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Acesso em 02/08/2025 às 05h55.

Área Tecnológica na Mídia – 4 a 8/03/2024

Confira as notícias do dia.

8 de março de 2024, às 12h00 - Tempo de leitura aproximado: 27 minutos

Área Tecnológica na Mídia


08/03/2024: Mapeamento do Solo / Pele Artificial / Bateria Quântica / Estádio de Beisebol


Imagens de satélite são usadas para diversos fins, entre os quais o mapeamento de uso e cobertura do solo (Lulc, na sigla em inglês). Segundo um grupo de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o uso dessas “fotografias” pode ser aperfeiçoado se esse material passar pelo crivo de experts antes de ser analisado com a ajuda de algoritmos e outras ferramentas computacionais. A equipe publicou na revista Forests um trabalho sobre o mapeamento de uso e cobertura do solo do Estado de São  Paulo. Nele, levou em conta a expertise dos cientistas na pré-seleção das imagens para classificação do uso e da cobertura do solo em seis categorias: floresta, plantação florestal, corpos d’água, áreas urbanas, agricultura e pastagem. A novidade do método proposto consiste em selecionar as imagens com base nas características espectrais e temporais de classes predefinidas de Lulc. A equipe usou dois mosaicos de imagens do satélite Landsat-8 Operational Land Imager (OLI), da Nasa (agência espacial norte-americana): 379 capturadas de janeiro a junho de 2020 (final da estação chuvosa e início da seca) e 212 feitas de maio a setembro (estação seca). Com base nesses mosaicos, investigou o período temporal mais adequado para classificar cada categoria, explica a Agência Fapesp.
Lesões traumáticas e cirurgias podem deixar cicatrizes na pele. E, apesar dos avanços na cirurgia plástica e reconstrutiva, reparar a perda total de pele em regiões como a cabeça e o rosto ainda é um desafio. Mas pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia (Penn State), dos Estados Unidos, podem ter desenvolvido uma solução. Os cientistas se tornaram os primeiros do mundo a imprimir em 3D pele viva em múltiplas camadas, diretamente em lesões significativas em ratos. “A cirurgia reconstrutiva para corrigir traumas no rosto ou na cabeça, causados por lesões ou doenças, geralmente é imperfeita, resultando em cicatrizes ou perda permanente de cabelo”, disse Ibrahim Ozbolat, líder do estudo, em comunicado. Os cientistas começaram o trabalho com tecido adiposo humano (ou gordura) para fazer um componente da biotinta. Com a capacidade de bioimpressão totalmente automatizada e materiais compatíveis de nível clínico, esta tecnologia pode ter um impacto significativo na tradução clínica da pele reconstruída com precisão, destaca a Época.
A nova tecnologia proposta pelos cientistas dos EUA e da China visa revolucionar o campo das baterias ao utilizar princípios da mecânica quântica para superar limitações das baterias tradicionais. A chave para isso é o uso de canais de luz, conhecidos como guias de onda, que permitem transferir energia entre a bateria e o carregador de forma rápida e eficiente, sem a necessidade de contato direto. O método se baseia em dois sistemas de dois níveis: a bateria quântica e o carregador. Esses sistemas interagem de maneira coerente, permitindo a troca de energia de forma sincronizada e eficaz. No entanto, essas interações são sensíveis e podem ser interrompidas por decoerência, que é a perda de correlação entre os sistemas quânticos. Isso geralmente ocorre devido a interações com o ambiente ou a distâncias inadequadas entre a bateria e o carregador. Para contornar esses problemas, os pesquisadores propuseram o uso de guias de onda retangulares ocos. Essas estruturas atuam como canais para guiar ondas eletromagnéticas, permitindo que a energia seja transferida entre a bateria e o carregador de forma controlada e sem perdas significativas. Ao colocar ambos os componentes dentro do guia de onda, eles podem trocar energia de maneira eficiente, mesmo sem contato direto. Essa abordagem representa uma inovação significativa no campo das baterias quânticas, oferecendo a promessa de maior velocidade de carregamento, maior capacidade e eficiência aprimorada em comparação com as baterias convencionais. Além disso, sua implementação prática é viável, o que aumenta o potencial de sua adoção e impacto no desenvolvimento de tecnologias de armazenamento de energia, explica o Inovação Tecnológica.

