recente utiliza hardware de computação mais tradicional para inserir dados elétricos no organoide e, posteriormente, decifrar a atividade do organoide para gerar uma saída. Nesse processo, o organoide atua apenas como a “camada intermediária” do processo de computação. Embora o método esteja longe de imitar a verdadeira estrutura ou funcionamento do cérebro, pode representar um primeiro passo em direção à criação de biocomputadores, que, ao adotarem estratégias da biologia, poderiam ser mais potentes e eficientes energeticamente do que os computadores tradicionais. Além disso, essa abordagem poderia proporcionar uma compreensão mais profunda de como o cérebro humano opera e como é afetado por condições neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson, ressalta o Olhar Digital.

 


13/12/2023:  Implante ‘Anti-Bacteriano’ / Hidrogênio Subterrâneo / ‘Fibra de Algodão’ / Tecnologia na Indústria / Erva-Mate


Uma solução projetada por cientistas da Universidade Estadual de Washington foi capaz de destruir 87% das bactérias que causam infecções por estafilococos em testes de laboratório. Segundo os autores, o material é mais forte e compatível com tecidos vivos em comparação aos utilizados em implantes atuais. A ideia é que, no futuro, o material possa ser utilizado para construção de próteses humanas, relata o Correio Braziliense. A tecnologia é construída à base de metais de titânio, tântalo e cobre, formando uma liga metálica. O material foi desenvolvido com menor teor de alumínio e vanádio, além de oferecer propriedades mecânicas semelhantes ao titânio, comumente utilizado nos implantes, porém mais aperfeiçoadas quanto às características biológicas. O pesquisador Amit Bandyopadhyay diz que projetar as ligas a partir de materiais metálicos foi o maior desafio, uma vez que têm pontos de fusão elevados e precisam de equipamentos especializados para fundi-los. “O ponto de fusão do tântalo é maior que 3.000°C. Tivemos que otimizar a química da liga para obter melhorias simultâneas na biocompatibilidade e na resistência a infecções”, relata. Para ampliar a resistência às infecções do material, a equipe adicionou 3% de cobre à liga de titânio. Mais cobre poderia matar as células ósseas. A solução de equilíbrio foi adição de 10% de tântalo na liga metálica, melhorando a biocompatibilidade. A solução tecnológica apresentou menores taxas de desgaste e maior eficácia antibacteriana contra microorganismos comuns em infecções de implantes.

 

No início deste ano, o professor Jacques Pironon estava à procura de metano na Bacia de Lorraine, no nordeste de França, quando sua equipe encontrou um grande depósito de hidrogênio a 3.000 metros de profundidade. A descoberta francesa não representa a primeira vez em que hidrogênio natural foi encontrado — já existe um pequeno poço em Bourakébougou, no oeste do Mali, e acredita-se que existam grandes depósitos nos EUA, Austrália, Rússia e vários países europeus. No entanto, a descoberta na França pode representar o maior depósito natural do gás já encontrado. Pironon estima que poderão existir 250 milhões de toneladas de hidrogênio, o suficiente para cobrir a procura global por mais de dois anos, reporta BBC News Brasil. Deve haver outros depósitos de hidrogênio no mundo — o Serviço Geológico dos EUA (USGS) estima milhares ou talvez bilhões de megatoneladas. Nem tudo isso será facilmente explorável, adverte o geólogo do USGS Geoffrey Ellis. “A grande maioria será inacessível — profundo demais ou longe demais do litoral, ou em acumulações que são muito pequenas para que o seu acesso se torne algum dia economicamente viável”, diz. Mas o USGS estima que há 100.000 megatoneladas de hidrogênio acessível – e isso poderá representar centenas de anos de fornecimento. As técnicas para extraí-lo, diz Ellis, “seriam semelhantes às do gás natural”.

