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Acesso em 06/06/2025 às 14h07.

Área Tecnológica na Mídia – 27/11 a 01/12

Confira as notícias do dia

1 de dezembro de 2023, às 12h10 - Tempo de leitura aproximado: 25 minutos

Área Tecnológica na Mídia

 


01/12/2023: Avião ‘Sustentável’ / Niobato de Sódio / Ar-condicionado Eficiente / Absorção de CO2


Um voo transatlântico operado pela Virgin Atlantic, exclusivamente abastecido por um tipo de combustível de jato considerado “sustentável“, decolou do Aeroporto de Heathrow, em Londres, nesta semana. A viagem até Nova York, nos EUA, realizada pelo avião é um marco para a história da aviação comercial. Com o apoio financeiro do governo do Reino Unido, o voo simboliza um avanço significativo na redução das emissões de carbono da aviação, apesar do ceticismo de cientistas e ambientalistas. O voo utilizou um combustível produzido principalmente de sebo e outros resíduos, diferindo das misturas habituais que contêm no máximo 50% de SAF, explica  o Olhar Digital. Além disso, a Virgin Atlantic afirmou que o voo até Nova York validaria o SAF como alternativa segura ao querosene tradicional. Richard Branson, fundador e presidente da companhia, a bordo do voo, enfatizou: “Até que algo seja realizado, o mundo sempre duvidará de sua possibilidade”.

 

O niobato de sódio (NaNbO3) é um tipo de cerâmica conhecido por suas propriedades piezoelétricas, ou seja, que permitem gerar energia elétrica por meio de pressão mecânica. Tem sido considerado promissor em áreas como fotocatálise e química verde, o que inclui, por exemplo, a degradação de poluentes em águas residuais. O material também pode ser usado em dispositivos coletores e armazenadores de energia. Em cooperação com grupos de outras instituições, pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) obtiveram fibras de niobato de sódio a partir do metaniobato de sódio (Na2Nb2O6.H2O). O método foi descrito em artigo publicado no Journal of Materials Chemistry C. O CDMF é um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Durante a síntese do material, ocorre a formação de dodecaedros de NbO7 e octaedros de NbO6, que se ligam pelos vértices formando os íons Nb6O198-, responsáveis por produzir diferentes estruturas e composições de niobatos. Os íons Nb6O198- incorporam os íons Na+ presentes no meio reacional, dando origem às fibras de Na2Nb2O6.H2O.

 

Um sistema semelhante a uma bomba de calor, baseado em um fenômeno chamado resfriamento eletrocalórico, pode aquecer ou resfriar uma sala com uma eficiência quase duas vezes maior do que os aparelhos de ar-condicionado padrão, começa matéria do site Inovação Tecnológico. E esse novo sistema de refrigeração tem várias vantagens, como não ter peças móveis que se desgastam e dão manutenção, não utilizar líquidos ou gases refrigerantes prejudiciais ao meio ambiente e, por decorrência, consome muito menos eletricidade. A maioria dos aparelhos de ar condicionado e geladeiras funciona com base na compressão e na expansão de um fluido, que absorve ou libera calor quando migra entre ambientes com pressões diferentes. Embora estes sistemas sejam relativamente baratos e simples de fabricar, eles não são muito eficientes, o que significa que consomem muita eletricidade para o serviço que prestam – cerca de um quinto da eletricidade utilizada em edifícios a nível mundial vai para refrigeração e ar-condicionado. Agora, Junning Li e colegas do Instituto de Ciência e Tecnologia de Luxemburgo desenvolveram um dispositivo de refrigeração sem refrigerante, feito de metais que incluem chumbo, escândio e tântalo. O sistema pode atingir eficiências máximas de mais de 60%, o que é quase o dobro da eficiência dos aparelhos típicos de ar condicionado domésticos. A tecnologia é baseada no resfriamento eletrocalórico, que ocorre quando um campo elétrico aplicado sobre um material muda a direção das cargas elétricas, causando um aumento temporário na temperatura e uma diminuição subsequente quando o campo elétrico é removido.

