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Acesso em 01/07/2025 às 05h42.

Área Tecnológica na Mídia – 16 a 20/10/2023

Confira as notícias da semana

20 de outubro de 2023, às 14h55 - Tempo de leitura aproximado: 26 minutos

Área Tecnológica na Mídia

 


20/10/2023: Purificadores de Ar / Inteligência Artificial / Tinta Viva


O governo brasileiro enviou para a Faixa de Gaza, na segunda-feira (16), 40 purificadores de água portáteis. O equipamento coleta água contaminada de rios, lagos e poços, e a transforma em potável. O tonel também é capaz de coletar água da chuva e tratá-la. Para funcionar, o purificador depende de energia elétrica convencional ou alternativa. Para isso, uma placa solar é acoplada ao equipamento. Cada purificador tem capacidade de tratar 5.760 litros de água por dia, ou seja, quatro litros por minuto. A estimativa é de que os 40 purificadores atendam 13,5 mil pessoas por dia. Por ser leve, aproximadamente dez quilos, pode ser transportado facilmente para pontos diferentes num mesmo dia. Cada purificador custa, em média, R$ 9,7 mil. O dispositivo foi desenvolvido no Brasil em 2018, com apoio técnico de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), revela a CNN.

 

A Amazon está introduzindo uma série de novos recursos de inteligência artificial e robótica em suas operações dos centros de distribuição para reduzir os tempos de entrega e identificação de estoque. A empresa afirma que o novo sistema de robótica, Sequoia, foi projetado para oferecer velocidade e segurança. Ele permite que a empresa coloque itens à venda em seu site com mais rapidez e possa prever com mais facilidade as estimativas de entrega, disse o diretor de tecnologia de armazenamento robótico da Amazon, David Guerin, segundo matéria do site Mercado & Consumo. O novo programa, lançado esta semana em um dos armazéns em Houston, deve reduzir o tempo necessário para atender pedidos em até 25% e identificar e armazenar o estoque até 75% mais rápido. A empresa busca o que é conhecido como o “santo graal” da robótica: máquinas tão hábeis, rápidas e adaptáveis quanto humanos. Ainda não está claro como o novo sistema afetará o número de funcionários da empresa, mas ela afirma que a automação e a robótica não devem eliminar empregos.

 

Uma tinta inovadora, contendo bactérias produtoras de oxigênio, promete embelezar e proteger objetos e prédios e ainda capturar dióxido de carbono (CO2), contrapondo-se às emissões de gases de efeito estufa produzidos pelo homem, começa matéria publicada pelo site Inovação Tecnológica. E, apesar de seu componente biológico, Suzanne Wilson e seus colegas da Universidade de Surrey (Reino Unido) afirmam que a tinta – que a equipe chama de biorrevestimento – é resistente o suficiente para ser usada em ambientes extremos, inclusive no espaço. Biorrevestimentos são um tipo de tinta à base de água que envolve bactérias vivas ultrarresistentes em camadas. Além de capturar carbono, essas finas camadas também podem servir como biorreatores ou como biossensores. O material desenvolvido agora, batizado de “Tinta Viva Verde”, emprega a Chroococcidiopsis cubana, uma bactéria que faz fotossíntese captando CO2 para produzir oxigênio. A espécie é geralmente encontrada no deserto e precisa de muito pouca água para sobreviver – ela é, na verdade, classificada como um extremófilo, um ser que consegue sobreviver a condições extremas.

 


19/10/2023: Mármore travertino romano / Pseudogravidade / Observatório Submarino / Carros Solares


Um dos principais edifícios em mármore travertino romano no Centro de São Paulo é o Edifício Matarazzo, conhecido como Banespinha. Construído em 1939, foi projetado pelo arquiteto italiano Marcello Piacentini para ser a sede das Indústrias Matarazzo, e têm a fachada e o hall interno revestidos de travertino. O Obelisco do Ibirapuera, o maior monumento da cidade, com 72 metros de altura, é constituído externamente de travertino romano e o interior tem, além do travertino romano, o mármore carrara. Para conhecer mais sobre a utilização do travertino romano no patrimônio foi disponibilizado um StoryMaps no site do Geohereditas, Núcleo de Apoio à Pesquisa em Patrimônio Geológico e Geoturismo, no Instituto de Geociências (IGc) da USP. O roteiro mostra a importância dessa rocha sedimentar. O Coliseu Romano, construído entre os anos 70 e 80 a.C., com mais de 100 mil m², tem cerca de 200 mil blocos de travertino romano, demonstrando a alta durabilidade do material, relata o Jornal da USP. O travertino é uma rocha carbonática continental, precipitada quimicamente e formada em nascentes, infiltrações, córregos, rios e, ocasionalmente, em lagos. É constituído por calcita e aragonita e tem cor bege clara, com cavidades que formam faixas. Travertino é um termo em italiano, derivação de ‘lapis tiburtinus’, que significa ‘pedra de Tibur’ em latim – Tibur é um nome antigo da atual cidade de Tívoli, a 30 km de Roma.