 

O novo estádio do Oakland Athletics em Las Vegas, nos Estados Unidos, foi pensado para oferecer uma experiência totalmente nova aos fãs do esporte. Projetado pelo Bjarke Ingels Group (BIG) e pela empresa de design de infraestrutura HNTB, o Athletics Ballpark deverá ser inaugurado na primavera de 2028 (entre o fim de março e o fim de junho no Hemisfério Norte). Com 33 mil lugares, o grande diferencial do estádio é trazer aos torcedores uma sensação de estar ao ar livre, com vistas deslumbrantes do horizonte da cidade, relata o Época. O teto, em formato esférico, é adornado com cinco conchas sobrepostas, lembrando flâmulas gigantes de beisebol, em homenagem ao esporte. Essas “flâmulas” não apenas protegem os jogadores do sol forte, mas também recebem luz natural através de janelas estrategicamente posicionadas. Além disso, o estádio abobadado possui a maior parede de vidro com rede de cabos do mundo. Já o sistema de ar condicionado fornece ar fresco diretamente aos assentos para maximizar a eficiência e a conservação de energia.

 

 


07/03/2024: Penhascos de Gelo / Florestas Subterrâneas / Drone Pássaro / Cepa de Levedura


A Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou em 28 de fevereiro imagens feitas pela sonda Mars Express da região que rodeia o polo norte de Marte — coberto pelo encontro de dunas de areia com camadas de gelo empoeirado, reporta Galileu. O terreno é conhecido como Planum Boreum. A poeira fina de água está empilhada em quilômetros de espessura e se estende por cerca de 1.000 km (aproximadamente a largura da França). As camadas foram formadas a partir da mistura de poeira, água gelada e geada, que ao longo do tempo se depositaram no solo marciano. Cada camada tem uma informação sobre a história de Marte e de como o clima mudou nos últimos milhões de anos. Uma fina camada de gelo seco (dióxido de carbono), com alguns metros de espessura, cobre as camadas durante o inverno em Marte. A cada verão marciano, a calota de gelo desaparece da atmosfera. O terreno com superfície lisa não apresenta sinais de erosão. É provável que não tenha sido atingido por rochas espaciais. Esse contexto indica que essa zona é muito jovem e que supostamente rejuvenesce todos os anos. É possível saber a escala das falésias devido às sombras que projetam na superfície. As paredes íngremes e geladas se elevam até 1 km de altura. A exploração do planeta pela Mars Express ocorre desde 2003. A sonda está próxima de conseguir o mapeamento dos minerais de Marte e de identificar a circulação e composição da atmosfera. Além disso, a ESA quer investigar como os fenômenos interagem no ambiente marciano e, assim, explorar abaixo de sua crosta. A câmera da sonda (HRSC) revelou nos últimos 20 anos cristas e sulcos esculpidos pelo vento; buracos nos flancos de vulcões; crateras de impacto; falhas tectônicas; canais de rios e antigas poças de lava.
Após mais de 40 anos de cultivo comercial de pinheiros (Pinus sp.) em Águas de Santa Bárbara, a Estação Ecológica de Santa Bárbara pôs em prática, em 2011, o plano de manejo para retirar essa espécie exótica do local, pertencente ao Cerrado. Após esse processo, uma pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) observou o rebrotamento de espécies vegetais características do bioma, a partir da sobrevivência de estruturas subterrâneas durante o longo período de distúrbio ambiental causado pelo cultivo exótico. Para as pesquisadoras, a vegetação resistiu tanto tempo embaixo da terra e sem sofrer processos de decomposição por causa de características morfológicas típicas de plantas do Cerrado, relata o Jornal da USP. O Cerrado tem mais de 12 mil espécies de plantas ― um terço é exclusiva do bioma, que perdeu mais de 66 mil km² entre 2016 e 2023 devido ao desmatamento, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O cultivo de vegetações exóticas comerciais reduz o desenvolvimento de espécies nativas. No caso de plantação de pinheiros, a árvore forma uma camada alta de folhas no chão. Além de mudar as condições de solo, decompõe e libera compostos que inibem o crescimento de outras plantas. Depois da retirada dessas árvores da Estação Ecológica, as pesquisadoras perceberam que a formação de partes aéreas de algumas espécies começou a rebrotar, ou seja, ocorreu a regeneração a partir de tecidos celulares.
A China apresentou um drone pássaro chamado de ‘Pequeno Falcão’, que foi desenvolvido em parceria com empresas do setor militar para monitoramento militar e ambiental, registra Mundo Conectado. O drone pássaro é um ornitóptero, um dispositivo capaz de decolar e pousar com o bater de asas. O equipamento é capaz de dobrar as asas e realizar manobras complexas. Pode dobrar apenas uma asa e fazer curvas com a precisão de uma ave real. As aplicações do drone pássaro incluem missões de reconhecimento e monitoramento. O dispositivo pode ser utilizado em operações militares, em casos de conflito ou de proteção interna. Como o drone simula a aparência de um animal, a detecção é mais difícil. O desenvolvimento da tecnologia contou com a participação da Universidade Politécnica de Northwestern, na Austrália, que é um dos maiores centros de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia militar no país. Drones com formato de pássaro não são novidade, mas a tecnologia desenvolvida por pesquisadores chineses e os parceiros australianos atingiu um novo patamar de eficiência com o drone capaz de pousar e levantar com o bater das asas.

