Área Tecnológica na Mídia – 11 a 15/09/2023
11 de setembro de 2023, às 12h30 - Tempo de leitura aproximado: 24 minutos
15/09/2023: Eletricidade por Bactérias / Navio a Vento / Concreto ‘Alternativo’ / Quebra de Recorde / Biofertilizante Sustentável / Resgate de Corais
A geração de eletricidade por bactérias é conhecida e pesquisada há muito tempo, já tendo sido desenvolvidas biobaterias de bactérias com uma vida útil de 100 anos. Embora o fenômeno seja promissor para várias aplicações, seu uso mais amplo tropeça no fato de que as bactérias tipicamente produzem pouca energia, começa matéria publicada no site Inovação Tecnológica. Mas Mohammed Mouhib e colegas da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, mostraram que dá para melhorar essa eficiência e ainda tirar proveito da biogeração de eletricidade usando bactérias comuns, como a Escherichia coli. “Embora existam micróbios exóticos que produzem eletricidade naturalmente, eles só conseguem fazê-lo na presença de produtos químicos específicos. A E. coli pode crescer numa vasta gama de fontes, o que nos permitiu produzir eletricidade numa vasta gama de ambientes, incluindo a partir de águas residuais,” disse o professor Ardemis Boghossian, coordenador da equipe. A alimentação das bactérias a partir de águas residuais significa que o avanço pode ter frutos tanto para a bioeletrônica como para a gestão de resíduos, em células de combustível microbianas, para a eletrossíntese ou mesmo como biossensores.
Um navio cargueiro movido a vento estreia em uma viagem da China ao Brasil. A primeira jornada da embarcação, que ganhou o nome de Pyxis Ocean, servirá como o primeiro teste da tecnologia. O projeto ganhou destaque na área tecnológica, já que pode ajudar a indústria a caminhar em direção a um futuro mais verde, informa o Jornal da USP. Claudio Muller, professor do Departamento de Engenharia Naval e Oceânica da Escola Politécnica (Poli) da USP, explica que é difícil a construção de um navio que possa ser unicamente movido a vento, assim, a intenção do projeto é utilizar a energia dos ventos como um complemento para a redução do consumo de combustível. As turbinas, que são normalmente vistas em parques eólicos, apresentam como principal objetivo a geração de energia elétrica, mas existem alguns estudos que utilizam essa opção como uma forma de aproveitar a energia dos ventos para a realização da manutenção dos navios. Também existem outras alternativas como os rotores cilíndricos, velas rígidas ou flexíveis e outros sistemas que utilizam a força dos ventos para a criação de uma força adicional. O professor reflete que a utilização da força do motor pode ser reduzida a partir desse processo. No Pyxis Ocean é utilizada uma vela rígida composta de três grandes corpos que se assemelham à ideia de funcionamento da asa de um avião, dessa forma, os conceitos de ângulo de ataque e curvatura fazem parte do processo de funcionamento do cargueiro.
Na região amazônica existe uma árvore, com um fruto de mesmo nome, chamada de murumuru. Abundante, ela é utilizada na alimentação dos povos locais, mas o extrativismo é voltado para a obtenção do óleo, valioso na indústria cosmética. A casca que sobra da extração não tinha utilidade e por isso era queimada e descartada. Mas, agora, um grupo de pesquisadores descobriu uma possível aplicação desse resíduo na indústria civil – e o melhor, com impacto positivo para o meio ambiente, revela a Veja, com base no trabalho, publicado nesta sexta-feira (15) na Revista IBRACON de Estruturas e Materiais. Segundo ele, as cinzas da casca do murumuru podem ser uma alternativa ao cimento na produção do concreto. Essa substituição gera um produto final mais sustentável. Isso acontece porque além de diminuir a quantidade de resíduos, ele reduz as emissões de gases do efeito estufa promovidas pelo ingrediente original, um dos principais responsáveis pela pegada de carbono da indústria civil.