 

Cientistas conseguiram influenciar o comportamento da luz, fazendo reagir como se estivesse sujeita à gravidade, fenômeno previsto pela teoria da relatividade de Albert Einstein. Isso levanta a possibilidade de que não seja preciso um corpo celeste tão massivo como uma galáxia ou um buraco negro para criar as curvaturas na luz observadas em lentes gravitacionais, relata Engenharia é. O pesquisador Kanji Nanjyo e colegas da Universidade de Tohoku, no Japão, demonstraram que é viável criar pseudogravidade por meio de cristais fotônicos, estruturas artificiais criadas mediante ranhuras ou perfurações em materiais semicondutores ou arranjando periodicamente materiais com diferentes propriedades. Esses cristais são projetados para direcionar a luz, agindo como controladores de tráfego luminoso, permitindo simular os efeitos da gravidade. A equipe introduziu distorções na rede de cristais fotônicos, provocando mudanças na banda fotônica e resultando na trajetória curva do feixe de luz, similar ao desvio causado por corpos celestes massivos, como buracos negros. O protótipo, composto por um cristal de silício distorcido, demonstrou com sucesso a deflexão de ondas terahertz. A descoberta, que permite a criação de pseudogravidade usando cristais fotônicos fabricados com técnicas da indústria, possui implicações na óptica, fotônica, ciência dos materiais e pode impactar o desenvolvimento do 6G.

 

Cientistas da China anunciaram que vão construir o primeiro telescópio de neutrinos em mar profundo. O maior observatório submarino do mundo ficará no Mar da China Meridional, no Oceano Pacífico, e poderá descobrir a origem dos raios cósmicos, reporta a Galileu. O Trident (Telescópio de Neutrinos em Águas Profundas Tropicais) faz parte de uma iniciativa liderada pela Universidade Jiao Tong, de Xangai. Os planos de construção foram detalhados na revista Nature Astronomy. O observatório, que será o maior detector de neutrinos do mundo, ficará ancorado no leito do mar, a 3,5 km de profundidade, e escaneará a água circundante em busca dos flashes de luz gerados quando neutrinos cósmicos colidem com moléculas de água. Os neutrinos estão entre as partículas subatômicas mais abundantes no universo, com centenas de trilhões emanando do Sol e passando por nossos corpos a cada segundo. Esses ‘viajantes fantasmas’ vagam eletricamente neutros pelo cosmos. “Os neutrinos, conhecidos pela capacidade de penetrar a matéria, podem escapar de eventos cósmicos intensos, como explosões de supernovas e erupções de buracos negros”, conta Jing Yipeng, líder do projeto. Segundo o cientista, isso torna essas partículas ideais para estudar os fenômenos do universo e da física fundamental. Os neutrinos também estão presentes nos raios cósmicos que bombardeiam constantemente a atmosfera da Terra.

 

Os ganhos previstos com a eletrificação dos transportes – carros e caminhões com motores elétricos, em vez de motores a combustão – podem não se concretizar totalmente se a eletricidade usada para carregar as baterias também não vier de fontes limpas ou renováveis, começa matéria do site Inovação Tecnológica. Para mensurar esse impacto, uma equipe de pesquisadores da França, Luxemburgo e Portugal decidiu estudar o impacto do uso de painéis solares integrados aos próprios veículos elétricos, recarregando suas baterias sem precisar plugar o carro na tomada. Além de reduzir as emissões de CO2 associadas à geração de eletricidade, a integração de módulos fotovoltaicos aos veículos elétricos permite reduzir os custos e a frequência de recarregamento das baterias. Ou seja, há benefícios para a natureza, para os donos dos carros e para a própria rede elétrica. Como esperado, o estudo também constatou que os locais mais favoráveis para veículos movidos a energia solar são cidades mais próximas ao Equador, mas há ganhos menores para geografias com menores níveis de insolação. As perdas associadas a sombreamentos na cidade ficam na ordem dos 25%, portanto relevantes, mas não impeditivos para a disseminação em larga escala desta solução.