 

A obra teste da casa que absorve CO2 da atmosfera foi erguida em um arquipélago no Oceano Atlântico. Segundo os seus designers, ela poderia não apenas reduzir, mas ativamente extrair, o dióxido de carbono do ar, algo comparado ao funcionamento de árvores na natureza. Isso se deve ao uso de peças feitas de blocos de concreto ecológico, fabricados  a partir de materiais naturais e reciclados ativados por salmoura, informa o site Engenharia 360. Uma característica interessante desse material é que ele fica fortalecido quando exposto à água do mar. Por isso, é considerado uma opção valiosa para comunidades costeiras, que são algumas das áreas mais propensas a desastres naturais. E, neste momento, planeja-se a construção de 1 mil propriedades similares em colaboração com o governo das Bahamas, indicando um movimento revolucionário na construção de residências sustentáveis, muito além da estética, com adoção de tecnologias avançadas – incluindo painéis solares e sistemas de compostagem e coleta de água – e com compromisso com o meio ambiente, sendo catalisador para um futuro mais limpo e promissor. A proposta é realmente repensar o futuro da habitação no mundo.

 


30/11/2023:  Cachorro Robô / Helicóptero / Mão Robótica/ Produção de Hidrogênio / IA Generativa


A Petrobras anunciou que vai investir US$ 4 milhões (cerca de R$ 19,5 milhões) na aquisição de “cachorros robôs” capazes de fazerem inspeções visuais autônomas. As máquinas de visual curioso são fabricadas pela empresa suíça ANYbotics e recebe o nome de ANYmal X. Segundo a estatal brasileira, esse investimento vai permitir destacar equipes com maior eficiência e segurança nas rotinas de manutenção. Ainda de acordo com o gizmodo, a companhia faz parte do Early Adopters Program da suíça ANYbotics, no qual colaboram grandes conglomerados de Óleo e Gás, e Petroquímica, visando testar a efetividade e avaliar estratégias de implantação dos robôs autônomos. ANYmal X é equipado com câmera de alta resolução, imageamento a laser, sensor de gases, câmera térmica e microfone direcional de amplo espectro. Esses componentes permitem o mapeamento da instalação em imagens e nuvens de pontos 3D, bem como a verificação de anomalias, como: ruído de equipamentos e temperatura em painéis elétricos. Além disso, detecção de vazamentos, conferência de posição de válvulas, leitura local de instrumentos, e a presença de itens obrigatórios de segurança da planta. Assim, após as inspeções, as imagens captadas são transmitidas por comunicação sem fio (WiFi ou 4G LTE) para bases de dados. Podendo futuramente ser verificadas automaticamente por inteligência artificial.

 

A NASA divulgou imagens de testes do seu novo helicóptero robótico planejado para voar em Marte. O objetivo do protótipo, chamado Mars Science Helicopter, é superar o Ingenuity, helicóptero que se tornou a primeira nave a fazer um voo motorizado e controlado em outro planeta, e desde então já voou 66 vezes por lá. Na filmagem compartilhada pela agência, é possível assistir aos engenheiros testando as hélices. As lâminas giram tão rápido que o protótipo quase atingiu a velocidade do som – a velocidade supersônica. Os futuros helicópteros de Marte serão maiores e mais poderosos do que o Ingenuity, e permitirão que a NASA pesquise locais inacessíveis no planeta. O Mars Science Helicopter de seis rotores poderia ser usado durante futuras missões a Marte para servir como um batedor aéreo, além de transportar entre 2 kg e 5 kg de carga útil, incluindo instrumentos científicos, para estudar terrenos que os rovers não conseguem alcançar, explica a Época.

 