 

Uma nova fibra com a flexibilidade do algodão e a condutividade elétrica de um polímero orgânico pode ser a matéria-prima que faltava para a construção de tecidos eletrônicos, roupas inteligentes e uma série de tecnologias de vestir, destaca Inovação Tecnológica. “[Nós fabricamos] uma fibra em duas seções: algodão convencional, flexível e forte o bastante para o uso diário; e o outro lado é o material condutor. O algodão pode suportar o material condutor e fornecer a função necessária”, disse a pesquisadora Hang Liu, da Universidade Estadual de Washington. A ideia é integrar fibras multifuncionais em roupas dotadas de sensores e circuitos flexíveis. Esses tecidos podem fazer parte de uniformes dos bombeiros ou trabalhadores que manuseiam produtos químicos, para detectar exposições perigosas. Outras aplicações incluem o monitoramento de saúde. O grande trunfo do trabalho foi superar os desafios de misturar um polímero condutor com a celulose do algodão. Os pesquisadores utilizaram a polianilina, conhecida como PANI, um polímero sintético com propriedades condutoras utilizado na fabricação de placas de circuito impresso. A polianilina é frágil e não pode ser transformada em fibra para têxteis. Para resolver isso, os pesquisadores dissolveram a celulose do algodão em uma solução e o polímero condutor em outra solução. As duas soluções foram misturadas e o material foi extrudado para formar uma fibra. Encontrada a dosagem correta dos dois materiais, a fibra resultante apresentou boa ligação interfacial ― as moléculas dos dois materiais diferentes permaneceram coesos durante o alongamento e a flexão.

 

A implementação de tecnologia na indústria 4.0 aumenta a produtividade do setor em até 38%. É o que revela o Ranking Nacional da Indústria 4.0, do instituto Atlas Intel em parceria com a Tractian. De acordo com o levantamento, o ganho é maior para empresas das indústrias de Bens e Consumo (58%), Aeronáutica (54%) e Petróleo e Gás (48%). Além disso, 80% dos entrevistados relataram que a implementação de tecnologias 4.0, como automação, sensores IoT, inteligência artificial e métodos de big data em manutenção, por exemplo, teve impactos positivos na redução de custos de indisponibilidade e na qualidade dos produtos e serviços. A pesquisa conclui ainda que a percepção das empresas acerca dessas tecnologias é muito positiva — para 94% dos entrevistados, existe a intenção de continuar investindo em tecnologia na indústria. Não à toa, o gasto por hora parada de qualquer máquina é de, pelo menos, R$ 100 mil para um terço dos entrevistados. Apesar da necessidade latente, o uso da tecnologia na indústria é relativamente recente no País. Dados do estudo mostram que cerca de 73% das empresas começaram a adotar tecnologias da indústria 4.0 nos últimos cinco anos. Apenas os setores de alimentos, agricultura e plástico estão entre os que adotaram as tecnologias há mais tempo, antes de 2015. Entre os maiores desafios, estão a falta de conhecimento técnico (para 28,4% dos respondentes) e a falta de recursos financeiros (para 24,2%), mostra a CNN.

 

Com o objetivo de medir os estoques de carbono e as emissões de gases de efeito estufa (GEE) durante o cultivo de erva-mate (Ilex paraguariensis), a Embrapa Florestas (PR) e a Fundação Solidaridad desenvolveram uma calculadora de carbono, a Carbon Matte. A tecnologia proporcionará melhor compreensão sobre a relação entre a produção da erva-mate e a mitigação das emissões de GEE mediante o armazenamento de carbono. A ferramenta poderá ser utilizada como um instrumento de gestão de propriedades rurais e empresas para contabilizar emissões de GEE e estoques de carbono a partir das práticas de manejo adotadas e auxiliar nas tomadas de decisão. Além disso, pode apoiar processos de certificação ou rotulagem de produtos ambientalmente sustentáveis, bem como mensurar ativos ambientais e contribuir para atingir as metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 13 da Organização das Nações Unidas (ONU), relacionado à mudança global do clima. A Carbon Matte é composta por uma planilha eletrônica, na qual são inseridos dados dos sistemas produtivos de erva-mate (sistema adensado, arborizado e a pleno sol). Entre as variáveis coletadas e inseridas na planilha, estão a produção de biomassa e as práticas silviculturais adotadas. A planilha calcula as emissões e remoções totais de carbono do sistema (biomassa vegetal e solo) e as fontes de emissão de alguns dos principais GEE, como o dióxido de carbono (CO2) e o metano (CH4). Seu uso é voltado para produtores rurais, ervateiras, agentes de extensão rural e comunidade científica.

