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Acesso em 16/07/2025 às 17h05.

Área Tecnológica na Mídia – 15/07/2024 a 19/07/2024

Confira as notícias do dia

19 de julho de 2024, às 11h49 - Tempo de leitura aproximado: 31 minutos

19/07


Um novo estudo recriou digitalmente o rosto de Ivan, o Terrível – o primeiro governante russo coroado como czar. Usando técnicas de reconstrução facial forense (RFF) a partir da análise dos restos mortais, foi possível criar nove imagens diferentes, que mostram diferentes características do líder que viveu no século 16, entre as quais a pigmentação da pele, pelos e cabelos. Os resultados da reconstrução 3D aparecem em um artigo publicado na revista OrtogOnLineMag no dia 15. O trabalho foi liderado pelo designer brasileiro Cicero Morais, que já recriou rostos de outros nomes importantes da história, como o faraó Ramsés II, um dos mais importantes do Egito Antigo, relata a Galileu. Ivan Vassilievich nasceu em 1530, na Rússia. Após a morte de seu pai, Vassily III, o Grão-Príncipe de Moscou, em 1533, sua mãe, que na época era apenas uma jovem de 3 anos, assumiu a regência até que Ivan atingisse a maioridade. No entanto, com a morte repentina de sua mãe, provavelmente envenenada, Ivan teve de subir ao trono em 1537. Influenciado pelo bispo de Moscou, Macário, que admirava a grandeza do Império Romano, o jovem foi coroado czar, um título que fazia referência aos imperadores de Roma. Ivan morreu em 1584, aos 54 anos. A exumação de seus restos mortais, que estavam na Catedral do Arcanjo do Kremlin, feita 1963, revelou concentrações elevadas de arsênio e mercúrio, o que pode sugerir o uso de medicamentos à base desses metais, comuns na época, para tratar doenças como a sífilis, que o czar possivelmente sofria. A ossada revelou que, no momento de sua morte, o governante tinha estatura de 1,78 a 1,80 m e pesava entre 85 e 95 kg, o que configura excesso de peso. A análise de seu crânio mostrou algumas assimetrias, com seu olho esquerdo maior do que o direito. Todas essas informações e o resultado de seu exame ósseo foram utilizados para chegar ao modelo 3D do seu rosto. Todo processo de modelagem física baseou-se nas angulações do crânio, cujas dimensões estão disponíveis em uma série de imagens e vídeos de artigos e matérias sobre o tema. O software Blender 3D foi utilizado para refinar os detalhes faciais, modelar os cabelos e criar a vestimenta, assegurando a aparência final da reconstrução. Algumas das imagens mostram o czar de olhos fechados, pois não foi possível ter certeza de seu formato, e sem pigmentação, já que também não existem dados afirmativos sobre a cor da pele, pelos e cabelos. Dessa forma, a figura completa com as vestimentas é uma aproximação do que pode ter sido a face de Ivan, o Terrível, no momento da morte.

 

O francês Mathieu Lehanneur incorporou princípios de sustentabilidade para um design inovador da Tocha Olímpica, destaca Engenharia 360. Ele buscou inspiração em três pilares: igualdade, água e paz, que foram traduzidos, respectivamente, do seguinte modo: simetria, ondas ou efeitos vibratórios e curvas suaves. Segundo o designer, o visual da Tocha Olímpica reflete não apenas a estética parisiense, mas também funcionalidade para o transporte seguro da chama olímpica. Por isso as dimensões foram cuidadosamente calculadas, garantindo o fácil manejo no revezamento. A tocha das Olimpíadas de 2024 chegou a Paris em 8 de maio, depois de cruzar o mar Mediterrâneo a partir da Grécia. Depois, foi conduzida por diversas regiões, um revezamento seguirá até a Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos, no dia 26 Para finalizar, será acesa novamente na Cerimônia de Abertura dos Jogos Paralímpicos, em 28 de agosto. A Tocha Olímpica de Paris 2024 é feita de um aço reciclado e produzido de forma renovável (com baixa pegada de carbono) pela empresa ArcelorMittal, líder global em siderurgia e parceira oficial do evento esportivo. Esse material é proveniente de sucata. O design elaborado por Mathieu Lehanneur contribui ainda mais para a eficiência material e maximização da luminosidade da tocha. “Estamos muito satisfeitos por ter a oportunidade de contribuir com parte de nosso aço com pegada de carbono reduzida para os Jogos de Paris 2024”, disse Nicola Davidson, vice-presidente de Desenvolvimento Sustentável e Comunicações Corporativas da companhia. A Tocha Olímpica é um pequeno testemunho do avanço das tecnologias; e, neste ano, também de sustentabilidade e inclusão. É a terceira vez que os Jogos Olímpicos são realizados em Paris e os organizadores queriam que a tocha incentivasse algo mais valoroso, como a responsabilidade ambiental.

