Área Tecnológica na Mídia
9 de fevereiro de 2024, às 10h21 - Tempo de leitura aproximado: 24 minutos
09/02/2024: Hackathon do agronegócio / Combustível alternativo / Implante cerebral / Satélite 6G

Uma maratona de 36 horas começou na quinta-feira (8) e vai premiar o projeto que usar inteligência artificial para bolar a melhor solução a pequenos produtores. A competição acontece na 36ª edição Show Rural Coopavel, que abre a agenda de eventos do agronegócio este ano. O evento, organizado em parceria com o Iguassu Valley\Sebrae, apresenta 21 desafios distintos, todos selecionados para abordar problemas comuns enfrentados por agropecuaristas e empresas do setor. Adriano Spanhol, um dos organizadores do evento, destaca a importância de resolver questões que representam gargalos significativos na indústria. Ele enfatiza que o hackathon não é apenas uma competição, mas uma oportunidade para formar startups capazes de comercializar soluções inovadoras. Os desafios abrangem uma gama de atividades no agronegócio, desde a produção de aves, suínos e frangos até a piscicultura. Além disso, há um foco específico em encontrar soluções que conectem indústrias a negócios regionais menos conhecidos, com o objetivo de aumentar a lucratividade em meio à queda dos preços das commodities agrícolas, detalha a CNN.
O hidrogênio (H2) é considerado uma possível alternativa aos combustíveis fósseis, responsáveis por grande parte do aquecimento da atmosfera. Contudo, ainda é preciso reduzir os custos de produção de H2 para que ele se torne de fato viável. Em pesquisa divulgada no periódico Electrochimica Acta, pesquisadoras ligadas ao Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) descreveram a síntese de um eletrodo de fosfeto de níquel que demonstrou alta eficiência na eletrocatálise para a reação de evolução do hidrogênio (HER). Esse tipo de reação, que ainda tem um alto custo, promove a quebra da molécula de água (hidrólise), liberando íons de hidrogênio. A produção eletroquímica de hidrogênio por eletrólise da água é uma técnica promissora com zero emissão de carbono, destaca o gizmodo. A eficiência do processo depende da capacidade do eletrocatalisador. O bom desempenho foi atribuído à estrutura granular do material, com grande área de superfície, permitindo boa interação com o eletrólito, favorecendo a cinética da HER. Os resultados são relevantes para a busca de um material catalisador estável, de fácil sintetização para viabilizar a obtenção do gás hidrogênio a partir da água.
O primeiro implante cerebral que trata o transtorno obsessivo-compulsivo, ou TOC, como é mais conhecido, foi realizado no Hospital SOS CARDIO, em Florianópolis (SC). O TOC faz o paciente ter padrões de pensamentos, imagens e impulsos contra a sua vontade. Ele causa sofrimento na vida cotidiana e, em alguns casos, o afastamento do convívio social. Mas, o novo tratamento, chamado de DBS (Deep Brain Stimulation, ou estimulação cerebral profunda), funciona como um ‘freio’ capaz de ajudar a interromper esses padrões de pensamentos por meio de eletroestimulação nas áreas do cérebro responsáveis por eles. Segundo o UOL, o implante envolve a inserção de eletrodos muito finos em áreas específicas do cérebro que estão associadas aos sintomas do TOC. Esses eletrodos emitem pulsos elétricos controlados que ajudam a normalizar a atividade neural disfuncional relacionada ao transtorno, aliviando os sintomas. Na prática, é feita uma abertura no crânio do tamanho de uma moeda para passar os eletrodos, que vão cruzar todos os cortes até o alvo final. Essa programação cirúrgica do trajeto do eletrodo e o alvo é feita por meio de softwares avançados de reconstruções de imagem baseados na ressonância craniana do paciente. O alvo é atingido graças aos cálculos de GPS de coordenadas cartesianas (X, Y, Z), aquela mesma que aprendemos no 2º grau, porém com ajuda de computação gráfica e aparelhos.
