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Acesso em 23/06/2025 às 01h04.

Área Tecnológica na Mídia – 26/02 a 01/03/2024

Confira as notícias do dia

1 de março de 2024, às 12h30 - Tempo de leitura aproximado: 31 minutos

Área Tecnológica na Mídia


01/03/2024: Túnel para navios / Pré-sal / Impressão 3D / IA Generativa / Modem 5G


A Noruega prepara a execução de uma obra que deve entrar para a história da Engenharia Civil: a construção do primeiro túnel para navios do mundo, destaca Engenharia 360. O Mar de Star ou Stadhavet é uma região próxima da costa norueguesa bastante turbulenta. Suas águas são conhecidas pelas condições imprevisíveis, por causa da combinação de vento, corrente oceânica e ondas. Com o avanço das tecnologias de Engenharia, o plano é ultrapassar esse obstáculo com a criação de uma nova rota mais segura para navios de carga, cruzeiros e embarcações de pesca. O objetivo é a construção de um túnel para navios que precisam ancorar em terra quando o clima estiver ruim. O Túnel Stad será o primeiro do mundo para navios. Planejado pelo escritório de arquitetura Snøhetta, o túnel terá 1,7 km de extensão e 37 metros de altura, permitindo a passagem de navios de até 16 mil toneladas por dentro de uma montanha. A obra deve custar US$ 325 milhões. As primeiras ações em canteiro foram realizadas em 2022 e 2023. Estima-se que o Túnel Stad seja concluído até 2025, com a inauguração entre 2025 e 2026. A escavação da montanha será realizada com explosivos e tuneladoras. O túnel será revestido com concreto e equipado com sistemas de iluminação, ventilação e monitoramento para garantir a segurança da navegação e a preservação do meio ambiente. A expectativa é que o túnel seja modelo para projetos de Engenharia similares, expandindo a indústria naval.

Cientistas do Centro de Estudos de Energia e Petróleo (Cepetro), da Unicamp, do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) estão unidos em um projeto que vai escrutinar as rochas do pré-sal. O objetivo é melhorar as técnicas de caracterização de rochas e da interação rocha-fluido para mais precisão na interpretação dos resultados. Será possível desenvolver uma modelagem capaz de otimizar a extração do petróleo e diminuir os custos da operação. O projeto é financiado pela petrolífera norueguesa Equinor, presente no Brasil há mais de 20 anos, que investirá R$ 42 milhões em quatro anos. Uma das características da rocha do pré-sal é a grande variação do tamanho dos poros onde o óleo fica contido. Em alguns deles, pode caber uma pessoa. “Descrever melhor o deslocamento relativo do óleo, levando em consideração as diferentes escalas dos poros, é essencial para desenvolver modelos bem representativos”, explica a professora Rosangela Lopes Moreno, coordenadora do Laboratório de Reservatórios de Petróleo, associado ao Cepetro. Os testes de caracterização da rocha, dos fluidos e do seu deslocamento através dos poros serão replicados depois no Laboratório Sirius, do CNPEM — um acelerador de partículas que permite estudar com maior detalhe o nanocosmo das moléculas, das células vivas e de materiais como as rochas. Na mais complexa infraestrutura científica do país funcionam três aceleradores de partículas, que fazem os elétrons se aproximarem da velocidade da luz dentro de um anel de 518 metros de circunferência. Ao se deslocarem, as partículas são forçadas por poderosos ímãs acoplados ao anel a mudarem de trajetória, perdendo energia e emitindo a luz síncrotron. “Na linha de luz síncrotron Mogno do Sirius conseguiremos emular as rochas em escala microscópica. Vamos analisar com extrema precisão todas as propriedades das rochas e dos fluidos que escoam por elas”, explica a pesquisadora da Unicamp.

Engenheiros australianos usaram uma tecnologia de impressão 3D para criar um material à base de titânio que é 50% mais forte do que a liga mais potente de densidade semelhante usada em aplicações aeroespaciais. A nova liga de titânio possui a estrutura de um metamaterial, um material projetado para apresentar características que os materiais naturais não possuem, destaca Inovação Tecnológica. Tanto a impressão 3D quanto a liga de titânio precursora são comuns e disponíveis. O segredo está no modo como as menores estruturas do material (esferas e barras) são dispostas. “Projetamos uma estrutura de treliça tubular oca, que possui uma faixa fina em seu interior. Esses dois elementos juntos apresentam força e leveza nunca vistos juntos na natureza,” disse o professor Ma Qian. “Ao fundir duas estruturas de rede complementares para distribuir uniformemente o estresse, evitamos os pontos fracos nos quais o estresse normalmente se concentra”, explicou. O design de treliça dupla  significa que qualquer fissura é desviada ao longo da estrutura, aumentando a resistência. Os testes mostraram que um protótipo em formato de cubo impresso com titânio é 50% mais forte do que a liga de magnésio fundido WE54, a liga mais poderosa de densidade semelhante usada em aplicações aeroespaciais. A nova estrutura reduziu pela metade a quantidade de tensão concentrada nos pontos fracos da rede.