 

Pesquisadores da Unicamp desenvolveram uma cepa geneticamente modificada da levedura Saccharomyces cerevisiae capaz de digerir o principal carboidrato presente no agave – um tipo de suculenta comum no México e no Nordeste brasileiro. Com essa inovação, a planta ganha potencial para se tornar uma das mais importantes matérias-primas para a produção de etanol em ambientes semiáridos, biocombustível de papel fundamental no contexto das mudanças climáticas. O pedido de patente já foi depositado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), reporta a Agência Fapesp. O agave é conhecido por ser a planta a partir da qual a bebida alcoólica destilada tequila é produzida e vem ganhando fama como opção saudável de adoçante. No Brasil, a produção se destina apenas à produção de fibra de sisal e grande parte da biomassa é descartada. Segundo os pesquisadores, essa biomassa ainda não é utilizada para produção de etanol biocombustível pela necessidade de maior eficiência na conversão dos açúcares da planta – seu principal açúcar é um polímero de frutose chamado inulina, cuja digestão requer uma enzima que não está naturalmente presente na Saccharomyces cerevisiae, a levedura utilizada pela indústria para produzir etanol. Para a fermentação da tequila, por exemplo, é necessário realizar um processo de hidrólise, que quebra esse carboidrato em açúcares menores – digeríveis pela levedura. A alternativa é trabalhar com outros fungos naturais, que consumam naturalmente a inulina – mas ainda não foram encontradas opções com a eficiência exigida em processos industriais. Para viabilizar o agave como matéria-prima para o etanol, pesquisadores lançaram mão de estratégias de Engenharia Genética e criaram uma nova cepa de S. cerevisiae. “Há um fungo patógeno do agave que se alimenta dele por meio de uma enzima específica”, explica a pesquisadora Ana Clara Penteado David. “O que fizemos foi adicionar essa enzima à S. cerevisiae, o que, de acordo com testes de laboratório, deu a capacidade de transformar o açúcar do agave em etanol. Com isso, o agave ganha potencial para aumentar o uso do etanol em automóveis normais, abastecer veículos híbridos com baterias movidas a esse combustível e também compor os combustíveis sustentáveis dedicados à aviação, com etanol como matéria-prima principal”, afirma o pesquisador Fellipe da Silveira Bezerra de Mello. Além da aplicação na indústria de biocombustível, a ideia dos pesquisadores é que a patente possa ser útil também no setor alimentício, que utiliza inulina na produção de frutose e xaropes.

 

A levitação de objetos microscópicos no vácuo e o controle de seus movimentos foi demonstrada pela primeira vez há várias décadas. Desde então, vários grupos de pesquisa têm trabalhado em novas abordagens para controlar objetos levitados no vácuo com maiores graus de liberdade. Os progressos têm sido relativos, com o principal entrave a essa tecnologia sendo o fato de que os métodos experimentais disponíveis dependem de estratégias complexas e de equipamentos volumosos, o que limita significativamente as aplicações no mundo real, tornando-os impraticáveis para o desenvolvimento de novas tecnologias. Mas, segundo o Inovação Tecnológica, isso começa a mudar, graças ao trabalho do brasileiro Bruno Melo, atualmente no Instituto Federal Suíço de Tecnologia (ETH). A grande novidade é que a levitação agora funciona dentro de um chip, o que não apenas miniaturiza toda a tecnologia, como também significa que a equipe conseguiu suprimir dispositivos problemáticos, como lentes, espelhos e outros componentes ópticos, que são grandes e pesados. A plataforma permitiu a levitação robusta de uma nanopartícula de sílica, além da detecção precisa da posição e o controle dinâmico da nanopartícula no vácuo.

