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Acesso em 18/07/2025 às 19h35.

Área Tecnológica na Mídia

Confira as notícias do dia

22 de dezembro de 2023, às 12h50 - Tempo de leitura aproximado: 30 minutos

Área Tecnológica na Mídia

 


22/12/2023:  Prancha de Algas / Hidrogênio Verde / Vidro no Concreto / Usina em Fortaleza


Um estudo conduzido pela Universidade de Berkeley em parceria com a Universidade de Wollongong mostra que uma única prancha pode liberar 375 libras (0,170097 toneladas métricas) de CO² no processo de produção e emitir até 600 libras (0,272155 toneladas métricas) ao longo de seu ciclo de vida. O site australiano Surfer Today calcula que a pegada de carbono anual da indústria do surfe soma cerca de 450 milhões de libras de CO², considerando um número de 750 mil pranchas. Para reverter esse quadro, designers buscam alternativas ecológicas ao processo tradicional de construção de pranchas de espuma com resina epóxi. Um exemplo são as as pranchas Paradoxal: impressas em 3D, fabricadas com material à base de algas sargassum, reporta CicloVivo. Produzidas pelo designer francês Jérémy Lucas, as pranchas são uma alternativa mais sustentável. As algas usadas como matéria-prima foram coletadas na praia de Ris, na Espanha. A estrutura e design das pranchas foram inspiradas no formato de ‘favo de mel’, nanoestruturas presentes dentro das próprias algas. Além das algas, a produção das pranchas inclui termoplásticos, materiais rígidos e fibras de origem biológica e a impressão 3D dessa mistura. As estruturas circulares garantem mais robustez porque são flexíveis e se tornam o principal benefício da impressão 3D.

 

A Equipe HydroGenius foi anunciada no dia 15, em cerimônia organizada pelo Instituto de Estudos Avançados (IdEA) da Unicamp em parceria com a consultoria da área de energia PSR, como a vencedora do prêmio H2Ótimo. Formada por profissionais, pós-graduandos e graduandos ligados à Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação e à Faculdade de Engenharia Mecânica, a HydroGenius fez uma apresentação sobre seu projeto de obtenção da maior renda possível na produção de hidrogênio verde gerado pela eletrólise da água utilizando energia gerada por fontes renováveis, registra o site da Unicamp. A proposta para a criação do H2Ótimo nasceu no período de residência do engenheiro eletricista Mario Veiga no Programa ‘Cesar Lattes’ do Cientista Residente, do IdEA, em 2022. Segundo Veiga, existe um grande potencial de aumento da demanda internacional por produtos verdes, como aço, fertilizantes e combustível de aviação, e a grande disponibilidade de recursos de geração renovável e de biomassa torna o Brasil competitivo nesses mercados. O tema ganha cada vez mais relevância no debate nacional e isso por conta do crescimento da demanda por combustíveis sustentáveis. Foi firmado um memorando de entendimento entre a PSR e a Unicamp com objetivo de fomentar ações colaborativas no ambiente da Unicamp, no HUB Internacional para o Desenvolvimento Sustentável, nos centros de pesquisas e nas empresas inovadoras. Um primeiro fruto será o workshop Energia e Sustentabilidade – Prospecção de Oportunidades de Colaborações e Sinergias. O evento pretende fomentar a troca de experiências entre iniciativas da Universidade e de empresas brasileiras da área de energia.

 

O Viking Link é o maior cabo elétrico terrestre e marítimo entre países. Seus mais de 765 km transportam eletricidade pelo fundo do mar da Dinamarca até o Reino Unido, uma obra de engenharia que superou muitos desafios, destaca a BBC News Brasil. Um deles foi atravessar o Mar do Norte, um dos mares menos profundos do mundo. As medidas de proteção contra possíveis danos ou sabotagens foram fundamentais. O cabo, que pesa 40 kg por metro, vai começar a funcionar em capacidade máxima no final deste mês e transportará a energia produzida em parques eólicos de ambos os países. O Viking Link é uma ‘superestrada elétrica’ que atravessa o Mar do Norte. A construção começou em 2019. O cabo de transmissão elétrica é feito de cobre, aço, papel e plástico e fica enterrado no fundo do mar. O custo é de US$ 2,3 bilhões. Uma vantagem do projeto, segundo especialistas, é a diferença de horário entre os dois países, que faz com que os picos de utilização de energia ocorram em momentos diferentes. Embora seja impressionante, o Viking Link não será o cabo mais longo de sua classe por muito tempo. A planejada ligação elétrica Austrália-Ásia conectará Darwin, a capital mais ao norte da Austrália, com a Indonésia e Cingapura, com extensão de 4,2 mil km. Os oceanos estão cheios de cabos submarinos. Estimam-se mais de um milhão de km de cabos instalados. Em 2017, Microsoft, Facebook e a empresa de infraestrutura de telecomunicações Telxius concluíram o cabo submarino Marea, que atravessa o Oceano Atlântico a mais de 5 mil metros de profundidade, ligando Virginia Beach, nos EUA, a Bilbao, na Espanha.

