Área Tecnológica na Mídia – 09 a 11/10/2023
9 de outubro de 2023, às 11h30 - Tempo de leitura aproximado: 12 minutos
10/10/2023: Carros com Biopolímeros / Análise do Cobre / Placas Tectônicas / Madeira em Filme
Engenheiros alemães estão se preparando para enviar para testes reais na indústria automotiva uma nova classe de plásticos de base vegetal, em substituição aos tradicionais plásticos derivados do petróleo. Além da substituição direta dos componentes com alta pegada de CO2, estes novos biopolímeros reforçados com fibra deverão ajudar o meio ambiente indiretamente, por meio da redução do peso dos veículos, o que reduz o consumo de combustível ou energia das baterias, informa o site Inovação Tecnológica. O grande desafio do projeto consistiu na construção de componentes plásticos para veículos que sejam capazes de suportar altas cargas mecânicas e dinâmicas. Isto inclui, por exemplo, peças plásticas de suporte de carga, como suportes do motor ou hastes de acoplamento, como parte do chassi. Para reduzir as emissões de CO2 na produção dos componentes plásticos, engenheiros do Instituto Fraunhofer para Durabilidade Estrutural e Confiabilidade de Sistemas (LBF) estão combinando duas abordagens. Em primeiro lugar, estão substituindo plásticos de base fóssil por plásticos de base biológica, que são os biopolímeros reforçados com fibras, produzidos a partir de matérias-primas renováveis, como subprodutos agrícolas. Um aspecto central do projeto envolve a otimização de uma biopoliamida derivada do óleo de linhaça, para ser usada em peças automotivas sujeitas a vibrações que sejam leves e duráveis. Em segundo lugar, haverá uma redução nas emissões de gases com efeito de estufa prejudiciais ao ambiente por meio de um design específico para o material, reduzindo a quantidade utilizada em cada componente. A meta é reduzir em 20% a 30% por peça. Isto, por sua vez, levará a uma redução na energia necessária para aquecer e derreter os materiais no processo de fabricação.
Empresas mineradoras podem ter à disposição um método mais rápido, econômico e sustentável para avaliar elementos químicos em áreas de extração de minérios. A espectrometria por fluorescência de raios X portátil (pXRF) foi testada por pesquisadores da Universidade Federal do Pará e do Instituto Tecnológico Vale em amostras da mina de cobre do Sossego, da Vale, na Província Mineral Carajás, no Centro-Leste do Pará. As conclusões foram publicadas no ‘Journal of South American Earth Sciences’, relata o Gizmodo. Foram testadas 143 amostras de pó com teores heterogêneos de cobre com três técnicas: pXRF, a espectrometria de absorção atômica em chama e a fluorescência de raios X por dispersão em comprimento de onda. A fluorescência de raios X por dispersão em comprimento de onda e a espectrometria de absorção atômica em chama exigem preparos mais complexos das amostras para análise, portanto, são mais demoradas do que o aparelho portátil – pXRF, no qual pode ser realizada em até 3 minutos, sem geração de resíduos tóxicos. O pXRF pode ser usado para determinar a concentração de cobre na exploração mineral. Os próximos estudos pretendem expandir a análise para outras áreas de exploração mineral. “É um método de baixo custo e auxilia as equipes minerais para a tomada de decisões de forma mais rápida e sem perder a qualidade nas análises químicas”, disse a pesquisadora Paula Godinho Ribeiro.
Uma placa tectônica do Jurássico Superior foi descoberta e reconstruída pela geóloga Suzanna van de Lagemaat, da Universidade de Utrecht, na Holanda. A especialista relata que a estrutura gigante já teve um quarto do tamanho atual do Oceano Pacífico, relata Galileu. O estudo foi conduzido em parceria com o orientador de doutorado da pesquisadora, Douwe J.J. van Hinsbergen, professor titular de tectônica global e paleogeografia, e publicado na revista Gondwana Research. Os pesquisadores haviam previsto a existência da placa tectônica desconhecida há mais de 10 anos. Essa hipótese havia surgido de fragmentos de placas antigas encontradas no manto da Terra. Van de Lagemaat reconstruiu as placas perdidas por meio de pesquisas de campo nas cordilheiras do Japão, Bornéu, Filipinas, Nova Guiné e Nova Zelândia. Ela descobriu que alguns dos remanescentes oceânicos de suas análises podiam ter pertencido à placa teorizada, que fora chamada pelos cientistas de ‘Pontus’.