Uma equipe de estudantes do Instituto Federal Suíço de Tecnologia (ETH) e da Universidade de Lucerna quebrou o recorde mundial de aceleração com um carro de corrida elétrico. O veículo experimental, batizado de Mythen, acelerou de zero a 100 km/h em 0,956 segundo, atingindo a velocidade depois de percorrer distância de apenas 12,3 metros, reporta Inovação Tecnológica. A equipe bateu o recorde mundial anterior, de 1,461 segundo, estabelecido em setembro de 2022 por uma equipe da Universidade de Stuttgart. O novo recorde foi homologado pelo Guinness. Todos os componentes do Mythen, desde as placas de circuito impresso até o chassi e a bateria, foram desenvolvidos e otimizados pelos estudantes. Graças ao uso de fibra de carbono e estruturas de alumínio em formato de favo de mel, o carro pesa cerca de 140 kg. Motores elétricos de cubo, instalados nas quatro rodas, dão ao veículo potência de 240 quilowatts (326 cv).
Pesquisadores do Laboratório de Química Ambiental da USP desenvolveram um biofertilizante cujo processo envolveu a fermentação anaeróbica de resíduos agrícolas comuns, como a cama de frango e o esterco bovino, que normalmente seriam descartados. Essa técnica transforma os resíduos orgânicos em um fertilizante rico em nutrientes para as plantas, destaca Engenharia 360. Durante o processo, as matérias-primas foram analisadas para garantir que o produto final atendesse aos padrões de qualidade e fosse rico em nutrientes essenciais para o crescimento das plantas. O biofertilizante foi validado em escala laboratorial e foi depositado um pedido de patente. Os próximos passos antes que o biofertilizante possa ser comercializado incluem testes de desempenho em solo, ajustes de diluição, dosagem e aplicação, além do registro junto aos órgãos reguladores. A equipe de pesquisa busca parcerias comerciais para viabilizar a produção em larga escala. Com o uso de resíduos agrícolas como matéria-prima, o biofertilizante pode contribuir para uma produção de alimentos mais amigável ao meio ambiente, reduzindo a poluição do solo e da água.
Cientistas do Instituto Australiano de Ciências Marinhas têm treinado uma inteligência artificial para controlar robôs para salvar recifes de corais. A ideia é usar braços robóticos para ajudar a combater a extinção dos corais. Os pesquisadores coletam pequenos fragmentos de corais e cruzam diferentes espécies para melhorar a resposta imunológica deles em relação ao calor e doenças, relata o Gizmodo. Depois, implantam esses corais em uma base onde podem crescer. Os braços robóticos ajudam a fazer esse trabalho em grande escala. Enquanto um braço robótico pode enxertar ou colar fragmentos de coral, outro os coloca na base, usando sistemas de visão para tomar decisões sobre como agarrar. Os pesquisadores treinaram algoritmos para analisar gravações de áudio subaquáticas e detectar padrões que indicam o quão saudável é um recife.
14/09/2023: Transplante de Órgãos / Café em Impressoras / Turbina Eólica / Conversão de Plástico
Em tempos de polêmicas sobre doações para transplantes de órgãos, pesquisadores da Universidade Northwestern, nos EUA, desenvolveram o primeiro dispositivo eletrônico que consegue monitorar continuamente – e em tempo real – a condição de órgãos transplantados. A ferramenta detecta irregularidades na temperatura que se associam com inflamações e outras respostas que surgem quando há rejeição no transplante. O dispositivo implantado no órgão alerta o paciente ou o médico a partir de dados enviados por conexão sem fio para celulares ou tablets próximos, explica o gizmodo. Com 0,3 cm de largura, 0,7 cm de altura e apenas 0,22 cm de espessura, o dispositivo é mais fino que um fio de cabelo humano, menor que a unha do dedo mindinho. O quase invisível dispositivo possui tais dimensões para melhor adesão, ficando abaixo da cápsula renal do fígado para se encaixar diretamente de frente ao órgão. Assim que encaixado, o termômetro extremamente sensível do dispositivo mede as flutuações da temperatura do rim a 0,004ºC. Uma célula de bateria em miniatura alimenta a energia do dispositivo com o bluetooth para enviar os dados aos pesquisadores sem a necessidade de fios.
