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Acesso em 08/06/2025 às 01h35.

Área Tecnológica na Mídia – 09/09/2024 a 13/09/2024

Confira as notícias do dia

13 de setembro de 2024, às 11h29 - Tempo de leitura aproximado: 38 minutos

13/09

Os edifícios ao longo da sua vida útil são responsáveis por até 40% das emissões de gases do efeito estufa (GEE) na atmosfera. Portanto, é imprescindível que os engenheiros de estruturas e os educadores entendam como contribuir com conhecimentos de Engenharia Estrutural para um projeto de baixo carbono de forma holística e assim desempenhar um papel fundamental nas ações futuras. O curso on-line gratuito ‘Estruturas de Edifícios de Concreto Armado de Baixo Carbono’, promovido pela Cátedra Construindo o Amanhã, uma parceria entre a USP e a empresa ArcelorMittal, tem como objetivo estimular o desenvolvimento e a aplicação de soluções inovadoras em aço. Com dez videoaulas abertas, o curso está disponível no Canal USP. Sob a responsabilidade dos professores Ricardo Leopoldo e Silva França, titular da cátedra e professor sênior do Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica, e também dos professores da Poli Vanderley Moacyr John e Leila Cristina Meneghetti Valverdes, o curso aborda os fundamentos da concepção, projeto e materiais para estruturas de concreto de baixo carbono, e os desafios de pesquisa e oportunidades de inovação, além de explorar uma metodologia sistemática para entender e analisar o projeto de edifício, desde a concepção, determinação de carregamentos, especificação de material e procedimentos de cálculo e verificação de elementos estruturais.

 

A Unicamp recebeu na segunda-feira (9) uma comitiva da Bosch Brasil com o objetivo de aprofundar a cooperação entre a multinacional e a Universidade. A inteligência artificial foi um dos temas centrais da discussão, tanto em termos de desenvolvimento tecnológico quanto no impacto social. Dentro do tema da mobilidade sustentável, foram apresentados projetos de parceria entre a Unicamp e a Bosch voltados à transição energética e descarbonização. Entre eles, o desenvolvimento de células a combustível e microrreatores para geração de energia a partir do etanol, coordenado pela Faculdade de Engenharia Química (FEQ), no âmbito do Programa Rota 2030, do Governo Federal. Outro projeto de PD&I, finalizado recentemente, trabalhou o desenvolvimento de baterias mais seguras e eficazes, com foco na segurança contra incêndios em veículos híbridos e elétricos, e foi conduzido na Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC). O Projeto Rota Conectada, aprovado neste ano e também coordenado pela FEEC, busca desenvolver tecnologias para veículos autônomos e assistidos. Envolve o desenvolvimento de sistemas avançados de assistência ao condutor, conhecidos como ADAS (Advanced Driver Assistance Systems), com o objetivo de acelerar a implementação de veículos conectados no Brasil. Foram apresentados trabalhos relacionados à captura de carbono, com foco na separação e armazenamento de CO² e outros gases do escape de turbinas de plataformas de petróleo, visando a reduzir a pegada de carbono. A Unicamp, por meio do Projeto ESA, que envolve pesquisadores da FEQ, fará a caracterização e análise de um protótipo da tecnologia desenvolvida pela Bosch, para acelerar a inovação e industrialização do produto, que prevê impactos diretos na sustentabilidade ambiental.