Uma nova técnica permite transformar resíduos de madeira em um filme transparente que pode ser usado como revestimento antiembaçante ou antirreflexo em vidros ou janelas de veículos. Além de oferecer uma alternativa aos materiais sintéticos atualmente utilizados, tipicamente tóxicos, esta abordagem de base biológica transforma um produto residual em um valioso sumidouro de carbono. A lignina – a substância orgânica de ligação dentro da madeira e das plantas – está disponível na forma de um resíduo abundante da produção de papel e celulose e é muito difícil de processar, por isso geralmente ela é queimada para produzir calor. Já se sabia que nanopartículas de lignina podem ser aplicadas para criar revestimentos antiembaçantes, mas os cientistas até agora não haviam conseguido transformá-las em filmes transparentes. Karl Henn e colegas da Universidade Aalto, na Finlândia, resolveram esse problema reduzindo ao máximo as dimensões das nanopartículas de lignina. “Os revestimentos ópticos precisam ser transparentes, mas até agora até mesmo filmes bastante finos de partículas de lignina têm sido visíveis. Sabíamos que as partículas pequenas parecem menos turvas, por isso queríamos ver se conseguiríamos criar filmes de partículas invisíveis, reduzindo o tamanho das partículas ao mínimo,” detalhou o pesquisador. A equipe usou lignina acetilada e desenvolveu uma técnica otimizada para esterificá-la, usando uma reação que leva apenas alguns minutos e ocorre a uma temperatura relativamente baixa de 60°C. “As partículas de lignina que sintetizei a partir da lignina acetilada tinham propriedades bastante surpreendentes, o que tornou o restante deste estudo muito interessante. A possibilidade de fazer filmes fotônicos, por exemplo, foi uma surpresa total,” disse Henn, segundo matéria do site Inovação Tecnológica.
09/10/2023: Produtividade na Plantação / Software da Embrapa / Domo de Ferro / Garra Robótica / Ônibus Elétrico Brasileiro / Imagens Impressas
O agricultor José Augusto Simi, de Jundiaí, melhorou o cultivo de tomates grape com uma estufa e a técnica de plantio em carrossel, o que aumentou a produtividade. São 620 pés e cada um rende 60 quilos a cada quatro meses. O quilo a granel é vendido a R$ 6,50, destaca o g1. Para evitar pragas, o proprietário parou de usar inseticida biológico e instalou armadilhas com cola e feromônio, um tipo de hormônio que tem a função de atrair a traça do tomateiro. Desde que começou a utilizar, não teve mais problemas. Já para os fungos, os bacilos agem como defensivos. Não há uso de agentes químicos. A irrigação, com água de reuso coletada da chuva, é feita por sensores em cada um dos canteiros. Eles detectam a quantidade de água no solo e liberam de acordo com a necessidade da planta. O substrato vem de uma produção de cogumelos. Na estufa é utilizado como adubo natural, cheio de nutrientes. O que é resíduo em um lugar vira ‘ouro’ em outro.
A Embrapa Meio Ambiente lançou a versão 1.0 de um software para avaliação da sustentabilidade dos sistemas de produção de cana-de-açúcar do Centro-Sul. A ferramenta consiste em um sistema de suporte à decisão, que tem por objetivo avaliar e apontar os pontos que carecem de melhorias para que o sistema produtivo da cultura tenha eficiência tecnológica com redução de custo e aumento da sustentabilidade, reporta o Canal Rural. O software é gratuito e pode ser empregado por produtores e fornecedores de cana e usinas de açúcar e etanol. É composto por indicadores organizados nas dimensões social, ambiental e econômica, e pode ser usado para suprir a necessidade de adequação das atividades agrícolas ou agroindustriais para que todo o sistema de produção tenha melhor desempenho, de modo a diminuir os impactos negativos no meio ambiente e do ponto de vista socioeconômico. Segundo a pesquisadora Katia Regina Evaristo de Jesus, “a abordagem escolhida para o Software SustenAgro foi uma ferramenta que permite elencar pontos fortes e fracos do sistema de produção e evidenciar a necessidade de implementação de medidas para aumentar a sustentabilidade no campo e na usina”.
Com as turbulências recentes entre Israel e o Hamas, o uso contínuo do Domo de Ferro se mantém essencial em 2023. O funcionamento do aparato móvel de defesa, conhecido como Iron Dome em inglês, passa por radares que detectam mísseis provenientes da faixa de Gaza e, em resposta, mísseis interceptores são lançados para neutralizar o ataque. O sistema consiste em três componentes principais: um radar, um sistema de controle de armas e munição e uma unidade de disparo, formando uma bateria. Israel mantém 10 dessas baterias em funcionamento até o presente ano, explica o site Engenharia 360. O processo de interceptação segue o mesmo princípio: o radar detecta o lançamento de um míssil, transmite informações sobre sua trajetória para o centro de controle, que calcula o ponto de impacto esperado e, se necessário, dispara um míssil interceptor para destruir o míssil inimigo antes que ele atinja seu alvo, minimizando danos. Os mísseis israelenses possuem um alcance de 4 a 70 quilômetros, mantendo suas dimensões e peso, aproximadamente 3 metros de comprimento, 15 centímetros de diâmetro e 90 quilos. A característica portátil do Domo de Ferro também se mantém, permitindo que seja implantado sob diversas condições climáticas.