 

A Adobe deu mais um passo no desenvolvimento de ferramentas de inteligência artificial generativa. A empresa, que já tem o Firefly, que transforma prompts de texto em imagens, lança agora o Project Music GenAI Control, pensado para facilitar a criação de áudios e músicas. Criada em parceria com pesquisadores da Universidade da Califórnia, a ferramenta transforma prompts de texto em áudios. Os usuários podem compor suas obras-primas sonoras inserindo descrições como “rock poderoso” ou “dança feliz”, e a IA gera gravações totalmente novas com base nessas instruções. A IA também oferece recursos de edição aprimorados, permitindo aos usuários remixar, remodelar e refinar suas criações com precisão. Em um vídeo de demonstração do projeto, Bryan mostra que a ferramenta tem uma interface simples, que oferece ajustes de ritmo, estrutura e intensidade a apenas alguns cliques de distância, relata a Época.


A Qualcomm aproveitou o Mobile World Congress (MWC) 2024 para lançar um modem 5G com suporte a comunicação via satélite e inteligência artificial. Por meio de IA, a empresa promete mais eficiência no Snapdragon X80, com maior qualidade na recepção de sinal e menor consumo de energia. O modem conta com um processador 5G turbinado com inteligência artificial que garante mais velocidade, cobertura de sinal e eficiência de energia, além de menor latência. Segundo a Qualcomm, o modem consome 10% a menos de energia e tem precisão de localização 30% melhor, quando conectado a uma rede mmWave. O Snapdragon X80 é o primeiro modem 5G com banda estreita (Narrowband, ou NB) totalmente integrada com satélite de redes não terrestres (Non-Terrestrial Networks, ou NTN). Enquanto a velocidade de download máxima chega a 10 Gbps, o upload pode chegar a 3,5 Gbps, com suporte a frequências 5G mmWave e sub-6 GHz, mostra o gizmodo. Na estrutura, o Snapdragon X80 conta com seis antenas gerenciadas pela inteligência artificial. Em outras palavras, o dispositivo é capaz de configurar de forma autônoma as melhores opções para extensão e alcance de ondas mmWave. Com a chegada do modem, espera-se também mais celulares no mercado com suporte à conexão 5G via satélite.

 


29/02/2024: Biotecnologia / Táxi Autônomo / Usinas reversíveis / Painéis solares / Nanomaterial


Em um processo biotecnológico, a startup paranaense Mush desenvolveu um biomaterial derivado do micélio de cogumelos. No setor da construção, o mushpack pode ser usado como placas de revestimento para conforto acústico e térmico em paredes e forros no teto, reporta Um Só Planeta. “Outro ponto importante, principalmente para as construções de madeira, é que o mushpack oferece maior resistência ao fogo. O material retarda a chama, o que diminui as chances de propagação de incêndio”, explica Ubiratan Sá, CEO da startup. A empresa desenvolve pesquisas para produzir produtos mais estruturais da construção a partir do material, que é produzido de derivados da agroindústria – serragem, casca de arroz, farelo de trigo e outros materiais naturais. Os substratos recebem a parte do cogumelo que compõe a raiz – o micélio –, que cresce de maneira controlada e condicionada para unir as partículas. “Depois dessa fase, o material pode ser acondicionado em moldes para o formato desejado pelos clientes – placas, blocos, formas geométricas distintas e peças de design”, explica Ubiratan. O mushpack é 100% biodegradável, neutro em carbono, resistente e moldável em diferentes formas. “Não gera resíduo sólido que a natureza não consome”, frisa. Um quilo do material consome dez litros de água, que representam 5,6% do consumo em comparação à produção de plástico, que precisa de 180 litros para produzir um quilo. Em relação ao gás carbônico, o mushpack absorve 1 kg de CO₂ para cada quilo de produto produzido. O material se enquadra na economia circular e pode substituir componentes de embalagens que têm majoritariamente matérias-primas derivadas do petróleo – como o plástico e o isopor.