 

A Administração Espacial Nacional da China (CNSA) planeja construir uma estação científica — a International Lunar Research Station (ILRS) — na Lua até 2050 e a primeira parte tem previsão de ser concluída em 2035, reporta a CNN Brasil. Iniciado em 2017, o projeto tem mais de 40 países signatários e teve a primeira missão de envio de materiais para a construção da base — a missão Chang’e-6, que enviou uma carga da Agência Espacial Europeia (ESA) — concluída com sucesso. A primeira parte do projeto prevê a construção de uma estação básica na região do polo sul lunar até 2035. O local reunirá instrumentos para realização de experimentos científicos simples, ajudando no desenvolvimento de estratégias de produção de recursos com suprimentos limitados. A previsão é que a segunda parte da ILRS seja concluída em 2050, incluindo uma rede de transporte conectando o polo sul lunar, o equador e o lado oculto do satélite natural. Nela funcionará o fornecimento de energia, o controle central, a comunicação, a navegação, o manejo do transporte de ida e volta Terra-Lua e a pesquisa científica na superfície lunar. Essa fase do projeto inclui uma estação espacial em órbita da Lua para realizar pesquisas científicas e fazer verificações técnicas e experimentos para auxiliar no planejamento de um futuro pouso tripulado em Marte. Os próximos envios de carga para a construção da ILRS serão feitos nas missões Chang’e-7 e Chang’e-8, que estão programadas para acontecer em 2026 e 2028, respectivamente. As missões terão o papel de explorar o lado oculto da Lua, realizar levantamentos ambientais e testar a utilização de recursos lunares, estabelecendo a infraestrutura básica da estação.

 

A fotônica, a tecnologia da luz, tira proveito das interações entre a luz e a matéria para gerar vários fenômenos interessantes, que já levaram a grandes avanços nas comunicações, na medicina, nos raios laser e nas tecnologias quânticas, entre muitas outras áreas – a fotônica mistura luz e matéria de um modo que não dá pra dizer o que é o quê. Agora, pesquisadores suecos criaram uma nova ferramenta para esse arsenal que combina elementos da fotônica em nanoescala, ou nanofotônica, que só haviam sido explorados independentemente: a não linearidade e a refração de alto índice. A ferramenta é um nanodisco milhares de vezes menor do que o diâmetro de um fio de cabelo, mas ainda assim capaz de multiplicar a potência disponível até agora para essas tecnologias, explica o Inovação Tecnológica. De modo simplificado, o nano-objeto é resultado de uma combinação de ressonâncias da matéria e de ressonâncias ópticas com a capacidade de converter a frequência da luz através da não linearidade – esta última significa que a saída não é diretamente proporcional à entrada, o que é essencial para fazer coisas interessantes com as ondas de luz, como fazer uma cor transformar-se em outra, por exemplo.

12/09

Pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP) testaram duas técnicas para melhorar a vazão de fluidos nas tubulações existentes em sistemas térmicos e de troca de calor como os de aparelhos de ar-condicionado, radiadores automotivos e refrigeradores, entre outras aplicações. O trabalho mostra que o uso de microcanais, tubos com diâmetro microscópico, em altas temperaturas, permitem que o fluxo aconteça tanto no estado líquido quanto na forma de vapor, podendo aumentar o desempenho dos equipamentos. O estudo avaliou ainda um fluido refrigerante com menos impacto ambiental que os atuais, que também proporciona maior eficiência, relata o Jornal da USP.  A pesquisa do engenheiro Thalles Coimbra Borba Roldão, sob a orientação de Cristiano Bigonha Tibiriçá, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da EESC, foi premiada como a melhor Dissertação de Mestrado no Prêmio ABCM 2023, concedido pela Associação Brasileira de Engenharia e Ciências Mecânicas, em julho, no Rio de Janeiro. “Essa pesquisa foi focada no estudo de escoamento interno em tubulações sob condições de alto desempenho, ou seja, elevados fluxos de calor, vazões e temperaturas”, destaca o professor. “Nessas condições, o escoamento pode ser tornar bifásico, ocorrendo o fenômeno de ebulição convectiva, no qual o fluido evapora, escoando tanto na fase líquida quanto na fase vapor. É um fenômeno fisicamente complexo, mas que permite aumentar drasticamente o desempenho de trocadores de calor e sistemas térmicos”, explicou. O professor ressaltou que a melhor compreensão do fluxo crítico de calor pode auxiliar a geração e o uso de energia elétrica limpa, a partir do resfriamento de reatores nucleares, do aproveitamento de rejeitos térmicos que são frequentemente desperdiçados em processos industriais, do resfriamento de carregadores ultrarrápidos de baterias de carros elétricos e do aumento da eficiência de microtermelétricas. “Também buscamos comparar o desempenho de um fluido refrigerante novo, ecologicamente correto, com um fluido refrigerante mais antigo, que possui maior impacto ambiental. O fluido mais novo, além de ter impacto ambiental significativamente menor, também teve melhor desempenho nos fenômenos de interesse estudados, o que nos mostra um caminho ecologicamente importante”, frisou.