Pesquisadores do Instituto ATLAS e do Departamento de Ciência da Computação da CU Boulder (Colorado, EUA), resolveram utilizar um material atípico em impressões 3D, com o intuito de reduzir o desperdício nesse processo. A equipe liderada pelo professor Michael Rivera produziu uma pasta feita de borra de café, água e outros ingredientes sustentáveis, que foi utilizada para criar materiais como joias, vasos para plantas e até xícaras de café expresso. Segundo o professor, esse projeto faz parte de sua missão de tornar a impressão 3D mais sustentável, permitindo que artistas, designers, engenheiros e outros criem rapidamente protótipos e objetos domésticos – que não acabem em aterros sanitários. Além disso, com algumas modificações essa técnica pode funcionar na maioria das impressoras 3D de baixo custo, ressalta o Olhar Digital.
A instalação de turbinas eólicas offshore surgiu como um negócio promissor: além de aproveitar do vento natural vindo dos mares, poupa o espaço que seria usado em terra e os possíveis danos ao meio ambiente. No entanto, os projetos nesse sentido ainda estão tentando equilibrar custo de instalação e manutenção com o potencial de geração de energia. Uma nova turbina eólica de uma única pá prometeu ser a solução, custando metade do valor para gerar ainda mais energia que outras. É o caso da turbina eólica da empresa holandesa Touchwind, projetada com uma única pá (as mais conhecidas tem três). Segundo o Olhar Digital, para fazer isso acontecer, a turbina foi projetada ao redor de um rotor de peça única, posicionado na extremidade de um poste que, por sua vez, está pendurado em um barril com uma boia flutuante abaixo dele. Toda essa estrutura fica submersa. Já na parte de fora da água, a lâmina da turbina eólica é fixada aos mastro e ambos ficam ligeiramente inclinados, sempre permanecendo acima da superfície, por causa da flutuação da boia. À medida que o vento começa, a pá começa a girar e, com o peso e movimento, puxa o mastro para cima, ficando quase na vertical, como as turbinas convencionais.
A conversão de resíduos plásticos em nanoestruturas de carbono para supercapacitores eletroquímicos (dispositivos para armazenamento de energia) é tema de estudo publicado por pesquisadores brasileiros na revista Waste Management. Como destaca o artigo, o crescimento rápido da fabricação de produtos plásticos ultrapassou a capacidade global de lidar com esse tipo de resíduo, tornando-se uma preocupação ambiental significativa, assim como o descarte inadequado de supercapacitores. Uma possível resposta ao problema é a conversão dos resíduos em materiais de alto valor, como supercapacitores feitos de nanomateriais de carbono, relata a Agência Fapesp. Entre as várias metodologias de reciclagem, a pirólise se destaca pela simplicidade e eficiência no tratamento de resíduos plásticos misturados, resultando na produção de materiais carbonáceos com diversas dimensões (0D, 1D, 2D e 3D). Assim, essa tecnologia oferece novas possibilidades para a utilização de resíduos plásticos e de outros tipos na criação de materiais à base de carbono mais acessíveis para supercapacitores.
13/09/2023: Brasil no Ártico / Biometano em MG / Eólica no RJ / Impacto da Eólica / Captura de CO2
Um grupo de pesquisadores brasileiros embarcou na primeira expedição ao Ártico. Em cerca de dez dias de missão, eles percorreram o arquipélago de Svalbard, na Noruega. Participaram cientistas da UnB (Universidade de Brasília), UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e PUC Brasília (Pontifícia Universidade Católica). A expedição coletou amostras de solo, sedimentos, rochas e plantas, relata o Gizmodo. A expedição ao Círculo Polar Ártico permitiu que os cientistas conhecessem a logística de uma operação na região. Os esforços se concentraram na ilha de Spitesbergan, com coletas no fiorde Isfjorden e na maior cidade do arquipélago, Longyearbyen. Um laboratório improvisado permitiu que a equipe analisasse amostras de musgos, solos e plantas. Outras coletas foram trazidas ao Brasil e estão sendo processadas. Os pesquisadores esperam verificar a existência de substâncias que possam ser usadas como herbicidas, detergentes, anticongelantes ou pigmentos. A ideia é utilizar descobertas na indústria e agricultura do Brasil.
