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Acesso em 08/07/2025 às 02h56.

Área Tecnológica na Mídia

Confira as notícias do dia

5 de janeiro de 2024, às 12h50 - Tempo de leitura aproximado: 24 minutos

Área Tecnológica na Mídia

 


05/01/2024:  Foguete Nasa / Energia Nuclear / Materiais Magneto-ópticos /Adesivo de Ultrasson / Satélite de Madeira


Engenheiros no Centro de Voo Espacial Marshall, da Nasa, em Huntsville, testaram com sucesso um motor de foguete simulando os requisitos para levar uma espaçonave da Lua a Marte, informa Galileu. O teste realizado em dezembro aconteceu no chamado Motor de Foguete de Detonação Rotativa (RDRE, na sigla em inglês), que foi impresso em 3D. O equipamento operou por 251 segundos, gerando mais de 2,63 mil quilos de impulso. Isso supera os resultados de um teste de 2022 divulgado em janeiro de 2023, quando a marca foi de aproximadamente 1,81 mil quilos gerenciados durante quase um minuto pelo motor do foguete. Segundo informou o líder dos testes, Thomas Teasley, engenheiro de dispositivos de combustão de Marshall, o tipo de queima sustentada emula os requisitos típicos para um pouso de sonda ou uma queima no espaço profundo que poderia direcionar uma espaçonave da Lua para Marte. O objetivo do teste foi compreender melhor como dimensionar o combustor para diferentes classes de impulso, apoiando sistemas de motores de todos os tipos e maximizando a variedade de missões que ele poderia atender. Isso inclui desde sondas até motores de estágio superior e retropropulsão supersônica — técnica de desaceleração que poderia pousar cargas úteis maiores ou até humanos em Marte. “O RDRE demonstra que estamos mais próximos de criar sistemas de propulsão leves que nos permitirão enviar carga útil mais longe no espaço profundo”, disse Teasley.

 

A China State Shipbuilding Corporation (CSSC) anunciou que o ‘KUN-24AP’ será o primeiro navio porta-contêineres do mundo movido a energia nuclear, com 24.000 TEU e uso de reator de sal fundido, operando com ciclo de combustível de elemento químico tório (Th), destaca Engenharia 360. O projeto é considerado um marco na Engenharia Naval. Porém, despertou especulações de especialistas, que questionam o sistema de propulsão por reator de sal fundido utilizando tório como combustível, pois o elemento, apesar de mais econômico do que o urânio, é extremamente radioativo. Se o plano der certo, representa um salto tecnológico no setor da navegação comercial, que busca alternativas energéticas mais limpas. A questão que preocupa é o impacto ambiental na implementação dessa tecnologia. Navios movidos à energia nuclear seriam interessantes por vários motivos. Os reatores nucleares são mais eficientes e menos poluentes do que os motores a diesel. E podem operar por meses sem a necessidade de reabastecimento, permitindo viagens de maiores distâncias com autonomia. Entre as desvantagens, os custos de desenvolvimento e construção mais caros. No caso do ‘KUN-24AP’, o tório tem vida útil mais longa, porém representa um risco de segurança, se não for manuseado corretamente. Exige uma engenharia de embarcações mais desenvolvida, o que elevaria os custos de implantação. Os chineses ressaltam que a alta temperatura e a baixa pressão de operação desse combustível minimizam a necessidade de grandes volumes de água para resfriamento, aumentando a eficiência da embarcação.

 