 

 


18/10/2023: Suporte para Navios / Identificação de Contaminação / SNCT / Caju e Hidrogênio / Amônia Verde / Investimento em Tecnologia


Manobrar um navio de grande porte é uma tarefa complexa e arriscada. Essas embarcações podem ter mais de 300 metros de comprimento e mais de 100 mil toneladas. Para auxiliar o trabalho dos práticos, profissionais que conduzem o navio aos portos, uma startup de São Paulo desenvolveu um equipamento portátil de alta precisão, com hardware e software integrados, que transmite informações em tempo real por meio de uma plataforma inteligente, reporta a Agência Fapesp. A Navigandi, especializada no desenvolvimento de equipamentos marítimos, criou o Orbis, um equipamento capaz de fornecer posicionamento, velocidade, taxa de guinada e aproamento. Possui receptor de dois canais que fornece informações provenientes de embarcações. O engenheiro André Seiji Sandes Ianagui, um dos fundadores da empresa, é pesquisador no Tanque de Provas Numérico, um laboratório que possui um centro de simulações para projetos e testes de embarcações e materiais. Na primeira fase, concluída em 2021, os pesquisadores desenvolveram o protótipo, que pesa pouco mais de um quilo. O equipamento possui precisão centimétrica: garante precisão de 0,01°no direcionamento da proa. “Na segunda fase, estamos refinando a parte do software de controle e trabalhando na requisição de todas as certificações internacionais necessárias. O principal desafio são as dificuldades técnicas relacionadas às imagens das cartas náuticas apresentadas pelo software”, explica o engenheiro.

 

Usar uma máquina de café espresso para detectar a presença de contaminação por petróleo em pescados foi a ideia inovadora de cientistas brasileiros, que ganhou reconhecimento internacional, destaca Um Só Planeta. O estudo é uma colaboração entre a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária no Rio Grande do Sul, e resultou em metodologia inédita para analisar a contaminação de pescado com petróleo. A técnica para identificar a contaminação usa máquinas de cápsula de café espresso adaptadas para extrair os contaminantes do pescado para a análise e teve atestado um alto índice de precisão e confiabilidade. O Ministério da Agricultura e Pecuária adotou como método para determinar a presença de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) em pescado. Segundo os autores do estudo, a metodologia já foi reconhecida por órgãos internacionais de controle sanitário, como o Departamento de Agricultura dos EUA e a International Spill Control Organization (ISCO). A criação do método teve acompanhamento da União Europeia. Com nível de confiança em 95%, já pode ser reproduzido por outras universidades e laboratórios.

 

A 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), maior evento de popularização da ciência no País, começou no dia 14 de outubro e vai até o dia 22 em escolas, universidades, museus, centros de pesquisa, parques e jardins botânicos. Com o tema ‘Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável’, o evento conta, neste ano, com a participação do Parque Cientec da USP nos dias 19, 20 e 21 de outubro, das 9h às 16h, destaca o Jornal da USP. Localizado na Água Funda, a programação do Cientec tem cerca de 40 atividades, como experimentos, jogos interativos, oficinas, cursos e palestras – todos com objetivo de mobilizar a população em torno da ciência, tecnologia e inovação. Entre os temas estão Arte e ciência no parque; Botânica em todo lugar; Brinquedos da física; Exposição sobre dinossauros; Microcósmico de gotas; Show de sombras coloridas e até Planetário. Há também o Passeio das abelhas, no qual é possível conhecer algumas espécies de abelhas nativas do Brasil.

 

Pesquisadores do Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal do Ceará (UFC) estão desenvolvendo, em parceria com a Universidade de Nápoles, um projeto que usa o bagaço de caju como matéria-prima para produção de hidrogênio, reporta o Ciclovivo. Atualmente, a principal maneira de produção do combustível é por meio da eletrólise, processo químico que requer alta demanda de água e energia. O método desenvolvido pelos pesquisadores é a produção biotecnológica, que consiste na conversão microbiológica de água e substratos orgânicos em hidrogênio. As vantagens dessa escolha são a utilização de matérias-primas renováveis e o processo ocorrer em temperatura ambiente e pressão atmosférica. A produção do bio-hidrogênio a partir do bagaço do caju é realizada com o uso de bactérias. Os bagaços de caju são lavados, secados, triturados e armazenados. Em um processo chamado de hidrólise, as moléculas são quebradas na presença da água, obtendo um meio rico em glicose e xilose (açúcares importantes para o crescimento microbiano). Esse meio é usado no processo fermentativo, realizado em reatores que avaliam a influência da luminosidade, da agitação, das fontes de carbono e das espécies de bactérias utilizadas. Daí, são acompanhados o volume dos novos gases produzidos e sua composição. A possibilidade de obtenção de outros produtos pelo bagaço de caju permite que os pesquisadores estudem a viabilidade de instalação de biorrefinarias.