 

A Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência ligada à ONU, divulgou na quarta-feira (11) a revisão dos dados sobre La Niña. Aumentou a probabilidade de, no final de 2024, o fenômeno ocorrer, passando de 55% (entre setembro e novembro deste ano) para 60% (entre outubro e fevereiro de 2025), reporta a Exame. O fenômeno, registrado a cada três ou cinco anos, acontece quando ocorre o resfriamento em larga escala da faixa Equatorial Central e Centro-Leste do Oceano Pacífico, com uma diminuição igual ou maior a 0,5°C na superfície das águas dos oceanos. É o oposto do El Niño, relacionado ao aquecimento. No entanto, apesar da revisão dos dados, ainda não se trata de uma boa notícia em relação às atuais altas temperaturas, destacou a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo. “Mesmo que um evento de resfriamento de curto prazo La Niña surja, não mudará a trajetória de longo prazo do aumento das temperaturas globais devido aos gases de efeito estufa (GEE)”. Os últimos nove anos foram os mais quentes já registrados, mesmo com a influência de resfriamento de um La Niña multianual de 2020 ao início de 2023. O El Niño de 2023-24, segundo a agência meteorológica, começou a surgir em junho de 2023 e atingiu o pico em novembro de 2023/janeiro de 2024 como um dos cinco mais fortes já registrados antes de se dissipar, embora alguns impactos tenham continuado. De acordo com a agência, nos últimos três meses, condições neutras prevaleceram, sem que se caracterizasse El Niño ou La Niña. No entanto, ressalta Celeste, o planeta passou por condições climáticas extremas generalizadas, incluindo calor intenso e chuvas devastadoras. Além do resfriamento em larga escala das temperaturas da superfície do oceano, o La Niña também é caracterizado por mudanças na circulação atmosférica tropical, como ventos, pressão e precipitação. Os efeitos de cada evento La Niña, segundo a OMM, variam segundo sua intensidade, duração, época do ano em que se desenvolve e da interação com outros fatores climáticos. Geralmente, La Niña produz impactos climáticos opostos ao El Niño, especialmente em regiões tropicais.

 

