Há pouco mais de uma semana, o Eng. Agr. Alysson Paolinelli recebeu o título de Engenheiro Agrônomo da Paz, concedido pela Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo (AEASP), durante a 51ª cerimônia de premiação Deusa Ceres, realizada na Sede Angélica do Crea-SP. Nesta quinta-feira (29/06), infelizmente, o ex-ministro da Agricultura faleceu, aos 86 anos, notícia recebida com tristeza no Conselho.

“A vida de Paolinelli foi dedicada em tornar o Brasil a potência agroalimentar que conhecemos hoje. Sua partida entristece a todos que entendem a importância das Engenharias e Agronomia como cadeia produtiva e veículo do desenvolvimento socioeconômico, mas seu legado será sempre lembrado”, comentou o presidente do Crea-SP, Eng. Telecom. Vinicius Marchese.

De Bambuí (MG), o engenheiro agrônomo saiu de casa ainda adolescente, aos 15 anos, para estudar em Lavras, região sul de Minas Gerais. Aos 23 anos, em 1959, se formou na Escola Superior de Agricultura do município (Esal), hoje Universidade Federal de Lavras (Ufla), e lá se tornou professor. As seis décadas de atuação profissional foi marcada por grandes conquistas.

Foi indicado duas vezes ao Nobel da Paz – nos anos de 2021 e 2022 – por sua relevante atuação na sustentabilidade do agronegócio e segurança alimentar do País. Em 1974, depois de já ter se destacado como secretário estadual de Agricultura pelo estado mineiro, alçou o maior posto do Ministério da Agricultura, onde criou bolsas de estudo em instituições de ensino internacionais para incentivar o aperfeiçoamento dos profissionais brasileiros no mestrado e doutorado em Agronomia; implantou o Programa de Desenvolvimento dos Cerrados (Polocentro) e foi um dos responsáveis pela criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Em 2006, recebeu o World Food Prize, o chamado Nobel da Alimentação.

Somou ainda passagens pelo Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA), como embaixador da Boa Vontade; pelo Instituto Fórum do Futuro, pela Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior do Brasil (ABEAS) e pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), como presidente; e pela Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), nessa última como presidente executivo.

Em dezembro de 2021, em entrevista à Revista CREA São Paulo, Paolinelli, que dizia não ser possível haver paz enquanto a fome persiste, falou da importância de priorizar a ciência e tecnologia e do papel da Engenharia na revolução agrícola sustentável. “A partir deste processo, recuperamos a fertilidade das terras e chegamos à produção de alimentos de melhor qualidade a preços mais baratos, com constância de oferta em qualquer época do ano. É a agricultura tropical sustentável”, afirmou o engenheiro agrônomo à publicação naquele momento. A matéria completa pode ser conferida na 2ª edição da revista, a partir da página 18, disponível aqui.

Assim, o Conselho declara toda sua solidariedade aos familiares e amigos de Alysson Paolinelli, um profissional excepcional que inspirou e inspira a área tecnológica.

Produzido pela CDI Comunicação

Imagens: Divulgação/Rede Paolinelli