 

Um vídeo, apresentando um gato malhado laranja chamado Taters, foi enviado há 31 milhões de quilômetros de distância pela demonstração de comunicações a laser da Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa), registrando um marco histórico. No vídeo de teste, o felino brincalhão, agora famoso também fora da Nasa, aparece perseguindo um ponto de laser em uma gravação de 15 segundos. Trata-se do experimento de comunicações ópticas do espaço profundo da agência que transmitiu um streaming de vídeo de ultra-HD em 11 de dezembro deste ano a partir de um recorde de 31 milhões de quilômetros, o que representa cerca de 80 vezes a distância entre a Terra e a Lua, descreve a Época. Conforme a Nasa, o marco histórico faz parte de uma demonstração de tecnologia que visa a transmitir vídeos e outros dados de largura de banda muito alta do espaço profundo – permitindo futuras missões humanas além da órbita da Terra. A demonstração transmitiu o vídeo de teste de 15 segundos por meio de um instrumento de última geração chamado transceptor laser de voo. O sinal de vídeo levou 101 segundos para chegar à Terra, enviado na taxa de bits máxima do sistema de 267 megabits por segundo (Mbps).

 


21/12/2023:  Biofábrica Amazônica / Novo Museu Arqueológico / Cabo Submarino / Envio de Dados / 5G Brasileiro


Uma comunidade extrativista da Amazônia tem três domos geodésicos alimentados por energia solar que abrigam um laboratório de produção de chocolates finos. O Laboratório Criativo da Amazônia (LCA) é um projeto operado pelo Instituto Amazônia 4.0, que roda a região preparando comunidades tradicionais para a produção de derivados do cacau e do cupuaçu a partir de princípios sustentáveis. A ideia é funcionar como um protótipo de biofábrica, que capacite a população e teste a viabilidade de um novo modelo de negócio para essas localidades, relata o Deutsche Welle. Durante o curso, os participantes fazem a prototipação 3D dos produtos, podem desenhar e criar uma barra única, com orientação de chocolateiros profissionais. A atividade industrial na Amazônia é uma tarefa árdua. A região tem um histórico de falta de energia, a água potável é escassa e há os desafios de comunicação e logística. “Antes seria uma utopia querer uma economia de valor agregado na Amazônia. Mas as tecnologias da 4ª revolução industrial tornaram isso possível”, afirma Ismael Nobre, diretor do instituto. A energia solar tem se tornado mais barata, filtros para água estão mais acessíveis e redes de satélite permitem que a internet na floresta seja tão boa quanto na cidade. O objetivo do Laboratório Criativo é criar condições para uma mudança permanente. O passo seguinte seria a introdução das ‘biofábricas 4.0’, versões maiores dos laboratórios, no mesmo estilo autossuficiente, mas com maior capacidade de produção. Um diferencial seria a rastreabilidade de ponta a ponta, que traria segurança ao investidor. Com a produção parametrizada e rastreada e o auxílio das plataformas de comércio eletrônico, a escala e o acesso à mercados tornam-se mais amplos.

 

Presidente Epitácio vai ganhar um museu dedicado ao acervo arqueológico revelado pelas escavações na região. Em novembro, a prefeitura assinou um contrato com a Caixa Econômica Federal, que irá ajudar a financiar a construção do Museu Arqueológico e Histórico do Oeste Paulista (MAHOP). A CEF irá prover R$ 9,4 milhões e a prefeitura, R$ 2,29 milhões, informa o Jornal da Unesp. A maior parte do acervo do MAHOP, de 11 mil peças, foi desenterrada em um sítio arqueológico em cujo território o museu será erguido. Haverá também material de 38 escavações no oeste do Estado. Além de exposições fixas e temporárias, a instituição terá um centro de pesquisas nas áreas geoambientais. A ideia é atrair pesquisadores de diferentes formações, em especial nas áreas de Engenharia Ambiental, Geologia e Ciências Ambientais. O museu também propiciará estágio e monitoria aos alunos do curso de Geografia da Unesp de Presidente Prudente e de Turismo do campus de Rosana. Segundo a arqueóloga Rosângela Thomaz, da Faculdade de Engenharia e Ciências da Unesp, o projeto prevê recursos como um piso translúcido, que permitirá visualizar o solo, além de informações sobre as peças por meio de gadgets.