O bilionário Jared Isaacman e a engenheira Sarah Gillis realizam nesta quinta-feira (12) a primeira caminhada espacial com financiamento privado. Ele é o comandante da missão espacial privada Polaris Dawn, que foi lançada dois dias antes a partir da Flórida, a bordo do foguete Falcon 9 da SpaceX, de Elon Musk. A caminhada começou pouco antes das 8h de Brasília — com duração prevista de duas horas, informa a BBC News Brasil. Isaacman é o primeiro astronauta não-profissional a caminhar no espaço. Sarah Gillis nem sequer havia estado no espaço antes. Ele passou alguns minutos do lado de fora da nave e voltou, para que Gillis realizasse a sua caminhada. Isaacman é fundador da empresa de processamento de pagamentos Shift4. Também a bordo da nave estão Scott ‘Kidd’ Poteet, piloto aposentado da Força Aérea dos EUA, e duas engenheiras da SpaceX, Anna Menon e Sarah Gillis. A espaçonave, chamada Resilience, atingiu o ponto a 1.400 km acima da Terra. Nenhum ser humano chegou tão longe desde que o programa Apollo da Nasa terminou na década de 1970. Os astronautas passaram por uma região do espaço conhecida como Cinturão de Van Allen, que possui altos níveis de radiação, mas a tripulação está protegida pela nave e trajes espaciais recentemente modernizados. Passar por meio do cinturão vai expô-los ao equivalente a três meses da radiação a que estão expostos os astronautas na Estação Espacial Internacional, o que está dentro de limites aceitáveis. Um objetivo da viagem é estudar os efeitos que a exposição à radiação relativamente curta, mas segura, tem no corpo humano. A tripulação passou o segundo dia no espaço na altitude mais alta da missão, conduzindo experimentos, incluindo comunicação intersatelital a laser entre a espaçonave Dragon e a constelação de satélites Starlink da SpaceX. Os astronautas testaram novos trajes de astronauta para atividade extraveicular (EVA), que são uma atualização dos trajes de atividade intraveicular (IVA) da SpaceX para trabalhar fora da espaçonave. O EVA traz um visor no capacete que fornece informações sobre o traje enquanto está sendo usado. A roupa é considerada confortável e flexível o suficiente para ser usada durante o lançamento e o pouso, eliminando a necessidade de trajes IVA à parte. Sarah Gillis disse que essa é uma etapa necessária para os planos da SpaceX de enviar astronautas para Marte. “Até agora, países conseguiram apenas realizar uma caminhada espacial. A SpaceX tem grandes ambições de chegar a Marte e tornar a vida multiplanetária. Para chegar lá, precisamos começar de algum lugar. E o primeiro passo é testar o traje espacial EVA, para que possamos tornar as caminhadas espaciais e o futuro design de trajes ainda melhores”, disse a engenheira.

 

A equipe do professor Leif Asp, da Universidade de Tecnologia de Chalmers, na Suécia, vem há anos trabalhando no conceito de bateria estrutural, uma forma de armazenar energia de modo integrado com o próprio objeto a ser alimentado – pense em latarias de carros e fuselagens de aviões que também são baterias, por exemplo. Os primeiros resultados vieram em 2018, quando a equipe descobriu como armazenar eletricidade usando fibras de carbono rígidas e fortes, explica o Inovação Tecnológica. A energia elétrica é armazenada quimicamente, o que significa que as mesmas fibras de carbono usadas em peças estruturais podem funcionar como eletrodos em baterias comuns de íons de lítio. O marco seguinte foi alcançado em 2021, quando a bateria atingiu uma densidade de energia de 24 watts-hora por quilograma (Wh/kg), o que significa aproximadamente 20% da capacidade de uma bateria de íons de lítio equivalente. Agora a bateria estrutural de fibras de carbono atingiu o patamar de 30 Wh/kg. Embora ainda seja menos do que as baterias de hoje, a comparação não pode ser direta porque as condições são bem diferentes: Quando a bateria faz parte da construção e também pode ser feita de um material leve, o peso geral do veículo pode cair bastante. Então, não é necessária tanta energia para fazer funcionar um carro elétrico, por exemplo.

