Área Tecnológica na Mídia – 04 a 06/09/2023
6 de setembro de 2023, às 12h00 - Tempo de leitura aproximado: 12 minutos
06/09/2023: Hidrogênio Solar / Produção de SAF / Prédio em 30hs / Parasitoide Nacional
Enquanto a Europa lida com a transição para a energia limpa, cientistas da União Europeia estão aproveitando o poder escaldante do sol para produzir hidrogênio renovável. Em um canto remoto da Espanha, um local de teste solar atingiu silenciosamente temperaturas de 1.400 °C, alimentando esperanças de uma descoberta revolucionária na corrida contra as mudanças climáticas. Os níveis de calor impressionantes foram alcançados na Plataforma Solar de Almería, onde espelhos direcionam a abundante luz solar da região para um pequeno ponto em uma torre de 43 metros. A estrutura utiliza energia solar para gerar essas altas temperaturas, explica o Olhar Digital.
O Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável inauguraram na terça-feira (5) o Laboratório de Hidrogênio e Combustíveis Avançados (H2CA), primeira planta-piloto no Brasil para produzir combustível sustentável de aviação (SAF, sigla em inglês). A infraestrutura, que recebeu investimento de 1,4 milhão de euros (R$ 7,46 milhões), foi instalada no Hub de Inovação e Tecnologia do Senai do Rio Grande do Norte, a sede do ISI-ER, informa o site da FIERN. “O Brasil tem um potencial enorme para a redução de emissões, para a produção de SAF e para a exportação desse produto. Isso pode criar uma indústria nova com muitos postos de trabalho”, disse o gestor alemão Markus Francke, diretor do projeto H2Brasil. A perspectiva com o Laboratório é elevar de 200ml/dia para até 5 litros/dia a produção de Syncrude, o petróleo sintético desenvolvido no ISI-ER para ser transformado em SAF, que será obtido a partir de glicerina, coproduto da indústria de biodiesel com alto valor energético, mas subutilizado no Brasil. A glicerina é transformada em gás de síntese por meio de recirculação química – processo em que a matéria-prima é convertida em uma mistura de hidrogênio renovável e monóxido de carbono, insumos necessários para a obtenção do combustível líquido.
Uma empreiteira chinesa construiu um prédio de dez andares em 28 horas e 45 minutos, destaca Engenharia 360. O uso de sistemas pré-fabricados permitiu a construção rápida e eficiente. Esse método envolve a utilização de unidades modulares autônomas produzidas antecipadamente e montadas como peças de um grande quebra-cabeça. As paredes de concreto foram conectadas uma a uma, semelhante a encaixar peças de Lego. A empresa utilizou guindastes para içar as peças pré-fabricadas e, em seguida, completar o acabamento, incluindo fiação e revestimentos. A construtora Broad Group empregou módulos autônomos de tamanho padrão de contêiner (2,44 x 3 x 12,19 m), que podem ser adaptados para diferentes tipos de construções, de residências a arranha-céus. A técnica de construção com placas é utilizada no Brasil, mas a falta de investimentos e incentivos pode limitar sua adoção em larga escala. Para aumentar a produtividade, as empreiteiras brasileiras utilizam máquinas pesadas e realizam etapas complementares em paralelo, como fiação e revestimento, para acelerar o processo.
A Embrapa Clima Temperado (RS), em parceria com a startup Partamon, conseguiu o registro de uma vespa nativa capaz de parasitar as principais espécies das moscas-das-frutas, que causam danos superiores a R$ 180 milhões na fruticultura brasileira. Resultado de mais de 12 anos de pesquisa, essa conquista abre portas para que empresas interessadas busquem o registro para uso do parasitoide em sistemas orgânicos e convencionais, reporta a Agência Embrapa. A tecnologia ajuda a consolidar o controle biológico. As recomendações, por enquanto, envolvem indicações e informações de uso, como níveis esperados de controle (parasitismo), quantidade a ser liberada por área e forma de disponibilização para a venda. Segundo o pesquisador Dori Nava, cerca de 90% da tecnologia está pronta, mas os estudos seguem em andamento para qualificação das orientações. As formas de liberação e a adequação aos sistemas de produção necessitam ser validadas em escala comercial. Outro ponto é a associação do controle biológico a outros métodos, levando em conta a seletividade de produtos químicos ao parasitoide, para eliminar as moscas, não as vespas.