 

O Viking Link é o maior cabo elétrico terrestre e marítimo entre países. Seus mais de 765 km transportam eletricidade pelo fundo do mar da Dinamarca até o Reino Unido, uma obra de engenharia que superou muitos desafios, destaca a BBC News Brasil. Um deles foi atravessar o Mar do Norte, um dos mares menos profundos do mundo. As medidas de proteção contra possíveis danos ou sabotagens foram fundamentais. O cabo, que pesa 40 kg por metro, vai começar a funcionar em capacidade máxima no final deste mês e transportará a energia produzida em parques eólicos de ambos os países. O Viking Link é uma ‘superestrada elétrica’ que atravessa o Mar do Norte. A construção começou em 2019. O cabo de transmissão elétrica é feito de cobre, aço, papel e plástico e fica enterrado no fundo do mar. O custo é de US$ 2,3 bilhões. Uma vantagem do projeto, segundo especialistas, é a diferença de horário entre os dois países, que faz com que os picos de utilização de energia ocorram em momentos diferentes. Embora seja impressionante, o Viking Link não será o cabo mais longo de sua classe por muito tempo. A planejada ligação elétrica Austrália-Ásia conectará Darwin, a capital mais ao norte da Austrália, com a Indonésia e Cingapura, com extensão de 4,2 mil km. Os oceanos estão cheios de cabos submarinos. Estimam-se mais de um milhão de km de cabos instalados. Em 2017, Microsoft, Facebook e a empresa de infraestrutura de telecomunicações Telxius concluíram o cabo submarino Marea, que atravessa o Oceano Atlântico a mais de 5 mil metros de profundidade, ligando Virginia Beach, nos EUA, a Bilbao, na Espanha.

 

Um vídeo, apresentando um gato malhado laranja chamado Taters, foi enviado há 31 milhões de quilômetros de distância pela demonstração de comunicações a laser da Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa), registrando um marco histórico. No vídeo de teste, o felino brincalhão, agora famoso também fora da Nasa, aparece perseguindo um ponto de laser em uma gravação de 15 segundos. Trata-se do experimento de comunicações ópticas do espaço profundo da agência que transmitiu um streaming de vídeo de ultra-HD em 11 de dezembro deste ano a partir de um recorde de 31 milhões de quilômetros, o que representa cerca de 80 vezes a distância entre a Terra e a Lua, descreve a Época. Conforme a Nasa, o marco histórico faz parte de uma demonstração de tecnologia que visa a transmitir vídeos e outros dados de largura de banda muito alta do espaço profundo – permitindo futuras missões humanas além da órbita da Terra. A demonstração transmitiu o vídeo de teste de 15 segundos por meio de um instrumento de última geração chamado transceptor laser de voo. O sinal de vídeo levou 101 segundos para chegar à Terra, enviado na taxa de bits máxima do sistema de 267 megabits por segundo (Mbps).

 

A velocidade de download da rede 5G do Brasil aumentou 1,4 vezes ao longo de 2023, em comparação a 2022. Isso colocou o país na quinta posição numa lista com os dez países que tiveram melhor desempenho em 5G no ano. É o que mostram os dados de um relatório da Ookla Speedtest. Assim, o país segue o exemplo de líderes globais em 5G, como os Emirados Árabes Unidos e a Coreia do Sul, que atualmente ostentam as velocidades médias de download 5G mais rápidas do mundo, segundo o levantamento. A ativação das redes 5G no país, em julho de 2022, é considerada um “momento transformador” pela Ookla. Além disso, o leilão de espectro 5G de 2021 no Brasil foi um divisor de águas, gerando R$ 47,2 bilhões em investimentos. As expectativas para o futuro são otimistas, com a previsão de crescimento contínuo e um próximo leilão de espectro que promete impulsionar ainda mais o Brasil no cenário tecnológico. À medida que o Brasil continua a expandir sua rede 5G, espera-se que mais cidadãos e empresas se beneficiem das oportunidades oferecidas por essa tecnologia, explica o Olhar Digital.