11/09

O Centro de Desenvolvimento e Tecnologia da Ford no Brasil é um dos nove centros globais da fábrica americana e tem mais de 1.500 especialistas envolvidos em projetos de tecnologias semiautônomas, veículos elétricos e conectados, destaca Garagem 360. Esses profissionais exportam serviços de Engenharia para mercados como EUA, Europa e China. Além da sede em Camaçari e do hub de inovação em Salvador, a estrutura inclui o Centro de Testes de Tatuí, um dos maiores e mais equipados da América Latina para o desenvolvimento de veículos. Com uma área de 4,66 milhões de m², o Centro de Testes da Ford possui 20 km de pistas asfaltadas e 40 km de pistas de terra com diversas superfícies e traçados. O complexo inclui laboratórios de emissões, análise de peças, dinamômetros, simuladores de estradas e um laboratório vibroacústico. O centro também dispõe de áreas de suporte, como uma garagem experimental, montagem de protótipos, almoxarifado, posto de combustível e estações de carregamento para veículos elétricos. Essa infraestrutura permite a realização de mais de 440 tipos de testes, como durabilidade, calibração, desempenho e segurança, em conformidade com padrões nacionais e internacionais. “O Centro de Testes de Tatuí também é o único da região integrado a um ecossistema de Engenharia local, que desenvolve projetos para os principais mercados globais, o que representa um grande diferencial competitivo para a Ford na região”, disse a engenheira Marinna Silva, gerente da unidade. Recentemente, o Centro de Testes da Ford adquiriu um simulador estático de Engenharia avançado, capaz de testar virtualmente componentes como suspensão, freios, direção e pneus de maneira rápida e eficiente. Com uma tela de 4,5 metros e visão de 210°, é um dos três simuladores da Ford no mundo, ao lado dos em operação nos EUA e na Bélgica. Equipado com seis computadores, três deles dedicados à exibição gráfica, o simulador permite reproduzir diversas condições de pista e clima com alta precisão. “O novo simulador permite testar diferentes parâmetros dos veículos de forma muito mais rápida, econômica e com ótima correlação. Podemos simular pistas de todo o mundo e inclusive as condições do clima, como piso molhado ou neblina, por exemplo, com um simples comando”, explica o engenheiro Jean Horcario. “É uma ferramenta que amplia a nossa capacidade de desenvolver projetos globais”, frisou. Atualmente, a equipe de Engenharia brasileira é responsável por cerca de um terço das tecnologias presentes nos veículos da Ford globalmente. Entre essas inovações, está o One Pedal Drive do Mustang Mach-E, que permite ao motorista controlar o carro usando apenas o acelerador. O Mustang GT Performance traz outras inovações criadas por engenheiros brasileiros, como o Remote REV, que permite acelerar o carro remotamente, e o Track Apps, que oferece funções como o Drift Brake, Line Lock, além de medir tempos de volta, aceleração, frenagem e forças G. Na picape F-150, o sistema de iluminação por zonas foi desenvolvido no Brasil.

 

No dia 24 de setembro, em Londres, um ‘robô’ brasileiro, dotado de inteligência artificial, concorre a um prêmio internacional. Batizado de RIC (Robô Inteligente em Compras), a ferramenta desenvolvida pela BRF é finalista no Global Procurement & Supply Chain Awards, uma das mais importantes premiações do setor de compras e cadeia de suprimentos global. “Foram milhares de inscritos na premiação e apenas três finalistas”, contou ao AgFeed o diretor de Suprimentos da BRF, Daniel Bucheb. Ele contou que o RIC começou a ser desenvolvido no final do ano passado e está em operação há cinco meses, após passar por um período de testes. Foram mais de 24 mil interações realizadas pelo robô, com ganho de eficiência estimado em 3% nos processos de compras. Definido como “mais que um chatbot ou assistente virtual”, o robô opera quase de forma autônoma no processo de compras. Realiza cotações, compara preços e interage com fornecedores. “Procura os preços médios na região, faz uma análise e manda para os fornecedores pré-cadastrados e homologados na BRF para tirar dúvidas e, às vezes, até para fornecedores que não estão homologados”, conta Daniel. “Faz a consolidação, a equalização de preços e, em alguns casos, tem uma autorização de tomada de decisão. Em outros, manda para a validação do negociador”, completa. Segundo Bucheb, a ideia do RIC surgiu da percepção de que, no setor de compras, 90% do volume de transações envolvia itens pequenos e táticos, como um mouse ou um carregador. No entanto, essas aquisições consumiam um tempo precioso da equipe, que poderia ser melhor aproveitado em negociações estratégicas e de maior valor. Desde a implementação do RIC, em maio, houve impacto positivo nas operações. Segundo o diretor de Suprimentos, o RIC é capaz de processar até quatro vezes mais solicitações do que um comprador manualmente. A automação permitiu a otimização das operações, liberando os profissionais para se concentrarem em atividades mais estratégicas. O diretor de tecnologia e transformação digital, Antônio Cesco, explica que o desenvolvimento do algoritmo inteligente faz parte da jornada de transformação digital da companhia. “O RIC se soma a outros projetos como, por exemplo, o modelo preditivo do preço de commodities, o recrutamento inteligente e a assertividade de peso médio de frangos”, comenta. Além do RIC, o uso da inteligência artificial se faz presente em outros projetos do grupo alimentício. Um exemplo é a utilização dessa tecnologia para comprar milho para ração animal. A empresa é responsável pela aquisição de 9% de todo o milho disponível no Brasil (utilizado para a nutrição animal). Com o uso da tecnologia, esse processo envolve mapeamento por satélite de potenciais fornecedores e o cruzamento de dados com órgãos ambientais. Isso garante à companhia dados de rastreabilidade de 100% dos seus fornecedores diretos. Outro exemplo é o uso de sensores em mais de 100 granjas integradas, que coletam dados como o consumo de ração, água e peso dos frangos. “Através do modelo preditivo podemos determinar qual é a melhor data que retiro o frango do campo para atender melhor à demanda de mercado”, ressaltou.