 

Uma nova cepa geneticamente modificada da levedura Saccharomyces cerevisiae demonstrou, em condições semelhantes às industriais, potencial para otimizar em até 60% a produção de etanol de segunda geração (2G) no país sem a necessidade de aumentar a área plantada de cana-de-açúcar. Segundo resultados divulgados na revista Scientific Reports, a inovação poderá também reduzir parte dos custos da indústria. O estudo foi conduzido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e colaboradores, com apoio da FAPESP. A plantação de cana-de-açúcar e seu processamento agroindustrial geram todos os anos milhões de toneladas de biomassa lignocelulósica, resíduo de matéria orgânica composto de lignina, celulose e hemicelulose. Atualmente destinada apenas à queima para a geração de energia elétrica, essa biomassa também pode servir de matéria-prima para a fabricação do etanol 2G, considerado um dos combustíveis com menor pegada de carbono do mundo justamente por utilizar resíduos do processo de fabricação do etanol comum e do açúcar. Há, no entanto, um obstáculo para o uso da biomassa lignocelulósica: por se tratar de um açúcar complexo, ela não é metabolizada naturalmente pelo microrganismo utilizado na produção tradicional de etanol, a levedura Saccharomyces cerevisiae. Durante a fabricação do combustível 2G, é necessário realizar uma etapa extra de pré-tratamento, com altas temperaturas e altas pressões, e uma etapa de hidrólise, com enzimas que quebram os açúcares e os tornam disponíveis para a fermentação. Somente então é possível a conversão em etanol.

 


06/03/2024: Reciclagem de Baterias / Emissão de Metano / Bateria de Água / Estatísticas Globais