 


20/12/2023:  Biocarvão de Cana / Telha Adaptativa / Trem-bala / Guarda-sol Planetário / Plástico Sustentável


O arsênio é um elemento químico potencialmente tóxico, presente em rochas e minerais. Em razão de atividades industriais e de mineração, sua exploração concentra-se na superfície, o que pode contaminar solos e água. A exposição ao arsênio causa problemas respiratórios, cognitivos, diferentes tipos de câncer e até morte em humanos e animais. Para reduzir a contaminação por arsênio, pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da USP, em parceria com a North Carolina State University e o National Institute of Environmental Health Sciences dos EUA, desenvolveram um biomaterial capaz de reter o elemento em solos contaminados. No estudo foi utilizado o biocarvão orgânico para filtrar o contaminante e observou-se diferentes resultados de retenção, de acordo com a temperatura em que o material foi produzido, reporta o Jornal da USP. O biocarvão é um material de origem animal ou vegetal — no caso do estudo, a cana-de-açúcar — feito a partir de condições específicas de queima (pirólise), em que são controladas temperatura, quantidade de oxigênio e duração de queima. Em vez de virar cinzas, o material é queimado sem a presença de oxigênio e a estrutura é preservada. Segundo o pesquisador Matheus Bortolanza, a pesquisa trabalhou com a pirólise de biocarvões em três temperaturas: 350°, 550° e 750° Celsius, que muda a forma e intensidade de retenção do arsênio presente no solo. O biomaterial foi testado em solo com contaminação real, que passa por ciclos de alagamento e drenagem. Esses ciclos podem afetar as espécies do arsênio, já que provocam transferência de elétrons. Essas alterações podem torná-lo mais tóxico. O biocarvão foi capaz de reter as espécies inorgânicas e orgânicas (extremamente tóxicas) de arsênio do solo e possivelmente impedir que microrganismos produzam a forma orgânica do contaminante.

 

O pesquisador Charles Xiao e colegas da Universidade da Califórnia  criaram uma telha adaptativa que pode reduzir as contas de aquecimento no inverno e de resfriamento no verão sem a necessidade de eletrônicos. Como é modular, o material também pode ser usado como um ladrilho para o revestimento de paredes, destaca Inovação Tecnológica. “Alterna entre um estado de aquecimento e de resfriamento, dependendo da temperatura,” disse Xiao. A temperatura-alvo, de 18 °C, foi escolhida com base nas condições climáticas do Hemisfério Norte, mas pode ser alterada para a temperatura de outras regiões. Os protótipos têm dez centímetros quadrados e funcionam como dispositivo termorregulador, uma superfície que pode alterar propriedades térmicas. Os testes demonstraram redução no consumo de energia para resfriamento de 3,1 vezes e na energia para aquecimento de 2,6 vezes no cotejo com dispositivos sem comutação cobertos com revestimentos reflexivos. O coração desse termorregulador é um motor de cera, que converte energia térmica em mecânica. Com base na mudança no volume da cera em resposta às temperaturas, o motor de cera cria uma pressão que move peças mecânicas. Esses dispositivos são encontrados em aparelhos como máquinas de lavar roupas e aplicações na indústria aeroespacial. No caso da telha, o motor de cera pode empurrar ou retrair pistões que fecham ou abrem persianas. Em temperaturas mais frias, quando a cera está sólida, as venezianas são fechadas e planas, expondo a superfície que absorve a luz solar e minimiza a dissipação de calor. Quando as temperaturas atingem 18 °C, a cera começa a derreter e a expandir-se, abrindo as persianas e expondo a superfície que reflete a luz solar e emite calor.