 


12/12/2023:  Museu Nacional / Inovação Genômica / IA da Petrobras / WiFi 7


O Museu Nacional já está operando um microtomógrafo, fabricado na Califórnia por uma empresa alemã e considerado um dos mais avançados equipamentos científicos do mundo. O aparelho tem capacidade para operar simultaneamente como um tomógrafo e um microscópio 3D de raio X,  informa a Agência Brasil. O coordenador do Comitê Gestor dos Laboratórios do Museu Nacional, Cristiano Moreira, frisou que o microtomógrafo tem sido norma nos grandes museus do mundo. “Com a microtomografia, a gente consegue criar imagens tridimensionais de qualquer objeto, qualquer acervo que a gente tenha. Sejam imagens internas ou externas”. É possível criar modelos de peças de acervo e recriar modelos tridimensionais, tanto no âmbito virtual quanto físico, por meio de impressões 3D. O equipamento pesa 3 toneladas e atenderá a todas as áreas do Museu Nacional, visando à manutenção e à preservação do acervo. Moreira informou que existe uma tendência em museus de história natural de tirar fotos de seus acervos porque alguns itens são muito sensíveis, não podem ficar expostos à luz. “É uma maneira de acessar o material sem prejudicá-lo”. Ele ressaltou que, para pesquisas, o aparelho é fundamental. “Eu consigo pegar um animal, estudar a anatomia interna dele sem precisar dissecar ou destruir. Muitas técnicas, que antes eram destrutivas, a gente consegue fazer hoje com tomografia.”

 

Os pesquisadores do Centro de Pesquisa em Genômica Aplicada à Mudanças Climáticas, instituição de pesquisa em Engenharia constituído pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), desenvolveram um protocolo para acelerar a edição genômica de plantas de milho para a região tropical. Um artigo publicado na Frontiers in Genome Editing mostrou que a aplicação de um protocolo de transformação genética baseado no uso de ‘reguladores morfogênicos’ para linhagens tropicais de milho se mostrou três vezes mais eficiente quando comparado com o protocolo-modelo baseado em linhagem temperada, reporta a Agência Fapesp. A edição genômica é uma ferramenta para enfrentar as mudanças climáticas, já que possibilita o desenvolvimento rápido de variedades agrícolas mais tolerantes à seca e doenças. A região tropical é responsável por 30% da produção mundial do cereal. Entretanto, a produtividade do milho em regiões tropicais está aquém daquela nas áreas temperadas por causa da baixa fertilidade do solo, infestações de pragas e cultivo dependente da chuva. As linhagens de milho usadas como modelo de estudo são de regiões temperadas. “Essas plantas não estão adaptadas ao clima tropical, e assim não tem performance tão boa”, explica  o pesquisador José Hernandes Lopes. Outra barreira é a baixa eficiência dos protocolos tradicionais de transformação genética. Os autores exploraram uma nova estratégia de biologia molecular: o uso de genes que estimulam o processo de regeneração das plantas transformadas – os genes reguladores morfogênicos.

 

A Petrobras desenvolveu, em parceria com a Microsoft, uma inteligência artificial generativa para apoiar seus times nas tarefas de trabalho. Batizada de ChatPetrobras, a ferramenta utiliza o modelo GPT e tecnologia de IA (Inteligência Artificial) do Microsoft Azure OpenAI Service. O aplicativo já está disponível, por meio de um portal interno, para 110 mil trabalhadores da Petrobras, entre empregados próprios e prestadores de serviço. A estatal afirmou que usará o sistema para realizar diversas atividades, como, por exemplo, elaborar relatórios, resumos e apresentações, além de responder perguntas e dúvidas dos usuários. A expectativa é que a implantação da plataforma facilite a rotina de trabalho na companhia, levando a reduções de tempo e custos nos processos administrativos e operacionais, explica o gizmodo.

