Mais um passo para a emancipação feminina
27 de janeiro de 2023, às 9h12 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos
A liberdade é a ferramenta mais valiosa para semear a emancipação de mulheres em busca de uma vida plena. Conquistar a independência social e financeira pode ser uma missão árdua para a maioria, especialmente para aquelas que se encontram em situação de vulnerabilidade. Mas os caminhos para mudar essa realidade começam na capacitação.
É neste sentido que a organização social Mulher em Construção atua para promover a inclusão de mulheres da periferia no mercado da construção civil através da promoção da autonomia, da cidadania e do empoderamento. “Se não educarmos as pessoas que estão no canteiro de obras, como mestre de obras, colaboradores, técnicos e engenheiros, e toda a cadeia hierárquica, não conseguiremos fazer com que a mulher tenha um ambiente de trabalho sustentável”, diz a jornalista Camila Alhadeff, líder da organização na capital paulista e responsável pela captação de recursos. Em entrevista ao Conselho, Camila reiterou o depoimento dado no II Encontro Programa Mulher, realizado pelo Crea-SP no mês de dezembro, na Sede Angélica, e contou sobre o nascimento da ONG, seus pilares e avanços. “Esse movimento do Crea-SP de chamar a atenção para a questão das mulheres na área vai ao encontro com o que estamos fazendo. É essencial para identificar as fragilidades, fazer parcerias e nos aliar a outros grupos que também lutam pelo mesmo que nós”, afirma.
Com sede no Rio Grande do Sul e unidade em São Paulo, a ONG já capacitou e mudou a vida de mais de 6 mil mulheres ao longo dos 17 anos de existência. “Falar de mulher na construção civil em 2023 ainda espanta. Nos questionam o porquê da construção civil e não qualquer outra área. Mas, por que não? Somos livres para fazer o que quisermos”.
A partir do programa ‘Cimento e Batom’, carro chefe da entidade, mulheres em situação de risco social e econômico recebem formação técnica e prática, a fim de prepará-las para a atuação profissional autônoma em suas próprias regiões. Também é disponibilizado suporte emocional e comportamental. “O que ouço muito é que as mulheres começaram a querer avançar, querem resolver a vida, querem trabalhar e aprender. Estão saindo da zona de conforto. Hoje, percebemos que elas querem fazer cursos, se desenvolver e se sentem mais capacitadas e corajosas de entrarem no mercado da construção civil”, observa.
Já o programa ‘Divas na Construção Civil’ capacita, qualifica, atualiza e ampara profissionais que estão fora do mercado de trabalho e buscam recolocação e conhecimento na construção civil. “Fazendo esse trabalho de conscientização e mudanças na área corporativa, queremos garantir que as mulheres que treinamos possam viver da construção civil, tenham uma carreira, evoluam, cresçam e, quem sabe, montem seus pequenos negócios”, diz.
Além da atuação in loco e de oficinas e cursos de capacitação, a ONG forma parcerias com empresas públicas e privadas para capacitar e promover a igualdade nas instituições. São palestras, workshops, trilhas de treinamento e diversidade com o público interno.
Com relação ao caminho a ser trilhado para alcançar a equidade de gênero em ambientes corporativos, Camila ressalta que existem empresas que priorizam a inclusão das
mulheres, mas avalia que o processo ainda é embrionário. “No passado tudo era muito mais demorado. Hoje encontramos muitas mulheres que sentem falta e querem lutar para terem mais oportunidades e parceiras”, conclui.
O Crea-SP tem uma frente de atuação exclusiva para isso, o Comitê Gestor do Programa Mulher, que, signatário ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 5, da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), busca alcançar a igualdade e empoderar mulheres e meninas. A ONG Mulher em Construção, por exemplo, foi uma das convidadas das reuniões de 2022 do grupo, além de ter participado do evento anual. Saiba mais sobre a iniciativa aqui.
Produzido pela CDI Comunicação