05/09/2023: IA em Biocombustíveis / Simulador de Navio / Combustível Nuclear / Medidor de Glicose
A iSystems implementou o Leaf, software baseado em inteligência artificial, para a Atvos – uma das principais produtoras de biocombustíveis do país. A solução, desenvolvida e patenteada pela empresa, tem como foco oferecer melhor controle e otimização de processos, gerando aumento de produtividade, economia de recursos e diminuição de impacto ambiental na produção industrial. Desenvolvido com apoio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), o Leaf se baseia na inteligência artificial para a identificação de tendências e padrões e para a tomada de decisões, permitindo minimizar falhas e maximizar a eficiência em todas as áreas de atuação. Os ganhos foram percebidos desde a cogeração, moenda e até a destilação, proporcionando resultados expressivos para a UCP. A otimização da cogeração também aumentou a eficiência na geração de energia elétrica a partir da biomassa, informa a Agência Fapesp.
A Sapura, especializada em engenharia submarina, e o Laboratório de Tecnologia Oceânica da Coppe/UFRJ vão lançar na quarta-feira (6) um simulador para treinamento de operação em navios do tipo PLSV, usados para apoio, instalação e lançamento de dutos flexíveis, relata o Petronotícias. O simulador foi preparado nos últimos três meses, quando foram feitas visitas a uma embarcação para coleta de informações e de dados para subsidiar atividades como as engenharias necessárias, modelagem 3D da embarcação e adaptação da sala de simulação, modelagem hidrodinâmica de casco e criação dos controles azimutais. O equipamento conta com três salas. A primeira, onde está o simulador de PLSV, tem sete televisores na horizontal com ângulo de visualização de 225°. A segunda sala possui sete televisores na vertical e um ângulo horizontal de 150° para utilizar em embarcações como rebocadores. Na última está o controle da simulação: é possível controlar clima, hora, visibilidade, condições de mar, vento e corrente.
Cientistas desenvolveram uma nova fonte de energia que pode permitir aos astronautas viver na Lua por longos períodos, informa a BBC News. O Programa Artemis, liderado pela Nasa, espera ter um posto avançado na Lua em 2030. A Universidade de Bangor, no País de Gales, projetou células de combustível nuclear, do tamanho de sementes de papoula, para produzir a energia. A equipe de Bangor, líder mundial em combustíveis, trabalha com parceiros como a Rolls Royce, a Agência Espacial do Reino Unido, a Nasa e o Laboratório Nacional de Los Alamos, nos EUA. Os pesquisadores acabaram de enviar a minúscula célula de combustível nuclear, conhecida como Trisofuel, aos parceiros para testes. Essa célula Trisofuel poderia ser usada para alimentar um microgerador nuclear, criado pela Rolls Royce. O gerador é um dispositivo portátil, do tamanho de um carro pequeno, “algo que você pode colocar em um foguete”, disse o professor Simon Middleburgh, da universidade. A equipe de Bangor também está trabalhando em um sistema nuclear para alimentar foguetes. A nova tecnologia poderia reduzir quase pela metade o tempo necessário para chegar a Marte.
Pesquisadores da Universidade Rei Abdullah de Ciência e Tecnologia, na Arábia Saudita, criaram um sensor de glicose miniaturizado usando um transistor de filme fino. Como o componente tem dimensões na casa dos nanômetros, ele mostrou-se altamente sensível a quantidades ínfimas de glicose, relata a Inovação Tecnológica. O transistor tem finas camadas dos semicondutores óxido de índio e óxido de zinco, cobertas com a enzima glicose oxidase. Quando uma amostra de saliva é colocada no sensor, a enzima oxida qualquer glicose presente para produzir D-gluconolactona e peróxido de hidrogênio. A oxidação do peróxido de hidrogênio produz elétrons que entram nas camadas semicondutoras. Isso altera a corrente que flui através dos semicondutores e esse efeito indica a concentração de glicose na amostra de saliva. O dispositivo mediu com exatidão concentrações de glicose em menos de um minuto. E o sensor não foi enganado por outras moléculas da saliva, incluindo derivados de açúcar, como frutose e sacarose.
04/09/2023: Telhados Solares Dobráveis / Biorrefinaria do Sertão / Criptocomputador CM4-B / Bateria Superfina / Avião Econômico
A fábrica de telhados solares dobráveis Dhp Technology vai instalar o equipamento em 45 paradas de descanso que alimentarão estações de carregamento para veículos elétricos. A startup suíça faz parte do consórcio ABCD-Horizon, que está lançando o projeto nos cantões de Valais e Berna, na Suíça, relata Engenharia é. O telhado solar dobrável da Dhp tem um mecanismo que se desdobra ou retrai automaticamente sob uma estrutura de suporte, dependendo do clima. A característica é útil em locais com grande acúmulo de neve. A construção leve (sem vidro) permite que suas estruturas tenham grandes distâncias entre os suportes, que podem ser instalados a alturas de até 6 metros. A eletricidade gerada por esses 45 telhados solares dobráveis será usada para infraestrutura de carregamento de veículos elétricos. Os 45 telhados devem gerar 35 megawatts (MW) de energia limpa.
