Área Tecnológica na Mídia – 10 a 14/07/2023
10 de julho de 2023, às 12h30 - Tempo de leitura aproximado: 12 minutos
14/07/2023: Turbina Brasileira / Geleiras Antigas / Poluição Marítima / Chroma Key
Uma tecnologia desenvolvida no Brasil tem gerado economia na Argentina. É a Turbina de Recuperação de Energia (TRE), produto da A1 Engenharia, que recupera energia térmica de grandes indústrias, informa o Petronotícias. O equipamento foi enviado em março para uma multinacional esmagadora de grãos de soja. A turbina é capaz de recuperar até 800 kW por hora, rendendo cerca de 550.000 kW.h por mês. Em um ano, a estimativa é economizar 6.600.000 kW.h. O funcionamento da TRE é considerado 100% verde: recupera energia térmica proveniente da pressão realizada na válvula redutora. Operando com vapor saturado, não requer combustível adicional para superaquecimento desse vapor. “Basicamente, nós geramos energia a partir do resíduo, a biomassa”, explica o gerente da unidade de Energia da A1 Engenharia, Rodrigo Duarte.
Os pesquisadores Axel Hofmann, da Universidade de Johanesburgo, e Ilya Bindeman, da Universidade de Oregon, descobriram vestígios das geleiras mais antigas do mundo. Os rastros de 2,9 bilhões de anos foram encontrados abaixo de um dos maiores depósitos de ouro do planeta, na África do Sul, reporta a Galileu. A dupla encontrou evidências de concentração de isótopos de oxigênio em rochas antigas, bem como uma prova física disso. Esses depósitos são moreias glaciais fossilizadas, ou seja, acúmulos de detritos deixados por uma geleira conforme ela derrete e se contrai. O estudo foi publicado em março no Geochemical Perspectives Letters e apresentado na Conferência Goldschmidt de Geoquímica, que ocorre nesta semana na França.
A atividade pesqueira deixa lixo plástico, como cordas e redes, no fundo dos oceanos. A consequência é que os recifes de corais estão morrendo sufocados. A conclusão é de um estudo da USP e da Academia de Ciências da Califórnia, divulgado na quarta-feira (12) na revista Nature, informa o Correio Braziliense. O biólogo Hudson Pinheiro, líder do estudo e pesquisador da USP e da Academia de Ciências da Califórnia, diz que esses objetos cobrem corais e esponjas. O plástico cria ainda um biofilme e essa microbiota causa doenças em diversas espécies. Os pesquisadores usaram mais de 1,2 mil registros visuais de 84 ecossistemas de recifes em 14 países. Nas zonas mais profundas — entre 30m e 150m abaixo do nível do mar —, eles contaram com equipamentos de mergulho especializados. No Brasil, além do litoral paulistano, a equipe da USP estudou os arquipélagos de Fernando de Noronha e de São Pedro e São Paulo, ambos em Pernambuco.
A Netflix desenvolveu um método pioneiro para criar efeitos visuais, que utiliza inteligência artificial para atualizar a tradicional técnica de ‘tela verde’, muito usada para produção de vídeos. A técnica, cujo nome técnico é chroma key, consiste em usar um fundo verde ou azul, que pode ser excluído por meio da edição e substituído por um fundo ‘falso’. O novo método, criado pelos pesquisadores da plataforma e publicado no arXiv.org, foi apelidado de Tela Verde Magenta, uma vez que exige que os atores sejam banhados por luzes LED vermelhas e azuis, criando a cor magenta, enquanto ficam em frente a uma tela verde tradicional. As câmeras digitais, que interpretam a luz em valores de vermelho, azul e verde, podem dividir os atores e a tela em canais separados: o canal magenta (primeiro plano) e o canal verde (fundo). A IA, por sua vez, pode fazer referência a fotos dos atores em iluminação natural para eliminar o tom magenta, criando o visual desejado. De acordo com o Terra, a nova técnica facilita a composição de imagens ou camadas de elementos visuais. A IA consegue captar detalhes minuciosos, como fios de cabelo e objetos transparentes.
12/07/2023: Ciência para Todos / Ar em Água / Previsão do Tempo / Incêndios Florestais / Lago Crawford
Seguem até o dia 17 de julho as inscrições para o Prêmio Ciência para Todos. A ação visa incentivar o desenvolvimento de atividades científicas em escolas públicas e promover o engajamento de estudantes e da comunidade escolar com a ciência e suas aplicações na educação e na vida. O prêmio é uma iniciativa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Fundação Roberto Marinho por meio do Canal Futura. Podem se inscrever professores e estudantes da rede pública do estado de São Paulo. Nessa fase da inscrição, basta o professor manifestar interesse, e os demais detalhes referentes ao projeto inscrito devem ser informados de acordo com o calendário do edital, explica a Agência Brasil. Os projetos de pesquisa deverão identificar um problema concreto na comunidade; formular hipóteses; revisar a literatura e apresentar propostas de intervenção, antes de apresentar soluções, informar seus resultados e conclusões em formato de vídeo.