O grupo italiano Asja anunciou na terça-feira (12) investimento de R$ 152 milhões para construir uma planta de biometano e geração de energia no Aterro Sanitário de Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que produzirá 80 mil m³/dia do gás renovável. O biometano será produzido a partir do biogás gerado da decomposição da fração orgânica dos resíduos sólidos do aterro, operado pelo Grupo Vital, parceiro do projeto, reporta a agência epbr. A planta terá dois geradores de energia, com capacidade de 2,8 MW e voltados para autoconsumo. A Asja estima que contribuirá evitando a dispersão de 415 mil toneladas de CO₂ equivalente por ano. A expectativa é que o biometano substitua o gás natural em indústrias e na frota veicular. O grupo Asja atua na construção e operação de centrais para geração de energia renovável e produção de biometano e tem mais de 180 MW de capacidade instalada na Itália, China e Brasil.
A Ocean Winds, joint-venture das europeias Engie e EDP Renováveis dedicada à energia eólica offshore, assinou na terça-feira (12) com a Prumo Logística um memorando de entendimento para estudos de um projeto no Porto do Açu (RJ). A parceria visa ao “compartilhamento de conhecimento e trabalho conjunto” para impulsionar a tecnologia renovável junto ao porto, que prepara sua infraestrutura de suporte à indústria de óleo e gás para servir também aos parques eólicos marinhos, com bases de instalação, comissionamento, operação e manutenção, reporta Época Negócios. A Ocean Winds lançou no ano passado sua unidade no Brasil e tem projetos offshore em licenciamento no Rio de Janeiro. Entrou com pedidos de licença no Ibama para 15 gigawatts (GW) de eólicas offshore, para implantação em águas do Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. O acordo vem em linha com os planos do Porto de Açu de se posicionar como ‘hub’ para transição energética, com projetos de geração de energia renovável e hidrogênio verde. Operado pela Prumo, que é controlada por EIG e Mubadala, o complexo escoa petróleo e minério de ferro e tem uma termelétrica a gás.
O Brasil é um dos principais produtores de energia eólica das Américas, mas ainda tem um grande potencial não explorado nesse setor. O estudo Oportunidades e Desafios para Geração Eólica Offshore no Brasil e a Produção de Hidrogênio de Baixo Carbono, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), estima que o país pode aumentar em 3,6 vezes a capacidade total de produção de energia elétrica a partir da geração eólica no mar. O estudo foi lançado nesta terça-feira (12), em Brasília, no evento Diálogo Pré-COP 28: O Papel da Indústria na Agenda de Clima. Segundo a CNI, a instalação de usinas eólicas offshore (fora de terra firme) poderia explorar ventos mais constantes e com maiores velocidades. O levantamento da CNI aponta que o Brasil tem grande potencial ainda inexplorável com capacidade de chegar a 700 GW, ou seja, 3,6 vezes a capacidade total de energia elétrica já instalada e conectada ao Sistema Interligado Nacional (194 GW). De acordo com o Olhar Digital, a inclusão dessa energia limpa na matriz energética brasileira é vista como ponto primordial para o Brasil perseguir o Acordo de Paris – tratado sobre mudanças climáticas assinado por 195 países e adotado em 2015. Nele, o Brasil se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025 e em 50% até 2030, tendo como base as emissões de 2005.
A Amazon.com está fazendo seu primeiro investimento em tecnologia de captura direta de poluição do ar, comprometendo-se a comprar 250 mil toneladas de créditos ao longo de 10 anos, informou a companhia nesta terça-feira. A Amazon comprará os créditos de captura direta (DAC, na sigla em inglês) da usina 1PointFive, no Texas. A instalação está sendo desenvolvida pela Oxy Low Carbon Ventures, subsidiária da petrolífera Occidental. A Amazon vai usar os créditos para ajudar a cumprir a meta de emissões líquidas zero de carbono até 2040, detalha o Terra. Os projetos que sugam o dióxido de carbono (CO2) do ar podem gerar créditos de remoção que podem ser comprados e usados por empresas para compensar emissões de poluentes que não conseguem eliminar de seus negócios. Embora as soluções tecnológicas ainda estejam longe de serem comprovadas em custo e escala que permitam uma implantação global, os gigantes da tecnologia têm apoiado cada vez mais o DAC. Na semana passada, a Microsoft assinou um acordo plurianual para a compra de 315 mil toneladas com a desenvolvedora de projetos norte-americana Heirloom.