 

A adoção do WiFi 7 por operadoras e provedores de serviços de internet (ISPs) deve ser mais rápida do que o esperado, mostra o portal tele.síntese. Em sua análise anual mais recente, a Wireless Broadband Alliance (WBA, ou Aliança de Banda Larga Sem Fio) aponta que, até o fim de 2024, mais de 41% das empresas de telecom desejam fornecer a tecnologia de conexão. Dentro desse percentual, 7,5% já implantaram a rede sem fio de última geração e trabalham em casos de uso, com a expectativa de que a tecnologia habilite novos negócios e fontes de receita. Além disso, com base no Relatório Anual da Indústria 2024, a organização aponta que o WiFi 6, 6E e 7 estão no topo da lista de tecnologias sem fio prioritárias que operadoras, ISPs e fornecedores de dispositivos e chipsets planejam implantar ao longo do próximo ano. O relatório ainda indica que o setor está mais confiante nos investimentos em redes fixas sem fio, com 58% das empresas mais dispostas a destinar recursos para contar com conexões WiFi de última geração. Um dos principais temas em discussão na Conferência Mundial de Radiocomunicações (WRC-23), a destinação da frequência de 6 GHz também aparece no levantamento da WBA. O estudo indica que a disponibilidade dessa faixa do espectro é considerada uma questão importante para dois terços dos agentes que atuam no setor de telecomunicações.

 


11/12/2023:  Voo Sustentável / Energia de Biomassa / Urucum na Medicina / Celulas de Perovskita / Avião Supersônico


A Leonardo e a Pratt & Whitney Canada anunciaram, no sábado (9), a conclusão bem-sucedida do voo de um helicóptero AW139, equipado com motores PT6C-67C, utilizando 100% de combustível de aviação sustentável (SAF). O voo de 75 minutos e os testes em solo avaliaram o desempenho do motor com múltiplas variações de potência e outros sistemas. O teste mostrou um desempenho com o novo combustível sem diferenças significativas com o combustível Jet A1, informa o R7. No início deste ano, os  AW139 voaram com SAF misturado com combustível de aviação tradicional, de acordo com os padrões de certificação atuais no Japão, Malásia e EUA. Todos os principais modelos civis da linha de helicópteros da Leonardo são certificados para operações com SAF com proporção de mistura de até 50%. O voo de demonstração 100% SAF do AW139 mostrou eficiência da aeronave. “Atestamos que essa tecnologia permite operações mais sustentáveis”, disse Gian Piero Cutillo, diretor-geral da Leonardo Helicopters.

 

Laíssa Okamura, coordenadora de pesquisa industrial do Instituto Senai de Inovação em Biomassa, em Três Lagoas, disse que o ISI Biomassa conduz mais de 15 projetos com parceiros e outros estão em processo de negociação. Todos voltados para bioeconomia, descarbonização e economia circular, informa o Jornal Dia a Dia. Especialidade do ISI de Três Lagoas, o uso da biomassa adquire protagonismo na transição energética da indústria. De acordo com o pesquisador Willian Pereira Gomes, a matéria orgânica pode vir de diferentes fontes, como agroindustrial, industrial e resíduos de plantações. Restos de madeira, cana-de-açúcar, alimentos e eucalipto, geralmente descartados no processo de fabricação de produtos, podem se tornar elementos potentes. No projeto DeCarbon, há conversão do bagaço de cana e casca de coco em material capaz de capturar o CO₂. “Essa biomassa, que inicialmente era um resíduo, passa a ser um material de alta tecnologia que será utilizado no processo de descarbonização da indústria, seja sementeira, cerâmica, metalúrgica, siderúrgica”, disse. O objetivo é a produção e ativação de um biocarvão. O material poderá ser utilizado como filtro de geladeira ou ar-condicionado. A possibilidade de captura dos gases permite a reutilização. Podem ser reintroduzidos na atmosfera em formas menos prejudiciais ao meio ambiente, gerando materiais como carbonatos, concreto e polímeros.