 

A engenharia civil está testemunhando uma revolução silenciosa. Pesquisadores do Departamento de Engenharia Civil, Ambiental e Geomática da ETH Zurich desenvolveram uma abordagem inovadora que combina Inteligência Artificial (IA) com expertise humana para criar designs de pontes mais eficientes e sustentáveis, destaca o Blog da Engenharia. Um estudo recente, publicado na prestigiosa revista Nature, demonstra como a IA pode ser usada para otimizar o design de pontes, resultando em estruturas que são 18% mais leves que designs convencionais e significativamente mais eficientes no uso de materiais, mantendo a estabilidade e segurança necessárias. Os pesquisadores aplicaram esta abordagem ao design de uma ponte pedestre com 100 metros de comprimento. Além disso, apresenta uma estética única e orgânica. Dr. Pierluigi D’Acunto, um dos líderes do estudo, enfatiza: “Esta abordagem não só resulta em designs mais eficientes, mas também tem o potencial de reduzir significativamente o impacto ambiental da construção civil.”

 

18/07


O robô Hadrian X, voltado para a construção, pode levantar uma casa em dois dias. A máquina desenvolvida pela empresa de robótica FBR chegou aos EUA esta semana para demonstração. A expectativa é que o robô construa dez casas térreas em pouquíssimo tempo, com potencial para revolucionar o setor de construção no país, reporta o Olhar Digital. O robô foi transportado da Austrália para os EUA devido à joint venture entre FBR e CRH Ventures Americas, subsidiária de uma das maiores fornecedoras de blocos de concreto do país. A intenção é que o Hadrian X passe por demonstração em uma instalação em Fort Meyers, na Flórida. Se for bem-sucedido, o próximo passo será a construção de cinco a dez casas térreas. Somente depois é que as duas companhias entrarão em acordo permanente sobre se a FBR será a fornecedora exclusiva da CRH nos EUA. De acordo com o New Atlas, se isso acontecer, o plano é construir comunidades inteiras com a mão de obra do robô. O Hadrian X é equipado com braço telescópico de 32 metros, que entra em ação após ser carregado com paletes que contêm os blocos. Depois, cada bloco é enviado por uma rampa alojada na extremidade do braço do robô, e manuseado por pinça variável. Graças ao comprimento, o robô pode construir até três andares de uma construção, mais rápido do que qualquer humano. Além dos 500 blocos por hora, o dispositivo pode completar a construção de uma casa térrea de tamanho normal em dois dias ininterruptos.

 

O setor aeroespacial e de defesa está mudando com a inteligência artificial. A IA está transformando os processos de Engenharia e pode ser a chave para explorar novos recursos antes limitados à ficção científica. Investir na tecnologia pode não apenas permitir que o setor de A&D (aeroespacial e defesa) supere problemas mais imediatos, como também aproxima o futuro do presente, destaca o Crypto ID. A IA está sendo integrada diretamente aos softwares para acelerar os fluxos de trabalho de Engenharia. Como copilotos e assistentes digitais, a IA pode executar comandos dados por engenheiros usando linguagem natural. Em vez de clicar inúmeras vezes, os engenheiros podem falar com suas ferramentas e fazer com que o copiloto conclua automaticamente as tarefas rotineiras, como gerenciamento de dados, assim os engenheiros têm mais tempo para se concentrar na Engenharia de nível superior. Além disso, a IA pode ser usada para ensinar a próxima geração de engenheiros aeroespaciais. Um copiloto de IA pode permitir o acesso rápido a uma biblioteca especializada com todas as informações de uma ferramenta, permitindo que novos usuários aprendam a usar a ferramenta mais rapidamente. A IA pode aprender com os usuários especializados da ferramenta e seus fluxos de trabalho para simplificar as tarefas e criar um conjunto de melhores práticas, ajudando os engenheiros em tudo, desde a colocação de componentes até a otimização da geometria. Esses recursos podem ser particularmente benéficos para o setor de A&D, que está enfrentando uma crise crescente de mão de obra. Os recursos que a IA fornece hoje são um trampolim para o que pode ser feito no futuro. As empresas podem encontrar maneiras de usar a IA  para aprimorar a transformação digital. As ferramentas de projeto generativo que automatizam partes do processo de projeto já existem há muito tempo, mas estão em grande parte confinadas a domínios únicos de Engenharia. À medida que a tecnologia de IA e suas capacidades de gerenciamento de dados melhoram, poderá organizar os dados das ferramentas e domínios para criar um modelo de dados universal, que possa levar a um projeto generativo baseado na física para múltiplos domínios. Além disso, esse modelo de dados também poderá se autovalidar centenas, talvez milhares de vezes, até se tornar o produto mais ideal possível. O setor de A&D tem tantas inovações interessantes que estão sendo desenvolvidas, desde propulsão sustentável e aeronaves de defesa de última geração até programas espaciais que levam a humanidade para onde ninguém jamais esteve. A IA não inventará tecnologias, mas permitirá que as pessoas as concretizem.