A Nissan planeja lançar um serviço de táxi autônomo no Japão, no ano fiscal que começa em abril de 2027, anunciou a montadora na quarta-feira (28), relata a Folha de Pernambuco. A fábrica começará a testar o serviço em abril, utilizando minivans em uma área de Yokohama, ao sul de Tóquio. “As comunidades locais têm enfrentado dificuldades na mobilidade, com a escassez de condutores, devido ao envelhecimento da população”, indica um comunicado. A fábrica anunciou que vai trabalhar com as autoridades locais e operadores de transportes para “fornecer uma ampla gama de novos serviços que permitam a mobilidade gratuita”. O governo japonês tem priorizado a aceleração dessa tecnologia, dada a escassez de trabalhadores e o envelhecimento da sua população, que necessita de transporte. Desde o ano passado, as leis de trânsito japonesas permitem autonomia de veículos de ‘nível 4’ em vias públicas. A autonomia do veículo é classificada numa escala de 0 a 5, sendo 5 a autonomia total. A Honda e a General Motors, com sua unidade de direção autônoma Cruise, anunciaram um projeto conjunto para oferecer transporte em veículos autônomos a partir de 2026, no Japão. A Toyota também estaria planejando lançar um serviço com autonomia nível 4 em uma pequena área de Tóquio, ainda neste ano.

Portugal está retomando uma ideia que pode ser a solução para armazenamento de energia renovável: ‘baterias de água’, pequenas centrais hidrelétricas construídas próximas de um complexo solar ou eólico, que geram energia quando falta sol ou vento. As duas primeiras usinas desse tipo já estão operando no país, reporta O Empreiteiro. Batizado de Complexo do Tâmega, o projeto envolve a construção de três usinas em um vale que cerca o rio Tâmega, na região norte de Portugal. A última usina deve ser inaugurada em março. As três terão capacidade instalada de 1.158 MW. Conhecidas como usinas hidrelétricas reversíveis (UHR), possuem um mecanismo para bombear a água do reservatório inferior para o superior. Associadas a outras fontes geradoras (de preferência, renováveis). as usinas são chamadas de ‘baterias de água’ porque sua função acaba sendo semelhante à de uma bateria comum: atuam como acumuladores de energia. Dois reservatórios de água são construídos em níveis diferentes. Ao longo do dia, com o sol carregando os painéis solares, parte da energia gerada é utilizada para bombear água do reservatório de baixo para o superior. À noite, quando ocorre o aumento da demanda por energia, o processo se inverte: a água acumulada no reservatório de cima é liberada por meio das turbinas, que produzem energia. Com a geração eólica ocorre processo semelhante: nos períodos de maior intensidade de vento, as bombas enchem o reservatório superior, que é esvaziado quando a geração eólica cai ou quando a demanda por eletricidade sobe. Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), as hidrelétricas reversíveis respondem por 90% do armazenamento de energia no mundo. Muitas dessas usinas foram construídas na Europa nos anos 1960 para armazenar a eletricidade excedente de usinas nucleares.

 

A NASA vai usar tecnologia de pequenos painéis solares para fornecer energia de baixo custo a espaçonaves em órbita. Os painéis são leves e ocupam pouco espaço, podendo gerar até três vezes mais energia do que outras opções fotovoltaicas. A tecnologia também já foi testada anteriormente, inclusive em estação espacial da agência. A iniciativa, chamada de missão Lightweight Integrated Solar Array and anTenna (LISA-T), é a quarta da série Pathfinder Technology Demonstrator (PTD) da NASA, que implementa novas tecnologias em pequenas espaçonaves em órbita. Segundo o Olhar Digital, os painéis solares são leves, ocupam pouco espaço quando embalados e produzem três vezes mais energia do que outras opções semelhantes. A estrutura é armazenada na nave durante o lançamento, mas implantada em órbita. Apesar do tamanho compacto, as matrizes de produção podem aumentar de acordo com a missão, com opções podendo gerar quilowatts de energia para pequenas naves. Os painéis solares usados na missão são da linha Titan, da Ascent Solar Technologies, anunciados em novembro do ano passado como estrutura otimizada para ambientes espaciais. Já neste ano, a empresa divulgou eficiência de 17,55%. O módulo do painel tem 30 cm² de tamanho, 10 gramas e potência de 17 W.


