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Acesso em 13/07/2025 às 20h04.

Sistema fortalece políticas públicas de arborização urbana

Profissionais integram oficinas do Plano Nacional de Arborização Urbana

9 de julho de 2025, às 11h33 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos

Representantes do Sistema Confea/Crea compõem as oficinas participativas do Plano Nacional de Arborização Urbana (PlaNAU) como parte da implementação do Programa Cidades Verdes Resilientes. A iniciativa é coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e implementada pela rede global Governos Locais pela Sustentabilidade (ICLEI), formada por mais de 2,5 mil gestões comprometidas com o desenvolvimento urbano sustentável, em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

O PlaNAU visa fortalecer a infraestrutura verde dos centros urbanos, mitigando os efeitos das mudanças climáticas, promovendo biodiversidade e desenvolvimento sustentável, e melhorando a qualidade de vida da população, de forma colaborativa. Entre os setores convidados a colaborar está o Sistema Confea/Crea, que passou a integrar as oficinas com representantes da área tecnológica. A primeira oficina aconteceu no dia 10 de junho, em Campinas (SP), com cerca de 200 participantes de mais de 70 municípios da região Sudeste. A mesma premissa se aplicará às demais regiões do Brasil.

A engenheira agrônoma Gisele Herbst Vazquez, coordenadora da Câmara Especializada de Agronomia (CEA) do Crea-SP, é uma das integrantes e destaca que a participação técnica é essencial para garantir a efetividade do Plano. “Somente os engenheiros agrônomos e os engenheiros florestais possuem conhecimentos técnicos em temas como de ciência do solo, botânica, sementes e mudas, fisiologia vegetal, fitossanidade, agrotóxicos, silvicultura, adubação e nutrição de plantas, imprescindíveis neste momento de planejamento do PlaNAU”, enfatiza.

O engenheiro florestal Luiz Gustavo Martinelli Delgado, coordenador-adjunto do Colégio de Entidades Regionais de São Paulo (CDER-SP), colegiado do Crea-SP, também participou da oficina representando o Sistema e conta que enxerga a união de diversas entidades como fundamental para que todos os agentes contribuam com a sustentabilidade nacional e a qualidade de vida. “Após a implementação e a aprovação do PlaNAU, teremos um ganho significativo. É importante ressaltar ainda que já tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei 3.113/2023, que institui a Política Nacional de Arborização Urbana”, lembra.

As ações buscam arborizar áreas urbanas para, dentre outros benefícios, criar microclimas, mitigar ilhas de calor, captar carbono, proteger encostas, além de aumentar a resiliência das cidades às mudanças climáticas.

Em prol do desenvolvimento sustentável

Dados da pesquisa Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios, divulgada no segundo trimestre de 2025 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no Censo Demográfico de 2022, apontaram que quase 115 milhões de brasileiros (66%) moram em ruas com ao menos uma árvore, enquanto 58,7 milhões (33,7%) vivem em ruas sem qualquer arborização. Apenas 55,5 milhões de pessoas (32,1%) vivem em trechos urbanos com cinco ou mais árvores. O levantamento corrobora a necessidade de práticas urgentes para o setor.

A presidente do Crea-SP, Eng. Lígia Mackey, explica que a arborização precisa ser tratada como parte da infraestrutura urbana, sendo um forte recurso para as necessidades sustentáveis locais. “O verde das cidades não pode ser encarado apenas como paisagismo, mas como uma solução estratégica de segurança e bem-estar aos cidadãos. É nosso papel contribuir tecnicamente para que essa política seja eficiente e adaptada à realidade dos municípios”, ressalta.

Vice-presidente do Conselho paulista, a Eng. Agr. Marilia Gregolin, que esteve entre os representantes da reunião sudestina, comenta a necessidade de integração na implementação das práticas discutidas. “Para se ter uma vegetação de qualidade em ambiente urbano, contamos com diferentes agentes envolvidos e todos têm sua responsabilidade. Mas cabe aos profissionais técnicos a atuação de manejo, poda, plantio e planejamento sobre as espécies a serem utilizadas e de qual forma. Esse engajamento entre o Sistema e o poder público, com certeza, terá efeitos muito positivos a longo prazo”, diz.

Na mesma direção, o presidente do Confea, Eng. Vinicius Marchese, reforça o papel institucional do Sistema como articulador de conhecimento. “O Sistema Confea/Crea está comprometido em atuar ativamente nas agendas de sustentabilidade urbana. Estamos contribuindo ativamente para a formulação de políticas públicas mais responsáveis e conectadas com os desafios atuais, para fortalecer um plano de ação nacional que transforme nossas cidades em territórios mais resilientes e saudáveis”, declara.

O PlaNAU será um dos instrumentos técnicos apresentados nas atividades preparatórias para a COP30, em Belém (PA), no mês de novembro deste ano. Com isso, o país busca fortalecer sua agenda ambiental e seu compromisso com soluções sustentáveis para os centros urbanos. Nesse cenário, os profissionais da área tecnológica se tornam parte estratégica e estruturante para construir uma política pública robusta, sensível às especificidades regionais e ancorada em conhecimento técnico qualificado.

Produzido pela CDI Comunicação