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Acesso em 18/07/2025 às 07h29.

Área Tecnológica na Mídia – 04 a 08/12

Confira as notícias do dia

8 de dezembro de 2023, às 12h00 - Tempo de leitura aproximado: 25 minutos

Área Tecnológica na Mídia

 


08/12/2023:  Motor à Metano / Aeroportos Nacionais Sustentáveis / Tecido de Cristal / Catalizador Despoluidor


A startup japonesa Interstellar Technologies está testando um protótipo de motor de foguete que é alimentado por um combustível gerado a partir do estrume de vaca. Os testes começaram na quinta-feira (7), relata Galileu. A empresa informou que conduziu um teste para seu veículo de lançamento de pequenos satélites, o foguete ZERO, alimentado por Metano Líquido de Biomassa (LBM). O experimento ocorreu na cidade japonesa de Taiki e “mostrou o potencial do biometano como combustível de foguete sustentável”. O biometano líquido foi feito a partir do gás derivado do esterco de vaca. O motor usado no teste soltou uma chama azul e laranja de 10 a 15 metros por cerca de 10 segundos. O metano líquido emergiu como alternativa sustentável ao gás natural liquefeito (GNL). O combustível é produzido pela separação e refinação do metano e subsequentemente liquefação a -160°C. Atinge a mesma pureza elevada (99% ou superior) que os combustíveis convencionais para foguetes. A startup uniu forças com a produtora de gases industriais Air Water, que trabalha com agricultores locais. A companhia coleta e transforma os resíduos em combustível. O biogás derivado do estrume dos animais está sendo usado como combustível em vários países. Apesar de sua queima também liberar gases de efeito estufa, deixá-lo degradar naturalmente também emite poluentes e os animais de fazenda poluem cursos d’água e solo.

 

Em Assembleia e Conferência Anual do Conselho Internacional de Aeroportos da América Latina e Caribe, aeroportos brasileiros foram reconhecidos pelas ações de sustentabilidade. Segundo o professor Jorge Eduardo Leal Medeiros, da disciplina de Transportes Aéreos e Aeroportos da Escola Politécnica da USP, há o planejamento para tornar a aviação neutra em carbono até 2050, ela que é responsável por 2% da emissão global. Isso será feito a partir de produção de aviões elétricos e ‘carros voadores’ (eVTOL), que irão substituir os helicópteros em distâncias curtas, destaca o Jornal da USP. Para além das aeronaves, os veículos de transporte de carga e dos próprios aviões são os outros meios de contaminação por carbono. A energia elétrica deve mitigar esse problema. Medeiros destaca a captação de água e de luz solar para diminuir a emissão do poluente. A eletrificação irá demorar para surtir o efeito necessário e, com isso, está se consolidando o avião movido a célula de hidrogênio. O Combustível Sustentável de Aviação (SAF), feito com base em origem vegetal ou gordura animal, tem o objetivo de substituir o querosene de aviação. Apesar de custar até quatro vezes mais do que o querosene, deve se tornar o principal combustível no futuro. Medeiros destaca a necessidade de aproximação da área acadêmica, em especial da Engenharia, com a aplicação prática das empresas: “Vemos isso bem desenvolvido em outros países, com aviação avançada, e temos de fazer isso aqui”. O professor afirma que o Brasil, pioneiro na produção de etanol, tem condições de continuar utilizando combustíveis fluidos — ou seja, deve-se focar, a curto prazo, nos automóveis híbridos e reduzir o impacto de carbono na atmosfera.

 

O pesquisador Linfeng Lan e colegas da Universidade de Nova York de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, criaram um tecido de cristais, conhecidos por serem materiais rígidos. Porém, uma classe especial deles, os cristais orgânicos, pode assumir propriedades elásticas se forem fabricados nas dimensões adequadas, informa Inovação Tecnológica. Quando os cristais orgânicos têm a proporção apropriada se tornam versáteis: podem ser dobrados, enrolados ou torcidos. Essa flexibilidade está associada às fracas interações intermoleculares dos cristais orgânicos, que podem suportar grandes tensões sem fraturar. Cristais orgânicos são formados por moléculas contendo carbono e hidrogênio, e isso inclui os cristais líquidos usados nas telas, alguns plásticos (nem todos os polímeros são cristais orgânicos) e mesmo o diamante, formado só por carbono. Mas não é viável fabricar estruturas unidimensionais com qualquer um deles, já que a tecelagem requer materiais similares a fios. Como os cristais orgânicos escolhidos geraram fios flexíveis, os pesquisadores descobriram que os tecidos não são apenas leves como malhas ou cetim, mas também robustos. O têxtil cristalino gerou estruturas flexíveis cerca de 20 vezes mais fortes do que os cristais originais e resistentes a baixas temperaturas.