 

Astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) usaram uma impressora 3D para forjar a primeira peça de metal feita inteiramente no espaço. A conquista é parte de uma parceria entre a ESA, a agência espacial europeia, e a Airbus para desenvolver as capacidades de fabricação espacial dos países europeus. É um marco importante que pode trazer maior autonomia para missões espaciais no longo prazo, reporta Época Negócios. “Criar peças de reposição, componentes de construção e ferramentas sob demanda será essencial para missões espaciais de longa duração”, disse Daniel Neuenschwander, diretor de exploração humana e robótica da ESA. Construída pela Airbus, a impressora de 180 kg pode ser usada para consertar ou fabricar ferramentas e peças mecânicas. É capaz de imprimir peças de nove centímetros de altura e cinco centímetros de largura e o processo dura cerca de 40 horas. Lançada no início deste ano, a impressora 3D de metal foi instalada pelo astronauta da ESA Andreas Mogensen no módulo Columbus da ISS. Imprimir metais é um desafio. As impressoras 3D de metal na Terra geralmente são do tamanho de uma sala pequena. Os engenheiros da Airbus tiveram de reduzir a impressora espacial ao tamanho de uma máquina de lavar para que coubesse nos módulos da ISS. Também tiveram de colocar a impressora em uma caixa de metal selada, semelhante a um cofre, para garantir que a ISS estivesse protegida do calor extremo produzido durante a impressão de metal. “O gerenciamento da gravidade também é fundamental, por isso escolhemos a tecnologia de impressão baseada em fio, que é independente da gravidade, diferentemente do sistema baseado em pó, que sempre tem de cair no chão”, explicou Sébastien Girault, engenheiro de sistemas de impressoras 3D de metal da Airbus. Os astronautas na ISS enviarão o componente de metal impresso à Terra para análise nos centros técnicos e instalações de pesquisa da ESA. A capacidade de imprimir em 3D ferramentas, peças de reposição e até mesmo estruturas inteiras pode tornar as missões de longa duração mais viáveis. A agência especial americana e europeia estão desenvolvendo tecnologia de impressão 3D que usa recursos como regolito lunar (espécie de camada de poeira que se deposita sobre a Lua) para construção espacial, reduzindo a necessidade de transportar materiais da Terra. Projetos como o Moonrise, liderado pela Agência Espacial Alemã, e o Olympus da Nasa visam a construir edifícios na Lua e em Marte para habitação espacial a longo prazo.