 

Em novembro de 2023, durante visita de campo à fazenda de uma empresa de comercialização e produção de resinas, o engenheiro agrônomo Carlos Frederico Wilcken encontrou árvores com respingos de resina no tronco, indicando que houve postura de ovos, e com orifícios circulares típicos da emergência de insetos adultos. A propriedade abriga plantações de híbridos de Pinus utilizados na produção de resina e alguns dos seus plantios registravam alta infestação de uma espécie inédita no Brasil de vespa-da-madeira responsável pela mortalidade de 50% das árvores. Denominada Sirex obesus, a nova praga é originária do sul dos EUA e do México, e foi detectada e identificada pela primeira vez no país pela equipe de pesquisadores do Departamento de Proteção Vegetal da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, de Botucatu, do qual Wilcken é professor. Devido à relevância econômica do Pinus, a descoberta de uma nova espécie de vespa-da-madeira que vem atacando plantações em São Paulo acendeu um sinal de alerta no setor florestal para o risco real de disseminação para outras áreas e potencial de gerar prejuízos aos produtores. A árvore é a segunda espécie florestal mais plantada no país, atrás apenas do eucalipto, e seu plantio ocupa área de de 1.9 milhão de hectares, segundo o relatório de 2023 da Indústria Brasileira de Árvores, responsável pela representação institucional da cadeia produtiva de árvores plantadas, destaca o Jornal da Unesp. A praga já foi confirmada em 16 municípios paulistas, entre eles Itararé, na divisa com o Paraná, o principal estado produtor de Pinus no Brasil. Os pesquisadores consideram alto o risco dessa nova espécie de vespa-da-madeira se dispersar para o estado vizinho e para a região sul em geral, onde se concentram mais de 80% das plantações da espécie. Há ainda o risco da Sirex obesus chegar à Argentina, Chile e Uruguai, que também são importantes produtores de Pinus.

 

Os altos e espelhados prédios são marcas registradas da Faria Lima. No fim do ano que vem, porém, edifícios corporativos mais baixos, feitos com madeira, devem se destacar na paisagem da avenida. A Noah, primeira construtech brasileira especializada em madeira engenheirada, se prepara para estrear no mundo dos escritórios com três prédios no bairro paulistano de Pinheiros, relata o Reset. Os recursos vêm do primeiro Fundo de Investimento Imobiliário (FII) estruturado e gerido pela Engeform Gestão de Recursos, do grupo de construção civil de mesmo nome, de R$ 190 milhões. Os ‘boutique offices’, como os do projeto da Noah, costumam ser ocupados por uma única empresa. A demanda por esse tipo de empreendimento, que leva em consideração os serviços dos arredores e um design moderno, aumentou depois da pandemia. “A madeira engenheirada que usamos substitui o concreto e o aço. Faz parte da estrutura do prédio e, assim, não apenas deixamos de usar elementos que emitem carbono, como trazemos um que estoca carbono”, afirmou. O material, também conhecido como mass timber, consiste de várias camadas de madeira coladas, que podem tomar a forma de pilares, vigas, lajes e paredes. A redução de carbono em comparação a materiais e construção tradicionais varia muito de acordo com o projeto, segundo o executivo, e o tempo de entrega cai pela metade – dos típicos 24 a 30 meses para 12 a 15 meses. O custo “é igual, pela primeira vez”, afirma Theodorakis, comparando com os metódos mais avançados das maiores construtoras do país. “Vínhamos desenvolvendo uma técnica construtiva ao longo desses quatro anos que permitisse preços competitivos, pelo menos nos empreendimentos corporativos”, frisou. A industrialização dos processos e o planejamento de obra e montagem contribuíram para que os custos se equilibrassem, segundo o CEO. Até então, os empreendimentos da Noah ficavam mais caros. A startup já levantou um McDonald’s nas imediações da avenida Paulista e uma vinícola em Pinto Bandeira, no Rio Grande do Sul. Em fevereiro de 2025, vai entregar o Arvoredo, um condomínio residencial de alto padrão na Vila Madalena. Por enquanto, a Noah recebeu aporte apenas da Dexco (antiga Duratex), de R$ 15 milhões, em 2021. A startup já havia tentado, em 2021, viabilizar um fundo imobiliário para a construção dos prédios. “Quando a gente saiu [para captação], a janela de mercado fechou e recuamos”, diz Theodorakis. Agora, o Fundo de Investimento Imobiliário de Desenvolvimento de Escritórios Boutique Responsabilidade Limitada, da Engeform Gestão de Recursos, vai permitir que a Noah levante os prédios corporativos – produto pensado desde sua fundação.