 

Pesquisadores da Northwestern University, nos Estados Unidos, desenvolveram um novo catalisador que decompõe o Nylon-6 em questão de minutos. A descoberta pode ser uma boa alternativa para decompor o plástico que polui oceanos, como redes de pesca, por exemplo. Os resultados da pesquisa foram publicados em artigo na revista Chem. Até agora, pesquisas haviam encontrado apenas catalisadores que precisam ser aplicados sob condições extremas: temperaturas de até 350, vapor de alta pressão ou sob o uso de solventes tóxicos, que acabam poluindo a água e o solo também. Por isso, o novo catalisador é uma alternativa inovadora. Ele utiliza íons de lantanídeos e de ítrio, que é um metal abundante e, por isso, barato. Também não precisa de solventes para funcionar. Além disso, o catalisador conseguiu decompor o plástico em polímeros e então em monômeros, que são as moléculas que compõem os polímeros. Dessa forma, essas partes podem ser reutilizadas, explica o gizmodo.

 


07/12/2023:  Transporte de Hipersônico / Data Center Submarino / Fibra Óptica / Robô-Caramujo


A empresa aeroespacial norte-americana Stratolaunch anunciou no domingo (3) a conclusão de um voo transportando o primeiro veículo hipersônico Talon-A motorizado, chamado TA-1. O voo foi o 12º da plataforma de lançamento Roc, o avião de duas fuselagens da empresa, e o primeiro em que transportou um veículo Talon com propelente ativo como parte de uma abordagem de preparação para o primeiro voo motorizado do Talon-A, reporta o Aeroin. O avião Roc, no qual os pilotos vão apenas no cockpit de uma das fuselagens, faz a liberação do veículo TA-1 em altitude para avaliação da tecnologia de voo hipersônico. O voo do Roc durou 3 horas e 22 minutos e representou um avanço no objetivo da empresa de concluir o voo motorizado com o TA-1. O objetivo principal foi avaliar o sistema de propulsão do Talon-A. Outro objetivo foi verificar os sistemas de telemetria do Roc e do TA-1, para garantir que todos os sistemas estejam prontos para o voo motorizado durante a sequência de lançamento. “O sistema de propulsão do Talon-A suporta um motor de foguete de propelente líquido, que fornece o impulso necessário para atingir velocidades hipersônicas. Embora tenhamos conduzido vários testes de solo bem-sucedidos para abastecer e acionar o sistema, precisávamos avaliar o desempenho no ambiente de voo”, disse Zachary Krevor, CEO da Stratolaunch. “Os resultados iniciais do voo mostram que o sistema funcionou conforme previsto e determinaremos nossos próximos passos enquanto se aguarda a revisão completa dos dados do teste”, completou o CEO.

 

A China anunciou a construção do seu primeiro data center submarino, equiparado ao desempenho de 60 mil computadores juntos, reporta Engenharia 360. O equipamento que aproveita o resfriamento natural do ambiente marinho está localizado próximo à ilha de Hainan. Estão envolvidas no projeto empresas como a Oil Engineering Company, Beijing Highlander Digital Technology e Shenzhen HiCloud. A conclusão da obra está prevista para 2025. Até agora foram investidos US$ 879 milhões. O novo data center será capaz de processar 4 milhões de imagens de alta definição em 30 segundos. Os data centers instalados debaixo d’água apresentam como vantagem a redução do consumo de energia ― em torno de 60% ―, resistência a fenômenos naturais e maior confiabilidade de hardware, ao proteger os centros de dados do contato com o oxigênio e acidentes. O principal desafio do projeto de engenharia é a logística, por causa da necessidade de transportar unidades pesadas para o fundo do mar. A China planeja a construção de mais de 100 unidades em cinco anos em seu território marítimo.