 

A crise ambiental global ganha um novo aliado: a TileGreen, uma startup inovadora sediada no Cairo, que se propõe a resolver dois dos maiores problemas ambientais da atualidade. De um lado, as toneladas de sacolas plásticas que se acumulam nos mares e aterros. De outro, a utilização de cimento, responsável por uma significativa parcela das emissões de gases de efeito estufa. A solução proposta é converter mais de 5 bilhões de sacolas plásticas em lajes de pavimentação mais resistentes que o cimento, transformando de uma vez por todas a construção civil, explica o Click Petróleo e Gás. O impacto da poluição plástica é devastador. Todos os anos, milhões de toneladas de plástico acabam nos oceanos. Enquanto isso, o cimento, material amplamente utilizado na construção civil, é responsável por pelo menos 8% das emissões globais de gases de efeito estufa. Diante desse cenário, a empresa viu uma oportunidade única para enfrentar esses dois problemas. Através de um processo termomecânico patenteado, a startup transforma plásticos não recicláveis, como sacolas de supermercado e embalagens, em lajes de pavimentação interligadas. Cada telha produzida retira aproximadamente 125 sacolas plásticas do meio ambiente. E o mais impressionante: essas lajes de pavimentação não só igualam o preço de mercado de seus equivalentes de concreto, como também são mais resistentes, mais leves e mais duráveis. Além disso, sua fabricação não requer cimento, o que resulta em uma economia significativa no uso de energia e água.

10/09

A Pinacoteca de São Paulo, o museu de arte mais antigo do estado, inaugurou a Pina Contemporânea com o objetivo de integrar a modernidade com a história. A nova edificação contribuiu para consolidar o museu como um dos maiores da América Latina, abrangendo 22.041 m² e com capacidade para receber mais de um milhão de visitantes anualmente. Na expansão, com área construída de 6.144 m², foram utilizadas quase 100 toneladas de aço. A engenheira Heloisa Maringoni, responsável pelo projeto estrutural da obra, destacou os desafios e as soluções inovadoras adotadas. “O projeto da Pina integra diversos elementos estruturais com uma ousada proposta arquitetônica, que demandou a utilização de uma enorme variedade de materiais. A cobertura de madeira, por exemplo, foi escolhida para criar referências visuais ao jardim, imitando a copa e o sombreamento das árvores”, explicou ao Pini Web. A combinação de madeira laminada colada e aço foi essencial para a sustentabilidade e funcionalidade do museu. “A utilização de sistema de vagonamento foi estrutural, viabilizando os grandes vãos”, acrescenta Heloisa, informando ainda que um dos principais pontos do projeto foi a criação de um eixo de articulação urbana, que conecta o Parque da Luz à rua Ribeiro de Lima, reconstituindo a ideia do pátio escolar original. “A praça de caráter público configura um ‘eixo urbano’, um espaço aberto que tem caráter de conexão e de estar, aos modos de uma nova praça interna”, frisa a arquiteta Paula Zasnicoff, uma das responsáveis pelo projeto da Pina Contemporânea. Para o Centro Brasileiro da Construção em Aço, a construção industrializada em aço foi essencial para reduzir o tempo de obra e o impacto de sua montagem no entorno. O CBCA entende que o uso de sistemas construtivos em aço ajudou a preservar e a realçar os bens tombados do projeto, no sentido da menor interferência com os elementos existentes do museu, tanto nas cortinas de perfis metálicos quanto na execução de pórticos para estabilizar as paredes longitudinais do edifício. De acordo com Heloísa, a construção metálica contribui com a estruturação do grande terraço sobre a praça, permitindo a liberdade dos vãos e balanços sobre duas linhas de pilares que mimetizam troncos de árvores.