Pesquisadores da Universidade de Berkeley, na Califórnia, projetaram um dispositivo portátil capaz de extrair e converter moléculas da água diretamente do ar e transformá-las em água potável usando apenas a luz do Sol. A ferramenta foi feita para funcionar em ambientes externos, em condições extremamente secas, destaca o Olhar Digital, foi testada no local mais quente e seco da América do Norte, o Parque Nacional do Vale da Morte, entre a Califórnia e Nevada. Como resultado, o aparelho foi capaz de fornecer água potável, comprovando que pode ser usado como forma de resolver a escassez hidríca. Na prática, o dispositivo coleta as partículas de água na atmosfera a partir de material ultraporoso, conhecido como estrutura metal-orgânica (MOF). Na fase de testes, ele colheu até 285 gramas de água por quilo de MOF em único dia, o equivalente a um copo de líquido.
Um novo grupo de satélites tem gerado bastante entusiasmo entre os meteorologistas: os satélites Meteosat de terceira geração (MTG 3ª Geração), que devem substituir seus antecessores nos próximos anos. No total, seis novos satélites MTG ficarão em órbita, com o primeiro deles, o MTG-I1, tendo iniciado sua missão em 13 de dezembro de 2022. Com os novos MTGs, será possível rastrear com ainda mais precisão as mudanças na atmosfera, nas superfícies terrestres e nos oceanos, informa o UOL. Com os dados, deve ser rastreado, pela primeira vez, todo o ciclo de vida de uma tempestade. Este é, aliás, um dos focos da missão do MTG: melhorar a previsão de tempestades e trovoadas. Os novos dados de satélite também podem reconhecer nuvens de tempestade com mais clareza, além de estimar melhor sua duração. Além disso, as previsões devem poder ser limitadas a uma área menor. Um potencial beneficiário do novo sistema será o tráfego aéreo, onde as fortes trovoadas geralmente representam riscos. Com a ajuda dos dados de satélite, os pilotos terão a oportunidade de fazer um círculo ao redor da tempestade ainda em um estágio inicial.
A climatech americana Pano AI desenvolveu uma tecnologia de combinação de hardware avançado, inteligência artificial (IA) e software em nuvem para dar às equipes de contenção de incêndios mais tempo e precisão geográfica. Fundada em 2020, em São Francisco, a empresa criou as plataformas Pano Stations. Colocadas em pontos elevados de observação, câmeras 360 graus, de alta definição, equipadas com IA de aprendizado profundo e visão computacional, detectam, verificam e classificam, em tempo real, a ocorrência, expõe o NeoFeed. Os equipamentos são capazes de vigiar áreas no raio de 25 km. As estações podem ser operadas por técnicos ou entrar em modo varredura, com rotação completa a cada minuto. A startup instalou 100 estações, cobrindo quase 25 mil km² de terras americanas e australianas.
Cientistas anunciaram na terça-feira o lago Crawford, no Canadá, como símbolo do Antropoceno e dizem que local é o “arquivo geológico” da ação humana sobre a terra, relata a IstoÉ Dinheiro. Debaixo de 24 metros de profundidade está a prova, segundo os pesquisadores, de que o planeta adentrou uma nova era geológica: o Antropoceno, caracterizado pelo impacto massivo e desestabilizador da ação humana. Os sedimentos que se depositaram no fundo do lago a partir dos anos 1950 contêm vestígios de explosões nucleares, cinzas decorrentes da queima de combustíveis fósseis e microplásticos – indícios de que o Holoceno, após 11.700 anos, teria chegado ao fim, segundo Andy Cundy, professor da Universidade de Southampton. O estudo precisa ser validado pela União Internacional de Ciências Geológicas, que decide sobre a nomeação de capítulos geológicos na história da terra.
11/07/2023: ‘Sea Zero’ / Bikes Inteligentes / Transporte Marítimo / Redução de Emissores
Conhecida empresa de cruzeiros da Noruega, a Hurtigruten anunciou recentemente que possui planos ambiciosos para a construção do primeiro navio de cruzeiro com zero emissões do mundo. Chamado de Sea Zero, o projeto chega com o objetivo de revolucionar a indústria dos cruzeiros, combinando tecnologia de ponta e sustentabilidade, revela o MundoConectado. O navio, que está previsto para ser lançado em 2030, será equipado com uma série de tecnologias avançadas para garantir a eficiência energética que propõe. Entre as inovações, destacam-se as velas retráteis equipadas com painéis solares, propulsores retráteis, hélices contra-rotativas, sistemas de lubrificação a ar e revestimentos de casco avançados. Entretanto, um dos aspectos mais impressionantes deste projeto é a implementação de inteligência artificial (IA) para manobrar o navio. A IA não só permitirá uma redução significativa no tamanho da ponte do navio, mas também otimizará as operações de atracação, coletando dados em tempo real para melhorar continuamente a eficiência operacional.
