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Acesso em 19/05/2024 às 17h31.

Crea-SP dá início à 1ª Semana da Acessibilidade e Inclusão

Evento, que começou na terça-feira (5/12), segue até o dia 7

6 de dezembro de 2023, às 13h48 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos

Com autodescrições que detalharam características físicas e vestimentas foi iniciada a 1ª Semana da Acessibilidade e Inclusão do Crea-SP. Os palestrantes e convidados para um fórum especial utilizaram o recurso assistivo para ambientar quem acompanhava o primeiro dia do evento, na terça-feira (5/12), de forma presencial, na Sede Angélica, e on-line, pela transmissão no YouTube.

“É com muita honra que realizamos o nosso primeiro encontro totalmente voltado para o debate da acessibilidade, diversidade e inclusão na área tecnológica paulista”, comentou o vice-presidente do Conselho, Eng. Mamede Abou Dehn Jr., durante a abertura. “Esperamos que todos os profissionais possam ser tocados por essa causa e que trabalhem por uma sociedade mais inclusiva”, completou.

Os membros da Comissão Permanente de Acessibilidade (CPA), grupo responsável por levar a pauta nesses três dias de imersão que seguem até a quinta-feira (7/12), foram agraciados com uma placa de homenagem a cada um pelos esforços desprendidos. “Estamos aqui para falar das transformações que as unidades do Crea-SP estão passando para garantir a acessibilidade e como a acessibilidade e a inclusão estão sendo tratadas dentro do Conselho”, destacou o coordenador da CPA, Eng. Amândio José Cabral D’Almeida Jr.

 

Cidades inteligentes, cidades acessíveis

As engenheiras Lenita Secco Brandão e Vanda Maria Cavichioli Mendes coordenaram o eixo temático de acessibilidade das etapas regionais do Colégio de Inspetores deste ano. Os encontros culminaram na elaboração de um relatório técnico, entregue ao governo estadual em agosto e compartilhado também na 1ª Semana da Acessibilidade e Inclusão. “A acessibilidade não é só para a pessoa com deficiência, é para todas as pessoas porque, a partir do momento que permitimos o acesso a quem tem mais dificuldades, permitimos a todos”, ressaltou Lenita, conselheira da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

O documento, que apresenta dados de contextualização socioeconômica da pessoa com deficiência (PcD) e orienta sobre estratégias que devem ser adotadas especialmente pelas Engenharias, Agronomia e Geociências na construção de cidades mais acolhedoras, foi elogiado pelas autoridades presentes. “Planejamos um programa de municípios inclusivos, que devemos lançar em 2024, para orientar os gestores públicos que querem fazer acessibilidade, mas não sabem como. A cartilha e o relatório do Crea-SP nos dão essas orientações”, disse a secretária executiva dos Direitos da Pessoa com Deficiência da cidade de São Paulo, mestre em cidades inteligentes Claudia Carletto.

O secretário estadual de Direitos da Pessoa com Deficiência parabenizou a iniciativa. “A importância do Conselho ter essa Comissão e fomentar a causa é de resposta a um vácuo que todos nós tivemos em nossa formação. Nas Engenharias, no Direito e até na Medicina. Não tivemos acesso à questão da acessibilidade e isso é sentido hoje. Temos que refletir, aperfeiçoar e melhorar para contribuir com uma sociedade onde todos, pessoas com e sem deficiência, possam ter acesso aos serviços”, pontuou o Adv. Marcos da Costa, que já foi presidente da Seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB SP).

 

Na inovação e na diversidade também

O lado prático de como isso pode ser feito, seja na área tecnológica ou em outros segmentos de atuação, foi abordado em uma roda de conversa que reuniu a secretária Claudia Carletto; Cid Torquato, CEO do ICOM Libras, uma plataforma de atendimento em Libras por videochamada; Bruno Mahfuz, sócio-fundador do Guiaderodas, empresa de tecnologia e acessibilidade duas vezes premiada pela Organização das Nações Unidas (ONU) por servir como ferramenta gratuita e colaborativa para consulta e avaliação da acessibilidade dos locais; e Yves Carbinatti, secretário de Esportes de Rio Claro. Os três convidados são cadeirantes, cada um com sua especificidade, e compartilharam suas histórias e experiências, destacando as soluções que criaram para vencer os desafios da mobilidade.

“Tenho a impressão de que até pouco tempo atrás os desníveis remetiam ao sucesso. O mundo não é acessível e já que não é, que tal sair das enrascadas? Esse é o propósito do Guiaderodas, transformar acessibilidade do cumprimento de normas para ações colaborativas”, contou Bruno. Da plateia, a participante Sarah Fernandes, fundadora da Stardust Zone, uma empresa que conecta pessoas neurodivergentes aos mercados da ciência, tecnologia e economia criativa STEM (do inglês Sciente, Tecnology, Engineer and Math), completou: “Para além de inclusão, acessibilidade é inovação”.

O tema da diversidade foi outro que se fez presente. Afinal, em uma sociedade para todos é preciso corrigir desigualdades e promover a inserção equitativa dos diversos perfis e públicos que compõem a riqueza da população. A apresentação dos resultados da pesquisa sociodemográfica realizada pelo Conselho deu uma amostra disso. “Não tínhamos números que nos ajudassem a conhecer os nossos profissionais. Quantos deles são pretos. Quantos são brancos. Quantos são PcDs. Quais são as origens deles ou as religiões em que acreditam. Com isso mapeado, poderemos direcionar nossos esforços em uma comunicação efetiva”, falou a Eng. Poliana Krüger, coordenadora do Comitê Gestor do Programa Mulher e da Comissão Especial de Igualdade de Gênero e Diversidade do Crea-SP.

O fórum completo do primeiro dia da Semana da Acessibilidade e Inclusão pode ser assistido aqui. A programação continua nesta quarta e quinta-feira (6 e 7/12) com transmissão pela TV Crea-SP, acompanhe no YouTube.

 

Produzido pela CDI Comunicação