 

O podcast ‘BBC Lê’, da BBC News Brasil, conta como um engenheiro solucionou um problema do trem-bala japonês quando atingia velocidade de 270 km/h. Toda vez que o trem saía de um túnel, fazia um barulho que podia ser ouvido a 400 metros de distância. O veículo comprimia o ar dentro do túnel e, quando saía, produzia uma explosão sonora. Para a sorte da Japan Railway West, um de seus engenheiros tinha um hobby que seria crucial para resolver a questão. O engenheiro Eiji Nakatsu, observador de pássaros, encontrou uma solução inspirada no voo do martim-pescador. Quando a ave mergulhava em alta velocidade, saindo do ar, ambiente de pouca resistência, para outro 800 vezes mais denso, a água, quase não espirrava líquido. O segredo está na forma aerodinâmica do bico. Nakatsu projetou vários protótipos da parte dianteira do trem e o que fez menos barulho no teste foi o que se parecia com o bico do martim-pescador. Outro fator que contribuía para o ruído era o pantógrafo, mecanismo articulado na parte superior que transmite energia elétrica. O ar que passava pelo pantógrafo era deslocado, formando os chamados vórtices de Karman, padrões em redemoinho. Nakatsu projetou um pantógrafo inspirado na forma das penas da coruja, conhecida pelo voo silencioso. As penas têm bordas irregulares que fragmentam o fluxo de ar que passa sobre elas, reduzindo o som. O engenheiro também redesenhou a base do pantógrafo. Ele criou um novo modelo com base no abdômen liso de uma espécie de pinguim da Antártida, o pinguim-de-adélia, que desliza com uma resistência mínima na água. O trem-bala Shinkansen 500, projetado por Nakatsu, conseguiu alcançar velocidade de 320 km/h sem exceder o limite de 70 decibéis estabelecido pelo governo para áreas residenciais. Duas décadas depois, essa versão do trem-bala é citada como um dos melhores exemplos de inovação inspirada na natureza ou biomimética, conceito que propõe aprender com as formas da natureza, seus processos e ecossistemas.

 

Cientistas da Planetary Sunshade Foundation formaram um grupo de trabalho para estudar e promover a ideia de colocarmos um guarda-sol espacial para ajudar a combater as mudanças climáticas. Os pesquisadores afirmam que a missão é possível já com a tecnologia que temos hoje. Segundo eles, seria utilizado o sistema de velas solares da NASA, a Agência Espacial Americana. A megaestrutura seria montada aqui na Terra e lançada ao espaço. O restante teria de ser ajustado em órbita. Uma vez instalado, segundo os cientistas, ele poderá refletir a luz solar, diminuindo a intensidade da radiação a que somos expostos, explica o Olhar Digital. Para Morgan Goodwin, diretor-executivo da Planetary Sunshade Foundation, o combate ao aquecimento global deve se apoiar em um tripé: redução das emissões dos gases do efeito estufa; remoção de dióxido de carbono; e controle da radiação solar – o guarda-sol entra neste último tópico.

 

Na terça-feira (19), a Blue Origin, empresa de transporte espacial do bilionário Jeff Bezos, lançou com sucesso o foguete New Shepard. A missão, chamada NS-24, não transporta tripulação. Se limita a experiências científicas, mais da metade desenvolvidas com o apoio da NASA. A empresa, porém, utiliza esse foguete para voos de turismo espacial e já transportou 31 pessoas em viagens de poucos minutos, incluindo o próprio Bezos. Segundo o anúncio feito pela empresa, a nave leva também 38 mil cartões postais de uma ONG voltada para educação. Este é o décimo voo planejado do New Shepard, veículo totalmente reutilizável, cujo propulsor foi projetado para pousar na vertical após um lançamento bem-sucedido no espaço. O g1 lembra que o último voo deles aconteceu em setembro de 2022 e terminou com queda da nave por conta de um problema no motor.

 


19/12/2023:  ‘Carro Voador’ Autônomo / ‘Celular Seguro’ / Adubos de Girassol / IA em Mercedes / Plástico Sustentável


A empresa brasileira Gohobby anunciou a chegada oficial do EHang 216-S ao Brasil, uma Aeronave de Decolagem e Aterrissagem Vertical Elétrica (eVTOL). O veículo é um dos que não precisam de piloto a bordo, funcionando quase como um drone. O carro voador da EHang é pilotado remotamente por meio de um sistema inteligente — o piloto planeja, executa, monitora e assume o controle do voo a partir do solo. Possui capacidade máxima de 220 kg e transporta duas pessoas em viagens de curta distância, relata Olhar Digital. Embora lembre um drone, o 216-S se diferencia pelos sistemas e recursos de segurança integrados, que seguem os da aviação convencional. O eVTOL chinês possui 12 baterias independentes, responsáveis pela autonomia de 30 km com carga, e 16 motores que permitem velocidade máxima de até 130 km/h. l. As primeiras unidades devem começar a circular a partir de 2024. O EHang 216-S tem 5,73 metros de largura e 1,93 metro de altura e 620 kg no peso máximo de decolagem. Com decolagem e pouso vertical, o carro voador não depende de pistas de pouso. A EHang recebeu em outubro a autorização para o tipo de aeronavegabilidade na China.