Em um avanço na tecnologia óptica, pesquisadores japoneses desenvolveram um método para criar ímãs transparentes, crucial para aplicações que envolvem a luz, como os processadores fotônicos, reporta Inovação Tecnológica. Baseado na técnica de aquecimento a laser, a inovação apresenta uma nova abordagem para controlar a luz, usando o magnetismo e vice-versa ― a integração de materiais magneto-ópticos com componentes puramente ópticos era um desafio. “Esse método resolve o desafio-chave de integrar materiais magneto-ópticos com circuitos ópticos sem danificá-los, problema que tem dificultado os avanços na miniaturização de dispositivos de comunicação óptica”, disse Taichi Goto, da Universidade de Tohoku. O material é uma granada de ítrio-ferro (YIG) modificada com o elemento cério (Ce:YIG) ― granada é um mineral da categoria dos silicatos, utilizado em experimentos de levitação quântica e na produção de luz em LEDs. Os isoladores magneto-ópticos são vitais para garantir a estabilidade da comunicação por luz. Funcionam como orientadores de tráfego para os sinais luminosos, permitindo mover em uma direção, mas não na outra. A integração desses isoladores em circuitos fotônicos baseados em silício é um desafio devido aos processos de alta temperatura envolvidos na fabricação. Para lidar com o gargalo, a equipe focou no recozimento a laser, técnica que aquece áreas específicas. A abordagem mais promissora consiste em modificar as granadas usando o cério, mas as técnicas não avançavam porque a exposição ao ar resulta em reações químicas indesejadas. Para evitar esses problemas, os pesquisadores desenvolveram um dispositivo que aquece os materiais no vácuo por meio de um laser. Ao eliminar o ar, a técnica obtém o aquecimento de pequenas áreas (60 micrômetros) sem induzir as reações indesejadas que alteram o material.

 

Canan Dağdeviren, professora assistente no MIT Media Lab, onde lidera o grupo de pesquisa Conformable Decoders, desenvolveu um monitor de ultrassom vestível que pode indicar a presença de células cancerígenas, relata Época Negócios. Seu projeto começou em 2015, quando soube da condição de sua tia. Na época, ela esboçou a ideia de um sutiã eletrônico com ultrassom incorporado que seria capaz de examinar os seios com mais frequência e detectar o câncer ainda no início, antes que tivesse a chance de se espalhar. Anos depois, ela conseguiu transformar sua ideia em algo real, com a criação de um adesivo de ultrassom flexível e vestível que fica no bojo do sutiã, preso por ímãs. Feito em impressora 3D, tem o formato de favo de mel, é do tamanho da palma da mão e se adapta ao formato do seio. Sua criação envolveu a miniaturização da tecnologia de ultrassom. Na prática, o dispositivo captura dados em tempo real, que podem ser enviados para um aplicativo no celular da usuária. O primeiro artigo sobre o trabalho foi publicado em julho de 2023 na revista Science Advances. Dağdeviren e sua equipe demonstraram que o scanner poderia detectar cistos de até 0,3 centímetros de diâmetro nos seios. Agora, estão se preparando para realizar um teste com mais participantes, com a ajuda de mulheres da equipe do MIT. A professora acredita que a tecnologia não será limitada ao câncer de mama, já que o restante do corpo humano também pode ser rastreado.

 

A ONG The Nature Conservancy organiza a coleta de conchas de ostras em estabelecimentos comerciais de Hong Kong, que são encaminhadas para uma espécie de ‘pátio de reciclagem’, no qual passam por uma lavagem e ficam por até um ano secando ao sol, para eliminar qualquer tipo de impureza. Depois dessa etapa, as conchas secas são colocadas em sacos especiais, feitos de cordas, que são lançados em recifes com potencial para restauração. Esse sedimento vai para o fundo do mar e as conchas recicladas formam um eficiente ‘substrato de assentamento’ para o crescimento de novas ostras, reporta Ciclo Vivo. Além de servir como abrigo às larvas de ostras se fixarem, o material que retorna ao seu habitat fornece abrigo para o crescimento de outras espécies, como esponjas do mar e outras formas de vida marinha. As relações de equilíbrio e coexistência voltam a se desenhar sobre as conchas, das menores espécies ao topo da cadeia alimentar marinha. Outro uso possível para as cascas de ostra é a produção de aditivo de solo de alta qualidade, já que o material é rico em carbonato de cálcio. O programa ‘Save Our Shells’ vem sendo usado com sucesso pela The Nature Conservancy para a reconstrução de recifes há 15 anos em diferentes locais no mundo. Em Hong Kong, a coleta recolhe quase 1 tonelada métrica de conchas em 12 hotéis, supermercados e uma variedade de restaurantes. Cerca de 80 toneladas foram recicladas desde o início do projeto, em 2020.