 

Pesquisadores da Unicamp, em parceria com uma startup criada por ex-alunos da universidade, desenvolveram um nutracêutico à base de urucum que pode ser um aliado no combate à gordura no fígado. Criado a partir do extrato da semente da fruta, o produto foi obtido por meio de uma tecnologia patenteada pela instituição de ensino, registra o g1. “O surgimento de suplementos nutricionais, de origem natural, está em crescimento acelerado, suprindo deficiências nutricionais”, destaca o co-fundador da startup, Eduardo Aledo. Segundo ele, a pesquisa partiu de uma busca por bioativos presentes na biodiversidade brasileira, e o urucum ganhou destaque pela ação antioxidante e anti-inflamatória mapeada por pesquisas anteriores. Com o óleo da semente de urucum disponível, era necessário entender como o produto poderia beneficiar pacientes. A Unicamp foi acionada e a equipe do professor Mário Roberto Maróstica Júnior, da Faculdade de Engenharia de Alimentos, iniciou pesquisas. A principal inovação do nutracêutico é a composição, com ativos carotenoides e terpenoides. Além disso, o produto é obtido por vias naturais, em processo de extração limpa, e pode ser uma alternativa a medicamentos tradicionais com efeitos colaterais.

 

Na frenética busca da ciência mundial por novos materiais para produzir energia limpa de forma mais barata e eficiente, uma estrutura cristalina tem se destacado como semicondutor e, segundo empresas do setor, está para virar a matéria-prima principal de uma nova geração de painéis solares fotovoltaicos, que transformam a luz do sol em energia elétrica, começa matéria da Revista Fapesp. Produzidas em laboratório a partir de compostos químicos como brometo de chumbo, iodeto de chumbo e brometo de césio, os módulos de perovskita têm elevada capacidade de converter a energia dos fótons em eletricidade. A tentativa de entender e explicar suas propriedades pouco usuais teve início em 2009, quando um artigo científico publicado no Journal of the American Chemical Society demonstrou o seu uso, pela primeira vez, como componente de uma célula solar fotoeletroquímica. Desde então, o material tem sido objeto de estudo de inúmeros grupos de pesquisa ao redor do mundo. O rápido avanço no conhecimento e no desenvolvimento das células de perovskita levou a uma corrida entre pesquisadores e startups para torná-las viáveis para uso comercial. Em menos de 15 anos, o índice de eficiência na conversão da luz solar em energia elétrica pelas células solares – que podem ser flexíveis, leves e transparentes – passou de 3,8% aos atuais 26,1%. Esses resultados foram obtidos em dispositivos com pequena área. A eficiência de painéis solares comerciais à base de silício, que dominam o mercado, fica entre 15% e 20%. Uma tecnologia mais recente, que sobrepõe uma célula solar de perovskita a outra de silício, chamada de célula solar tandem, registrou em laboratório eficiência de 33,7%. Empresas e startups chinesas, norte-americanas e europeias prometem iniciar a produção em escala de módulos solares com perovskita nos próximos meses.

 

A Boom Supersonic pode realizar ainda este ano o primeiro voo com o protótipo do seu avião XB-1. O modelo é um protótipo reduzido do Overture, avião supersônico que quer ser o sucessor do Concorde, começa matéria do UOL. Em agosto, o XB-1 já realizava testes em solo. O XB-1 é um demonstrador do Overture. Ele funcionará como um modelo em escala menor do avião, sem capacidade para levar passageiros, e servirá para testar conceitos e verificar a viabilidade do projeto. O teste definitivo pode acontecer em breve. À revista Robb Report, o presidente da empresa, Blake Scholl, disse que a expectativa é que o primeiro voo seja feito ainda em 2023. O modelo deve chegar a 1,7 vezes a velocidade do som. Em sua altitude de voo, a cerca de 18 quilômetros acima do nível do mar, sua velocidade deverá ser em torno de 1.800 km/h (considerando que a velocidade do som diminui com a altitude). O valor é praticamente o dobro de aviões como o Boeing 777 e o Airbus A330, que voam a cerca de 880 km/h em altitude de cruzeiro. Além de novo desenho aerodinâmico, diferente da maioria dos aviões atuais, já que terá de suportar velocidades supersônicas, ele também será feito por materiais compostos, como a fibra de carbono. Durante seu desenvolvimento, o avião acabou ficando mais leve. Isso se deve à presença desses materiais compostos, que são mais fáceis de fabricar hoje do que na época do Concorde. Estando mais leve, consumirá menos combustível que seu antecessor. Ao mesmo tempo, como não levará carga e terá menos passageiros a bordo, o custo do voo deverá ficar mais caro.

 

Produzido por CDI Comunicação, com supervisão da Superintendência de Relações Institucionais e Comunicação do Crea-SP