O sertão deve receber sua 1ª biorrefinaria para produção de biocombustíveis em 2024. A usina será importante no desenvolvimento de uma pesquisa que promete revolucionar o semiárido e transformar a realidade socioeconômica de uma região marcada pela escassez de recursos. O projeto Brave (sigla em inglês para Desenvolvimento do Agave Brasileiro), formado pela Shell, Unicamp e Senai Cimatec, estuda o potencial energético do agave. A planta da espécie das suculentas pode se tornar uma alternativa à cana de açúcar e ao milho para produção de etanol e biogás no interior do Nordeste e povoar a região com parques de biorrefino. Ao Poder360, o gerente de Tecnologia de Baixo Carbono da Shell no Brasil, Alexandre Breda, disse que o agave pode criar uma nova indústria no sertão devido à capacidade de crescer no terreno semiárido típico da caatinga.
O Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e o Centro de Computação da Aeronáutica de São José dos Campos, subordinados ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), entregaram em agosto, em Gavião Peixoto, o criptocomputador CM4-B à sueca Saab, fabricante da aeronave F-39 Gripen, informa o site da FAB. O CM4-B será conectado aos equipamentos transponder (utilizados para receber, amplificar e retransmitir um sinal em uma frequência diferente) e interrogadores localizados em aeronaves, embarcações, plataformas terrestres e radares, possibilitando ao interrogador transmitir desafios criptografados a um possível alvo, desde que o seu transponder também esteja equipado com um CM4-B. Desse modo, o transponder responderá corretamente aos desafios e o alvo será classificado como amigo. O CM4-B pode ser usado em plataformas marítimas, terrestres e aéreas, por meio de sua integração com transponders e interrogadores de cada plataforma, permitindo a classificação em combate, entre os vetores. Também se integra a esse sistema uma suíte de aplicativos responsável por gerar e distribuir chaves criptográficas aos criptocomputadores.
Uma bateria com apenas um micrômetro de espessura foi desenvolvida recentemente por pesquisadores de Cingapura. A ideia é que ela seja utilizada para alimentar lentes de contato inteligentes e possa ser recarregável a partir de lágrimas. As lentes inteligentes podem permitir que seus usuários recebam notificações e analisem dados de maneira fácil e sem a necessidade de aparelhos externos. Além disso, elas são menos robustas e chamativas que outras tecnologias, como os óculos inteligentes. O grande problema de sua aplicação era bateria. As novas baterias, com menos de um milímetro de espessura, são construídas com materiais biocompatíveis, fazendo com elas não causem tantos danos ao ambiente após descartadas. Além disso, elas são revestidas com glicose, que ao interagir com os íons de sódio e cloreto presentes na lágrima geram eletricidade. Em um experimento com olho simulado, a bateria da lente conseguiu produzir uma corrente elétrica de 45 microamperes com potência máxima de 201 microwatts, o suficiente para alimentar o aparelho, reporta o Olhar Digital.
Pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da Universidade de São Paulo (USP) estão trabalhando em um novo conceito de avião comercial que deverá reduzir os índices de emissão de carbono pela aviação. Comparado aos grandes jatos convencionais, o modelo de avião proposto traz uma redução de cerca de 12% no combustível queimado. Porém, uma economia de até 30% pode ser alcançada com os combustíveis alternativos e os materiais mais leves previstos para os próximos 20 anos. O projeto combina dois recursos inovadores. Um deles é a asa em caixa, como se fossem duas asas em alturas diferentes que se juntam nas pontas, melhorando a eficiência e estabilidade do voo. A outra tecnologia implementada é a de motores junto ao corpo do avião. Nesse sistema de propulsão chamado “ingestão de camada limite”, os motores sugam o escoamento de ar ao redor da aeronave. Isso permite que a aeronave se mova com menos potência, reduzindo então o uso de combustível. Reduzir a queima de combustível é um dos principais objetivos do projeto. A asa em caixa, por si só, aumentou a eficiência aerodinâmica em cerca de 8,2% na condição de cruzeiro, ou seja, após a subida e antes da descida. Já o sistema de propulsão por ingestão de camada limite melhorou a propulsão em 6,5%, reduzindo o desperdício de energia.
Produzido pela CDI Comunicação
Edição: Superintendência de Comunicação do Crea-SP