Nesta semana, a maior operadora de telefonia do mundo, China Mobile, lançou o primeiro satélite de testes para o 6G. De acordo com o jornal estatal China Daily, a ferramenta conta com autonomia própria e é considerada um satélite de “órbita-baixa” – que cobriria mais facilmente buracos na cobertura de internet. A nova tecnologia deve ser 50 vezes mais rápida que o 5G. Em entrevista à CNN, o especialista em Tecnologia e Inovação, Arthur Igreja, explica que as mudanças começam na arquitetura do satélite. Ele afirma que, no caso das tecnologias anteriores – como o 3G, 4G e, até mesmo o 5G –, ainda era obrigatório ter e estar próximo a uma antena de conexão. Para o 6G, serão vários os pontos de conexão, formando uma malha. Arthur reforça que a “órbita baixa” do satélite vai ajudar a diminuir os atrasos, com uma latência de 1 milissegundo. E os resultados podem chegar logo: segundo Igreja, testes e definições de especificações devem acontecer ainda em 2028. O especialista afirma que a Inteligência Artificial também será muito presente no 6G. As IAs irão auxiliar na queda na perda de pacotes, otimização de gastos energéticos e dispositivos mais eficientes.
08/02/2024: Metassuperfície / Manejo de pragas / Sensor sem bateria / Derretimento de geleiras

Pesquisadores da Embrapa estão usando uma técnica curiosa para se livrar de pragas nas lavouras: sinais vibratórios para ‘conversa’ com os percevejos-praga. A tecnologia digitaliza os sinais que os insetos usam para se comunicar e os reproduz artificialmente para atraí-los ou afastá-los, relata o Gizmodo. Esse é um dos primeiros estudos no mundo visando a aplicação dos conhecimentos de comunicação vibracional para o manejo de percevejos na agricultura. Assim, é possível fazer a manipulação comportamental e o controle de insetos-praga em áreas de plantio pela redução da densidade populacional. Além disso, a tecnologia permite que os sinais sejam reproduzidos em diferentes superfícies, como o caule e as folhas das plantas. Ou outros substratos sólidos, o que possibilita sua aplicação em diferentes particularidades de controle. “Embora a invenção do dispositivo e do método tenha sido motivada pela necessidade de manejo de percevejos, a tecnologia pode ser aplicada a uma vasta variedade de insetos”, disse o pesquisador Raúl Alberto Laumann. Nos percevejos, os sinais vibratórios atuam na troca de informação quando estão a distâncias moderadas (1 a 2 metros) ou curtas (poucos centímetros ou contatos físicos). “Por meio desses sinais vibratórios, recebem e enviam informação do sexo do inseto que está ‘cantando’, receptividade para a cópula.” O diálogo se dá por meio de vibrações entre 60 e 130 hertz (Hz). Essas vibrações são produzidas pelo abdômen do inseto e são transferidos para os tecidos da planta pelas patas, nas quais se encontram os receptores sensoriais dos sinais vibratórios. A utilização dessas oscilações pode ser uma alternativa ou complemento ao uso de feromônios para serem incorporados em armadilhas de monitoramento.
Pesquisadores suíços desenvolveram um sensor mecânico que funciona de forma mecânica e não requer fonte de energia externa. “Utiliza a energia vibracional contida nas ondas sonoras,” explicou a cientista Tena Dubcek, do Instituto Federal Suíço de Tecnologia, reporta o Inovação Tecnológica. Sempre que um determinado som ou ruído é emitido, as ondas sonoras que chegam ao sensor o fazem vibrar. O sensor pode ser configurado para qualquer onda sonora com uma palavra específica ― somente essa palavra fará o sensor vibrar. Essa energia vibracional é suficiente para gerar um minúsculo pulso elétrico, que liga um dispositivo eletrônico associado. O sensor mecânico é um metamaterial: não é o material utilizado que confere ao sensor suas propriedades especiais, mas sim sua estrutura. “Consiste puramente em silicone e não contém metais pesados tóxicos nem terras raras, caso dos sensores eletrônicos convencionais,” destacou o professor Marc Serra-Garcia. Dezenas de placas estão conectadas entre si por meio de pequenas barras. Essas barras de ligação funcionam como molas e são elas que determinam se uma fonte sonora específica aciona ou não o sensor. Entre as aplicações do equipamento está o monitoramento de edifícios e outras estruturas civis e de poços de petróleo exauridos, que podem apresentar vazamentos de gás.