 

Engenheiros japoneses detonaram o recorde de transmissão de dados, disparando 22,9 petabits por segundo (1015 bits/s) por meio de uma única fibra óptica. O novo recorde é 20 vezes o tráfego global da internet por segundo. O recorde de 1 petabit por segundo fora estabelecido há pouco mais de um ano, destaca Inovação Tecnológica. A mesma equipe do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação e Comunicações (NICT), no Japão, já havia demonstrado uma transmissão de 10,66 petabits por segundo (Pb/s) usando um esquema de transmissão mais simples. O novo recorde foi alcançado combinando as mais recentes tecnologias de transmissão de dados em fase de pesquisa, chamadas Multiplexação por Divisão Espacial (SDM) em larga escala e Multiplexação por Divisão de Comprimento de Onda (WDM) multibanda, demonstrando um caminho possível para as futuras redes de comunicação óptica.

 

Pesquisadores da Cornell University, nos Estados Unidos, desenvolveram um robô que tem a capacidade de retirar microplásticos das superfícies de oceanos, mares e lagos. O design dele é inspirado no caramujo Aruá (Pomacea canaliculate), que através de movimentos ondulantes na água consegue sugar partículas de alimentos flutuantes. Atualmente, os dispositivos de coleta de plástico dependem principalmente de redes de arrasto ou correias transportadoras. No entanto, esses sistemas não conseguem recolher os pequenos pedaços de microplásticos, que podem acabar sendo ingeridos por animais marinhos e até seres humanos, causando graves problemas à saúde. O protótipo ainda precisa ser ampliado para ser testado em um cenário real. Os pesquisadores usaram uma impressora 3D para desenvolver uma folha flexível que pudesse reproduzir o movimento gerado pelo caramujo. A partir disso, foi possível criar o robô. Segundo os responsáveis pelo estudo, o protótipo funciona com apenas 5 volts de eletricidade e é capaz de sugar efetivamente a água e os materiais presentes nela. Devido ao peso de uma bateria e o motor, os pesquisadores precisaram conectar um dispositivo de flutuação para evitar que o robô afundasse, explica o Olhar Digital.

 


06/12/2023:  Segurança Biológica / Reconhecimento da USP / Nanobolhas / Chip Quântico


Brasil e Alemanha assinaram, nesta semana, um acordo de cooperação para a implantação do laboratório de máxima contenção biológica, o NB4. Ele ficará no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas, reporta o Gizmodo. O laboratório permitirá estudos de patógenos capazes de causar doenças graves e com alto grau de transmissibilidade. A declaração aconteceu em Berlim, entre o MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), o CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais), o Ministério da Saúde e o RKI (Instituto Robert Koch) da Alemanha. O laboratório, que recebeu o nome de Orion, é o primeiro de máxima contenção biológica na América Latina. Já existem 60 como esse no mundo, mas nenhum na América do Sul, Central ou no Caribe. Além disso, o laboratório também é o único no mundo que será conectado a uma fonte de luz síncrotron. Ela se baseia na aceleração de elétrons a altas velocidades para gerar energia. De acordo com o governo federal, o investimento será de R$ 1 bilhão até 2026. O CNPEM opera uma das três fontes de luz síncrotron de quarta geração do mundo, o Sirius. Ele utiliza aceleradores de elétrons para produzir um tipo especial de luz. A luz síncrotron serve para investigar a composição e a estrutura da matéria nas mais variadas formas, com aplicações em praticamente todas as áreas do conhecimento.

 

Pela primeira vez, uma universidade brasileira ocupa a oitava posição – e a melhor da América Latina – do UI GreenMetric World University Ranking 2023, divulgado na terça-feira (5) na 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai. GreenMetric é uma rede que reúne universidades de todo o mundo no desenvolvimento de projetos voltados à sustentabilidade ambiental nos próprios campi, na educação e pesquisas relacionadas ao tema e em ações promovidas junto à comunidade. A USP subiu duas posições em relação ao ranking anterior, relata o Jornal da USP. Das sete primeiras classificadas, seis são universidades europeias e uma norte-americana. Os critérios de avaliação no ranking incluem informações sobre o tamanho da universidade e o perfil de zoneamento (urbano, suburbano ou rural). O grau de espaço verde, o consumo de eletricidade em relação à pegada de carbono. Transporte, uso de água, gestão de resíduos, infraestrutura de configuração, energia e mudanças climáticas e programas de educação e pesquisa, políticas, ações e comunicação na área de sustentabilidade ambiental. Nas primeiras posições estão a Universidade de Wageningen (Holanda), a Universidade Nottingham Trent (Reino Unido) e a Umwelt-Campus Birkenfeld (Alemanha). Entre as latino-americanas, depois da USP estão a Universidad Autónoma de Nuevo León (México), na 16ª posição, e a Universidad del Rosario (Colômbia), na 32ª. A Universidade Federal de Lavras é a segunda brasileira mais bem posicionada, na 40ª posição.

