Eu sou Vinicius Marchese, ex-presidente do CREA São Paulo, por dois mandatos, e atual Presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, o CONFEA. 

Como eu escolhi a carreira de Engenharia de Telecomunicações? No ensino médio, quando a gente começa a ser questionado e pressionado pela sociedade onde a gente vive a escolher uma profissão que você vai ter pro resto da vida, ali com 16, 17 anos, eu comecei a tentar, não sabia o curso, nem a profissão que eu gostaria, mas eu comecei a ir por eliminação. Aí que eu cheguei em Telecomunicações, por gostar um pouco de tecnologia, por saber que naquele momento era uma coisa muito promissora, então, eu acabei definindo Engenharia de Telecomunicações como curso e como profissão. 

Assim que me formei, acabei trilhando um caminho de buscar atuar dentro do mercado das grandes teles, que para mim, na época, era referência, uma coisa que me despertava curiosidade. Me encontrei, do ponto de vista técnico, em um lugar que me desafiava bastante, mas faltava alguma coisa. Eu fui estudar fora, aí, quando voltei, resolvi empreender, em paralelo a essa carreira técnica mais voltada para Telecomunicações, eu comecei a trilhar um caminho no sistema CONFEA/CREA, onde a gente aliava a parte técnica com essa parte mais classista para poder tentar construir uma profissão, alguma coisa mais interessante do ponto de vista coletivo e não individual. 

Quando você entende a importância de um sistema como esse para a população, para a vida das pessoas, para a construção de cidades, do estado, de um país minimamente organizado, aí você começa a entender o quanto você pode ajudar, se você estiver próximo de um sistema como esse, que te dá uma série de possibilidades de atuar, ou em pequenos segmentos, dentro das modalidades, ou de uma maneira muito abrangente. 

Então, quando eu comecei a perceber o quanto a gente precisava ainda evoluir, como profissão e como cidadão, foi onde eu resolvi focar cada vez mais e me aproximar cada vez mais e tentar convencer cada vez mais pessoas a dedicar um pouco do tempo da vida para tentar ajudar nesse universo e devolver um pouquinho do que a profissão deu para eles, do que deu para mim, de uma maneira, assim, mais democrática.