O fósforo é um dos nutrientes essenciais para a nutrição das plantas, mas cerca de 80% do que é aplicado na forma de fertilizante pode ser perdido em processos químicos de interação com o solo. Um grupo de pesquisadores da Embrapa Instrumentação, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) desenvolveu um composto que mantém até 35% do nutriente no solo após a aplicação, além de também fornecer nitrogênio, outro nutriente primordial. Os resultados foram publicados na revista Communications in Soil Science and Plant Analysis. “Quando aplicado no solo, o fósforo reage com os minerais presentes naquele ambiente e forma fases pouco solúveis, que não permitem que as raízes das plantas absorvam o nutriente. Alteramos a estrutura do fertilizante para que ele protegesse o fósforo contido e fosse mais bem aproveitado”, conta Amanda Giroto, que realizou o trabalho como parte de seu doutorado na Embrapa Instrumentação, em São Carlos, com bolsa da FAPESP. A fórmula é composta de 50% de ureia, que disponibiliza nitrogênio, e 50% de hidroxiapatita em pó, um mineral que é fonte natural de fósforo. O composto, nomeado UHap, foi transformado em grânulos por meio de uma extrusora, máquina usada na indústria de fertilizantes para esse fim. Outra vantagem do novo composto é que ele traz mais de um nutriente, o nitrogênio, diminuindo o número de aplicações de fertilizante no campo. Levando em conta que uma lavoura de grande escala demanda toneladas de adubo, a diminuição do número de aplicações pode trazer mais economia para o produtor.

 


28/02/2024: Telhado Biosolar / Cortiça Renovável / Missão à Lua / Internet Móvel / Baterias de Lítio


A startup francesa Vegetek desenvolveu um telhado ‘biosolar’, uma solução que combina cobertura verde e geração de energia solar, reporta o Ciclo Vivo. O efeito de resfriamento da vegetação é capaz de melhorar o desempenho dos painéis solares em dias de calor intenso. Diferentemente do que se possa imaginar, os módulos se tornam menos eficientes quando estão muito quentes. Outro ponto é que os painéis solares podem ajudar a proteger e aumentar a população de abelhas e outros polinizadores. Ao criar uma espécie de refúgio para os insetos, pode ocorrer o aumento da biodiversidade, como já demonstrado em estudo, por isso há projetos que combinam usinas solares com a criação de abelhas. Manter um telhado com vegetação diminui a temperatura interna dos ambientes de forma natural, economizando a energia que seria usada com ar-condicionado. Melhora a eficiência térmica do edifício. Instalar um teto com tantas vantagens ecológicas responde a uma recente demanda francesa. “A cobertura biosolar permite cumprir a ‘Lei de Clima e Resiliência’, de 22 de agosto de 2021, que obriga as novas construções industriais e artesanais a esverdear ou cobrir com módulos de produção de energia fotovoltaica 30% da superfície da sua cobertura”, aponta a Vegetek. Em um projeto experimental, a solução foi instalada na cobertura de um prédio empresarial em Paris.

Na região rural de Coruche, em Portugal, a riqueza provém da cortiça, casca extraída das árvores chamadas sobreiros. Esse recurso vegetal tem se destacado como uma alternativa sustentável ao plástico e a outros materiais derivados de combustíveis fósseis, com aplicação em pisos, móveis, calçados, roupas e como isolante para residências e veículos elétricos, destaca Petrosolgas. A cortiça obtida dos sobreiros (Quercus suber) é conhecida pela leveza e as propriedades isolantes, graças à sua composição rica em suberina. Essa substância lipídica oferece proteção natural contra patógenos e toxinas. Usada por egípcios, persas, gregos e romanos em diversos itens, incluindo equipamentos de pesca e vedação de recipientes, a cortiça ganhou destaque no século 18 como vedante ideal para garrafas de vidro. Os sobreiros não são cortados para a extração da cortiça, permitindo que continuem a absorver CO² ao longo de seus mais de 200 anos de vida. A extração da cortiça requer precisão e delicadeza para não danificar a árvore. Esse processo acontece entre maio e agosto, quando as árvores estão em pleno crescimento, facilitando a retirada da casca sem prejudicar o tronco. Os sobreiros têm a capacidade de regenerar a casca, tornando a cortiça um recurso renovável. Após a extração, a casca é marcada com o ano da colheita e deixada para crescer novamente por nove anos. As tábuas de cortiça são armazenadas ao ar livre para envelhecimento e posteriormente tratadas para uso. Além da aplicação tradicional em rolhas de garrafa, a cortiça tem novos usos. Sua resistência ao fogo e propriedades isolantes a tornam ideal para aplicações em naves espaciais e baterias de carros elétricos.