 

A fabricante de fertilizantes Yara vai trocar o gás natural de origem fóssil por biometano em sua planta de Cubatão, onde fabrica amônia, que passa a ser ‘amônia verde’ ou ‘amônia de baixo carbono’, relata o Nova Cana, que reproduz reportagem do Estadão. O processo começa com 3% do total consumido e mira em 2030 para atingir 100%. A etapa de troca começa no primeiro semestre de 2024. A Yara é um dos maiores consumidores de gás natural no estado de São Paulo e o insumo responde por 80% do custo variável na produção da amônia. Com o biometano, a companhia estima que vai cortar 80% da emissão de gases de efeito estufa da unidade de Cubatão. O biometano será produzido pela Raízen e distribuído pela Comgás. A amônia é matéria-prima para fertilizantes nitrogenados e serve como combustível para trens e caminhões. É usada também como elemento de explosivos para mineração. Na fabricação da amônia, o gás é usado como combustível e como matéria-prima. A Yara usará biometano produzido a partir da vinhaça e da torta de filtro, subprodutos da fabricação de etanol. A fábrica da Raízen, em Piracicaba, está na fase final de conclusão. Na fábrica de Cubatão, o biometano terá suas moléculas divididas em metano, gás carbônico e impurezas. Do metano, separa-se o hidrogênio, que, combinado com nitrogênio, forma a amônia. O gás carbônico é capturado e fornecido para indústrias de alimentos e bebidas, como cerveja e refrigerantes. Também serve para a produção de gelo seco.

 

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), vai investir R$ 60 milhões na criação do Centro de Competência Embrapii em Tecnologias Quânticas. O Senai Cimatec, em Salvador, foi anunciado nesta terça-feira (17) como a instituição selecionada para liderar a iniciativa. Os recursos investidos são originários do Programa Prioritário IoT ― manufatura 4.0, do MCTI, no âmbito da Lei de Informática (Lei de TICs), informa o portal do governo federal. As tecnologias quânticas são uma nova área de conhecimento que vai ajudar a sociedade a solucionar problemas altamente complexos mediante novas formas de computação, comunicação e sensores. Entre as aplicações da tecnologia estão o desenvolvimento de novas fontes de energia limpa, monitoramento de mudanças climáticas no planeta, desenvolvimento de novas vacinas de forma mais rápida e precisa e segurança na comunicação de dados. O contrato com o Senai Cimatec será de 42 meses e prevê pesquisa e desenvolvimento em tecnologias quânticas, formação e capacitação de RH para atividades de PD&I (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação) e criação de um ambiente de inovação aberta para criação e atração de startups.

 


17/10/2023: MOQBA / Desenvolvimento de Bateria / Protocolo para Queijos / Bateria Natural / Pavimentação da Lua


A Suzuki vai apresentar na feira Japan Mobility Show 2023, que começa no dia 26, o MOQBA (‘Modular Quad Based Architecture’), um veículo modular compacto com quatro rodas e pernas articuladas que tem a capacidade de subir escadas sozinho, reporta o Olhar Digital. Essa função inclui pessoas que lidam com problemas de locomoção como público-alvo do equipamento. Assim como um quadriciclo comum, o veículo-conceito tem assento e guidão. O chassi fica conectado a um par de trilhos, cada um equipado com duas pernas articuladas e rodas. Além do uso para deslocamentos diários, o MOQBA também pode servir como cadeira de rodas ou até mesmo veículo de entregas. O design compacto permite trafegar em locais onde carros ou motocicletas não entram, característica útil em emergências.