A fabricante de baterias 24M Technologies, uma  spinoff do MIT (Massachusetts Institute of Technology), desenvolveu um novo processo de reciclagem direta de materiais para baterias de veículos elétricos (EV) e armazenamento de baterias, destaca Engenharia é. A empresa com sede em Cambridge, que tem a Volkswagen como parceira comercial, “simplificou a produção de baterias de íon de lítio com um novo design, que requer menos materiais e etapas para fabricar cada célula”, relatou o MIT News. Segundo a 24M Technologies, o design, chamado de ‘SemiSolid’ devido ao uso de eletrodos pegajosos, reduz os custos de produção em até 40%. Essa abordagem melhora a densidade de energia, segurança e reciclagem das baterias. A empresa apresentou o processo de reciclagem de baterias Liforever, que agregou ao processo de fabricação de baterias, oferecendo uma maneira mais eficiente e econômica de reciclar materiais de bateria, como fosfato de ferro e lítio (LFP). “Uma reciclagem de bateria aprimorada é essencial para um futuro de energia sustentável, mas o uso de ligantes na produção convencional de células tornou a reciclagem direta impraticável”, afirmou Naoki Ota, CEO da 24M Technologies. “O Liforever resolve esses desafios, permitindo a reutilização de quase todas as partes da célula da bateria sem exigir os processos caros e ineficientes usados na reciclagem convencional” ressaltou. Os métodos tradicionais de reciclagem de íon de lítio envolvem processos caros e tóxicos, resultando em um lixo eletrônico conhecido como ‘massa preta’. Isso prejudica a estrutura de materiais-chave da bateria e reduz a viabilidade econômica da reciclagem. Apenas os metais mais caros são recuperados. Segundo a 24M, o Liforever mantém os materiais ativos da bateria na forma original, evitando a criação de ‘massa preta’.
Pela primeira vez, uma organização não governamental terá um satélite próprio para medir emissões de metano na atmosfera e assim encorajar sua contenção, numa ação que pode ser decisiva para o combate à crise climática nos próximos anos. O MethaneSAT, desenvolvido por uma subsidiária da ONG internacional Environmental Defense Fund (EDF), partiu ao espaço a bordo de um foguete Falcon 9, da SpaceX. O lançamento, ocorrido a partir da base de Vandenberg, na Califórnia, ocorreu às 19h05 (de Brasília) da segunda-feira (4) e faz parte da missão Transporter-10, que a empresa espacial promove para levar diversas cargas úteis à órbita a preços mais baratos. Voaram com o MethaneSAT outros 52 equipamentos, entre cubesats e microssatélites. O satélite ficará em uma órbita polar sol-síncrona, que o permitirá completar 15 voltas ao redor da Terra a cada dia, sobrevoando todas as partes do planeta, explica o Climainfo. Equipado com um espectrômetro (capaz de ler a composição da atmosfera por meio da assinatura de luz que a atravessa ao ser refletida da superfície) e um sensor infravermelho de alta resolução, ele terá a sensibilidade para medir mudanças na concentração de metano tão pequenas quanto três partes por bilhão.
A água pode ser uma aposta para que baterias comerciais sejam mais sustentáveis e seguras, mostrou um estudo publicado na revista Materiais Avançados. Cientistas desenvolveram uma “bateria de água” reciclável, tecnologia emergente que usa H2O e íons metálicos, como magnésio ou zinco. O fluido eletrolítico conta também com alguns sais adicionados, em vez de ácido sulfúrico ou sal de lítio. As baterias tradicionais de lítio são encontradas em laptops, celulares, bicicletas e carros elétricos e podem superaquecer e pegar fogo em casos extremos, por conta do metal ter uma característica bastante ativa. Devido a essas preocupações de segurança, os pesquisadores tentam há anos desenvolver baterias que usem materiais diferentes, mas que produzam o mesmo desempenho e tenham longevidade semelhante, destaca a Época. Em meio à demanda, a inovação aquosa contaria com elementos menos tóxicos e também seria mais barata, explicam os cientistas. Outra prioridade também é a reciclagem e reutilização do lítio, à medida que o mundo eletrifica os seus sistemas energéticos para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis e combater as mudanças climáticas.