 

A Nasa e a Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial se juntaram para preparar o lançamento do primeiro satélite de madeira ao espaço. A iniciativa visa a sustentabilidade. O satélite chamado de ‘LignoSat’ será construído com um material biodegradável porque há mais de 11 mil toneladas de objetos espaciais, além de satélites fora de operação e fragmentos de foguetes orbitando em volta da Terra, destaca o Olhar Digital. A matéria-prima escolhida para desenvolver o satélite foi a madeira de magnólia, que já mostrou evidências de sua adequação na utilização no espaço. O ‘LignoSat’ consiste em um satélite do tamanho de uma xícara de café. Além de ser feito de um material sustentável, o satélite pode resolver outro problema: evitar mais poluição luminosa no espaço. O satélite não queima, não apodrece, nem se deforma. A matéria-prima não corre o risco de arder, nem se decompor no espaço. No entanto, pode ser incinerada ao adentrar novamente na atmosfera terrestre. Essas características tornam o ‘LignoSat’ uma alternativa biodegradável e eficaz para os futuros satélites. Foram realizados testes de exposição espacial com diferentes tipos de madeira durante mais de 290 dias no módulo experimental japonês Kibo, na Estação Espacial Internacional, em 2020. Fizeram parte desses testes pedaços de magnólia, cerejeira e bétula, de maneira que foram expostas às condições extremas do espaço (mudanças de temperatura, radiação cósmica e partículas solares intensas). Os pesquisadores deram o troféu de resistência à madeira de magnólia, já que a matéria-prima não apontou em nenhum momento indícios de transformação, deformação ou danos na superfície.

 


04/01/2024:  Prevenção de Infarto / Radar e Trânsito / Energia Solar / Gestão Sustentável de Resíduos / Biogás e Fertilizantes


Pesquisadores da Unicamp criaram um exame mais preciso para prevenir o infarto, cuja principal causa é a ‘aterosclerose’, a formação de placas de gordura no interior das artérias que podem interromper o fluxo do sangue para o coração, informa o Jornal Nacional. “Esse depósito de gordura se manifesta como um derrame, ou como infarto, e metade desses indivíduos não consegue chegar ao hospital”, diz Andrei Sposito, professor de cardiologia e coordenador da pesquisa da Unicamp. As placas de gordura se formam por vários fatores como tabagismo, pressão alta, diabetes, má alimentação e obesidade. O estudo publicado por médicos da Unicamp em uma revista científica internacional relaciona o maior risco de infarto ao acúmulo de placas de gordura nas carótidas, as artérias que levam sangue do coração para o cérebro. Pesquisadores da Unicamp desenvolveram uma tecnologia, à base de inteligência artificial, que consegue revelar as placas de gordura na região das carótidas logo no início, o que pode ajudar a prevenir o infarto. Seria um exame mais barato, utilizando o próprio equipamento de ultrassom que os hospitais normalmente já têm. No exame de ultrassom, a inteligência artificial consegue identificar a camada mais interna da artéria, chamada de ‘íntima’, e analisar a espessura das placas de gordura logo no início da formação.

 

Um novo sistema de visão computacional embarcada consegue estimar a velocidade dos veículos que circulam na mesma estrada, em tempo real, dispensando a cara tecnologia dos radares. A tecnologia não visa a vigilância, mas dar aos veículos autônomos um novo sistema de segurança, relata Inovação Tecnológica. Os veículos são detectados e rastreados por uma rede neural e por um algoritmo de rastreamento, que analisa as trajetórias de cada carro. Um modelo de regressão linear estima a velocidade de cada veículo com base na sua posição e no tamanho do carro, conforme aparece no enquadramento da câmera. Como o algoritmo pode ser alimentado pelas imagens de uma única câmera, e roda nos sistemas de bordo dos automóveis, pode acionar avisos toda vez que outro veículo se aproximar perigosamente ou detectar o risco de colisão a uma distância maior do que é possível com os sensores de proximidade atuais. Além disso, o sistema estima a velocidade de vários veículos simultaneamente com uma única câmera. “Já existiam sistemas embarcados com essa finalidade; a inovação está na capacidade de integrá-lo em uma única câmera, reduzindo custos e dispensando o processo de calibração,” explicou Ezequiel López-Rubio, da Universidade de Málaga.

