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Acesso em 03/07/2025 às 16h54.

Engenharia Agronômica no controle e monitoramento de javalis

Proteção de ecossistemas paulistas conta com operação em unidades de conservação

1 de julho de 2025, às 11h07 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

A presença de espécies exóticas invasoras é, hoje, uma das grandes ameaças à biodiversidade e ao equilíbrio dos ecossistemas. Em São Paulo, a Fundação Florestal, vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil), firmou contrato, por meio de licitação, com a Ob Portus Solutions, da cidade de Adamantina, para realizar o monitoramento e controle populacional de javalis (Sus scrofa) em cinco unidades de conservação (UCs) paulistas. 

Classificado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) como uma das 100 piores espécies invasoras do mundo, o javali está presente hoje nos seis biomas brasileiros, que são a Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Pampa, com registros em 21 estados e no Distrito Federal. O animal representa risco à regeneração de florestas, à fauna nativa, à produção agrícola e à pecuária, já que pode transmitir doenças como febre aftosa e leptospirose. 

“Os primeiros registros da espécie remontam aos anos 1990. Desde então, sua expansão tem sido acelerada, especialmente pela ausência de predadores naturais e pela abundância de alimento nas lavouras. Por isso, o controle precisa ser feito com base em estratégias bem definidas de manejo”, afirma o engenheiro agrônomo Flávio Gil, responsável pela condução técnica do projeto vencedor.  

A empresa vem estruturando, desde 2019, a atuação no controle de javalis com base na Instrução Normativa nº 3/2013 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que trata da declaração de nocividade da espécie exótica invasora javali-europeu e estabelece as regras para o controle da mesma. A iniciativa nasceu em debates dentro da Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos da Nova Alta Paulista (AEAANAP) e evoluiu com orientação do Crea-SP, resultando na formalização do acervo técnico necessário para a atividade. 

Essa articulação entre prática profissional, regulamentação ambiental e responsabilidade técnica reforça a importância do envolvimento da área tecnológica  em projetos dessa natureza. “A atuação de profissionais habilitados e registrados é o que transforma desafios ambientais em soluções viáveis. Mais do que cumprir a lei, trata-se de proteger vidas, preservar ecossistemas e assegurar que cada etapa do processo seja conduzida com ética, competência e compromisso com o interesse coletivo”, afirma o adamantinense e conselheiro federal por São Paulo, Eng. Daniel Robles. 

É com esse respaldo que a iniciativa será executada em cinco UCs do Estado. A atuação nas UCs contempla as Estações Ecológicas (ESECs) de Barreiro Rico, Angatuba, Santa Bárbara, Itirapina e o Parque Estadual de Ilhabela. O projeto prevê a captura e o controle de até 380 animais, utilizando armadilhas fotográficas, redes, cercados e outras técnicas que minimizam o estresse dos animais e asseguram o cumprimento das normas ambientais. “É fundamental compreender que esse processo não tem caráter apenas corretivo, mas preventivo: precisamos evitar que novos desequilíbrios se consolidem”, conclui Gil. 

 

Produzido pela CDI Comunicação