 

O presente e o futuro das estatísticas globais, integração regional, novos indicadores ambientais e a retomada do protagonismo internacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foram os destaques da participação brasileira na 55ª Sessão da Comissão de Estatística da ONU, encerrada sexta-feira (1) em Nova York. com participação de institutos nacionais de estatística de 180 países do sistema ONU e 52 agências internacionais, destaca a Agência IBGE. A delegação participou de 32 sessões e oito eventos paralelos, impulsionado pelo esforço de consolidar seu Sistema Nacional de Geociências, Estatísticas e Dados (Singed). A própria ONU anunciou a integração do conjunto de todos os dados produzidos pelas instituições que conformam o sistema das Nações Unidas, como UNICEF, PNUD, Banco Mundial, com o objetivo de oferecer melhores informações e indicadores para avaliação, gestão e desenvolvimento de políticas públicas. O IBGE organizou um evento para discutir o projeto ‘Indicadores ambientais e de mudanças climáticas: uma abordagem comum utilizando métodos inovadores e fontes de dados alternativas’, apoiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O projeto liderado pelo IBGE terá a participação de 11 países da América Latina e Caribe.  O objetivo é a geração de novo patamar de indicadores ambientais relativos ao suporte de medidas necessárias para enfrentamento das mudanças climáticas.   

 

 


05/03/2024: Liga de Titânio / CO2 / Telha Solar / Computação por Luz / Materiais Biocidas


Um time de cientistas internacionais conseguiu criar uma liga de titânio mais resistente por meio de um método inovador de impressão 3D que elimina os microburacos que enfraquecem o material. A impressão 3D é uma tecnologia que permite criar objetos tridimensionais a partir de um modelo digital, depositando camadas sucessivas de material, técnica que, no entanto, reduz a resistência do material à fadiga, isto é, à ruptura por cargas cíclicas. Para resolver este problema, a equipe liderada pelos professores Zhang Zhefeng e Zhang Zhenjun, do Instituto de Pesquisa de Metais da Academia Chinesa de Ciências, desenvolveu uma nova técnica que consiste em submeter o material impresso a uma pressão isotérmica a quente para eliminar os microburacos. Depois, aplica-se ao material um tratamento térmico de alta temperatura e de curta duração para restaurar a microestrutura do material com finas lâminas de martensita, uma forma cristalina do aço. A equipe aplicou esta técnica a uma liga de titânio Ti-6Al-4V, muito utilizada na indústria aeroespacial por sua alta resistência e leveza, e verificou que o material resultante tinha resistência à fadiga superior à de todas as outras ligas de titânio impressas ou forjadas em 3D, assim como à de outros materiais metálicos, informa a Época.
Enquanto a maioria das fabricantes de carros investem na criação de veículos elétricos, a Toyota desenvolve tecnologias alternativas e ecológicas para motores à combustão. Um dos projetos da empresa é um filtro que fica na parte da frente do carro e suga o dióxido de carbono do ar. A tecnologia busca não só melhorar o potencial ecológico dos carros mais novos, como também diminuir o impacto ambiental de veículos antigos. O filtro pode ser integrado ao para-choque para puxar o gás carbônico da atmosfera. Por enquanto, a empresa está testando o conceito no GR Corolla, um carro movido a combustão de hidrogênio. Segundo a Toyota, os testes iniciais no carro de corrida sugerem que a tecnologia pode tornar os carros não apenas carbono neutros, mas também carbono negativos. O recurso não requer nenhuma energia adicional para funcionar. Por meio de filtros circulares posicionados no para-choque, o carro suga CO2 do ar e, com o calor residual do motor, realiza a liquefação do gás para descartá-lo em estado líquido. Os filtros, aliás, podem funcionar em motores de combustão tradicionais — movidos a gasolina, álcool e diesel, por exemplo. De acordo com o gizmodo, a ideia da Toyota é criar um veículo que, além de não emitir gases poluentes, limpe o ar em movimento.
Uma telha solar em concreto fabricada pela Tégula, empresa que faz parte do grupo Eternit, foi certificada pelo Inmetro e já está em instalações no Brasil, relata Click Petróleo e Gás. A telha solar, que tem a função de fazer a cobertura do imóvel e ao mesmo tempo gerar energia elétrica, é composta por células fotovoltaicas. A telha recebe a luz solar e gera energia em corrente contínua como em um painel fotovoltaico. A energia passa por um inversor, que a transforma em corrente alternada para ser utilizada nas tomadas e ligar os eletrodomésticos da casa. Uma das vantagens das telhas solares é que estão integradas à construção. A facilidade na instalação também é um diferencial, já que são colocadas como telhados convencionais. A telha solar em concreto tem diferentes potências, que variam de 10w a 15w pico. No modelo Big F10 C, cada telha possui potência nominal máxima de 10w pico. É composto por 12 células fotovoltaicas de silício monocristalino. Já o modelo Big F11, que tem uma potência nominal máxima de 11w pico, é composto por 14 células fotovoltaicas. As telhas vêm com os cabos de instação, os ‘chicotes’. Os cabos conectam as telhas em série e paralelo.