 

A geração distribuída de energia solar cresceu 40% em 2023 no Brasil. Foram mais de 625 mil sistemas de micro e minigeração distribuída conectados à rede de distribuição de energia elétrica, com capacidade total de 7,4 GW. Com isso, o país chega a 25,8 GW de potência instalada, segundo levantamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), reporta a agência epbr. Mais de 837 mil unidades consumidoras passaram a contar com os excedentes e os créditos da energia gerada nos sistemas instalados ao longo do ano passado. O resultado de 2023 foi o segundo maior quantitativo anual já registrado pelo painel de monitoramento da reguladora. Ficou atrás apenas do resultado de 2022, quando mais de 796 mil unidades de micro e minigeração foram conectadas à rede, com potência instalada superior a 8,3 GW. Naquele ano houve uma corrida para aproveitar os descontos nas tarifas de distribuição e transmissão, que terminaram em 7 de janeiro. Os estados com mais potência instalada no período foram São Paulo (1,1 GW), Minas Gerais (870 MW), Paraná (630 MW), Rio Grande do Sul (600 MW) e Mato Grosso (530 MW). Os 2,3 milhões de sistemas, instalados em 5.545 municípios, atendem mais de 3,3 milhões de unidades consumidoras com excedentes e créditos que abatem a fatura de energia elétrica mensalmente.

 

Uma parceria entre a USP e a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de São Carlos está promovendo soluções inovadoras na gestão sustentável de resíduos. O Núcleo de Estudo e Pesquisa em Resíduos Sólidos (Neper), da Escola de Engenharia de São Carlos da USP, trabalhou com a prefeitura na elaboração do Inventário de Logística Reversa, que visa a aprimorar o cenário dos resíduos passíveis de logística reversa. O objetivo da parceria é cumprir as metas do Plano Municipal de Resíduos Sólidos e conscientizar a população sobre a importância do descarte responsável, relata o Jornal da USP. Ao disponibilizar dados sobre a geração, coleta e destino dos resíduos, a ideia é incentivar práticas sustentáveis e promover a participação ativa da comunidade. O documento apresenta o conceito de logística reversa, destacando as responsabilidades, os procedimentos e as entidades encarregadas da gestão de cada tipo de resíduo. Descreve a metodologia utilizada para coleta, organização e tabulação dos dados. Fundado em 2003, o Neper tem se consolidado como referência nesse campo de pesquisa. Para os pesquisadores, o trabalho com a prefeitura de São Carlos representa um passo rumo à transparência e à participação ativa da sociedade e da universidade na construção de um futuro mais sustentável e responsável em relação aos resíduos.

 

Em 1º de janeiro entraram em vigor na França as novas regras de compostagem obrigatória: famílias e empresas, agora, são obrigadas a descartar a matéria orgânica, incluindo restos de comida, cascas de vegetais, alimentos vencidos, folhas e galhos de jardim em um pequeno contentor dedicado para recolher o lixo domiciliar ou em ponto de coleta municipal. Também podem fazer a compostagem em casa. Caberá às autoridades locais fornecer um meio fácil para as pessoas fazerem tanto a compostagem quanto a separação. Enquanto as instalações não forem implementadas, não haverá aplicação de multas. Todo o material coletado será transformado em biogás ou composto para substituir fertilizantes químicos, informa Um Só Planeta. Os resíduos orgânicos provenientes de alimentos e hortas representam quase um terço do lixo doméstico. Quando é misturado com outros materiais de descarte, normalmente acaba em aterros ou incineradores, onde produz gases de efeito estufa que retêm calor, como metano e CO². A ONU estima que, globalmente, a perda e o desperdício de alimentos geram por ano cerca de 8% de todas as emissões causadas pelo homem. Outro problema do descarte errado de resíduos orgânicos é que podem contaminar embalagens destinadas à reciclagem, como papel, plástico e vidro.