Pesquisadores do Instituto Federal Suíço de Tecnologia (ETH) criaram uma mão robótica com ossos, ligamentos e tendões. Cada elemento foi feito de diferentes polímeros, adequados ao desempenho de cada função. Isso foi possível graças a uma nova técnica de digitalização a laser, tirando proveito que os avanços na impressão 3D permitem produzir peças usando plásticos de cura lenta, que têm vantagens em relação aos de cura rápida, já que possuem melhores propriedades elásticas e são mais duráveis e robustos. A nova tecnologia também facilita a combinação de materiais macios, elásticos e rígidos, o que permite usá-la para criar estruturas delicadas e até peças com cavidades, relata Inovação Tecnológica. “Não teríamos conseguido fazer essa mão com os poliacrilatos de cura rápida”, disse o pesquisador Thomas Buchner. “Agora estamos usando polímeros de tioleno de cura lenta, que têm propriedades elásticas muito boas e retornam ao estado original mais rapidamente do que os poliacrilatos.” Essa propriedade tornou os polímeros de tioleno ideais para produzir os ligamentos elásticos da mão robótica. Além disso, a rigidez dos tiolenos pode ser bem ajustada para atender aos requisitos dos robôs de materiais macios em geral. “Os robôs feitos de materiais macios, como a mão que desenvolvemos, têm vantagens sobre os robôs convencionais feitos de metal. Por serem macios, há menos risco de ferimentos quando trabalham com humanos e são mais adequados para manusear mercadorias frágeis,” explicou o professor Robert Katzschmann.

 

Pesquisadores da USP pretendem estimar o potencial que o setor sucroalcooleiro apresenta para a produção de hidrogênio (H2) no país e vão analisar dados de todas as usinas de etanol no Brasil – há 358 de cana-de-açúcar e 21 de milho – e calcular a quantidade de H2 que poderiam produzir. A ideia é extrair o hidrogênio da biomassa que sobra da produção e do próprio etanol da cana-de-açúcar, relata o Gizmodo. O trabalho envolve cientistas do Grupo de Pesquisa em Bioenergia do Instituto de Energia e Ambiente e do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa, um Centro de Pesquisa em Engenharia constituído por Fapesp e Shell na Poli-USP. “O hidrogênio tem aparecido cada vez mais como vetor energético para descarbonização de diferentes setores. O mais divulgado é o hidrogênio produzido a partir da eletrólise da água usando energia solar ou eólica, mas há também as rotas desenvolvidas a partir da biomassa”, afirma a engenharia química Suani Teixeira Coelho, coordenadora do projeto, ao lado de Marcos Buckeridge, professor do Instituto de Biociências da USP. Entre os possíveis usos do hidrogênio estão a produção de fertilizantes, combustível para ônibus e automóveis e combustível sustentável de aviação (SAF). Um estudo liderado pela ONG Roundtable on Sustainable Biomaterials, em colaboração com a ONG brasileira Agroicone, informa que, da produção global de 390 bilhões de litros de querosene para aviação, apenas 14 milhões de litros são SAF. A substituição dos combustíveis fósseis pelos produzidos de forma sustentável e com baixo teor de carbono seria a forma mais eficiente para atingir o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 50% até 2050.

 

Uma startup britânica investe na inteligência artificial generativa para realizar simulações ultracomplexas de física teórica e permitir a engenheiros criar uma nova geração de equipamentos, reporta a Época Negócios. A PhysicsX, com uma equipe de mais de 50 engenheiros de simulação, engenheiros de machine learning e de software e cientistas de dados, está construindo uma IA que, segundo ela, poderá “acelerar a simulação física precisa”. Isso permitiria, por exemplo, criar soluções de engenharia generativa para setores como o aeroespacial, automotivo, de energias renováveis e produção de materiais. A ideia é ‘resolver gargalos’ de engenharia e poupar esforço dos profissionais – sobretudo em etapas de simulação computacional, que costumam consumir bastante tempo. A IA ficaria responsável por coletar dados do mundo real e simulá-los conforme os parâmetros que lhe são dados. Clientes da PhysicsX projetam soluções em turbinas eólicas, motores de aeronaves, veículos elétricos, semicondutores, metais e biocombustíveis, segundo Jacomo Corbo, outro cofundador e co-CEO. No entanto, eles têm limites nas atuais ferramentas computacionais – é aí que a startup poderá ajudá-los.