 

Pesquisadores alemães sintetizaram um material que pode ser alterado entre diferentes estados usando apenas luz. O material resultante pode ser utilizado para fazer computação sem necessidade de eletricidade e componentes eletrônicos. “Nossa equipe ficaria encantada se esses componentes fossem usados para redes neurais ópticas, que poderiam processar informações de imagens da mesma forma que a inteligência artificial pode fazer agora,” disse o professor Felix Schacher, da Universidade de Jena, destaca Inovação Tecnológica. O primeiro dos ingredientes é um polímero que reage à luz. Esses polímeros contêm moléculas de corante que alteram sua estrutura ao absorver luz de uma determinada cor. Ao alterar a própria estrutura, modificam também suas propriedades, como o índice de refração. O segundo ingrediente é uma metassuperfície, uma fina camada repleta de nanoestruturas que interferem na propagação da luz. Ajustando o formato e a dimensão dessas nanoestruturas, é possível obter uma variedade de funções ópticas que de outra forma exigiriam lentes, polarizadores, grades e outros dispositivos grandes, pesados e difíceis de ajustar. “Tanto as metassuperfícies quanto os polímeros comutáveis por luz são conhecidos há décadas”, disse a pesquisadora Sarah Walden. “Mas somos os primeiros a combiná-los dessa forma para desenvolver novos componentes para aplicações ópticas”, frisou. A grande inovação consistiu em tirar proveito da alteração estrutural que a luz gera no polímero fotossensível, usando essas alterações para ajustar as propriedades da metassuperfície. Basta dirigir o comprimento de onda certo (a cor que ativa o polímero) que o material inteiro muda o índice de refração. Os cientistas estão entusiasmados com a possibilidade de que as superfícies comutáveis sejam usadas para processamento óptico de dados. “Como esse tipo de processamento de dados é baseado na luz, e não na eletrônica, é mais eficiente em termos energéticos e mais rápido do que a IA tradicional baseada em computador,” explicou Sarah Walden.

 

Um estudo teórico-experimental com a participação de pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) chegou a conclusões inéditas sobre a atividade biocida do semicondutor fosfato de prata. Segundo a Agência Fapesp, o trabalho demonstrou que essa atividade está associada à formação de espécies reativas de oxigênio (ROS, na sigla em inglês). Essas moléculas altamente instáveis são capazes de gerar estresse oxidativo e causar a morte de patógenos. No estudo, simulações computacionais atomísticas fundamentadas na Teoria do Funcional da Densidade (DFT) propiciaram a identificação de um mecanismo até então inédito na formação de ROS. Esse mecanismo envolve a ativação cooperativa de uma molécula de água e uma molécula de oxigênio na superfície do fosfato de prata. A DFT é uma das principais teorias da mecânica quântica. Tem sido usada para descrever propriedades eletrônicas na física do estado sólido, química quântica, ciência dos materiais, bioquímica, biologia, nanossistemas e sistemas em escala atômica. Os pesquisadores constataram que a superfície do semicondutor atua como um catalisador, facilitando a transferência de elétrons da molécula de água para a superfície e, a partir daí, para a molécula de oxigênio. O processo resulta na formação das espécies precursoras dos ROS: hidroxila e superóxido. Miguel San-Miguel, pesquisador associado ao CDMF e um dos autores do artigo, explicou que os resultados abrem perspectivas inovadoras para o entendimento da formação de ROS em materiais baseados em semicondutores de prata. Explicou também que eles possibilitam a exploração em outros materiais do mecanismo identificado, favorecendo a pesquisa de aplicações biocidas de baixo custo.