 

Bolhas invisíveis a olho nu estão agitando o ecossistema de inovação agroalimentar. Com 70 a 120 nanômetros, 2,5 mil vezes menores do que um grão de sal, podem ajudar na construção de sistemas mais produtivos. No momento em que são formadas, as bolhas ‘tradicionais’ sobem à superfície e arrebentam. As nanobolhas se movem lentamente – a cerca de 8,5 milímetros por segundo. Algumas podem levar dias para chegar ao topo e estourar. Além da liberação do gás, as ‘nanoexplosões’ produzem ondas supersônicas e calor instantâneo de 4 mil a 6 mil graus Celsius. Nessa intensa movimentação, o teor de oxigênio aumenta. O interesse pela nanotecnologia cresce, sobretudo o desenvolvimento do maquinário para a produção das bolhas. A startup irlandesa NanobOx desenvolveu o primeiro equipamento para geração de nanobolhas movido à energia solar. A transferência de oxigênio atingiu 90%, com comparação aos métodos de aeração convencionais. O foco da NanobOx é a aquicultura. Estudos de centros de pesquisa indicam aumento médio de 20% a 30% no tamanho de peixes, crustáceos e plantas aquáticas cultivados com nanobolhas. Na agricultura, a água enriquecida com oxigênio flui mais facilmente em direção à raiz. “Isso faz com que as plantações cresçam mais rápido e mais saudáveis”, explica ao NeoFeed o empresário sul-coreano Yang Sik Pak, fundador da brasileira Hidronano.

 

A IBM apresentou um novo chip e uma máquina de computação quântica  para servir como blocos de construção de sistemas muito maiores daqui a uma década. Pesquisadores de todo o mundo estão tentando aperfeiçoar a computação quântica, que se baseia na mecânica quântica para atingir velocidades de computação muito mais rápidas do que os computadores clássicos baseados em silício. O desafio tem sido criar computadores quânticos que sejam confiáveis o suficiente no mundo real para superar consistentemente os computadores convencionais, destaca o UOL. Na segunda-feira, a IBM mostrou o que diz ser uma nova maneira de conectar chips dentro de máquinas e, em seguida, conectar os computadores que, quando combinados com um novo código de correção de erros, podem produzir máquinas quânticas convincentes até 2033. O primeiro computador a usar o sistema é chamado de Quantum System Two, que usa três chips “Heron”. Dario Gil, vice-presidente sênior e diretor de pesquisa da IBM, disse que o progresso parecerá relativamente estável até 2029, quando o efeito total das tecnologias de correção de erros entrará em ação. Depois disso, as máquinas devem apresentar um aumento acentuado em seus recursos, de forma semelhante à maneira como os sistemas de IA que se desenvolveram lentamente nos últimos 15 anos se tornaram muito mais sofisticados no ano passado.

 


05/12/2023:  Ambulância 5G / Robôs em Colheitas / Navio Elétrico / Pássaro e Baterias / Agtechs no Norte


A primeira ambulância com conexão 5G do Brasil deve entrar em operação até o final do ano, na cidade de São Paulo. Em fase de testes, o veículo apontou para uma redução de 27 minutos no tempo de atendimento. O projeto, conduzido pela Alma Sírio-Libanês, eixo de inovação do hospital, contou com parceria da TIM e a Deloitte. De acordo com o grupo, esse resultado tem potencial para reduzir possíveis danos que possam acontecer com os pacientes a depender do tempo de resposta do atendimento. Segundo o Estadão Mobilidade, a ambulância possui equipamento para atendimento de urgências cardiovasculares e permite a antecipação do fluxo de cuidados, em caso de suspeita de infarto. A transferência das informações, como o eletrocardiograma, acontece via rede 5G da TIM para o especialista que está no pronto atendimento. Além disso, o veículo conta com assistência de Oxigenação por Membrana Extracorpórea (ECMO), técnica utilizada para suporte de vida extracorporal em doentes com falência cardiovascular ou pulmonar. Há, ainda, a possibilidade de chamada de vídeo com equipe do pronto socorro em caso de necessidade. A transmissão acontece em alta qualidade, em tempo menor do que dois minutos e com nome e data de nascimento do paciente.