 


29/11/2023:  Laser Orgânico / Biopesticida / Dirigível / App Rotas Alternativas


Cientistas da Universidade de St. Andrews desenvolveram um laser semicondutor orgânico, totalmente alimentado por eletricidade, que dispensa uma fonte de luz externa para operar, tem dimensões mais reduzidas em comparação com versões anteriores e opera na faixa visível do espectro eletromagnético, reporta Engenharia é. Essas características tornam o equipamento apto para diversas aplicações, incluindo detecção, sensoriamento e espectroscopia. Os lasers operam por meio da reflexão da luz para frente e para trás, dentro de uma cavidade óptica, composta por um meio de ganho posicionado entre dois espelhos. Enquanto a luz é refletida entre esses espelhos, o meio de ganho amplifica-a, estimulando a emissão de mais luz e originando um feixe coerente com uma faixa espectral estreita. O primeiro laser orgânico, fabricado a partir de um material à base de carbono, foi desenvolvido em 1992. Contudo, dependia de uma fonte de luz separada para ativar seu meio de ganho, o que restringia aplicações. Os pesquisadores buscavam uma abordagem para a criação de um laser orgânico acionado exclusivamente por um campo elétrico. O desfecho ocorreu graças ao trabalho de Kou Yoshida e sua equipe. Há duas abordagens para projetar um laser orgânico acionado eletricamente. A primeira envolve a inserção de contatos elétricos no meio orgânico de ganho, por meio dos quais cargas elétricas são injetadas. Mas é uma estratégia complexa de implementar. Yoshida optou por outra abordagem: a separação espacial das cargas, tripletos e contatos do meio de ganho do laser, o que exigiu a criação de um diodo emissor de luz orgânico (OLED) azul pulsado com uma intensidade de saída de luz, permitindo acionar o meio de ganho e eliminando a necessidade de uma fonte adicional de luz.

 

Algumas vespas e abelhas são capazes de reconhecer, pelo cheiro, um companheiro de ninho que esteja doente. Para evitar que toda a colmeia seja infectada, podem impedir que entre, garantindo a sobrevivência da colônia. Um estudo publicado na revista Environmental Science and Pollution Research mostra que esse reconhecimento não acontece em vespas da espécie Mischocyttarus metathoracicus infectadas por um biopesticida à base do fungo Beauveria bassiana, informa a Agência Fapesp. Pesquisadores da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP determinaram, por meio de testes moleculares, de sobrevivência e comportamentais, que o biopesticida mata as vespas, benéficas às plantas por se alimentarem de pragas e fazerem polinização, e não é detectado pelos companheiros de ninho. “O inseticida sintético [à base de imidacloprida] mata em 24 horas, podendo dizimar rapidamente colônias inteiras. Já o biopesticida, embora cause uma mortandade menor num primeiro momento, demora 19 dias para matar. Com isso, poderia potencialmente infectar toda a colônia e prejudicar a espécie no longo prazo”, explica André Rodrigues de Souza, que coordenou o estudo. Na comparação com o inseticida sintético, porém, o biopesticida leva vantagem. A substância biológica contém esporos do fungo Beauveria bassiana, que infecta exclusivamente insetos, poupando mamíferos e outros animais. O pesticida sintético testado, um dos mais usados na agricultura, é tóxico para mamíferos, podendo ser um risco para humanos que não fizerem o uso correto.

 

Medindo 121,9 metros de comprimento, o maior dirigível do mundo tem quase o dobro de tamanho de um modelo Boeing 747-8, conhecido como o avião mais longo do mundo. Chamada Pathfinder 1, a aeronave foi desenvolvida pela LTA Research, empresa apoiada por Sergey Brin, cofundador do Google, e conta com 12 motores elétricos para atingir velocidades de até 120 km/h. Segundo a empresa, embarcações como a Pathfinder 1 poderão contribuir com a redução da pegada de carbono em viagens aéreas e marítimas. O modelo usa uma versão segura e não reativa do gás hélio, que fica armazenado em 13 airbags. A LTA Research afirma que usa tecnologia avançada para monitorar constantemente os níveis de gás contidos no balão. Toda a estrutura é, então, envolta em um material sintético chamado Tedlar, que a companhia afirma ser resistente à luz ultravioleta e ao fogo. Com tecnologia adaptada de drones, o Pathfinder 1 precisará só de um piloto por vez usando um sistema de joystick ‘fly by wire’. A expectativa da companhia é que, no futuro, a aeronave possa transportar cargas a centenas de kms, relata a Época.