12/09/2023: Álcool Isoamílico / Futebol e Sustentabilidade / Impacto do Glifosato / Testes de Avião / Geração de Oxigênio
Pesquisadores da Unicamp desenvolveram um sistema capaz de solucionar um desafio ambiental para usinas sucroenergéticas. O resíduo resultante da produção do bioetanol, o óleo fúsel, cuja maior parte é descartada pelas indústrias, pode ser transformado em subproduto comercializável: o álcool isoamílico. A tecnologia foi licenciada para a empresa Newpro Engenharia e tem potencial de ser aplicada em diferentes setores, informa o site da Unicamp. As indústrias transformam o óleo fúsel em álcool isoamílico, mas em quantidades mínimas (o restante é destinado à queima). E não se sabe como esse resíduo está sendo descartado. Segundo Eduardo Augusto Caldas Batista, professor da Faculdade de Engenharia de Alimentos, o mosto fermentado do caldo de cana contém não só água e etanol, mas também compostos que interferem na purificação do etanol. Alguns desses compostos são os álcoois superiores, que precisam ser retirados no processo de destilação para não comprometerem a pureza do etanol. Esse material constitui o resíduo conhecido como óleo fúsel. Os benefícios desse sistema abrangem diversos setores. As usinas sucroenergéticas poderão comercializar o subproduto na forma de álcool isoamílico a um valor agregado maior do que o do óleo fúsel. E conseguirão recuperar o etanol perdido nesse resíduo.
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) informou na segunda-feira (11) que o Palmeiras conquistou o Selo Energia Verde, concedido ao clube por adquirir neste ano energia elétrica produzida a partir de fontes renováveis e comercializada no mercado livre. O selo emitido pela Unica faz parte do Programa de Certificação da Bioeletricidade, iniciativa da entidade em parceria com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e com apoio da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), reporta a IstoÉ Dinheiro. Segundo a Unica, o Palmeiras se comprometeu a adquirir pelo menos 0,3 megawatt médio ao longo do ano. A compra da energia foi feita junto à Capitale Energia Comercializadora, que adquire energia de uma usina à biomassa certificada, garantindo que a energia será produzida a partir de resíduos da cana-de-açúcar. O selo Energia Verde foi criado em 2015. Atualmente, 63 usinas que produzem bioeletricidade já possuem a certificação, o que garante às comercializadoras do mercado livre acesso a uma energia comprovadamente sustentável.
O uso do milho geneticamente modificado para se tornar resistente ao glifosato – um dos herbicidas mais vendidos no mundo – foi difundido nos países produtores, particularmente na América do Sul e do Norte. Mas os questionamentos acerca dos possíveis efeitos adversos persistem. Um estudo publicado na revista Agronomy por pesquisadores das universidades Estadual Paulista (Unesp), Estadual do Centro Oeste (Unicentro) e do Mississippi (EUA) traz novas informações, destaca a Agência Fapesp. “Estudamos as características metabólicas e nutricionais do grão produzido com e sem a aplicação de glifosato. As pequenas diferenças foram basicamente na parte nutricional e nos resíduos que ficaram em algumas amostras nas quais se fez a aplicação do herbicida”, disse Leonardo Bianco de Carvalho, professor da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp. O glifosato é usado para controlar plantas daninhas. De acordo com Carvalho, o grupo mostrou ser seguro aplicar o herbicida em culturas de milho, no sentido de produzir um grão de qualidade e quantidade próximas do que se espera.
