Com a chegada do verão, o calor intenso pode transformar os ambientes, tornando-os mais quentes. Mas, não precisa ser assim. Com algumas estratégias inteligentes e simples, é possível criar um refúgio fresco e confortável, sem abrir mão do estilo pessoal de cada um. Afinal, enfrentar as altas temperaturas dessa época do ano não é só uma questão de tecnologia, mas também de criatividade, planejamento e eficiência.

Para amenizar a sensação térmica, pequenas transformações podem fazer toda a diferença. A reorganização dos móveis, por exemplo, permite uma maior circulação do ar, evitando obstruir janelas ou passagens. Tecidos leves e claros para sofás, cortinas e almofadas, além de tons neutros ou pastéis, refletem a luz e ainda ajudam a manter o frescor, indicam as práticas de Design de Interiores. A substituição de cortinas pesadas por persianas de bambu ou materiais translúcidos também é eficaz, pois permite a entrada de luz natural sem acumular calor.

Para evitar a sensação de abafamento, é essencial manter os ambientes bem ventilados. As plantas são outras aliadas valiosas. Espécies como espada-de-são-jorge e areca-bambu melhoram a qualidade do ar. A decoração fica por conta de tapetes de fibras naturais, como algodão ou sisal, que são mais frescos ao toque, evitando excesso de objetos que retêm calor e garantindo um ambiente funcional e agradável.

“Muitas vezes não precisamos realizar grandes alterações para conseguir os resultados desejados. É fundamental considerar materiais de alta inércia térmica nos revestimentos e mobiliários, além de integrar elementos, como cortinas térmicas e barreiras vegetais estrategicamente posicionadas, que ajudam a mitigar a transferência de calor e melhorar o microclima interno”, destaca a designer de interiores Cecília Gomes, atual embaixadora e presidente eleita da Associação Brasileira de Designers de Interiores de São Paulo (ABD-SP).

Além de ventiladores, que tendem a ser mais vendidos nessa época do ano, o ar-condicionado é um dos equipamentos mais procurados por quem tem a infraestrutura necessária. Mas, a escolha correta envolve diferentes fatores, como dimensões do ambiente, número de pessoas no local, localização geográfica e, até mesmo, a quantidade de aparelhos elétricos, portas e janelas com vãos, iluminação, paredes externas e telhados isolados ou não.

Quando é escolhido o sistema de ar, alguns detalhes não podem passar despercebidos para que haja um equilíbrio na temperatura e na conta de energia. Manter janelas e portas fechadas, realizar a manutenção adequada do aparelho, reduzir ao máximo o número de equipamentos elétricos ligados em tomadas e comprar o aparelho com a capacidade ideal são algumas dicas do Eng. Pasqual Satalino, que atua na modalidade de Operação de Refrigeração e Ar-condicionado. “O consumidor precisa ter cuidado para não aumentar a carga térmica e acabar diminuindo a eficiência do sistema”, diz.

Ainda de acordo com Pasqual, outras estratégias podem ser eficazes nos dias de calor mais intenso, como proteção de janelas, aplicação de insulfilmes, redução no uso de equipamentos elétricos e manutenção da renovação de ar externo.

Quando o assunto é construção, a adoção de certos materiais e metodologias promove o isolamento térmico e a climatização almejada. Tijolos de solo-cimento e blocos cerâmicos são excelentes opções devido à densidade, que reduz a absorção de calor. Revestimentos com mantas de lã de rocha, placas de isopor e tintas térmicas e reflexivas ajudam a minimizar a radiação solar.

Estruturas de concreto com isolamento térmico e vidros reflexivos também são barreiras funcionais. “Por isso o envolvimento de diferentes profissionais. Esses detalhes em projetos melhoram o desempenho térmico, mas também contribuem para a eficiência energética e o bem-estar dos moradores, refletindo uma abordagem integrada que conecta técnicas passivas de climatização à sustentabilidade ambiental”, completa o Eng. Joni Matos Incheglu, coordenador do Comitê de Comunicação e Marketing (CCM) do Crea-SP.

Uma solução sustentável são os telhados verdes, que além de contribuírem para a retenção de água da chuva, melhoram a qualidade ambiental, enquanto telhas claras e mantas térmicas reduzem significativamente a absorção de calor.

Combinando essas dicas práticas e acessíveis, é possível enfrentar o verão com mais conforto diante das mudanças climatológicas que fizeram com que 2024 possivelmente se torne o ano mais quente da história. Para um futuro melhor, os efeitos da emergência climática podem ser mitigados em intervenções internas e externas às construções.

Produzido pela CDI Comunicação