Pesquisadores da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) e da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (Feec) da Unicamp começaram a desenvolver um veículo inovador. Até o final do primeiro semestre do ano que vem, o grupo pretende apresentar o protótipo de uma bicicleta e de um triciclo elétricos inteligentes. De acordo com o professor da Feec, Leonardo de Souza Mendes, o novo veículo nasce com dois objetivos prioritários: facilitar os deslocamentos de idosos e de pessoas com deficiência, e auxiliar no processo de realização de atividade física que precise de algum grau de controle ou monitoramento, informa o Jornal da Unicamp. O docente revela que o veículo inteligente será dotado de um microcomputador programado com informações sobre a fisiologia do usuário e que deverá reagir de acordo com as suas necessidades. O equipamento poderá ser controlado a partir de um telefone celular e terá motor alimentado por uma bateria e um sistema inteligente que vai receber informações sobre o usuário e o local onde se encontra – como condições da via, obstáculos e entorno. O sistema deve reconhecer, por exemplo, terrenos planos ou áreas de aclive leve ou acentuado e, a partir desses dados, indicar o módulo de operação mais adequado ao (tri)ciclista.
Empresas francesas querem usar tecnologia de pipa para impulsionar embarcações e reduzir a pegada de carbono da indústria naval. Inspiradas pelo kitesurf, buscam aplicar a mesma tecnologia de vento para impulsionar desde iates até navios de carga, visando a reduzir a dependência de combustíveis fósseis, reporta o Olhar Digital. A startup Beyond The Sea testou uma vela inflável para puxar um catamarã. Um sistema de tração automatizado é utilizado para a pipa, com guinchos e inteligência artificial que ajustam a posição da vela de acordo com as condições do vento. “É um sistema que permite reduzir o consumo de combustível, em média, 20%”, disse Yves Parlier, ex-vencedor de competições transatlânticas. A empresa espera dobrar o tamanho das velas a cada ano, chegando a 800 m² em quatro anos.
A Petrobras anunciou na segunda-feira (10) que investiu R$ 200 milhões na modernização da Refinaria de Paulínia (Replan), em São Paulo, e da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas (RS). Objetivo foi adequar as emissões das unidades às normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), relata a agência epbr. Cada refinaria recebeu R$ 100 milhões em investimentos para instalação de um novo sistema de tratamento de gases. A unidade entrou em operação em junho na Replan e no início de julho na Refap. O sistema utiliza um precipitador eletrostático, que captura material particulado no gás e o utiliza como insumo na indústria de argamassa. Com a nova tecnologia, a concentração de particulados no gás emitido será inferior a 75mg/Nm3 e resultará na redução da emissão de 30 toneladas por mês de particulados finos em cada refinaria.
10/07/2023: Robô M4 / IA contra Tumores
Uma equipe do Caltech e do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA projetou um robô que vai muito além do seu típico rover e pode ser o próximo passo na exploração planetária. O Multi-Modal Mobility Morphobot (M4), com quatro rodas, foi projetado para avaliar autonomamente o terreno ao seu redor e determinar a melhor forma de superar obstáculos futuros, revela a Hypescience. As capacidades únicas do M4 combinam soluções de desafios enfrentados em missões robóticas anteriores em Marte e podem fornecer a inovação necessária para antecipar futuros obstáculos. Terreno acidentado à frente? Sem problema. As quatro rodas do M4 são projetadas para girar lateralmente e funcionar como hélices, transformando o Morphobot em um drone quadricóptero. Obstáculo no caminho? O M4 pode ficar em pé usando as duas rodas traseiras como pernas, equilibrando-se com o impulso rotativo das hélices dianteiras enquanto caminha de forma pivotante para encontrar um caminho livre. E, utilizando inteligência artificial (IA), o M4 é projetado para tomar essas decisões autonomamente.
Cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade Harvard (EUA) projetaram uma ferramenta de IA (inteligência artificial) capaz de decodificar o DNA de um tumor cerebral durante a cirurgia, determinando sua identidade molecular. Essa informação é crucial para o tratamento e, sob a abordagem atual, pode levar dias ou até semanas para ser obtida, explica o Olhar Digital. Conhecer o tipo molecular de um tumor permite que os neurocirurgiões tomem decisões, por exemplo: quanto remover do tecido cerebral e colocar (ou não) diretamente no cérebro medicamentos que matam o tumor – enquanto o paciente ainda está na mesa de operação. A capacidade da nova ferramenta de agilizar o diagnóstico molecular pode ser particularmente valiosa em áreas com acesso limitado à tecnologia para realizar o sequenciamento genético rápido do câncer. Além das decisões tomadas durante a cirurgia, o conhecimento do tipo molecular de um tumor fornece pistas sobre sua agressividade, comportamento e provável resposta a vários tratamentos. Tal conhecimento pode informar as decisões pós-operatórias.
Produzido pela CDI Comunicação
Edição: Superintendência de Comunicação do Crea-SP