 


03/01/2024:  Cowgoritmo / Insetos / Torre Solar / Carro Elétrico / Teletransporte de Imagens


Uma em cada quatro vacas da Nova Zelândia usa a coleira inteligente desenvolvida pela startup Halter – o equivalente a 1,25 milhão de animais. O acessório permite o monitoramento remoto do rebanho, com mais precisão, graças a um modelo de inteligência artificial (IA), batizado ‘cowgorithm’, destaca o NeoFeed. Equipada com GPS e mapas de calor, a coleira inteligente acena com a promessa de uma pecuária mais precisa e sustentável. Acessível pelo celular, o sistema desenvolvido pela Halter fornece, em tempo real, dados sobre a qualidade do pasto, a distribuição dos animais pela propriedade e a saúde de cada cabeça da criação. A ferramenta funciona também como uma ‘cerca virtual’. Surgiram várias tecnologias para acompanhar o deslocamento do rebanho, à distância. Mas, na imensa maioria dos casos, os sistemas são usados como complemento às técnicas tradicionais de pastoreio. Pesquisadores da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, da USP, trabalham em um sistema de monitoramento remoto. Mas a Halter vai além. Por meio de leves vibrações e sinais sonoros, a coleira inteligente guia os animais à região do pasto mais adequada. Como cada coleira é individualizada, a IA ‘aprende’ sobre o comportamento de cada vaca e cada boi. As vacas e os bois aprendem a reconhecer e a seguir as ‘dicas’ da IA e, assim, ficar dentro das cercas virtuais. Se algum bicho permanecer fora dos limites, um pulso de baixa energia é emitido para ele retomar a rota.

 

Para ficar por um tempo prolongado em Marte, os astronautas terão de cultivar alimentos, mas um grande obstáculo é o solo marciano, formado por uma mistura de rochas granulares e minerais erodidos. Pesquisadores buscaram nos insetos uma maneira de tornar o solo mais receptivo ao cultivo de alimentos. Estudaram a contribuição das moscas soldado negro, reporta o Gizmodo. Primeiramente, os cientistas passaram a alimentar esses insetos. “Eles são comedores vorazes. Se você os alimentar bem, produzirão muito frass”, disse a cientista Hellen Elissen. Frass é o nome dado ao resíduo produzido pelas moscas depois de comer. Ele funciona como um fertilizante para o solo: é rico em nitrogênio, potássio, fósforo, quitina e bactérias. O frass reflete o que as moscas comem. As larvas poderiam ser levadas ao espaço. Lá, comeriam os resíduos de alimentos e produziriam frass para fertilizar o solo. As próprias larvas poderiam ser moídas e utilizadas como fonte de proteína. Testes com o uso de frass em ervilhas plantadas em solo marciano simulado mostraram que tanto o uso em excesso quanto a falta do fertilizante dificultavam o desenvolvimento das plantas. Para o sistema funcionar, a quantidade ideal de frass na terra era de 10%. Outras pesquisas buscaram novas maneiras de fertilizar o solo. Além do frass de insetos, um estudo publicado no Communications Biology mostrou que três tipos de bactérias entrelaçadas ajudam as plantas a crescerem maiores e mais verdes na Lua.

 

Uma torre solar é uma estrutura projetada para converter a luz solar em eletricidade. Ao contrário das tradicionais placas solares, as torres solares funcionam com um mecanismo único que concentra a luz solar para gerar calor, que é utilizado para impulsionar turbinas que, por sua vez, geram eletricidade de forma sustentável, destaca Eduka.AI. O processo inicia-se com a concentração dos raios solares. Para otimizar a captura de energia solar, uma série de espelhos ou lentes é estrategicamente posicionada ao redor da torre. Esses dispositivos têm a função de focalizar a luz solar em um ponto central específico, onde a torre está localizada. No ponto focal, a intensidade da luz solar é tão poderosa que é capaz de aquecer um fluido térmico, geralmente óleo ou sal fundido, a altas temperaturas. Este fluido aquecido torna-se essencial para transportar e armazenar a energia térmica gerada pelo sol. É direcionado para trocadores de calor, onde transfere seu calor para a água. Essa água, transformada em vapor, é utilizada para alimentar turbinas conectadas a geradores elétricos. O movimento das turbinas é convertido em eletricidade, gerando uma corrente sustentável e renovável. Uma das características distintivas das torres solares é sua capacidade de armazenamento térmico. Esse recurso permite que a energia seja capturada e armazenada mesmo quando o sol não está presente, garantindo um fornecimento constante de eletricidade. Os grandes desertos representam um local ideal à implementação de torres solares.