 

A utilização de robôs dotados de braços coletores e equipados com sistemas de visão computacional e inteligência artificial já é realidade em alguns países do mundo, embora em caráter experimental. Em Portugal, aparelhos robóticos criados pela Fieldwork Robotics, spin-off da Universidade de Plymouth, no Reino Unido, colhem 1 quilo de framboesa por hora desde 2021. Além do desafio de desenvolver braços robóticos sensíveis o suficiente para não machucar as frutas ao arrancá-las do caule, o fabricante trabalha para quadruplicar a capacidade de colheita, capacitando as máquinas para coletar 25 mil frutos por dia, ante 15 mil que um trabalhador retira do pé a cada turno de oito horas. A expectativa da fabricante é ter 45 robôs trabalhando nos 130 hectares da propriedade da Summer Berry ainda este ano. A companhia agrícola britânica também utiliza autômatos da norte-americana Tortuga AgTech na colheita de morangos. A solução foi desenvolvida exclusivamente para cultivo hidropônico, com irrigação suspensa, o que facilita o trabalho dos robôs, explica o UOL. A parceria começou em 2020, e atualmente 50 robôs colhem os morangos da Summer Berry no Reino Unido – com potencial para escalar mais de 500 unidades.

 

Um navio elétrico (SOV) da holandesa Damen Shipyards Group dispensa paradas em terra para recarregar. Segundo a empresa, será o primeiro do mundo que pode ser carregado usando turbinas eólicas offshore instaladas em mar aberto, informa o Olhar Digital. O SOV 7017 foi projetado para se adequar às estruturas pré-existentes de parques eólicos em mar aberto. Para conseguir se conectar às turbinas, o navio foi equipado com conectores de 4 MW e um sistema com compensação de movimentos, desenvolvido em parceria com a empresa britânica MJR Power & Automation. Com a energia de uma única turbina, é possível recuperar a energia das baterias de fosfato de ferro-lítio em algumas horas. Além disso, há dois tipos de sistemas de carregamento a bordo. O primeiro, com capacidade de 15 MWh, é projetado para navegação totalmente elétrica. Já o segundo, com 10 MWh, é adequado para operações em que 75% do tempo serão realizadas usando propulsão elétrica. Para casos de emergência, o SOV holandês também conta com um motor a diesel. Com 60 cabines para a tripulação e 40 para técnicos, além de instalações de armazenamento e oficinas, o navio elétrico tem 70 metros de comprimento e 17 metros de largura.

 

Pesquisadores suíços tentavam imitar a cor das penas de um pássaro e acabaram criando um material que poderá ajudar a melhorar as baterias e os sistemas de filtragem de água e outros líquidos, reporta Inovação Tecnológica. O pássaro azul oriental (Sialia sialis) é conhecido pela cor azul das penas, que não é produzida por pigmentos, mas por estruturas especiais, uma rede de canais com diâmetros de apenas algumas centenas de nanômetros que refletem a cor. Carla Rico e os colegas do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça tentavam replicar essas nanoestruturas em laboratório. Usando uma borracha de silicone transparente como material de partida, Rico colocou o material em uma solução oleosa, deixando-o inchar em um forno a 60 ºC. A mistura foi resfriada e a borracha foi retirada da solução oleosa. Esse processo alterou a nanoestrutura da borracha, criando uma rede de estruturas semelhante às do pássaro azul. As baterias estão entre as aplicações técnicas do novo material. Os íons nas baterias se movem entre os eletrodos através de um líquido (eletrólito). Um dos principais motivos pelos quais as baterias perdem a carga é que os íons reagem com o eletrólito, o que faz com que os dois eletrodos tenham contato e danifiquem a bateria. Os eletrólitos líquidos poderiam ser substituídos por eletrólitos sólidos com a estrutura de rede de canais interligados, evitando o contato físico sem perder a eficiência do transporte de íons pela bateria. Filtros de água podem ser outra aplicação, otimizando as propriedades de transporte através dos canais interligados.