 

Em dias de chuvas intensas, se locomover na cidade de São Paulo se torna uma atividade árdua. Uma viagem de meia hora pode durar uma hora – ou bem mais. Por isso, muitos motoristas buscam rotas alternativas para evitar os caminhos congestionados. Uma nova pesquisa do Departamento de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica (Poli) tem como objetivo auxiliar nesse contexto. O estudo busca analisar a conduta específica de motoristas em São Paulo. Para isso, foi desenvolvido um modelo de “escolha discreta”. O método explica como diferentes variáveis influenciam a decisão do usuário ao escolher uma rota. Entre elas estão fatores como distância a ser percorrida, tempo estimado de viagem e intensidade da chuva, informa o Olhar Digital. Segundo o pesquisador Enzo Gonçalves Yulita, a ideia é reproduzir as escolhas realizadas pelos motoristas e, por meio disso, conseguir calcular as probabilidades de cada rota. Na prática, em dias de temporais, o modelo pode sugerir rotas alternativas para ajudar o motorista a escolher uma mais adequada. Isso pode diminuir o congestionamento e o tempo de viagem durante os dias de intensas chuvas.

 


28/11/2023:  Construção Civil / Água / Hidrogênio Limpo / Robô-Escavadeira


O ‘Glass Is Good’, programa de logística reversa coordenado pela Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) desde 2019, que já recuperou mais de 162 mil toneladas de vidro, vem procurando alternativas à destinação correta do material, que vão além da reciclagem e do reuso convencional. A entidade firmou cooperação com a Eco Vidros Brasil, de Dourados (MS), e recuperou mais de três mil toneladas de vidro desde 2022, informa o Pini Web. Depois de separado por cor e triturado, o material é transformado em revestimento de paredes, microesferas de vidro para demarcação viária, argamassa, enchimento de concreto para piso industrial de alta compactação e aplicação a produtos antiderrapantes. Dessa forma, todo o vidro recolhido é transformado em produtos destinados à construção civil, contribuindo para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Vanesca Aparecida Pinha, sócia-administradora da Eco Vidros, destacou o suporte da entidade. “A Abrabe nos auxiliou no planejamento do projeto e no processo de logística reversa. Com a parceria, houve a ampliação de 35% na produção de produtos que consideravam o vidro reciclado como base na matéria-prima”, disse.

 

A água da superfície terrestre pode penetrar profundamente na Terra, alterando a composição da região mais externa do núcleo líquido metálico. O resultado é a criação de uma camada fina e distinta, segundo estudo publicado na revista Nature Geoscience. Essa camada fina, chamada de E prime, tem centenas de quilômetros de espessura e foi detectada por sismólogos há algumas décadas. Sua origem era desconhecida — até agora, destaca Galileu. Pesquisadores descobriram que, ao longo de bilhões de anos, a água da superfície foi transportada às profundezas da Terra por placas tectônicas. Esse líquido atingiu o limite entre o núcleo e o manto, a 2,8 mil km de profundidade, desencadeando uma interação química que alterou a estrutura do centro do planeta. A descoberta foi conduzida por uma equipe de geocientistas que utilizou técnicas experimentais avançadas em duas instalações de pesquisa: a Advanced Photon Source do Argonne National Lab e o PETRA III, do instituto alemão Deutsches Elektronen-Synchrotron. Os cientistas fizeram experimentos em alta pressão, demostrando que a água reage quimicamente com os materiais do núcleo. Essa reação forma uma camada rica em hidrogênio e empobrecida em silício, transformando a parte mais externa do centro terrestre em estrutura semelhante a um filme.