Engenheiros coreanos apresentaram uma garra robótica macia – feita de materiais moles, não rígidos – que pesa apenas 130 gramas, mas consegue levantar até 100 quilogramas (kg) de carga, começa matéria publicada no site Inovação Tecnológica. Feitas de materiais macios e flexíveis, como tecido, papel e silicone, as garras robóticas macias têm sido desenvolvidas para funcionarem como “mãos de robô”, capazes de executar funções como agarrar e soltar objetos com segurança. Diferentemente das pinças convencionais de material rígido, elas são mais flexíveis e seguras, e estão sendo pesquisadas para robôs domésticos, que precisam manusear objetos frágeis, como ovos, ou para robôs logísticos, que precisam lidar com diversos tipos de objetos frágeis. No entanto, a maioria dos modelos criados até agora é de baixa capacidade de carga, o que dificulta o levantamento de objetos pesados, e com uma estabilidade de preensão fraca, o que facilita a perda do objeto mesmo sob um impacto externo muito leve. Para aumentar a capacidade de carga da sua garra robótica macia, Gyeongji Kang e colegas do Instituto Coreano de Ciência e Tecnologia usaram uma nova estrutura inspirada nos têxteis, em oposição ao método convencional de desenvolvimento de novos materiais ou de reforço da estrutura. A técnica de tecelagem envolve entrelaçar fitas individuais para criar um tecido forte, que pode suportar objetos pesados de forma confiável, e é virtualmente a mesma usada em roupas, bolsas e tecidos industriais. A diferença é que, em vez das fibras tradicionais, a equipe usou fitas de plástico PET. As garras robóticas foram projetadas para permitir que as tiras se entrelaçassem e se desenrolassem em uma estrutura tecida.
A Mercedes-Benz do Brasil levou seu chassi de ônibus elétrico para o Busworld, feira mundial do setor realizada em Bruxelas. O evento estará aberto ao público entre sábado (7) e a próxima quinta-feira (12). O objetivo da marca é mostrar aos clientes de mercados estrangeiros que há uma opção 100% elétrica no portfólio, chamada eO500U. Pelo número de chineses que passam o dia tirando as medidas e fotografando o chassi brasileiro, o objetivo de chamar a atenção está sendo atingido, informa a Folha de S.Paulo, em matérias replicada pelo Acessa. A nomenclatura O500 representa os ônibus da linha Mercedes. O “e” vem de elétrico e o “U”, de urbano. Isso significa que o modelo tem assoalho baixo e, portanto, circula em locais que não têm plataformas para embarque. É por isso que as baterias ficam na traseira, já que, devido a menor distância do solo, não seria possível instalá-las na parte de baixo do coletivo.
Será que algum dia as fotografias impressas atingirão a resolução do reflexo de um espelho? Mesmo que a resposta ainda possa ser ‘não’ por algum tempo, Ken-ichi Yuyama e colegas da Universidade Metropolitana de Osaka, no Japão, fizeram avanços significativos para o aumento da resolução das imagens impressas, revela o site Inovação Tecnológica. A “impressão de precisão” desenvolvida pela equipe se baseia em uma técnica a laser, na qual um vórtice óptico – um redemoinho de luz – permite a colocação precisa de gotículas minúsculas, com precisão em escala micrométrica. A tecnologia de jato de tinta é a técnica de impressão mais conhecida, baseada no disparo de microgotículas de um bico muito fino diretamente sobre uma superfície. Porém, conforme a resolução aumentou e os bicos precisaram ficar mais finos, basta deixar a impressora parada por uns poucos dias para que o bico fique entupido, inutilizando o cartucho. Isso tem motivado a busca por tecnologias mais avançadas. A equipe japonesa conseguiu agora imprimir gotículas de tamanho uniforme, com diâmetro de aproximadamente 100 micrômetros, usando um filme líquido de tinta fluorescente que é aproximadamente 100 vezes mais viscoso do que a água. Isto foi obtido irradiando o filme com um vórtice óptico, resultando em impressões de excepcional precisão posicional, na escala micrométrica.
Produzido pela CDI Comunicação
Edição: SUPRICOM