 

O Radar Agtech Brasil 2023, lançado na segunda-feira (4) pela Embrapa, teve como grande novidade o crescimento de startups na Região Norte. De 26 empresas em 2022, passou para 116 em 2023. O mapeamento anual das startups do agro brasileiro foi feito pela Embrapa, SP Ventures e Homo Ludens. Oferece informações atualizadas sobre perfil, segmento, área de atuação e localização. Além disso, identifica ambientes de inovação e o cenário de investimento, possibilitando a conexão de agtechs a variados ecossistemas, em âmbito nacional e internacional, destaca o site da Embrapa. Entre 2022 e 2023, houve crescimento de 14,7% das startups, de 1.703 para 1.953. A maior parte das agtechs mapeadas se encontra no Sudeste (56,9%) e Sul (26%). Entre as cidades com maior número de startups do agro, as dez primeiras têm municípios das regiões Sudeste e Sul, sendo sete do Sudeste, dos quais cinco do Estado de São Paulo. Uma novidade foi o levantamento sobre a distribuição de pessoas sócias e colaboradoras em agtechs, considerando gênero e área de atuação na empresa. Entre as pessoas sócias, cresceu a participação de mulheres: 28,7% das agtechs possuíam em 2022 ao menos uma mulher na estrutura societária, valor que avançou para 36,4% em 2023, com base em uma amostra ampliada com 711 staturps.

 


04/12/2023:  Foguete Brasileiro / Consumo de Tecnologia / Produção Agrícola / Zoo de Hologramas / Carregamento para Elétricos / Porta-contêineres


O Brasil deve inaugurar um novo foguete de sondagem no próximo ano. Pelo menos, é o que afirma Marco Antonio Chamon, novo e atual presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), instituição responsável pela coordenação do programa espacial no país. Marco esclarece que este novo foguete brasileiro — o VS-50 — é um veículo do tipo suborbital, porque ele não chega a atingir a órbita. A ideia, de acordo com o gestor, é a realização de diversos experimentos em microgravidade. Além disso, se for bem sucedido, poderá ser usado para a construção do Veículo Lançador de Microssatélites (VLM), pois ambos usam o mesmo motor. O VS-50 foi desenvolvido em conjunto pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e pela Agência Espacial Alemã (DLR). O Brasil (IAE) ficou responsável pelo desenvolvimento dos motores S50 e S44, e pelo sistema de navegação reserva. Além disso, pela infraestrutura para o lançamento e segurança de voo e pela gestão da documentação dos projetos. O desenvolvimento e qualificação dos demais sistemas ficaram sob responsabilidade da Alemanha (DLR). A expectativa também é que a participação do setor privado aumente. A ideia é mobilizar principalmente as empresas pequenas, que tendem a ser mais ágeis e inovadoras, explica o gizmodo.

 

Os consumidores usam cada vez mais as tecnologias para aumentar a conveniência, a personalização e as experiências, e os brasileiros são ainda mais digitais que o restante do mundo. É o que aponta a pesquisa “Future Consumer Index (FCI)”, da consultoria EY, divulgada em primeira mão para Época. Segundo a pesquisa, 82% dos brasileiros assinam serviços de streaming de vídeo, 75% ouviram streams de áudio nos últimos meses, 84% gerenciaram dinheiro por meio do site ou aplicativo do banco e 58% socializaram com amigos e familiares em plataformas de vídeo. Enquanto isso, as porcentagens globais são menores: respectivamente, 63%, 62%, 77% e 53%. Embora a tecnologia tenha um papel importante, a maioria dos entrevistados não acredita que ela substituirá todas as suas funções atuais: 53% dos brasileiros dizem que têm alguma compreensão do que é IA, 62% acreditam que a automação permitirá que eles se concentrem em aspectos mais interessantes ou desafiadores do trabalho que realizam, 65% não preveem que seu papel será completamente substituído pela tecnologia e 62% sentem que o governo precisa fazer mais para regular o seu uso.