Mais de cinco décadas depois, a Lua volta a despertar o interesse de cientistas e pesquisadores. O professor Glauco Arbix aborda a espaçonave Odysseus, construída por uma empresa de Houston, que entrou para a história como a primeira sonda lunar dos EUA a pousar no satélite desde 1972. “Goste a gente ou não, é certo que o voo da Odysseus vai dar enorme impulso a empresas que olham para o espaço”, disse Arbix ao Jornal da USP. “Com esse programa chamado Artemis, a NASA quer usar voos semelhantes a esse para testar novas tecnologias, novos materiais e combustíveis. Os planos da agência preveem o envio de astronautas ao polo sul da Lua, onde há suspeita da presença de água, na forma de gelo. Viabilizaria uma base da Terra lá na Lua”, frisou. Ao custo de US$ 3 bilhões, o programa tem a perspectiva de lançar uma frota de espaçonaves robóticas do setor privado para transportar experimentos científicos e carga à Lua. O governo americano não queria tornar a agência dependente do setor privado, mas a perspectiva de diminuição de custos pesou. “No caso da Odysseus, o governo pagou à empresa privada US$ 120 milhões, o que é uma fração muito pequena do custo real de uma missão interplanetária típica da Nasa.” Segundo o Arbix, o fato de a Nasa não ser a responsável direta por esse tipo de missão, nem mesmo pelos foguetes, é uma oportunidade para abrir caminho para capacitar toda uma geração de empresas para dar conta do espaço. “Do ponto de vista científico, a cooperação público-privada permite que a NASA concentre seus esforços nas áreas científicas mais básicas. São as mais difíceis e desafiadoras”, frisou.

 

O número total de usuários de internet móvel no mundo deve subir de 4,7 bilhões no fim de 2023 para 5,5 bilhões no fim de 2030, impulsionado pelo aumento na penetração dos telefones celulares entre o público. A expectativa é que a fatia da população que usa o celular aumente de 58% em 2023, para 65% em 2023, informa a Época. A projeção faz parte do relatório de mercado divulgado nesta segunda-feira (26) pela GSMA, associação internacional das operadoras de telefonia e internet móvel. A publicação aconteceu durante o Mobile World Congress (MWC), principal evento do setor, que vai de 26 a 29 de fevereiro, em Barcelona. Atualmente, 3,4 bilhões de pessoas ao redor do mundo não têm acesso à internet móvel, sendo que o principal empecilho para isso é a falta de recursos. Destas, 90% vivem em áreas onde o sinal de internet está disponível. O levantamento da GSMA também mostrou que a internet móvel de quinta geração (5G) correspondia a 18% do total de conexões no fim de 2023, com tendência de chegar a 56% em 2030. Em paralelo, o 4G ainda vai perder participação, mas, ainda continuará relevante para o mercado, passando de 59% para 35%. Já as gerações mais antigas de internet móvel (2G e 3G) caminham para cair em desuso nos próximos anos.


Uma das grandes preocupações de usuários de carros elétricos é a capacidade e vida útil da bateria, o que move montadoras e fabricantes a encontrar formas de aumentar o desempenho dos dispositivos. Um novo estudo da Precourt Institute for Energy da Universidade de Stanford não só encontrou uma forma de fazer as baterias de lítio durarem por mais tempo, podendo até dobrar o alcance dos carros elétricos, mas também de diminuir a degradação e fazê-la se manter saudável por mais tempo. Como contou o diretor do Precourt Institute for Energy, Dr. Yi Cui, segundo o Olhar Digital, um dos alunos propôs deixar a bateria descarregada por várias horas. A lógica era que, se uma bateria de metal de lítio se degrada quando fica completamente carregada, o oposto deveria acontecer se ela ficasse completamente descarregada. A proposta deu certo e, ao invés de degradar, a bateria recuperou sua capacidade. O estudo mostrou que a eficiência foi de 98,2% nas células “revividas” contra 96,9% nas células de controle, que não passaram pelo mesmo processo de descarregamento. Ou seja, no mesmo período de tempo, as células que passaram algumas horas descarregadas tiveram mais energia do que as que passam pelo procedimento normal de carregamento.

