Summit Agro 2023
7 de julho de 2023, às 14h05 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos
A noite de quinta-feira (6/07) foi de Summit Agro 2023 em Piracicaba. O encontro, realizado pelo Crea-SP para tratar das tecnologias para conexão do agronegócio e evolução do campo para o futuro, aconteceu no Instituto Pecege, instalado no Parque Tecnológico do município, com participação de professores, produtores rurais e profissionais da área tecnológica.
Piracicaba ganhou, nos últimos anos, o título de Vale do Silício do Agronegócio por concentrar 61 das 1.046 agtechs instaladas na região Sudeste do País. Em todo o estado de São Paulo são 799, de acordo com os números do Radar Agtech 2022, um mapeamento das startups do agro produzido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). No ranking nacional, a cidade só perde para a capital paulista, com 368, e Curitiba, com 69.
Mas, enquanto o ambiente de inovação com recursos de automação, inteligência artificial, monitoramento e controle remoto e robotização é uma realidade presente nas novas empresas e gigantes do setor, os pequenos e médios produtores ainda encontram desafios para atuar em meio a tantas novidades. Esse foi o tema do primeiro painel do evento, que destacou alternativas para superação do abismo digital e transformação da sucessão familiar rural.
“A dificuldade de acessar uma tecnologia que pode representar um ganho muito grande de competitividade gera a exclusão desses produtores, que precisam ter acesso à internet para trazer a transformação de produção digital e conectada para a agricultura e pecuária. Esta é uma prioridade de todos: do Estado, dos profissionais da Engenharia e do Crea-SP”, comentou o coordenador de Relações Institucionais da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA), Eng. Agr. José Luiz Fontes.
O 5G, que recém completou um ano de implantação no Brasil, tem esse papel. A nova rede de dados alcança, atualmente, 8 milhões de usuários em cerca de 150 municípios, dos 1.610 que foram autorizados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). “A tecnologia 5G vem para superar o apagão que existe e levar conexão ao campo”, explicou o presidente do Conselho, Eng. Telecom. Vinicius Marchese. “O agronegócio expandiu e foi além da Agronomia, se adaptou à realidade e à necessidade do mercado. Então não basta hoje o profissional se formar sem buscar a eficiência máxima dentro da sustentabilidade”, reforçou.
A aplicabilidade da tecnologia é o que garantirá o sucesso sustentável, disseram os professores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP) que compuseram o segundo painel da noite. “Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) vieram para equacionar o que estávamos ávidos por fazer, com o objetivo do uso eficiente de recursos, zerar a fome, gerar energia limpa e estimular diversidade”, afirmou a Profa. Dra. Maria Alejandra Moreno Pizani, orientadora do MBA da Esalq/USP.
Diversidade no agro
Alcançar a diversidade não é só uma meta da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Para as engenheiras agrônomas Gabriela Venâncio e Jéssica Gimenes, que acompanharam o evento presencialmente, sentir-se representadas é uma necessidade.
“A primeira coisa que olho sempre é a diversidade, que é um fator muito tocante para mim, e ainda estamos caminhando para isso”, disse Gabriela. A colega complementou: “Mulheres são 50% da população no Brasil e nas Engenharias isso também acontece. Na Esalq, temos 50% de formandas em Agronomia e essa proporção se mantém nos 10 anos desde que entrei, às vezes até com mais mulheres do que homens”, falou Jéssica. Este ano, inclusive, a Escola nomeou a primeira mulher diretora, a Eng. Agr. Thais Vieira, que esteve no Crea-SP em fevereiro para aproximação do Conselho com a instituição de ensino, conforme publicado aqui.
A Eng. Agr. Mariane Natera, analista de inovação no Avance Hub, hub de inovação da Cooperativa Coplacana, também falou da participação feminina no agro durante o podcast que antecedeu o Summit Agro 2023. “Quando se pensa em líder, logo se pensa que tem que ser um homem. Isso tem que ser quebrado porque falta representatividade nas lideranças e quanto mais subimos os níveis hierárquicos, mais barreiras encontramos”.
Além dos citados, participaram ainda, dos painéis: Eng. Agr. Ricardo Ribeiral, diretor da Agroceres Multimix; Eng. Agr. Thiago Salgado, coordenador da Comissão de Empresas de Controle Familiar do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC); Prof. Dr. Asdrubal Jesus Farias Ramirez, pesquisador da área de hidrologia da Esalq/USP; e Prof. Thiago Libório Romanelli, representante brasileiro da Seção V da Comissão Internacional de Engenharia Agrícola (CIGR) e vice-chefe do Departamento de Engenharia de Biossistemas da Esalq/USP. E no podcast: farmacêutico e doutor em Bioquímica Ernani Pinto Jr., diretor do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (CENA/USP); biólogo e mestre em Biologia Funcional e Molecular Hamilton Jordão, gerente de Soluções e Projetos Agrícolas na Raízen; Eng. Agr. Marcelino Borges de Brito, gerente dos departamentos de Desenvolvimento Agronômico e de Mercado na Koppert Brasil; e Eng. Agr. Domingos Guilherme Cerri, diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da AGRICEF.
Quer saber mais? Ouça no podcast transmitido pela TV Crea-SP, disponível aqui. Já o vídeo na íntegra do Summit Agro 2023 pode ser conferido neste outro link.
Produzido pela CDI Comunicação