 

O reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, o CEO global da Enel, Flavio Cattaneo, e CEO da Enel Brasil, Antonio Scala, assinaram na segunda-feira (15), em Brasília, um acordo de cooperação em diversas áreas do setor energético, entre as quais pesquisas que tenham como objetivo acelerar a transição para fontes renováveis e ampliar a previsibilidade de eventos climáticos extremos. A assinatura ocorreu no Palácio do Planalto, durante encontro dos presidentes Lula e Sergio Mattarella, da Itália. A parceria entre a Unicamp e a Enel possibilitará o compartilhamento de pesquisas, a formação de recursos humanos e a realização de ações conjuntas de pesquisa e desenvolvimento (P&D). “Nosso objetivo é que todo o conhecimento e tecnologia que já desenvolvemos e que venhamos a desenvolver conjuntamente nessas áreas se transformem em produtos e serviços disponíveis à população”, disse o reitor. Líder em geração de energia eólica no Brasil, a Enel destacou que a parceria “solidifica o compromisso na área de pesquisas e desenvolvimento”. Além do acordo entre a Universidade e a empresa de energia, a cerimônia foi marcada também pela assinatura de memorandos de entendimento entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e a Universidade de Turim (Itália) e a USP e a mesma universidade italiana. A visita do presidente italiano ocorre no contexto das comemorações do 150º aniversário da imigração italiana no Brasil. Há mais de 35 milhões de descendentes de italianos e mais de 100 mil brasileiros na Itália.

 

As águas dos lagos na Amazônia vêm esquentando nas últimas décadas em escala sem precedentes, apontam estudos conduzidos por pesquisadores do Instituto Mamirauá, em Tefé, no Amazonas. Por meio da análise de dados sobre a temperatura da superfície da água obtidos por satélites, pesquisadores da entidade, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), têm constatado tendência de aumento de 0,6ºC por década em 25 lagos da Amazônia central e atribuem esse aquecimento às mudanças climáticas, reporta a Agência Fapesp. Resultados preliminares do estudo, em revisão, foram apresentados em uma mesa-redonda sobre a hidrografia, os aquíferos, as secas e enchentes na Amazônia, realizada no dia 11, durante a 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). “O aquecimento [das águas amazônicas] é generalizado. Desde 1990 observamos uma tendência média de aquecimento de 0,6ºC por década dos lagos amazônicos. É um aumento muito expressivo. Não houve um lago que não apresentasse uma tendência significativa. Todos estão aquecendo”, disse Ayan Fleischmann, coordenador do estudo. De acordo com o pesquisador, o pico foi atingido na seca extrema de 2023, quando a temperatura da água do lago Tefé, medida ao longo de toda a coluna d’água, a dois metros de profundidade, atingiu mais de 40ºC. Essa temperatura, sem precedentes, causou a morte de 209 botos em um mês, a maior parte deles botos-cor-de-rosa (Inia geoffrensis) e alguns tucuxi (Sotalia fluviatilis), contou o pesquisador, que integrou uma força-tarefa para identificar as causas da mortandade dos animais.

 

17/07


A computação de reservatório é uma arquitetura de computação analógica inspirada no funcionamento do cérebro humano, ou seja, não é uma computação binária, com grandes vantagens de desempenho e eficiência energética para aplicações que vão da inteligência artificial à internet das coisas, explica o Inovação Tecnológica. Diferente dos computadores tradicionais, que operam com 0s e 1s, a computação de reservatório usa um sistema dinâmico para processar as informações. Esse sistema, chamado de reservatório, funciona como uma “caixa-preta”, que recebe dados de entrada e os transforma em um espaço computacional mais complexo. Um mecanismo de leitura é então treinado para interpretar a saída do reservatório e gerar o resultado desejado. A grande vantagem dessa abordagem é que apenas o mecanismo de leitura precisa ser treinado, tornando o processo mais eficiente. Além disso, a computação de reservatório pode aproveitar o poder de sistemas naturais, clássicos ou quânticos, para reduzir o custo computacional.