 

A montadora Toyota fechou parceria com a petrolífera Idemitsu para desenvolver uma bateria de estado sólido (BES) que lancará entre 2027 e 2028. Ambas têm experiência em pesquisa de eletrólitos sólidos de sulfeto, fundamental no desenvolvimento de bateria de estado sólido de alto desempenho, destaca Petrosolgas. Na 1ª fase, o foco estará na aceleração do desenvolvimento de eletrólitos sólidos de sulfeto. O objetivo é aprimorar os materiais para garantir equilíbrio entre custo e qualidade. A 2ª fase será marcada pela operação de uma planta-piloto pela petrolífera; a Toyota avançará na pesquisa de BES e veículos elétricos compatíveis com a tecnologia. Na 3ª fase, a parceria se concentrará nas possibilidades de produção em massa. A bateria de estado sólido interessa à indústria automobilística pelo potencial de carregamento mais curto, maior autonomia e capacidade. Um dos principais obstáculos é a tendência das BES de desenvolver fissuras devido à repetição de carga e descarga. As empresas vão investir no desenvolvimento de um material resistente a rachaduras. A principal diferença entre as BES e as baterias tradicionais está na tecnologia dos eletrólitos: as convencionais usam eletrólitos líquidos ou gelificados para conduzir a corrente elétrica; as BES usam materiais sólidos, que resultam em carregamento mais curto e maior capacidade de armazenamento de energia.

 

Integrantes da Rede de Pesquisa em Queijos Artesanais Brasileiros (Repequab) desenvolveram um protocolo analítico para padronizar pesquisas científicas que visam avaliar a segurança microbiológica de queijos artesanais produzidos com leite cru e maturados em 60 dias. Solicitado pela Associação Paulista de Queijos Artesanais (APQA), o protocolo, que inclui etapas de aplicação de checklist para qualificação do risco do produto/processo produtivo e a realização de análises microbiológicas, foi publicado na Revista de Segurança Alimentar e Nutricional, reporta a Agência Fapesp. A ideia é balizar produtores e órgãos de inspeção sanitária sobre os parâmetros para regularizar um produto do gênero. Participaram pesquisadores da USP, Unicamp, UFSCar, Tecnológica Federal do Paraná, Instituto Mauá de Tecnologia e Instituto Federal de Minas Gerais. A produção de queijos de leite cru com menos de 60 dias de maturação é permitida em condições específicas estabelecidas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária. Um desses requisitos é a obrigatoriedade de realização de pesquisa científica que comprove que o queijo de leite cru não traz riscos à saúde.

 

Existe uma fonte de energia limpa, renovável e praticamente inexplorada ao longo de todas as regiões costeiras do mundo: a diferença de salinidade entre a água do mar e a água doce dos rios que deságuam no mar. No local onde um rio ou córrego deságua no mar, é encontrada uma bateria de íons de sódio feita pela própria natureza, só que as tentativas de extrair eletricidade têm-se mostrado um desafio difícil de vencer. Mas um novo dispositivo nanofluídico, criado na Universidade de Illinois, nos EUA, trouxe novas esperanças de converter o fluxo iônico da energia entrópica em energia elétrica utilizável. A ferramenta possui uma membrana semicondutora em nanoescala que aproveita o fenômeno chamado “arrasto de Coulomb” entre o fluxo de íons e de cargas elétricas. Quando os íons fluem através de um canal estreito no dispositivo, as forças elétricas fazem com que as cargas do dispositivo se movam de um lado para o outro, criando tensão e corrente elétrica. Aí é só plugar os eletrodos, revela o site Inovação Tecnológica.

 

Estamos presenciando duas corridas atualmente, a espacial e a tecnológica. A engenharia vem apresentando, mês a mês, novas soluções inovadoras para a construção de infraestruturas. Recentemente, por exemplo, os cientistas da Agência Espacial Europeia (ESA) apresentaram a proposta de pavimentação da Lua, começa matéria publicada no site Engenharia 360. A ideia é encontrar respostas para alguns desafios relacionados à exploração espacial, mais precisamente aos riscos para os astronautas. A pavimentação da Lua, ou melhor, de regiões específicas e estratégicas, facilitaria algumas tarefas que precisam ser desenvolvidas no satélite natural. Sendo essa uma obra de infraestrutura duradoura, reduziria a necessidade de transporte de materiais da Terra e tornaria a exploração lunar mais sustentável. Mas, é importante esclarecer a verdadeira razão por trás dessas propostas: a transformação da poeira lunar em materiais sólidos. Tal poeira, pegajosa e danosa, é bastante prejudicial para as explorações, danificando equipamentos e a saúde dos astronautas. Surpreendentemente, a ideia é que isso seja feito usando lasers que concentram raios solares. Nesse processo, os lasers seriam focados sobre a poeira lunar para a criação de materiais sólidos semelhantes a vidro, que poderiam ser moldados em ladrilhos triangulares robustos para pavimentar estradas e superfícies na Lua.

