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Acesso em 13/10/2025 às 02h51.

Arborização poupa gastos com saúde e catástrofes climáticas

Especialistas em Engenharia e Agronomia debateram “Políticas Públicas de Arborização Urbana” na 80ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (SOEA)

8 de outubro de 2025, às 9h40 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

“Políticas Públicas de Arborização Urbana”, tema do painel moderado pelo Eng. Prod. Daniel Robles, conselheiro federal do Confea, debateu as vantagens urbanísticas e sanitárias que a pauta tem para os centros urbanos ontem (07/10) durante a 80ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (SOEA), em Vitória (ES).  

A Eng. Ftal. Flavia Brun (Prof. Dr. UTFPR-DV) defendeu que se trata de uma política pública que funciona como investimento para prevenir gastos vinculados à saúde pública e catástrofes climáticas.“Árvore é a melhor obra viva”, comentou. Flavia falou sobre como a arborização urbana atua para mitigar os fenômenos de ondas de calor. Um dos desafios enfrentados, especialmente em cidades pequenas, é o de conceituação e interpretação. Por exemplo, São Pedro das Missões (RS) e Maringá (PR) são consideradas as cidades mais arborizadas do Brasil, mas na cidade gaúcha é preciso andar quilômetros para registrar cinco árvores, enquanto na paranaense a concentração arbórea é nítida. “Padronização de critérios é importante para identificar necessidades e evitar catástrofes.”  

O Eng. Ftal. Eleandro José Brun, professor e pesquisador na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, também falou sobre arborização em cidades pequenas. Segundo ele, para essa realidade é muito baixa a oferta de engenheiros, poucos recursos, não há investimento para prevenção e não há discussões sobre mudanças climáticas. “Educação é essencial para formar profissionais. Precisamos investir nisso.” 

Da esquerda para a direita: Daniel Robles, Flavia Brun, Renato Muzzolon Jr., Giuliana Del Nero Velasco, Marcelo Leão e Eleandro José Brun

Projetos e cases  

O Eng. Agr. Marcelo Leão (ESALQ/USP), coordenador do Arbolink, explicou que o projeto foi criado para ajudar municípios a melhorar a gestão da arborização urbana por meio de tecnologias digitais que reduzem custos e buscam ambientes urbanos mais seguros, estéticos e funcionais. “O Arbolink trabalha, entre outras coisas, com plano de ação após dias de eventos climáticos atípicos, documentação de quedas após acidentes (autópsia das árvores), monitoramento em tempo real, mapeamento e gestão de matrizes.”  

Para a Eng. Agr. Giuliana Del Nero Velasco (ESALQ/USP), pesquisadora do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), a desigualdade social pode trazer distorções de interpretação. “Moradores de bairros nobres em São Paulo vivem, em média, 22 anos a mais do que moradores de periferias na cidade. O objetivo é ter verde espalhado na cidade inteira, não só em bairros nobres”, comentou.  

Um exemplo prático que Giuliana levou foi o Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC) para quedas de árvores, projeto piloto em Santos. A ação englobou o envolvimento de diferentes atores sociais, mapeamento de áreas, definição de critérios de decisão e níveis de operação, e, por fim, monitoramento e ajustes.  

O Eng. Amb. Renato Muzzolon Jr., diretor na Agência Reguladora e de Desenvolvimento de Porto Velho (ARDPV), falou sobre as vantagens de uma gestão integrada da arborização em Porto Velho (RO), onde foram identificados desafios relativos a poda, administração de resíduos e custos de destinação. A partir disso, foi possível enxergar oportunidades, entre elas a de compostagem e substrato das podas, para transformação em adubo. Muzzolon também citou um trabalho transversal entre diferentes pastas da prefeitura para recuperação de um triturador, utilizado no processo de converter as podas em adubo. 

 

Produzido por CDI Comunicação 

 

 

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