 

A Faculdade de Medicina da USP inaugurou o Centro de Treinamento em Procedimentos Minimamente Invasivos (Promin), informa o Jornal USP. A instituição passa a ser a primeira escola médica da América Latina a contar com um robô cirúrgico para ensino de ponta em cirurgia, tecnologia em alta no meio médico. O professor José Pinhata Otoch, titular da disciplina de Técnica Cirúrgica do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da USP, explica a utilização da técnica e suas perspectivas. Procedimentos Minimamente Invasivos é o nome dado a técnicas que se propõem a realizar cirurgias com portas de entradas mínimas no corpo, sendo um dos meios o uso de robôs. Otoch explica que enquanto na cirurgia convencional precisa-se fazer uma incisão grande para que a mão do cirurgião caiba, o robô consegue chegar no órgão almejado com apenas um pequeno corte. Ele afirma que, como consequência, cirurgias desse tipo requerem menos tempo de internação e têm menos traumas cirúrgicos.

 

A indústria da construção é uma das principais fontes de poluição, sendo o concreto um material com uma alta pegada de carbono. Em resposta a essa problemática, a PLAEX, uma empresa canadense, desenvolveu um sistema chamado PLAEX Brick&Panel™, destaca o site  Click Petróleo e Gás. Este sistema promete ser uma alternativa ecológica e eficiente para o futuro da construção, utilizando materiais reciclados e oferecendo vantagens tanto ambientais quanto econômicas. O conceito da PLAEX é definido como o primeiro sistema de paisagismo completamente encaixável do mundo. Os blocos e painéis da PLAEX são montados facilmente de todos os lados, simplificando enormemente os projetos de paisagismo. Este sistema é ideal para muros de contenção, bordas de caminhos e outras estruturas exteriores. Embora ainda não tenha obtido a certificação ASTM canadense, espera-se que a consiga em 2025. O método de construção com PLAEX é projetado para ser três vezes mais rápido que os métodos tradicionais, permitindo construir até 80% mais rápido do que com materiais convencionais como o concreto. Os blocos e painéis PLAEX se integram facilmente com estruturas existentes e métodos tradicionais de acabamento, como as paredes secas.

 

16/07


Pesquisadores da UC Berkeley lançaram com sucesso uma impressora 3D no espaço. A missão Virgin Galactic 07 tem como objetivo explorar o potencial e comportamento da tecnologia chamada SpaceCAL no ambiente inóspito e entender como funcionaria, assim como seu pós-processamento (lavagem, limpeza e endurecimento das peças). Taylor Waddell, que lidera o estudo, explicou ao The Daily Californian que a ‘Litografia Axial Computadorizada’ ou CAL é uma maneira diferente de impressão em três dimensões e que forma partes de um objeto de uma só vez ― sendo mais eficiente do que as comuns, reporta a Época Negócios. Durante seu voo de 140 segundos fora da Terra, a SpaceCAL foi capaz de detectar de forma autônoma a microgravidade e imprimiu quatro peças de teste: dois ônibus espaciais e dois barcos. Nesse tempo extremamente rápido, o processo envolveu várias etapas: impressão, pós-lavagem, enxágue com água e um pós com luz para solidificar as peças. A ideia, segundo Sean Chu, da equipe que trabalhou no design de estruturas e mecanismos, é aumentar a eficiência das missões e reduzir custos, produzindo as peças de reposição no próprio espaço. No futuro, o plano é explorar várias aplicações práticas, como a criação de ‘grampos’ para fechamento de feridas ou talas para astronautas, úteis em casos de emergências médicas, destacou Waddell. O projeto ganhou o apoio da empresa de voos espaciais anglo-americana Virgin Galactic. O fato da inovação ter sobrevivido ao lançamento de um foguete e ter tido sucesso operacional no espaço, mostrou que a ferramenta é viável para futuras explorações espaciais, acrescentou Waddell.

 