Um plano inusitado está sendo desenvolvido por cientistas para evitar o derretimento das geleiras antárticas, à medida que o aquecimento global se agrava e as regiões polares desaparecem a taxas recordes. É a construção de um conjunto de cortinas subaquáticas gigantes em frente a mantos de gelo – o que segundo eles, impediria a erosão pela água quente do mar, relata a Época. Segundo os cientistas, a tecnologia restringiria o fluxo de água quente para a costa antártica e retardaria o solapamento dessas geleiras, reduzindo o risco de seu desaparecimento. Ainda em estágio inicial, eles devem começar a pesquisa para identificar os melhores materiais para sua construção. O primeiro projeto, batizado de “Seabed Curtain” e proposto por pesquisadores da Universidade de Cambridge e outros centros dos EUA, instalaria uma cortina de 100 km de comprimento que ficaria ancorada no leito do Mar de Amundsen. A inovação subiria cerca de 200 metros do fundo do oceano e restringiria parcialmente a entrada de água aquecida que cai nas bases das geleiras costeira, sendo um dos maiores programas de geoengenharia já realizados até então. A cortina também se estenderia pelas profundezas do mar para as geleiras Thwaites e Pine Island e impediriam o deslizamento das gigantescas camadas de gelo.
07/02/2024: Robô humanoide / Energia solar / Tecnologia no agro / Carros elétricos




06/02/2024: Filtros moleculares / Tecidos artificiais / Túnel Santos-Guarujá / Estrutura geológica paulistana / Sensor sem bateria
Ao alterar a estrutura de materiais extremamente porosos, chamados estruturas metal-orgânicas, cientistas alemães e austríacos descobriram como transformá-las em filtros moleculares capazes de filtrar moléculas específicas, como o dióxido de carbono (CO2). O objetivo da equipe agora é desenvolver essas membranas de vidro para aplicações ambientais, criando produtos comerciais de alta durabilidade que possam separar o dióxido de carbono de outros gases, o que permitirá, eventualmente, armazená-lo ou reciclá-lo, evitando que o gás chegue à atmosfera. Assim, ao transformar uma estrutura metal-orgânica, que é cristalina, em vidro, que é amorfo, Smirnova conseguiu reduzir ainda mais o tamanho já diminuto dos poros do material, a ponto de torná-lo impermeável a certas moléculas de gás. Na prática, os pesquisadores comprimem o material, o que permite reconstruir os poros nas dimensões desejadas, adequadas à molécula de gás que se deseja filtrar. O tratamento permitiu obter diâmetros de poros de 0,27 a 0,32 nanômetro, com precisão de um centésimo de nanômetro, detalha o Inovação Tecnológica.
Empresas de cosméticos e farmacêuticas estão utilizando um método alemão conhecido como body-on-a-chip – capaz de reconstituir tecidos artificiais em impressão 3D – como alternativa à testagem de produtos em animais. Com uma mistura de colágeno e diferentes tipos de células humanas, os tecidos são criados em uma bioimpressora – que recebe informações de um computador sobre o tamanho e formato dos tecidos. Para isso, eles são colocados em um aparelho que simula a corrente sanguínea utilizando uma solução de nutrientes e oxigênio, explica o Olhar Digital. Depois, o conteúdo é despejado em placas e colocado em uma máquina que recebe informações de um computador sobre o tamanho e formato da construção. Na startup 3D Biotechnology Solutions (3DBS), que ajudou a aprimorar a produção de tecidos de intestino, a bioimpressão é feita com células isoladas obtidas em cirurgias de fimose em crianças.