 

Começa a funcionar na quarta-feira (20) o aplicativo que inutiliza celulares extraviados, seja por furto, roubo ou perda do aparelho. O Ministério da Justiça e da Segurança Pública lançará a tecnologia em transmissão no YouTube nesta terça (19), informa O Tempo. O ‘Celular Seguro’ bloqueará todas as funções de maior risco do smartphone com um botão de emergência. O dono do celular poderá escolher pessoas de confiança para conceder acesso à função de bloqueio. A pasta firmou parceria com Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e ABR Telecom, que fica encarregada de receber as comunicações enviadas pelo usuário para bloqueio até um dia útil após a comunicação. Na quarta, às lojas oficiais da Apple e do Google disponibilizam o app. O acesso à plataforma Celular Seguro será feito a partir do sistema gov.br, com CPF e senha. O primeiro passo será adicionar pessoas de confiança, com nome completo, CPF, telefone e e-mail do contato. As pessoas de confiança passarão a visualizar o celular cadastrado no aplicativo. Pelo ícone do smartphone registrado terão acesso ao botão de emergência. O próprio dono do celular poderá bloqueá-lo pela internet, a partir do sistema gov.br. As entidades participantes prometem bloquear todas as contas vinculadas ao dispositivo extraviado em até dez minutos.

 

Um estudo conduzido em áreas de agricultura familiar em Nova Odessa e Mogi Mirim revelou que is adubos verdes de girassol e trigo mourisco podem ampliar a oferta de recursos florais na meliponicultura integrada aos sistemas agroecológicos. “A pesquisa avaliou a densidade de plantas e o período de florescimento das culturas, em cultivo solteiro e consorciado, concentrando-se nas propriedades da Cooperativa da Agricultura Familiar e Agroecológica, em Nova Odessa e Americana, e no Sítio Oliveira, no Assentamento Estadual Vergel, em Mogi Mirim”, explicou o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente Joel Queiroga, destaca o Canal Rural. O trigo mourisco destacou-se ao oferecer um período mais longo de florescimento quando comparado com o girassol e abundância de flores atrativas para as abelhas, especialmente as mandaguaris. A integração do girassol e trigo mourisco como adubos verdes manteve a densidade de plantas e ampliou o período e a diversidade de recursos florais disponíveis às abelhas-sem-ferrão. No período chuvoso, as flores do trigo mourisco demonstraram ser atrativas às abelhas mandaguaris, sugerindo potencial promissor como fonte alimentar para essas abelhas na meliponicultura. O analista da Embrapa Meio Ambiente Waldemore Moriconi ressaltou que o estudo aponta a versatilidade do girassol, cujas inflorescências atraem uma variedade de abelhas nativas, incluindo as abelhas-sem-ferrão.

 

Em janeiro, a Mercedes-Benz irá apresentar a nova versão de seu assistente virtual, o MBUX, que terá integração com inteligência artificial. A revelação completa da tecnologia acontecerá durante a CES 2024, feira anual de produtos elétricos de consumo realizada em Las Vegas, Estados Unidos. Como descreve a montadora, o recurso avançado de IA irá combinar os sistemas inteligentes do MBUX numa única entidade e apresenta uma nova face expressiva ao cliente com interação natural e fará parte do sistema operacional da Mercedes-Benz (MB.OS). Com o assistente virtual acionado pelo comando de voz “Ei, Mercedes”, o sistema promete uma experiência hiperpersonalizada e intuitiva para os proprietários de carros da empresa.  A  empresa explica ainda que a atualização do recurso proporcionará uma dimensão visual totalmente nova com gráficos de mecanismo de jogo de alta resolução da Unity, descreve o Olhar Digital.