 


16/10/2023: Geoglifos na Amazônia / Aviões com SAF / Drones Autônomos / Novo Combustível Líquido / Alimentos em Laboratório / Evento Tecnológico / Turbina Eólica


Pesquisas nas últimas três décadas indicam que o Brasil foi habitado em vasta extensão antes da chegada do colonizador português. Um artigo publicado na revista Science, assinado por 230 pesquisadores, estima que existam entre 10 mil e 23 mil estruturas que indicam presença humana pré-colombiana no território da floresta amazônica, reporta Um Só Planeta. As conclusões partiram de um mapeamento feito com sensores dotados da tecnologia óptica Lidar (detecção de luz e medida de distância). Acoplado a um drone ou um veículo aéreo, o equipamento emite milhares de pulsos laser por segundo e, a cada pulso, calcula uma medida de distância. “É quase como uma radiografia”, explica o geógrafo Vinicius Peripato, primeiro autor do estudo. De cima, em áreas já desmatadas na parte oeste da Amazônia, é possível observar formas geométricas no solo, chamadas de geoglifos. Arqueólogos mostraram que as formas geométricas foram locais de importância religiosa. O pesquisador desenvolveu um modelo matemático para estimar quantos seriam e onde estariam outros geoglifos. Ele cruzou os dados fornecidos pelo sensor Lidar com informações de outras 937 estruturas arqueológicas já conhecidas e calculou que existam 10.272 estruturas pré-colombianas ainda não descobertas, podendo chegar a 23.648 na floresta inteira – território de 6.700 km². Os indícios de presença humana na região datam de 12 mil anos atrás.

 

A Embraer informou no domingo (15) que testou com sucesso seus jatos executivos Phenom 300E e Praetor 600 com combustível de aviação 100% sustentável (SAF). Os testes foram realizados nas instalações da Embraer em Melbourne, nos EUA, onde os modelos são fabricados, e forneceram informações significativas sobre o desempenho dos sistemas de um motor ao utilizar misturas de até 100% SAF, fornecidas pela World Fuel, destaca o Aeroin. Os testes contaram com a colaboração dos fornecedores de motores e sistemas de combustível Honeywell Aerospace, Pratt & Whitney Canada, Parker e Safran. O SAF é uma fonte de energia renovável que pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa em até 80%, quando comparado com o combustível de aviação tradicional. A meta do setor aeroespacial é zerar emissões até 2050. Atualmente, todas as aeronaves da Embraer são aprovadas para utilizar uma mistura de até 50% de SAF com o querosene de aviação (Jet A1), com base nas especificações ASTM International. Especificações futuras, que permitam combustíveis até 100% de SAF, podem maximizar o potencial de redução de emissões mediante uso de fontes sustentáveis e não fósseis.

 

A empresa chinesa EHang anunciou que recebeu o certificado de tipo de aeronavegabilidade do órgão de aviação civil da China para seu drone totalmente autônomo, o EH216-S AAV. Esse certificado permite que a empresa voe com veículos de decolagem e pouso vertical (eVTOL) na China, registra Olhar Digital. A EHang se torna a primeira empresa do mundo a receber tal autorização. O CEO da EHang, Huazhi Hu, revelou que, no próximo ano, eles pretendem expandir as operações para o exterior, e que estão avaliando qual cidade chinesa será escolhida para o primeiro voo comercial de táxi aéreo com passageiros. A empresa já recebeu mais de 1,2 mil pré-encomendas do EH216-S, incluindo pedidos de empresas como Japan AirX, Malaysian Aerotree e Prestige, da Indonésia. A notícia coincide com a permissão de circulação de robôs-táxis autônomos nas ruas, cobrando tarifas do público. A EHang enfatizou as diferenças entre táxis autônomos terrestres e drones autônomos: enquanto os carros têm de fazer curvas nas interseções, os drones voam diretamente entre dois pontos no ar.