A startup alemã de propulsão a hidrogênio H2FLY tem realizado sem alarde, em um aeroporto da Eslovênia, testes do primeiro avião tripulado movido a hidrogênio líquido do mundo. O veículo, batizado de HY4, conta apenas com o trem de força da célula de combustível de hidrogênio para todo o voo. Caso seja esgotada a sua capacidade total de armazenamento, de 24 kg, ela poderá permanecer no ar por 8 horas, explica o 360 News. O sistema de propulsão desenvolvido pela H2FLY consiste em armazenamento de hidrogênio, um conversor de energia de célula de combustível de 120kW e um motor elétrico. O hidrogênio líquido é mais denso em energia do que seu equivalente gasoso, o que significa que ele requer pesos e volumes de tanque significativamente mais baixos. O próximo passo da H2FLY será agora dimensionar o sistema de célula de combustível para capacidade de megawatts. O sistema H2F-175 irá desbloquear não apenas maior alcance, mas também altitudes maiores.
O primeiro experimento para produzir oxigênio em outro planeta chegou ao fim em Marte, superando as expectativas iniciais da Nasa. A experiência começou há mais de dois anos, alguns meses após a rover Perseverance, da Nasa, ter pousado em Marte. Desde então, um dispositivo chamado Moxie começou a ser utilizado. O instrumento, do tamanho de um micro-ondas, funciona convertendo parte do dióxido de carbono, abundante em Marte, em oxigênio. Durante o pico de sua eficiência, o Moxie produziu 122 gramas de oxigênio por hora com pureza de 98%, o que representa o dobro do esperado pela Nasa para o dispositivo. Segundo o UOL, o Moxie funciona dividindo moléculas de dióxido de carbono, que incluem um átomo de carbono e dois átomos de oxigênio. Ele separa as moléculas de oxigênio e emite monóxido de carbono como resíduo. À medida que os gases se movem através do instrumento, o seu sistema analisa a pureza e a quantidade do oxigênio. Algo que possa converter dióxido de carbono em oxigênio de forma eficiente pode ajudar de várias maneiras as missões espaciais, informou a Nasa em um comunicado.
11/09/2023: Caminhão Híbrido / Planteiga / Asteroide na Terra / Armazenamento de Energia / Tecnologia Eolica Offshore
A montadora sueca Scania iniciou a fase de testes de um caminhão híbrido movido a energia solar. O experimento está sendo tocado em parceria com uma empresa de entregas e permitirá aos engenheiros entender como o protótipo funciona. Com 560 cavalos de potência, o caminhão híbrido é equipado com duas baterias — uma de 100 kWh na carroceria e outra 200 kWh dentro do baú. Ambas são alimentadas por painéis solares que cobrem toda a parte externa do baú. É uma área de 100 metros quadrados, que tem eficiência máxima de 13,2 kWp (quilowatt-pico), destaca o Gizmodo. O projeto está sendo tocado há quase dois anos em parceria com a Universidade de Uppsala e com fabricantes de painéis solares. Segundo Eric Falkgrim, a ideia de usar painéis solares para alimentar um caminhão surgiu da constatação de que as baterias de íon-lítio tiveram um salto tecnológico. Um dos principais desafios foi desenvolver um painel solar que fosse leve e que conseguisse resistir às condições extremas de uma viagem. Para isso, a empresa Midsummer criou um painel solar feito de perovskita, mineral de óxido de cálcio e titânio que é energeticamente mais eficiente que os painéis de silício.
A ‘planteiga’, aquela que parece, mas não é manteiga, está ganhando o varejo. Desenvolvido pela Vateli, empresa da qual o agrônomo Mario Whately é o diretor-executivo, o produto não encontra semelhante no mundo. Metade de sua composição é de palmito pupunha. O restante inclui óleo de coco e castanha de caju. Sem aditivos de cor ou sabor, com 52% menos gordura e 45% menos calorias do que as manteigas tradicionais e mais cremosa e do que as manteigas plantbased, a ‘planteiga’ foi eleita o melhor alimento de 2023 pela NaturalTech Awards, o maior evento de comidas e bebidas orgânicas e saudáveis da América Latina. “Nunca buscamos um substituto para a manteiga, queríamos algo diferente, que combinasse sabor com saudabilidade e sustentabilidade. Por isso, não o chamamos de manteiga”, contou o agrônomo, de 34 anos, ao NeoFeed. A escolha pela pupunha foi natural. A empresa produz pupunha em conserva, espaguete de pupunha, talharim de pupunha e lasanha de pupunha. A pupunha, explica Whately, não é uma espécie domesticada e, por isso, para crescer robusta precisa do ambiente da floresta. Os 400 mil pés de palmeira são irrigados por gotejamento, permitindo que a água escorra lentamente para a raiz. O sistema se aproxima do modo como a irrigação acontece no meio ambiente, evitando a erosão da terra.