 

A Eletronuclear apresentou no dia 22 um projeto para produzir 100 toneladas de hidrogênio (H2) limpo por ano a partir da operação das usinas nucleares de Angra dos Reis. A iniciativa foi divulgada na Câmara dos Deputados como uma solução energética de descarbonização. Com a finalização das obras de Angra 3, a capacidade de geração do material será de 167 toneladas anualmente, informa Petrosolgas. O engenheiro químico Nelri Ferreira Leite, coordenador técnico do projeto, explicou a proposta. “Angra 1 e 2 utilizam água do mar no circuito terciário para resfriar o vapor do circuito secundário, após a passagem pelas turbinas que geram a energia elétrica. Para prevenir a proliferação de organismos marinhos nas tubulações e equipamentos, adiciona-se o biocida hipoclorito de sódio ao fluido refrigerante do circuito terciário. Como resultado do processo de produção do biocida através da eletrólise direta da água do mar, o hidrogênio é gerado, ou seja, sem nenhum contato com material radioativo que se encontra no circuito primário. A ideia é aproveitar o hidrogênio já produzido como subproduto, que nunca causou impactos ao meio ambiente.” Em 2021, a Eletronuclear criou um Memorando de Entendimento com Furnas visando a estudar a viabilidade da utilização do hidrogênio gerado pelo processo de eletrólise da água do mar. O Parque Tecnológico de Itaipu, que opera uma planta experimental de hidrogênio há dez anos, foi contratado.

 

Pesquisadores do Laboratório de Sistemas Robóticos da ETH Zurich (Suíça) estão treinando uma escavadeira autônoma para ajudar o setor de construção civil do futuro. A ideia é que o robô-escavadeira consiga evoluir a ponto de construir sozinho edifícios inteiros, destaca a Época. Por enquanto, a máquina tem como tarefa usar pedras para construir paredes – sem qualquer interferência humana. No primeiro teste, o robô construiu uma parede com 6 metros de altura e 65 metros de comprimento. Segundo os cientistas, a máquina autônoma é uma solução para uma construção civil mais rápida e sustentável. Como explica o The Next Web, usando sensores LiDAR, o robô-escavadeira desenha de forma autônoma um mapa 3D do canteiro de obras e identifica os blocos de construção e pedras existentes para a formação da parede. Ferramentas especificamente projetadas e um sistema de visão mecânica permitem que a escavadeira escaneie o terreno e agarre as pedras identificadas. Um algoritmo determina a melhor posição para cada pedra, e a escavadeira coloca cada peça no local desejado e com precisão. A máquina autônoma pode colocar de 20 a 30 pedras em uma única remessa.


27/11/2023:  Parque Híbrido / Bateria / Inteligência Artificial / Drones / Transição Agroecológica


No sertão nordestino, na fronteira entre o Piauí e Pernambuco, começou a operar na sexta-feira (4) um novo parque da Auren Energia, empresa oriunda da integração dos ativos de energia da Votorantim e do CPP Investments e que atua como geradora de energias renováveis e comercializadora. Batizado de Sol do Piauí, opera durante o dia para captar energia solar e durante a noite como eólico, reporta Exame. Foram investidos R$ 255 milhões no projeto, que funcionará no modelo de parque associado, no qual a estrutura da nova usina solar com capacidade inicial para gerar 48,1 MegaWatts (MW) será instalada em um terreno ao lado do já existente parque eólico Ventos do Piauí I, com uma subestação de transmissão compartilhada. A energia do projeto solar irá complementar a produção do projeto eólico, cuja geração é mais intensa no período noturno por causa da característica dos ventos na região. Antes da regulamentação, empresas instalavam parques solares e eólicos em terrenos próximos, mas não compartilhavam a mesma linha de transmissão, por falta de regras. A novidade do novo projeto é utilizar a estrutura de transmissão já instalada, economia de recursos e complementaridade entre diferentes fontes de energia. A hibridização permite que fora das ‘safra dos ventos’, entre junho e setembro, o parque consiga manter constante a geração de energia, pela complementação da geração solar. E as empresas terão diminuição de custo pela utilização do sistema de transmissão. Será mais barato instalar um parque solar utilizando a mesma linha de transmissão e subestação do eólico.