Cientistas descobriram pela primeira vez uma caverna na Lua. Com pelo menos 100 metros de profundidade, poderia ser um local ideal para os humanos construírem uma base permanente, segundo os pesquisadores. É apenas uma entre provavelmente centenas de cavernas escondidas em um ‘mundo subterrâneo e não descoberto’. A pesquisa foi publicada na revista Nature Astronomy na segunda-feira (15). Helen Sharman, a primeira astronauta britânica a viajar para o espaço, disse à BBC que a caverna parece ser um bom lugar para uma base. Ela sugeriu que os humanos poderiam potencialmente estar vivendo em poços lunares dentro de 20-30 anos. No entanto, observou que essa caverna é tão profunda que os astronautas podem precisar descer de rapel e usar “mochilas a jato ou um elevador” para sair. Os pesquisadores Lorenzo Bruzzone e Leonardo Carrer, da Universidade de Trento, na Itália, encontraram a caverna usando um radar que penetrou a abertura do poço numa planície rochosa chamada Mare Tranquillitatis (Mar da tranquilidade). Essa área, que é visível a olho nu da Terra, é o local em que a Apollo 11 pousou pela primeira vez na Lua, em 1969. A caverna tem uma abertura na superfície da Lua. As paredes verticais e íngremes descem até um piso inclinado, que pode se estender ainda mais no subsolo. Foi formada há milhões ou bilhões de anos, quando lava fluía na Lua, criando um túnel na rocha. O equivalente mais próximo na Terra seriam as cavernas vulcânicas em Lanzarote, nas Ilhas Canárias, na Espanha, como explica o professor Leonardo Carrer, acrescentando que os pesquisadores visitaram esses locais como parte de seu trabalho. A caverna não foi totalmente explorada. Os pesquisadores esperam que radar de penetração no solo, câmeras ou até mesmo robôs possam ser usados para mapeá-la.

 

Um dos maiores desafios no desenvolvimento de modelos de inteligência artificial é a construção da base de dados que vai alimentá-los. No caso dos Large Language Models (LLMs) que sustentam os motores de IA generativa, as bases “muito grandes” dificultam sua reprodução. A solução pode estar em um conceito chamado ‘Few-Shot Learning’, que consiste em criar modelos que atingem alta precisão a partir de pequenas bases de dados. Uma plataforma de Few-Shot Learning está sendo desenvolvida no Brasil, com apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, com foco em chatbots e visão computacional, registra o Mobile Time. Participam do projeto quatro centros de pesquisa credenciados no ecossistema da Embrapii: Instituto Senai de Inovação em Sistemas Embarcados; Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras; Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações; e Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento. Em visão computacional, será criado com a plataforma de Few-Shot Learning uma solução para identificação de defeitos na linha de produção das empresas participantes do projeto, a partir de uma pequena base de imagens. Em processamento de linguagem natural, a plataforma tentará analisar e classificar contratos das empresas em língua portuguesa, também a partir de uma base pequena para seu aprendizado. Se a plataforma desenvolvida for bem-sucedida, conseguirá reduzir de maneira significativa o tempo e o custo de desenvolvimento de soluções de IA no Brasil.

 

Estes nano e micro-veículos têm os motores e o combustível mais “verde” que se pode imaginar: eles são impulsionados e manobrados por algas vivas. As algas são capturadas em cestos presos às nanomáquinas, que foram cuidadosamente projetadas para permitir espaço suficiente para que as algas continuem nadando. Haruka Oda e seus colegas da Universidade de Tóquio, no Japão, criaram dois tipos de veículos: o “rotor”, que gira como uma roda, e a “motoneta”, que deveria se mover para frente, mas que nos testes se moveu de modo mais surpreendente. “Mostramos agora que essas algas podem ser capturadas sem prejudicar sua mobilidade, oferecendo uma nova opção para impulsionar micromáquinas que poderão ser usadas para fins de engenharia ou pesquisa”. No futuro, essas minifrotas movidas por algas poderão ser aplicadas para auxiliar na engenharia e pesquisa ambiental em nível microscópico, diz a equipe, que já está planejando experimentar projetos diferentes e mais complexos para seus próxim   os veículos. Segundo os pesquisadores, a parte mais desafiadora foi otimizar o projeto das armadilhas em forma de cesto, para que elas pudessem capturar e reter com eficácia as algas quando elas nadassem para dentro dela. As armadilhas foram acopladas a duas máquinas diferentes. A primeira, chamada motoneta, tem duas armadilhas que contêm uma alga em cada uma e se parece um pouco com um veículo de corrida de Guerra nas Estrelas. O segundo, chamado rotor, possui quatro armadilhas, contendo no total quatro algas, e é semelhante a uma roda gigante. O tamanho e o formato dos cestos permitiram que os dois flagelos (pequenos apêndices em forma de chicote) da alga continuassem se movendo, impulsionando as máquinas, explica o  Inovação Tecnológica.