 


04/03/2024: Bambu e Mamona / Eco Brutalismo / PET Adesivo / Esferas Plásticas / Automação de Processos


Uma parceria entre a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e a Universidade Federal do Ceará (UFC) resultou em novas opções para a produção de painéis tipo OSB (Oriented Strand Board), utilizados na construção civil: bambu como alternativa para a indústria de painéis, que usa madeiras de pinus e eucalipto; e a substituição parcial do adesivo utilizado na produção dos painéis por nanofibrilas de celulose de torta de mamona, um resíduo obtido após a extração do óleo de mamona. O estudo, que foi premiado na 3ª edição do Programa 25 Mulheres na Ciência América Latina, em 2023, uniu essas duas alternativas na produção dos novos painéis, relata Ciclo Vivo. Painéis OSB são chapas usadas na construção civil, como paredes, divisórias, pisos e lajes, feitas com partículas de madeira unidas por um adesivo sintético, normalmente feito à base de formaldeído ― gás de forte odor, altamente inflamável e tóxico. Esse adesivo pode causar alergias de pele e respiratórias, dores de cabeça e até mesmo contribuir para desenvolver alguns cânceres. Segundo a pesquisadora Bárbara Maria Ribeiro Guimarães de Oliveira, da UFLA, a proposta é substituir esse adesivo por nanofibrilas de celulose de torta de mamona, que são estruturas filamentosas ultrafinas. “Alcançamos uma opção menos tóxica, com um material biodegradável e renovável”, frisou. A utilização do bambu se justifica pela semelhança com a madeira, além de ser uma planta de rápido crescimento, grande produtividade e baixo custo. A produção das nanonofibrilas de celulose de torta de mamona teve participação do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Biomateriais da UFLA, onde recebeu tratamentos químicos para a retirada de componentes da sua estrutura, como a lignina, que dificulta a geração das nanofibrilas. Após esses tratamentos, as fibras passaram por um processo mecânico para serem transformadas em nanofibrilas de celulose.
A vegetação que invade as edificações urbanas é a base de uma tendência arquitetônica que vem ganhando popularidade nas redes sociais: o eco brutalismo, relata Um Só Planeta. Trata-se de uma releitura do movimento brutalista dos anos 1950, agora com uma proposta de soluções de baixo impacto ambiental, luz e vegetação. Na busca pelo equilíbrio entre o verde e o concreto, que expressa a tecnologia e o urbano, a estética diminui a opressão da arquitetura brutalista. É o que explica o urbanista Natan Nigro, coordenador de projetos com foco em soluções bioclimáticas do estúdio R.O.D.A. O brutalismo se originou no período pós-guerra, por volta dos anos 1950, na Grã-Bretanha. O objetivo era reconstruir as cidades, mas frente ao empecilho do orçamento, que era limitado. “O movimento expressa uma arquitetura monumentalista, que tem uma escala muito grande em função do contexto social. No pós-guerra, precisava-se de programas de habitação social e estruturas espaciais de grande porte para atender às demandas do momento”, conta Natan. Já o Novo Brutalismo (‘Nybrutalism’) foi uma vertente similar ao movimento brutalista que se popularizou no Reino Unido, caracterizando-se por deixar a estrutura do prédio totalmente exposta, seja de tijolos maciços aparentes, de concreto ou sem acabamentos na parte de interiores.
A Petrobras vai começar a testar, em parceria com a Karoon Energy, um adesivo anticorrosivo à base de PET, 100% reciclado, patenteado pelo seu Centro de Pesquisas Desenvolvimento e Inovação (Cenpes). A previsão é que o ciclo de desenvolvimento do adesivo termine em setembro. “O produto, inédito no mercado, é de fácil aplicação e pode ser utilizado em instalações industriais, como plataformas e refinarias, instalações prediais e até para uso doméstico”, diz um comunicado da estatal, registra Época Negócios. Desenvolvido com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o PET adesivo resultou em uma parceria com a Karoon Energy. A empresa participa com a Petrobras da construção de uma planta-piloto, onde serão fabricadas as primeiras 60 mil unidades para testes e validação final do produto. A estatal prevê obter um retorno de R$ 9 milhões por ano, considerando os gastos com manutenção, mão de obra e número de intervenções para reparos. “Temos um plano de abrangência aprovado e vamos expandir o teste de campo com o produto final em plataformas das bacias de Campos, Santos e Espírito Santo. A Petrobras quer avançar no desenvolvimento da aplicação e formato do produto e estamos consultando o mercado para identificar parceiros para fabricação e comercialização após o teste final”, disse o diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Carlos Travassos. O material pode ser usado em qualquer superfície metálica que tenha dano na pintura. Dispensa preparos como lixamento: basta limpar a área a ser tratada com um pano úmido. No ambiente marinho, mais agressivo, o adesivo permite estancar a corrosão até mobilizar a equipe de reparo.