 


27/02/2024: Sustentabilidade e Inovação / Nanotecnologia / Automação Industrial / Impressão em 3D / Robô Pedreiro


A sede do Confea, inaugurada em 2010, é reconhecida por especialistas como uma das melhores obras de Engenharia e Arquitetura de Brasília, símbolo de compromisso com a sustentabilidade e a eficiência energética, destaca Engenharia 360. Com uma fachada imponente, o edifício tem cinco pavimentos, incluindo a cobertura, e três subsolos de garagem. Nos andares-tipo, a planta é livre, sem pilares internos, o que permite uma organização de escritório versátil, com amplitude e fluidez, atendendo às necessidades presentes e futuras. A estrutura tem um modelo misto, com concreto e aço, o que permitiu a construção de vãos livres de 22,5 metros. Os tramos metálicos centrais são apoiados em estruturas de concreto, enquanto os tirantes ancorados nas paredes laterais asseguram a contenção lateral dos subsolos, tendo a estabilidade necessária para o sistema. Uma membrana têxtil perfurada protege o edifício do sol e contribui para a eficiência energética. Outro mecanismo sustentável é o sistema de reaproveitamento de água da chuva e reuso em descargas e lavagem de áreas externas. O projeto se destaca pela integração com o entorno. As avenidas W3 e W2 próximas foram integradas por meio de galerias periféricas no térreo da sede, criando um espaço público seguro.


O Instituto de Ciência e Tecnologia da Unesp (ICTS), campus de Sorocaba, vai sediar nos próximos cinco anos o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanotecnologia para Agricultura Sustentável (INCT NanoAgro), que vai impulsionar a produção científica e tecnológica direcionada à agricultura por meio da pesquisa em nanotecnologia, relata o Jornal da Unesp. O coordenador do INCT será Leonardo Fernandes Fraceto, professor do Departamento de Engenharia Ambiental do ICTS. Com potencial de aumentar a produtividade e a sustentabilidade, a nanotecnologia oferece novas possibilidades de conservação dos recursos naturais visando atenuar os impactos ambientais associados à agricultura convencional. O INCT NanoAgro vai articular uma rede de pesquisadores de diversas instituições e terá a colaboração de pesquisadores de instituições da Austrália, Espanha, Grécia, Chile, EUA, Escócia, Inglaterra, República Tcheca, Portugal, Índia, Canadá, Chipre, Argentina, Itália e Hungria. Foram definidos oito eixos temáticos para nortear as pesquisas: design e caracterização de nanomateriais sustentáveis; design e caracterização de nanossensores; mecanismos de interação dos nanomateriais com biossistemas e ambiente; avaliação de eficácia agronômica; avaliação da toxicidade de nanomateriais; análise de risco e aspectos regulatórios; inovação, tecnologia e empreendedorismo; nanoinformática e gestão do conhecimento.

A multinacional dos EUA Honeywell, que desenvolve serviços de Engenharia, sistemas aeroespaciais, equipamentos para automação, anunciou novas funcionalidades no seu sistema de controle multiplataforma, o Experion Process Knowledge System (PKS) R530, que unifica soluções de automação de uma fábrica. Previsto para março de 2024, o lançamento vai oferecer uma solução tecnológica com análise de dados que otimiza o desempenho e a eficiência das instalações industriais, relata Click Petróleo e Gás. Entre as inovações, destaca-se a possibilidade de reduzir a quantidade de controladores necessários em até 50% e a dependência de painéis em até 80%, comparado às soluções convencionais de automação. Essas melhorias são fundamentais para maximizar recursos e minimizar custos operacionais. A atualização expande o suporte para novas iniciativas verticais da Honeywell, que incluem digitalização e sustentabilidade. Projetos como Honeywell Manufacturing Excellence, monitoramento de emissões e armazenamento de energia em baterias são algumas das áreas beneficiadas pela nova plataforma. O Experion PKS R530 introduz uma inovação que facilita as operações remotas por meio de um acesso simplificado, independentemente de navegador, para monitoramento e gestão. A atualização inclui um módulo de interface Ethernet melhorado, elevando a carga de processamento.

 

Pesquisadores do Instituto Federal Suíço de Tecnologia (ETH, na sigla em inglês) criaram o edifício impresso em 3D mais alto do mundo, relata a Época. Situado em meio à paisagem montanhosa de Mulegns, na Suíça, o edifício, chamado Tor Alva, tem impressionantes 30 metros e destaca a utilização do processo de impressão 3D para projetos urbanos que focam em sustentabilidade e eficiência. Segundo o ETH, ao empregar a extrusão robótica de concreto, o processo de construção reduz significativamente o desperdício de material, permitindo a criação de formas expressivas e texturas detalhadas que definem a aparência da torre. Como destaca o DesignTaxi, Tor Alva será um centro cultural para abrigar instalações e performances artísticas, com foco na cultura da região. Os visitantes da torre podem experimentar em primeira mão seu design único subindo a escada em espiral, ou passando por uma série de colunas para chegar a um palco de câmara no pináculo. O local intimista, com capacidade para 45 convidados, é feito sob medida para concertos e apresentações teatrais, oferecendo uma experiência cultural única nos Alpes Suíços.