 

Engenheiros químicos criaram um combustível líquido que somente pode ser inflamado por uma corrente elétrica, tornando-o seguro contra incêndios acidentais no armazenamento e transporte, destaca Engenharia é. A base desse combustível é um líquido iônico semelhante a um sal liquefeito, com características orgânicas, um ponto de fusão mais baixo do que o sal de cozinha e baixa pressão de vapor. A inovação ocorreu ao modificar a fórmula do líquido iônico, substituindo o cloro pelo perclorato, tornando o combustível não inflamável até que uma corrente elétrica seja aplicada para iniciar a queima. A chama pode ser controlada, permitindo a ignição e extinção com a aplicação e remoção de voltagem elétrica. Aumentar a corrente elétrica aplicada resulta em chamas mais intensas e maior geração de energia. O líquido iônico pode ser misturado com combustíveis convencionais, mas ainda requer mais pesquisa para determinar a proporção segura.

 

Diversas empresas já se dedicam ao desenvolvimento das chamadas ‘carnes cultivadas’. Essas iniciativas, junto às companhias que produzem carne à base de plantas, fazem parte de um movimento que vem ganhando força no país: a busca por produtos alternativos àqueles que são de origem animal, destaca o Zero Hora. Juliano Barin, professor do Departamento de Tecnologia e Ciência dos Alimentos da Universidade Federal de Santa Maria, explica que esse movimento está inserido no contexto das foodtechs, que utilizam a tecnologia para ressignificar os sistemas alimentares por meio de inovações na produção, processamento, distribuição, comercialização, consumo e descarte de alimentos. Há também iniciativas que buscam reduzir o desperdício. Barin coordena uma pesquisa de ‘superciclagem’ de sobras de alimentos. Esse termo significa reaproveitar um resíduo e agregar valor ao material. Os pesquisadores utilizam cascas de laranja para fazer chocolate. A receita inclui o resíduo previamente seco e moído e chocolate branco. A mistura é levada para uma impressora, resultando em alimentos impressos em 3D, em diferentes formatos — a mesma técnica pode ser utilizada com a ‘carne’ cultivada, para deixá-la em forma de bife.

 

Com o objetivo de divulgar as atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) da Marinha do Brasil, e apresentar as iniciativas da Empresa Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (Amazul) e da Fundação Patria às empresas e startups do setor, o Parque Tecnológico de Sorocaba (PTS) promoveu na quarta-feira (11) o evento ‘PD&I para a Soberania Nacional’. O presidente do PTS, Nelson Cancellara, anunciou a inauguração no dia 23 do Laboratório de Experimentação 4.0, do Centro de Excelência em Tecnologia 4.0, reporta a Agência Sorocaba de Notícias. Atualmente, o PTS reúne cinco Arranjos Produtivos Locais (ARLs): Aeronáutico, Energias Renováveis, Metalmecânico, Cervejeiro e AamTech. Juntos, atendem a 15 municípios da região, 900 empresas e geram cerca de 30 mil empregos. O Contra-Almirante Sergio Ricardo Machado, diretor de Administração e Finanças da Amazul, destacou o impacto da construção de submarinos. “O Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) integra o Programa Nuclear Brasileiro. Realizar novas parcerias proporciona conhecimento autóctone, fomenta a inovação e a economia do País”, frisou.

 

O alemão Horst Bendix, engenheiro aposentado de 92 anos, criou uma turbina eólica que tem potencial para ser até três vezes mais eficiente do que os modelos convencionais atualmente em uso, relata Petrosolgas. Um dos problemas que as turbinas eólicas enfrentam é a flexão, que tende a dobrar objetos sujeitos a forças perpendiculares. As forças de flexão tornam quase impossível a construção de eólicas de 300 metros. A Haliade-X 14, a maior do mundo, operando em Roterdã, tem 260 metros. Para atingir até 400 metros, Bendix propõe substituir a torre por uma construção composta por uma coluna vertical e duas colunas de suporte. A outra inovação é que o gerador de eletricidade não está na nacele, compartimento que abriga elementos mecânicos e elétricos. Na patente Bendix, há vários geradores menores na parte inferior, onde recebem a energia fornecida pela rotação das lâminas mediante um sistema de correias, como uma corrente de bicicleta. Isso permite que o rotor e as pás sejam colocados a altura maior ― com menos peso, a estrutura ‘sofre’ uma força de flexão menor. Ao reduzir a carga na parte superior, a turbina fica mais estável. A construção está sempre alinhada com o vento: a torre repousa sobre uma base que gira automaticamente, para aproveitar ao máximo as correntes.