 

Como encontrar substitutos sustentáveis para filmes plásticos? Foi com essa pergunta que pesquisadores da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, iniciaram um estudo para encontrar uma alternativa natural e segura aos polímeros à base de petróleo, que compõem os plásticos atualmente. Nessa missão, eles buscaram matéria prima em componentes do oceano, como algas e crustáceos. Para criar uma alternativa ao plástico filme, os pesquisadores utilizaram uma combinação de quitosana e agarose. A primeira é biopolímero presente nas cascas de animais do oceano, como crustáceos. É ela que faz com que a estrutura do corpo desses seres vivos sejam resistentes e duras. Já a agarose é um biopolímero extraído de algas marinhas, muito comum na produção de géis. Eles reforçaram os filmes de agarose com material chamado de colóide dendrítico macio. Isso consiste em um tecido de quitosana com ramificações muito pequenas, em nano níveis. Dessa forma, fornece resistência e estabilidade ao filme de agarose – tornando a combinação dos dois compostos ideal. Segundo o estudo publicado, as partículas de quitosana também possuem carga oposta à agarose. Assim, quando misturadas, elas se neutralizam e tornam o material mais resistente à água. Além disso, os plásticos filmes de biopolímeros são resistentes à Escherichia coli, uma bactéria comum e bastante estudada, detalha o gizmodo.

 


18/12/2023:  Dirigível Híbrido-Elétrico / Programa Espacial Brasileiro / Roupas Tecnológicas / Árvore Artificial / Biossimbiótica


A Honeywell, fabricante americana de serviços de engenharia e sistemas aeroespaciais, desenvolveu um gerador de 1 megawatt que ajudará a alimentar um novo dirigível híbrido-elétrico projetado para transportar cargas de 60 toneladas. A empresa franco-canadense Flying Whales integrará o novo gerador, relata Aeroflap. O sistema de propulsão combina o gerador Honeywell e um motor de turbina convencional para criar um trem de força combinado de 4 megawatts. Tanto o gerador quanto o motor a jato podem funcionar com combustível de aviação sustentável (SAF). O gerador de 1 MW da Honeywell é o primeiro projetado para atender aos requisitos específicos de aeronaves elétricas e híbridas-elétricas, disse Cristian Anghel, pesquisador da Honeywell Aerospace. Anghel faz parte da equipe que trabalha no gerador de 1 megawatt desde o início do programa, há mais de uma década. O novo gerador pode ser usado para recarregar as baterias que alimentam os motores elétricos de uma aeronave e como o próprio motor para acionar hélices. O dirigivel LCA60T foi projetado para recolher grandes cargas de madeira em locais de difícil acesso. A flexibilidade se deve à capacidade de transportar cargas suspensas abaixo da aeronave ou no compartimento de carga de 96 metros de comprimento, 8 metros de largura e 7 metros de altura. Possui recursos de flutuação estacionária para carregar e descarregar cargas em áreas remotas. Com 200 metros de comprimento, é sustentado por dez células de hélio não pressurizadas. A Flying Whales pretende voar o primeiro LCA60T em 2025 e planeja fabricar 150 aeronaves nos próximos dez anos.

 

Duas empresas de São José dos Campos foram selecionadas para construir lançadores de satélites para a Agência Espacial Brasileira (AEB). O contrato de R$ 370 milhões foi firmado com dois consórcios compostos por quatro empresas ― cada um ficará responsável pela produção de um lançador, informa o g1. Entre as oito empresas, duas são de São José. O objetivo do projeto é construir ‘Veículos Lançadores de Pequeno Porte’ para lançar nano satélites em órbita terrestre baixa. O edital prevê prazo de três anos para construção. Todo o processo tecnológico será nacional, desde o satélite até o lançamento. Isso faz com que o programa espacial brasileiro se torne mais relevante no contexto mundial, já que o Brasil ainda não tem veículos capazes de lançar tais satélites. Na prática, proporciona maior entendimento das mudanças climáticas. Outro ganho é com sistemas de GPS e internet, que usam dados de satélites como os que serão lançados pelos veículos. Os foguetes, considerados de porte pequeno, terão 12 metros de altura e serão capazes de carregar até 30 quilos.

 

Sentado diante de uma bancada do laboratório, o engenheiro têxtil André Correa Marcilio junta as pontas de dois fios de algodão em uma pequena lâmpada, que acende. O segredo está nas partículas de carbono e prata condutoras de eletricidade impregnadas nos fios. Diretor da AG Têxtil, fabricante de tecidos especiais de Americana, Marcilio conta que planeja utilizar os fios de algodão condutores de energia para fazer uma almofada capaz de funcionar como controle remoto. Ela terá botões bordados sensíveis ao toque que permitirão, por exemplo, comandar uma smart TV, relata Tilt. Os fios especiais enrolados em um novelo são parte de um campo da engenharia têxtil, a eletrônica vestível. O objetivo da empresa é desenvolver e produzir tecidos ou películas flexíveis capazes de conduzir eletricidade, da mesma forma que os fios convencionais de cobre. A AG Têxtil fabrica uma bolsa de praia com uma bateria e uma antena bluetooth que pode se conectar ao celular e reproduzir música em um alto-falante embutido na bolsa. Outro exemplo vem do Centro de Componentes Semicondutores e Nanotecnologias da Unicamp: uma película flexível de nanografite combinado com silicone com propriedades condutoras, usada na palmilha de uma bota, com a qual se pretende aquecer os pés de quem trabalha sob temperaturas baixas, como frigoríficos. A inovação está em fase de licenciamento para uma empresa, que pretende fabricá-la em escala comercial.