Uma amostra de asteroide armazenada em uma nave da Nasa está prestes a chegar à Terra depois de viajar quase dois anos e meio no espaço. É a primeira vez que a Nasa coleta e volta com uma amostra de asteroide, destaca a CNN Brasil. Junto a uma amostra do asteroide Ryugu, trazida pela missão Hayabusa2, do Japão, as rochas e o solo colhidos podem revelar informações sobre o início do sistema solar. A missão OSIRIS-REx vai lançar amostras de rochas e solo aqui e continuar sua jornada para estudar outro asteroide. As equipes têm ensaiado como recolher as amostras coletadas do asteroide Bennu, quando cair no deserto de Utah, em 24 de setembro. A estimativa é que a OSIRIS-REx tenha coletado 250 gramas de material. Depois que deixou Bennu, a sonda deu duas voltas em torno do Sol para ficar na trajetória correta com a Terra. A cápsula será lançada quando a nave estiver a 102 mil km da Terra, mirando uma área de 650 km². Assim que a cápsula for liberada, a nave fará uma manobra para ficar na rota ao redor do Sol, rumo a outro asteroide, o Apophis, aonde deverá chegar em 2029. Paraquedas serão acionados para que a cápsula desacelere e faça um pouso suave, a 18 km/h.
Cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, desenvolveram uma bateria altamente eficiente para o armazenamento de energia solar. O novo modelo, fundamentado em um eletrólito inovador, tem custos mais baixos em comparação com as tecnologias atualmente em uso, informa Engenharia é. As baterias convencionais utilizam eletrólitos líquidos, que são potencialmente inflamáveis e sujeitos a vazamentos. A desenvolvida pelos cientistas de Cambridge utiliza um eletrólito sólido, o que a torna mais segura e estável, eliminando a necessidade de um separador de membrana, um componente que contribui para o alto custo das baterias convencionais. Em experimentos realizados, a bateria concebida pelos cientistas de Cambridge demonstrou eficiência de 81%. Isso implica que 81% da energia solar acumulada é restituída quando a bateria é descarregada. Os pesquisadores estão otimistas quanto ao potencial dessa inovação para reduzir os custos associados às baterias de lítio-fluoreto de nióbio.
A Petrobras testou um modelo de tecnologia eólica offshore inédita no Brasil, desenvolvido em parceria com a Escola Politécnica da USP. O cenário reproduziu as condições ambientais e de mar típicas do pré-sal da Bacia de Santos, relata o Olhar Digital.O objetivo foi avaliar o desempenho de um sistema eólico flutuante em escala reduzida no tanque do Laboratório de Tecnologia Oceânica da Coppe/UFRJ. O sistema era composto por um aerogerador apoiado em estrutura semissubmersível de quatro colunas. Em escala real, a capacidade de cada sistema flutuante será de até 15 MW, o que representa de 10% a 30% da energia elétrica necessária para abastecer uma plataforma do pré-sal. Em uma aplicação offshore, os pesquisadores analisam o cenário de conexão do equipamento de geração eólica à plataforma ou a um sistema submarino – posicionado em águas profundas – por meio de um cabo elétrico (chamado umbilical elétrico) para prover a energia elétrica de baixo carbono para ativos de produção de petróleo e gás. O diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Carlos Travassos, explicou que, com os resultados do teste, será possível comparar essa iniciativa com outras opções para descarbonização das operações de exploração e produção.
Produzido pela CDI Comunicação
Edição: Superintendência de Comunicação do Crea-SP