 

15/07


A Rolls-Royce alcançou um marco significativo na aviação com seu UltraFan, o maior e mais potente motor a jato do mundo, operando com combustíveis 100% sustentáveis. Este avanço não apenas demonstra uma conquista tecnológica, mas também reflete um compromisso da empresa com a sustentabilidade ambiental, descreve o Click Petróleo e Gás. O UltraFan, equipado com um sistema de ventilador de passo variável e pás compostas de carbono, é 10% mais eficiente que seu antecessor, o Trent XWB, promovendo maior eficiência energética e reduzindo as emissões. Além disso, a Rolls-Royce planeja integrar as tecnologias inovadoras do UltraFan em outros motores certificados para combustíveis sustentáveis, incluindo modelos como Trent 1000 e Trent XWB-97. Este avanço prepara o caminho para voos de teste e demonstrações que poderão viabilizar o primeiro voo transatlântico movido inteiramente por combustível sustentável, desafiando normas atuais e impulsionando a aviação em direção a um futuro mais verde e eficiente.

 

A Petrobras está explorando a tecnologia de drones, ou aeronaves remotamente pilotadas (RPAs), para otimizar suas operações logísticas e reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Desde 2018, a estatal vem realizando testes com essa tecnologia, culminando recentemente em um exercício de grande escala. Nesse teste, um drone viajou 180 quilômetros, da base da Petrobras em Imbetiba, Macaé (RJ), até a plataforma P-51 na bacia de Campos, marcando a maior distância já percorrida por uma aeronave do tipo na aviação civil. Essa operação contou com a colaboração de várias entidades, incluindo o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), a estatal NAV Brasil e a OMNI Táxi Aéreo, contratada pela Petrobras para operar os drones em missões offshore. O sucesso dessa experiência representa um passo significativo na adoção de drones para atividades logísticas em alto-mar. Os drones usados pela Petrobras são capazes de transportar até 50 quilos de material, o que normalmente é levado por helicópteros. Além disso, eles podem operar durante a noite, aumentando a flexibilidade das operações. Hoje, a empresa já utiliza essa tecnologia em operações mais simples, como pintura de embarcações e outros trabalhos em altura, reduzindo a exposição de trabalhadores a riscos. Um dos principais benefícios dessa tecnologia é a redução de custos. A operação de drones é significativamente mais barata do que a de helicópteros. E do ponto de vista ambiental, os drones emitem menos gases do efeito estufa, alinhando-se às iniciativas de sustentabilidade da Petrobras. Claudio Schlosser, diretor de Logística da Petrobras, destacou que a iniciativa representa um avanço na descarbonização das operações da empresa. Após o sucesso inicial, a Petrobras planeja continuar os testes e analisar os dados coletados para avaliar a viabilidade do uso permanente dos drones. Essa análise deve ser concluída no segundo semestre deste ano. A empresa também realizará simulações adicionais de voos no mesmo espaço aéreo para garantir a segurança e eficiência das operações antes de implementar a tecnologia de forma definitiva, reporta o Olhar Digital.

 

Se você já tentou jogar futebol em um campo de grama artificial sob sol quente sabe que esta pode não ser uma das melhores formas de diversão: a grama artificial esquenta e o próprio campo vira uma ilha de calor. E, para diminuir os custos de manutenção e a infestação de pragas, diversas cidades vêm trocando a grama natural não apenas dos campos públicos, mas também de parques e jardins, por grama artificial, tornando as cidades mais quentes. Para tentar mudar isto, os pesquisadores dos Países Baixos integraram um sistema de armazenamento de água subterrâneo e de irrigação capilar sob as áreas de grama artificial, obtendo uma queda significativa na temperatura da própria grama e do ar logo acima, explica o portal Inovação Tecnológica. “Aqui, mostramos que incluir um sistema de armazenamento de água subterrâneo e irrigação capilar em campos de grama artificial pode levar a temperaturas superficiais significativamente mais baixas em comparação com campos de grama artificial convencionais,” disse Marjolein van Huijgevoort, do Instituto KWR de Pesquisas da Água. “Com o gerenciamento circular da água no local abaixo do campo, é alcançado um efeito significativo de resfriamento evaporativo”. O sistema inclui quatro camadas: A camada superior de grama artificial tem 50 mm de espessura, abaixo da qual vem uma camada de areia de 30 mm. A seguir vem uma camada de espuma porosa de absorção de choque, de 20 mm, e, finalmente, um tanque com 85 mm de altura, que armazena a água da chuva. Pequenos cilindros transportam a água armazenada de volta à superfície da grama artificial, onde ela evapora. “O processo de resfriamento evaporativo e ascensão capilar é controlado por processos naturais e condições climáticas, de modo que a água só evapora quando há demanda por resfriamento,” explicou van Huijgevoort.