 

A montadora chinesa BYD lançou na sexta-feira um novo laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de painéis solares em Campinas. É a primeira empreitada do tipo na América Latina, com investimento de R$ 65 milhões para estudar o ciclo de produção de módulos fotovoltaicos – o que envolve analisar sua principal matéria-prima, o minério de silício, reporta Invest News. A empresa também anunciou que vai trazer em 2024 ao Brasil o ‘Battery Service Center’, braço que dará suporte para os produtos que utilizem baterias da BYD no país e na América Latina, assim como comercializar carregadores rápidos para carros elétricos. Instalada no Brasil desde 2014, a companhia tem três fábricas: uma unidade de montagem de chassis de ônibus 100% elétricos (Campinas), outra para a produção de baterias veiculares (Manaus), além de um complexo industrial – que pertenceu à Ford – em Camaçari (BA). “Campinas e Camaçari serão o Vale do Silício brasileiro”, afirmou Stella Li, CEO da montadora nas Américas, acrescentando que, além de empregos nas regiões, a companhia almeja oferecer bolsas de estudos para universitários. A BYD tem parcerias com universidades públicas, como Unicamp, UFSC e Unesp. A executiva disse que a marca vai abrir mais de 100 concessionárias em 2024, estratégia que visa a aumentar as vendas de carros elétricos no país, assim como de carregadores de bateria e kits de energia solar.

 

A empresa americana New World Wind desenvolveu uma tecnologia que combina energia eólica e solar em uma única estrutura. A microturbina eólica em forma de árvore possui folhas giratórias complementadas com painéis solares, garantindo um processo contínuo de produção de energia, relata Um Só Planeta. A Aeroleaf Hybrid foi inspirada na própria natureza, para se integrar harmoniosamente à paisagem urbana, diferentemente das placas solares e turbinas eólicas convencionais. O primeiro exemplar foi instalado em Birmingham, no Reino Unido, em outubro, e já demonstrou capacidade de produzir simultaneamente energia eólica e solar. Uma única ‘folha’ é capaz de produzir 336 watts. A empresa oferece três tamanhos de Aeroleaf Hybrid – Wind Tree, Wind Palm e Wind Bush. As cores podem ser alteradas, incluindo troncos, galhos e folhas. O equipamento pode receber lâmpadas LED para funcionar como um poste de luz, carregadores para carros elétricos ou portas USB para que as pessoas carreguem seus eletrônicos.

 

Pesquisadores da Universidade do Arizona construíram um aparelho vestível que consegue enviar dados a até 24 km de distância, cerca de 2.400 vezes mais longe do que é possível com um roteador de Wi-Fi, reporta Inovação Tecnológica. O sistema usa uma rede de longa distância de baixo consumo de energia ou LPWAN (Low Power Wide Area Network), que oferece 2.400 vezes a distância do Wi-Fi e 533 vezes a do Bluetooth. Juntamente com a implementação desse protocolo, os pesquisadores desenvolveram circuitos e uma antena, que é uma espécie de grade que se integra ao dispositivo. Esses recursos eletromagnéticos, eletrônicos e mecânicos permitem enviar dados a um receptor a longa distância. O dispositivo possui um sistema de recarga de baterias à distância, com alcance de mais de 2 metros. A equipe chama a tecnologia de ‘biossimbiótica’, o que significa que é impressa em 3D e personalizada para se ajustar ao usuário. Usada na parte inferior do antebraço, a ‘malha’ permaneceu no lugar mesmo durante exercícios físicos, e garantiu uma coleta de dados de alta qualidade. “Nosso dispositivo permite uma operação contínua durante semanas devido ao seu recurso de transferência de energia sem fio para recarga sem interação” disse o pesquisador Max Farley.

 

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