 

A JAC Motors está programada para lançar o carro elétrico ‘Yiwei EV’ neste mês, o primeiro veículo fabricado em larga escala a utilizar bateria de íons de sódio. Segundo a CarNewsChina, terá autonomia de 252 km, capacidade de 25 kWh, densidade energética de 120 Wh/kg e suporte para carregamento rápido 3C a 4C, permitindo recarregar de 10% a 80% em 20 minutos, reporta Engenharia é. O lançamento não representa um modelo completamente novo; na verdade, trata-se do Sehol E10X, anteriormente comercializado com bateria de íons de lítio. Em abril, a JAC anunciou a transição da marca Sehol para Yiwei. A marca Sehol foi inicialmente criada como parte da joint-venture entre a Volkswagen e a JAC, em 2018. Em 2020, com a VW adquirindo 75% da controladora da JAC, a marca foi transferida à nova empresa da Volkswagen. As baterias de sódio, embora menos prevalentes do que as de lítio, destacam-se pela vantagem econômica. Um desafio é a baixa densidade energética, exigindo baterias maiores para proporcionar a mesma capacidade, resultando em veículos mais pesados e com menor alcance. Avanços tecnológicos estão reduzindo essa disparidade. Conforme a MIT Technology Review, a densidade energética das atuais baterias de sódio se aproxima das baterias de lítio mais acessíveis de uma década atrás. A principal vantagem do sódio é o custo inferior. Além disso, é mais leve e opera em temperaturas extremas em comparação com o lítio.

 

Um grupo de pesquisadores conseguiu ficar mais próximo de teletransportar imagens utilizando apenas a luz. Um par de fótons emaranhados carregando informações foi ‘teletransportado’ de um ponto a outro, registra Olhar Digital. O estudo foi conduzido por pesquisadores da África do Sul, Espanha e Alemanha e publicado na Nature Communications. Na pesquisa, foi utilizado um processo que pode permitir teletransportar dados. “Tradicionalmente, duas partes em comunicação enviam fisicamente a informação de uma para a outra, mesmo no domínio quântico. Agora, é possível teletransportar informações para que nunca viajem fisicamente pela conexão — tecnologia Star Trek tornada real”, disse Andrew Forbes, coautor do estudo. A técnica consegue teletransportar estados de luz e formar imagens usando os fótons quanticamente emaranhados. Essas partículas permanecem ligadas e o estado de uma fornece informações sobre a outra, mesmo que separadas por longas distâncias. No estudo, foi possível incluir mais informações nos fótons do que o normal, o que permitiu codificar imagens. A medição das características específicas em uma das partículas afeta as características da outra, transmitindo seu estado quântico e cria uma marca d’água útil para transferir os dados. A técnica não é exatamente um teletransporte padrão, porque as informações não foram de fato transferidas.

 


02/01/2024:  Agricultura Urbana / Secagem de Grãos / Bioquerosene de Aviação / Microchip


