Na 80ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (SOEA), realizada em Vitória (ES), o painel Formação Profissional, promovido na Ilha Contecc (Congresso Técnico-Científico da Engenharia e da Agronomia), reuniu profissionais para discutir caminhos que reforcem a valorização da categoria e o aprendizado contínuo. A iniciativa integra a programação do Sistema Confea/Crea e Mútua, que neste ano tem como tema “Projetando Caminhos para o Futuro do Brasil”.  

O debate, moderado pelo conselheiro federal Eng. Agr. Leonardo Duarte Pimentel, abordou novos caminhos para o aprimoramento de quem já atua na área e para a formação das novas gerações de profissionais, destacando o papel das instituições de ensino e dos conselhos profissionais na construção de uma Engenharia mais preparada para os desafios do futuro.  

Sob o tema “Formação Profissional em Engenharia – Experiência na Engenharia Química”, o Eng. Quim. José Guilherme Pascoal de Souza, ex-conselheiro e ex-coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Química (CEEQ) do Crea-SP, defendeu a importância de renovar estratégias para atrair novos talentos. Coordenador do curso de Engenharia Química da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), ele lembrou o declínio de ingressantes nos cursos da área, que passou de mais de 12 mil estudantes em 2014 para cerca de 5 mil em 2024.  

“Eu mudei a forma de mostrar o que é a profissão porque os nossos números caíram. É necessário fazer com que os alunos busquem a Engenharia Química de forma mais lúdica para que possamos aumentar esses números. Precisamos fazer com que o aluno saiba exatamente o que está procurando”, ressaltou. Souza também destacou a importância de se aproximar da comunidade, elucidando a relevância da Química e da Engenharia Química no cotidiano da população. “Devemos conectar alunos de escolas e universidades para despertar desde cedo o interesse pela profissão”, completou o engenheiro.  

A Eng. Civ. Adriana Maria Tonini, professora da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), abordou a necessidade de modernizar currículos e ampliar a visibilidade da Engenharia na palestra “Construindo o Futuro: Currículos de Engenharia que Promovem Inclusão Social”. Para ela, o desafio vai além da sala de aula. “Apenas 12% das matrículas de graduação são em cursos de Engenharia. Precisamos inspirar os jovens e atrair mais alunos para essas áreas, porque a Engenharia é uma das áreas mais robustas e versáteis, com atuação em diversos segmentos fundamentais para o país”, afirmou.  

Com a temática “Formação Profissional na Agronomia: Mecanismos de Diferenciação no Mercado – Certificação Profissional”, o Eng. Agr. Luiz Antonio Corrêa Lucchesi, professor da Universidade Federal do Paraná, elucidou as oportunidades que a certificação profissional oferece para o reconhecimento de competências técnicas e a abertura de novos mercados. “A certificação é como um selo de qualidade que diferencia o profissional e valoriza seu currículo. É um processo meritório, que abre possibilidades inclusive no mercado internacional”, afirmou.  

Lucchesi reforçou a relevância da educação continuada como instrumento de excelência. “Os alunos respondem ao bom estímulo. Precisamos aprimorar os mecanismos de formação e manter o apoio do Conselho Federal para que essas iniciativas avancem”, destacou. 

Produzido pela CDI Comunicação