 

A empresa japonesa PJP Eye desenvolveu uma bateria que contém carbono proveniente de algodão queimado, reporta a BBC News Brasil. Inketsu Okina, chefe de inteligência da empresa, conta que é preciso atingir alta temperatura – mais de 3.000 °C. E que 1 kg de algodão gera 200g de carbono. Cada célula de bateria precisa de apenas 2g. As baterias são formadas por três componentes básicos: dois eletrodos e um eletrólito entre eles. Um dos eletrodos passa a ter carga positiva e é conhecido como cátodo; o eletrodo com carga negativa é chamado de ânodo. Partículas carregadas chamadas íons fluem do ânodo para o cátodo através do eletrólito. Esse fluxo permite o movimento dos elétrons ao longo dos fios do circuito elétrico conectado à bateria desenvolvida pela PJP Eye em conjunto com pesquisadores da Universidade Kyushu. O carbono é empregado para formar o ânodo – um dos dois eletrodos entre os quais fluem os íons, que são as partículas carregadas das baterias. Os íons se movem em uma direção quando a bateria está sendo carregada e na direção oposta ao fornecer energia. A maioria das baterias usa grafite como ânodo. A PJP Eye defende que é mais sustentável, já que pode produzir ânodos com resíduos de algodão da indústria têxtil.

 

Cientistas da Universidade de Copenhage (Dinamarca) e da Universidade de Victoria (Canadá) criaram um sistema que usa inteligência artificial para encontrar uma fórmula que consiga prever a ocorrência de ondas gigantes. Segundo a pesquisa, publicada na revista Science Daily, a IA foi treinada com “milhares de dados de monitoramento dos oceanos”. A tecnologia conseguiu descobrir um modelo matemático que fornece uma receita para prever como e quando as ondas gigantes podem ocorrer, relata Um Só Planeta. Os cientistas analisaram dados de diferentes regiões e períodos para encontrar as causas das ondas gigantes, que podem ter mais de 20 metros de altura. Com o aprendizado de máquina, transformaram tudo em um algoritmo, que foi aplicado ao conjunto de dados. Segundo os criadores da IA, a ferramenta deve ser mais uma aliada de empresas. “Como as companhias marítimas planejam suas rotas com antecedência, poderão usar o algoritmo para uma avaliação de risco da possibilidade de encontrar ondas perigosas no caminho”, disse o pesquisador Dion Häfner. 

 

Um estudo apontou que drones podem ser equipados com desfibriladores para atender pacientes com suspeita de parada cardíaca. Segundo pesquisadores do Karolinska Institutet, da Suécia, em mais da metade dos casos, os veículos voadores não tripulados chegaram, em média, três minutos antes das ambulâncias para prestar o socorro, reporta o Olhar Digital. Testes do tipo estão sendo realizados desde 2020. Os drones com desfibriladores são enviados para casas de pacientes no mesmo momento em que as ambulâncias são alertadas do pedido de socorro. O resultado dos pesquisadores foi que os drones chegaram, em média, três minutos e 14 segundos antes nos destinos. O projeto cobriu uma área no oeste da Suécia onde vivem 200 mil pessoas. A conclusão é que a ideia é viável e segura. Os drones com desfibriladores foram utilizados em 55 casos de suspeita de parada cardíaca. Em 18 deles, o diagnóstico foi confirmado e foi necessário prestar atendimento. Por seis vezes os equipamentos precisaram ser utilizados, garantindo a sobrevivência dos pacientes.

 

Centenas de produtores rurais paulistas estão em processo de transição agroecológica, que busca transformar a produção recuperando a fertilidade do solo e o equilíbrio do ecossistema, considerando aspectos sociais, culturais e econômicos de cada região. Os alimentos produzidos e colhidos pelos princípios da agroecologia são mais saudáveis e de maior valor nutricional, relata o Ciclo Vivo. “Os produtores nos contam as vantagens da transição agroecológica. Eles já se diferenciam do mercado antes mesmo de conseguirem o certificado final”, conta Araci Kamiyama, especialista ambiental da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), órgão ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento. A transição agroecológica passa por várias etapas. Uma lista de boas práticas é utilizada como orientação, destacando a sustentabilidade do solo; utilização de adubos verdes e orgânicos; uso racional de água; manejo ecológico de pragas e doenças; além da destinação correta de resíduos. Todo esse processo é acompanhado e registrado por um técnico. No Estado de São Paulo, são mais de 8.300 hectares em processo agroecológico, principalmente de pequenos agricultores e de assentados. Recentemente, o primeiro quilombo iniciou o protocolo.

 

Produzido pela CDI Comunicação, com a supervisão da Superintendência de Relações Institucionais e Comunicação do Crea-SP