Ocupar o espaço urbano com hortas e pomares aumenta a cobertura vegetal da cidade e o aporte de alimento saudável à população. “Há consciência da necessidade de fortalecer a agricultura local e a segurança alimentar, diante das incertezas geradas pela crise climática global”, diz o engenheiro ambiental Luís Fernando Amato-Lourenço, autor do artigo ‘Building knowledge in urban agriculture: the challenges of local food production in São Paulo and Melbourne’, publicado no periódico ‘Environment, Development and Sustainability, destaca Agência Fapesp. “Nós comparamos a agricultura urbana desenvolvida na cidade de São Paulo e de Melbourne, na Austrália. Em Melbourne, a agricultura urbana é articulada com estratégias de saúde pública, como a promoção de exercícios físicos e outras atividades destinadas ao controle do sobrepeso e ao combate à obesidade. Em São Paulo, existem dois modos: um baseado em trabalho voluntário e princípios agroecológicos, como o desenvolvido no Parque das Corujas, na Vila Madalena; outro voltado à geração de renda, principalmente em áreas periféricas das regiões Sul e Leste”, diz Lourenço. Em Melbourne, a atividade agrícola urbana é regulamentada por políticas públicas, que definem as áreas para a implantação das hortas e fazem a testagem do solo. É um modelo que ainda não existe em São Paulo. “Uma forte característica da agricultura urbana em São Paulo é que as iniciativas aparecem e desaparecem rapidamente. Como se baseiam em trabalho voluntário, são mais fáceis de começar do que continuar. As exceções ocorrem quando há uma pessoa empenhada na liderança. É o caso da nutricionista Neide Rigo, que cuida de uma horta na City Lapa. Uma de suas contribuições é a valorização das ‘Plantas Alimentícias Não Convencionais’ (PANCs), que apresentam grande resiliência diante de intempéries e constituem importantes opções nutricionais”, exemplifica Lourenço.

 

Uma inovação brasileira promete revolucionar o agronegócio ao adiantar colheitas em até duas semanas. A Effatha Agro, especializada em aplicação de frequências via satélite, desenvolveu um método de secagem de grãos que acelera o processo, permitindo que os grãos atinjam a umidade ideal para comercialização mais rapidamente, reporta o Canal Rural. Durante a colheita, é comum os grãos não alcançarem os níveis adequados de umidade, afetando a qualidade, a segurança e a lucratividade dos produtos. O tratamento de secagem da Effatha Agro utiliza tecnologia de baixas frequências via satélite para reduzir o tempo necessário para atingir os níveis de umidade ideais. Essa inovação é especialmente relevante para o armazenamento de grãos, no qual um controle inadequado da umidade pode resultar em perdas significativas de peso, queda na qualidade e formação de micotoxinas. A tecnologia busca contribuir para um escoamento mais eficiente dos grãos na data desejada, evitando atrasos logísticos. Produtores, como Pedro Marzura, destacam os benefícios da tecnologia. “Com a solução, conseguimos adiantar a colheita em 10 a 15 dias, sem precisar de mão de obra extra”, afirma.

 

A Petrobras anunciou na sexta-feira a assinatura de contrato para aquisição da tecnologia HEFA, que viabiliza a produção de diesel 100% renovável (HVO) e Bioquerosene de Aviação ― BioQav (SAF) a partir de correntes renováveis, como óleo de soja e sebo bovino. A tecnologia HEFA (sigla em inglês para Ésteres Hidroprocessados e Ácidos Graxos), fornecida pela Honeywell UOP, será adotada na primeira planta de biorrefino, na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão, reporta Época Negócios. A unidade HEFA da RPBC terá capacidade de processar 2.700 m³/d de carga com proporção de 70% de óleo de soja e 30% de sebo bovino produzindo BioQav e Diesel Renovável. “A iniciativa é crucial para entregarmos produtos com menos emissões de gases de efeito estufa”, disse o diretor de Processos Industriais e Produtos, William França. A produção de BioQav é estratégica: “Agrega valor ao parque de refino com processos mais eficientes e novos produtos, em direção a um mercado de baixo carbono”. Segundo o gerente executivo de sistemas de Superfície, Refino, Gás e Energia, Cesar Cunha, o licenciamento da tecnologia se soma a outras soluções para transformar o refino num parque industrial que “concilia a produção de derivados de petróleo com menor pegada de carbono”. O Programa BioRefino prevê investimentos de US$ 1,5 bilhão nas refinarias para desenvolvimento de combustíveis mais sustentáveis.

 

Taiwan passou de um país pobre e produtor de cana-de-açúcar a um país rico graças à visão de um grupo de jovens engenheiros que trouxeram para a ilha o que aprenderam nos Estados Unidos. Saiba mais na reportagem da BBC/g1