Os robôs estão cada vez mais presentes em obras de engenharia. Contudo, a startup holandesa Monumental foi além e configurou um robô totalmente autônomo com inteligência artificial para trabalhar em construções civis. Em 2023, a máquina concluiu sua primeira fachada de grande escala na Holanda, sem ser operada por um ser humano, mostra o gizmodo. A ideia da empresa é diminuir os custos do setor de construção civil, já que as máquinas contam com hardware de baixo custo e um modelo de IA próprio da companhia: o Atrium. No site oficial, a startup explica que todos os robôs são “equipados com sensores avançados, visão computacional de ponta e pequenos guindastes”. As máquinas conseguem, por exemplo, “colocar tijolos e argamassa em paredes industriais e residenciais com cuidado, precisão e eficiência de nível humano”. De acordo com a empresa, as empreiteiras contratam a Monumental como prestadora de serviço, que coloca os robôs para trabalharem como pedreiros de forma autônoma. Em vez de substituir a mão de obra humana por completo, as máquinas funcionam ao lado das pessoas. Para a Monumental, isso elimina o risco financeiro para os empreiteiros envolvidos na compra e operação das máquinas, enquanto reduz o risco técnico de ter que aprender e validar a tecnologia.

 


26/02/2024: Nanoscópio / Energia Limpa / Praga do Milho / Foguete New Glenn / Baterias de água


O projeto ‘Nanoscópio: A Ciência e a Tecnologia Ampliando a Realidade’, desenvolvido na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), venceu o Prêmio Péter Murányi 2024, que teve como foco ‘Ciência & Tecnologia’. O objetivo principal foi desenvolver e produzir um nanoscópio, equipamento óptico que revela imagens na escala do nanômetro (medida 1 bilhão de vezes menor que o metro) e que pode ser utilizado no desenvolvimento da nanotecnologia. Entre as aplicações estão o estudo de materiais bidimensionais, como o grafeno, e de materiais de interesse da agroindústria, como os biocarvões. O instrumento já foi patenteado e a tecnologia está pronta para ser transferida à indústria. Os três vencedores foram anunciados no dia 22, relata a Agência Fapesp. Em segundo lugar ficou o projeto da Unicamp ‘Reator sustentável: constituído por eletrodos de óxidos metálicos e células solares, para aplicações na descontaminação de água ou conversão de CO2 utilizando energia solar’, coordenado pela pesquisadora Claudia Longo. Uma das aplicações da tecnologia é a remoção de contaminantes da água, como resíduos de pesticidas e de medicamentos. A tecnologia se mostrou capaz de eliminar da amostra o antibiótico amoxicilina. Outro uso possível é a conversão de dióxido de carbono em produtos de valor comercial, como o etanol. O terceiro colocado foi o projeto ‘Tecnologia para redução da evasão escolar’, conduzido por Leonardo Souza na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). O objetivo foi criar uma solução de baixo custo, baseada em inteligência artificial, que ajuda a identificar precocemente estudantes em situação de abandono escolar e mapear os motivos que levam o estudante a deixar a escola. A estratégia foi testada em duas cidades da Bahia e se mostrou capaz de reduzir a evasão escolar pela metade.
O reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, e os coordenadores do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI, na sigla em inglês) receberam no dia 22 o presidente mundial do Grupo Hyundai Motor, Euisun Chung, para discutir parcerias e colaborações em áreas estratégicas da energia, com foco na produção limpa. Carlotti também falou sobre o interesse na área de energia nuclear, na qual a USP tem projetos em andamento. “A partir de 2021, a USP passou a oferecer a habilitação em Engenharia Nuclear na Poli, com objetivo de capacitar mais profissionais nessa parte estratégica da matriz energética mundial”, disse ao Jornal da USP. O presidente da montadora sul-coreana destacou o foco na produção de energia limpa e de hidrogênio menos custoso. “Acreditamos que uma parceria entre o setor privado e a Universidade será capaz de aliar tecnologia, capital e pesquisa, necessários para o avanço rumo a uma produção de energia cada vez mais sustentável e limpa.” O RCGI existe desde 2014 como um Centro de Pesquisa em Engenharia da Fapesp. A partir de 2023, passou a ser integrado como centro de estudos ligado à Reitoria, complementando as experiências da USP no apoio à pesquisa do uso sustentável de gás natural, biogás, hidrogênio, gestão, transporte, armazenamento e uso de CO². Uma das principais linhas de pesquisa é o uso de calor para converter etanol em hidrogênio. No segundo semestre, a Cidade Universitária deve abrigar a primeira estação experimental de abastecimento de hidrogênio renovável a partir de etanol do mundo. A planta-piloto terá capacidade de produzir 4,5 quilos de hidrogênio por hora, suficiente para abastecer três ônibus e um veículo leve.

A cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) está amplamente distribuída nas Américas. No Brasil, utiliza as plantas de milho como hospedeiras. Causa um dano direto, pela sucção da seiva do floema – o tecido vivo através do qual circulam compostos orgânicos solúveis, em especial a sacarose. Também é transmissor de fitopatógenos – bactérias e vírus – que podem causar danos às espécies vegetais, afetar a produtividade e a produção do milho, destaca Um Só Planeta. Para combater a cigarrinha-do-milho, duas estratégias são adotadas: a pulverização com agroquímicos e o controle biológico. Um dos bioinseticidas utilizados é o fungo Cordyceps javanica, que apresenta alto potencial de controle. Mas não se sabia exatamente como isso acontecia. Para elucidar o mecanismo de atuação do fungo foi realizado um estudo pioneiro no Centro de Pesquisa Avançada de São Paulo para Controle Biológico (SPARCBio), constituído pela Fapesp e pela Koppert Biological Systems na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da USP (Esalq-USP). A investigação foi conduzida pela engenheira agrônoma Nathalie Maluta e os resultados foram publicados na revista Scientific Reports. Ela aplicou uma técnica chamada de electrical penetration graph (EPG), na qual a cigarrinha de teste é conectada a um eletrodo. A atividade para sugar a seiva pode ser monitorada e representada por meio de um gráfico. A Koppert comercializa um produto bioinseticida que tem como princípio ativo o Cordyceps javanica. O estudo explica seu mecanismo de ação. O produto, contendo o fungo, é pulverizado sobre a planta e atinge os insetos. Também deixa um filme na superfície vegetal. O fungo penetra nos insetos. Seu efeito inseticida não é imediato. “Ele precisa de alguns dias para germinar e produzir esporos, levando o inseto à morte”, explica Nathalie Maluta.

 

 

A Blue Origin divulgou uma foto de um foguete em sua plataforma de lançamento no Kennedy Space Center, na Flórida. O foguete em questão é o New Glenn, nomeado em homenagem a John Glenn, que se tornou o primeiro americano a orbitar a Terra em 1962. A colocação do foguete na plataforma de lançamento faz parte de uma campanha de testes para permitir que as equipes da Blue Origin pratiquem, testem e aprimorem suas habilidades em integração de veículos, transporte, suporte no solo e operações de lançamento. O foguete permanecerá na plataforma de lançamento por cerca de uma semana. Com altura de aproximadamente 98 metros, o New Glenn inclui carenagem de carga útil de sete metros, o dobro do tamanho dos veículos comerciais de lançamento comercial padrão. Segundo representantes da Blue Origin, a carenagem é tão grande que poderia acomodar três ônibus escolares. Conforme o Universe Magazine, o foguete terá sua fase inicial reutilizável, semelhante ao foguete Falcon 9 da SpaceX. Deve durar pelo menos 25 missões e pousará em plataforma offshore logo após o lançamento. No entanto, os motores BE-4 New Glenn, que estão sendo testados atualmente nas instalações da NASA em Huntsville, Alabama e no Local de Lançamento da Blue Origin no Texas, não serão instalados para testes na Base Kennedy, destaca o Olhar Digital.


Se uma bateria com extintor de incêndio embutido não é suficiente para tranquilizá-lo de que seu veículo elétrico não arderá em chamas, logo você poderá contar com uma “bateria de água”, começa matéria do site Inovação Tecnológica. Uma equipe internacional criou baterias recarregáveis à base de água, que têm como principal vantagem o fato de que nunca irão pegar fogo e menos ainda explodir. “O que projetamos e fabricamos são baterias aquosas de íons metálicos – ou podemos chamá-las de baterias de água”, disse o professor Tianyi Ma, da Universidade RMIT, na Austrália. E a simplicidade dos processos de fabricação utilizados para fabricar as baterias de água pode ajudar a viabilizar sua produção em massa. A equipe usou água para substituir os eletrólitos orgânicos, que permitem o fluxo de corrente elétrica entre os terminais positivo e negativo da bateria. Isso significa que as baterias não podem iniciar um incêndio ou explodir, ao contrário das baterias de íons de lítio, e ainda podem ser mais facilmente descartadas ou recicladas ao final da vida útil.

 

Produzido pela CDI Comunicação