 
O conceito da ‘Laje BubbleDeck’ na construção civil surgiu na Dinamarca, nos anos 1990, para reduzir o peso das estruturas de concreto, principalmente de concreto armado. Trata-se de um sistema que usa esferas de plástico, relata Engenharia 360. São usadas esferas ocas para reduzir o peso de lajes concretadas. Servem de preenchimento no lugar da parcela de massa de cimento que seria necessária para completar a forma. O ‘BubbleDeck’ promove uma distribuição uniforme de tensões, reduzindo a carga estrutural, mas mantendo a resistência das peças. Durante a concretagem, as esferas plásticas são posicionadas entre as armaduras de aço. O concreto é lançado, preenchendo os espaços vazios. Há três tipos de ‘Lajes BubbleDeck’. Módulos: esferas plásticas travadas em treliças metálicas, que são ideais para obras de pequeno ou médio porte. Painéis pré-lajes: concretados parcialmente na parte inferior do módulo, formando painéis pré-moldados para uso como assoalho. São adequados para obras que demandam velocidade. Painéis acabados: lajes completamente concretadas, prontas para instalação. Com as peças de pré-laje ‘BubbleDeck’ posicionadas, são soltas lateralmente, necessitando de uma armação complementar na ligação entre os painéis. A armação dos capitéis é essencial nesse processo, necessitando de um reforço de armação na região dos pilares. Na concretagem, o formato esférico facilita o espalhamento do concreto, evitando casos de segregação. A leveza do ‘BubbleDeck’ facilita o transporte e a instalação.
A Digisystem fechou um contrato para dar suporte à infraestrutura de TI de 200 unidades do Sesi e do Senai no Estado de São Paulo, impactando mais de 30 mil usuários. O contrato terá duração de dois anos, com possibilidade de prorrogação para até cinco, e será iniciado em abril, reporta TI Inside. O foco do projeto é entregar suporte especializado, monitoramento e atendimento, tanto automatizado quanto humano, para todas as unidades. Serão implementados chatbots e RPAs (Automação Robótica de Processos) pela primeira vez nessas instituições para melhorar a operação e comunicação do setor de TI. A expectativa é de redução de 40% no atendimento humano graças à automatização. O serviço de atendimento de TI das unidades é realizado por profissionais, mas o objetivo é automatizar as atividades operacionais, como solicitações, requisições e incidentes. “A ideia é que os processos passíveis de automatização, como instalações de aplicações, liberações de acesso e problemas de fácil resolução, sejam migrados para um atendimento 100% automatizado, sem interação humana”, comenta Marcus Vale, CEO da unidade de negócios para o segmento de governo. O avanço da tecnologia reduz custos e otimiza a experiência do usuário. “A automatização de processos, respaldada em recursos tecnológicos que facilitam e otimizam a velocidade do suporte, fará com que o pronto atendimento aos usuários avance”, avalia.

Produzido pela CDI Comunicação