O Túnel Santos-Guarujá, o primeiro submerso da América Latina, será um marco na história da Engenharia Civil brasileira. A obra, orçada em R$ 5,8 bilhões, promete transformar a dinâmica de transporte na região. A extensão prevista é de 1,5 km, com 870 metros por baixo do canal, destaca Engenharia 360. O futuro túnel submerso terá três faixas de rolamento em cada sentido. O diferencial é que uma dessas faixas será adaptável para locomoção de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). A estrutura também contará com uma ciclovia e uma passagem para pedestres. Haverá também uma estrutura de pedágio. A travessia total de carro está estimada em um minuto e meio. A construção envolve uma série de etapas desafiadoras. A primeira fase envolve a análise de geologia, o dimensionamento da estrutura para a construção, o planejamento logístico. O túnel será feito de módulos pré-moldados, que serão fabricados em concreto armado em uma doca seca. Serão seis deles, cada um com sistema especial de encaixe. Após a fabricação, deverá ser feito o deslocamento até o local da construção. Foi determinado o uso de transporte de flutuação. Antes da fixação dos módulos, será preciso preparar o leito do canal: escavações, nivelamento e outras preparações. Os módulos serão gradualmente submersos, encaixados e fixados para garantir a integridade estrutural. O túnel submerso já é um símbolo de inovação e colocará o Brasil na vanguarda da Engenharia.
Algumas estruturas geológicas da cidade de São Paulo foram geradas por meio de um terremoto há milhões de anos. Segundo os pesquisadores, o abalo provavelmente foi causado pela queda de um meteorito onde hoje resta uma cratera de 3,6 km de diâmetro no sul do município. O impacto teria causado um tremor de magnitude maior que 5,5 na escala de Richter, algo próximo da energia liberada pela bomba atômica lançada pelos EUA em Hiroshima. A queda do meteorito formou a Cratera de Colônia, a 40 km ao sul do centro da cidade. A formação passou despercebida até o início da década de 1960, quando fotos aéreas e, mais tarde, imagens de satélite revelaram as bordas do enorme círculo no distrito de Parelheiros. O novo estudo é o primeiro a documentar vestígios de abalos sísmicos de magnitudes tão altas no terreno de São Paulo, conta o professor Renato Henrique-Pinto, do Instituto de Geociências, ao Jornal da USP. Ele e o professor Mauricio Guerreiro Martinho dos Santos, da Universidade Federal do ABC, começaram a mapear as rochas e sedimentos da Cidade Universitária. Esse terreno faz parte da bacia sedimentar que compreende toda a Região Metropolitana. Como a análise das rochas expostas na USP indicava que um tremor teria remodelado a paisagem, os dois geólogos verificaram outras rochas expostas em parques e praças da capital. Calculando a direção e o tamanho das ranhuras, foi possível constatar que o epicentro foi a cratera, que tem 450 metros de profundidade. O objeto provavelmente caiu entre 2,5 milhões e 5 milhões de anos.
Pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique estão desenvolvendo um sensor que funciona sem baterias. O equipamento consegue detectar sons e pode ser aplicado em monitoramento de terremotos e aparelhos médicos, reporta o Gizmodo. O sensor mecânico visa a eliminar o uso de baterias em equipamentos de detecção sonora, que precisam ficar sempre ligados. Segundo um estudo da União Europeia, 78 milhões de baterias serão descartadas diariamente, ao longo de 2025. O equipamento poderá salvar vidas e reduzir o impacto ambiental causado pelo descarte de baterias. “O sensor funciona de forma puramente mecânica e não requer fonte de energia externa. Ele utiliza a energia vibracional das ondas sonoras”, explicou Johan Robertsson, professor de geofísica. O dispositivo é acionado ao detectar uma palavra ou barulho específico. Esse som gera ondas sonoras, que fazem o sensor vibrar. A energia gerada pela vibração é suficiente para gerar um pulso elétrico, que liga um aparelho eletrônico. Na prática, o protótipo consegue vibrar sempre que detecta a palavra ‘quatro’. Se uma pessoa falar ‘três’ próximo ao sensor nada acontece. Certas palavras geram ondas sonoras com maior energia. As versões mais atuais podem distinguir até 12 palavras diferentes, incluindo comandos comuns de máquinas, como ‘ligar’, ‘desligar”, ‘para cima’ e ‘para baixo’. O sensor pode monitorar terremotos e ser usado na construção civil para detectar barulhos específicos de rachaduras.
05/02/2024: Eficiência na aviação / Turbina eólica residencial / IA na previsão do tempo / Redução de poluente