 

Pesquisadores da Suíça descobriram que os fungos podem melhorar a qualidade e a produtividade do solo. Segundo o estudo, que foi publicado na revista Nature Microbiology, o tratamento do solo com fungos micorrízicos pode melhorar a produtividade das culturas de milho em 40%, sem o uso de fertilizantes ou pesticidas. O fungo existe de forma natural em solos saudáveis e penetra nas raízes das plantas para formar estruturas semelhantes a árvores (arbúsculos). Quando se ramificam, aumentam a área de superfície radicular da planta e, por consequência, a absorção de nutrientes.  De acordo com o estudo, os fungos também fornecem uma primeira linha de defesa para o solo, afastando patógenos que atacam plantas e que podem reduzir a produtividade das culturas. Como resultado, a produção pôde ser mantida em campos com patógenos que teriam sofrido perdas sem os fungos, enquanto o efeito benéfico sobre a produtividade foi menor em campos sem contaminação anterior, informa o Olhar Digital.

 

O Hologram Zoo – o Zoológico de Hologramas –, aberto no início do ano em Brisbane, no leste da Austrália, contém 50 exposições simuladas da vida real de animais como dinossauros e gorilas, desenvolvidas a laser. O show de hologramas utiliza uma nova tecnologia de ‘profundidade’, que faz com que os animais pareçam grandes. As imagens em movimento ganham vida graças a um projetor de laser que contém cristais e permite que óculos simples usados pelos visitantes separem os campos de luz, relata a BBC News. Basicamente, existe um aparelho que sabe onde cada pessoa está dentro da sala, criando uma experiência virtual específica. Os shows de hologramas também contam com tecnologia sensorial, que permite aos visitantes sentir o aroma das flores e das árvores. Bruce Dell, executivo-chefe da empresa Axiom Holographics e criador do Hologram Zoo, afirma que está repensando o setor, ao cortar custos e aumentar a qualidade. Os componentes são produzidos em uma fábrica construída especificamente com esse propósito no Estado australiano de Queensland. “Os hologramas normalmente consomem imensos níveis de poder de computação. Você costuma ter dez computadores agrupados para produzi-los. Com o nosso bom conhecimento sobre como funciona a gestão de memória dos computadores, conseguimos elaborar algoritmos que reduzem os hologramas para apenas um computador”, conta.

 

Detroit concluiu a instalação da primeira via pública de carregamento sem fio para carros elétricos nos EUA. O sistema utiliza bobinas de carregamento indutivo em cobre, permitindo que os veículos carreguem as baterias enquanto estão em movimento, estacionados ou parados sobre as bobinas, reporta Engenharia é. A via de teste, localizada na 14th Street, será usada para aperfeiçoar a tecnologia antes de sua disponibilização ao público, anunciou o Departamento de Transporte de Michigan.  Demonstrativos ocorreram no Michigan Central Innovation District, um centro de desenvolvimento de programas para superar desafios na mobilidade, onde a Ford está restaurando a antiga estação de trem Michigan Central para projetos de veículos autônomos. A tecnologia pertence à Electreon, empresa sediada em Israel que desenvolve soluções de carregamento sem fio para veículos elétricos. A empresa possui contratos para vias semelhantes em Israel, Suécia, Itália e Alemanha. Quando um veículo com um receptor se aproxima dos segmentos de carregamento, as bobinas sob a via transferem eletricidade por meio de um campo magnético, carregando a bateria do veículo. As bobinas só são ativadas quando um veículo com um receptor passa sobre elas.

 

A fabricante norueguesa de produtos químicos Yara está à frente de um projeto de um navio porta-contêineres movido a amônia. As baterias e o hidrogênio se mostram impraticáveis para grandes embarcações devido ao tamanho, peso e capacidade de armazenamento de energia limitada. O metanol, apesar de ser um passo intermediário, não é uma solução totalmente verde, destaca o Olhar Digital. A amônia emerge como a melhor opção para uma navegação mais limpa, apesar de ter menos energia por peso e volume comparada ao diesel. No entanto, pode ser queimada de forma limpa em motores de combustão, evitando a produção de óxidos nitrosos, e já é produzida em grande escala para uso agrícola, tornando-se mais acessível. O projeto do navio porta-contêineres tem a participação da empresa North Sea Container Line. Há ainda uma contribuição financeira de 40 milhões de coroas norueguesas (R$ 18,5 milhões) da organização de financiamento climático e energético Enova. Batizada de Yara Eyde, a embarcação será menor que muitos navios do segmento e deverá operar entre Noruega e Alemanha, percorrendo 442 milhas náuticas. A ideia é reduzir anualmente 11 mil toneladas de emissões de CO². Outros navios movidos a amônia deverão ser lançados pela parceria.