 

Estudo publicado por Diego Ferreira Gomes, doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e colaboradores da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP, campus de Pirassununga, e Universidade de Brasília (UnB), descreveram uma nova espécie de ostracode ― microcrustáceo de água doce, coletado no Parque Natural Municipal Raimundo Paraguaçu, na região norte de Porto Velho, em Rondônia. Segundo os autores, a espécie pertence ao gênero Strandesia e foi nomeada em homenagem ao estado onde foi coletada, tornando-se Strandesia rondoniensis. A espécie Strandesia rondoniensis, que pertence à classe Ostracoda, é classificada dentro da família Cyprididae. São pequenos microcrustáceos que, junto a outras espécies, compõem a base da teia trófica nos ecossistemas aquáticos, detalha Diego Gomes. “A espécie que descrevemos possui tamanho entre 750 a 800 µm [unidades de medida miscroscópica, sendo 1 mícron (1 µm) equivalente à milésima parte de 1 milímetro]; apresenta hábitos alimentares detritívoros [isto é, obtém nutrientes a partir de detritos], raspando e alimentando-se de algas e matéria orgânica em decomposição. Sua função é auxiliar na decomposição da matéria orgânica presente nos ecossistemas aquáticos, sendo importante fonte de alimento para os níveis tróficos superiores, como peixes, insetos, entre outros”. A pesquisa, publicado na revista internacional Limnologica ― referente à área da Limnologia, que estuda as águas continentais, como lagos, lagunas, rio, açudes e reservatórios ―, indica que essa espécie é resultado de uma convergência evolutiva entre outras duas espécies, Neostrandesia striata e Bradleytriebella lineata; estudos complementares ainda são necessários. A espécie é um excelente organismo-teste, com potencial para ser utilizada em estudos de pequena e larga escala voltados à avaliação de impactos ambientais. Segundo Diego Gomes, “a espécie é facilmente cultivada em laboratório, apresentando altas taxas de reprodução e sensível a diferentes tipos de poluentes. Essas características favorecem sua utilização em estudos ecotoxicológicos, cujo objetivo é expor organismos-teste a diversos poluentes; com isso, é possível estimar a toxicidade em diferentes situações de exposição e, assim, fornecer informações importantes para a tomada de decisões relacionadas à preservação ambiental dos ecossistemas aquáticos”, destacou.

 

Uma equipe da Unicamp criou com resíduos vegetais uma possível alternativa ao soro fetal bovino, ingrediente de alto custo usado na produção de carne a partir de células animais cultivadas. Paralelamente, pesquisadores do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais e da Universidade Federal de Minas Gerais encontraram uma forma de obter carne estruturada, semelhante a um bife, usando polímeros degradáveis de origem vegetal em vez de colágeno, proteína de origem animal tradicionalmente usada com essa finalidade, destaca a Revista Pesquisa Fapesp. Esses trabalhos poderão contribuir para ampliar a produção e reduzir o custo da carne feita a partir de células animais. Em março, entrou em vigor uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que regulamenta o registro de alimentos e ingredientes inovadores. Desde 2013, quando o fisiologista holandês Mark Post apresentou o protótipo do primeiro hambúrguer in vitro, os investimentos nessa área chegaram a U$ 3,1 bilhões, segundo The Good Food Institute. Os EUA lideram, com 45 das 174 empresas especializadas no cultivo de células para a produção de carne ou de insumos. O Brasil entrou nesse levantamento com três startups, duas companhias transnacionais, os grupos JBS e BRF, e 21 equipes de pesquisa. Nenhum país alcançou a produção em larga escala. “O nível de prontidão tecnológica da carne celular ainda é baixo”, observa a veterinária da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Carla Molento, coordenadora do programa Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação em Proteínas Alternativas (Napi PA). Atenta aos problemas e perspectivas dessa área, a engenheira de alimentos Rosana Goldbeck, da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp, começou a buscar em 2021 alternativas ao soro fetal bovino. Bastante usada nos campos de engenharia de tecidos e medicina regenerativa, a substância é extraída do sangue de fetos de vacas prenhas enviadas para abate. É um insumo eficiente para a multiplicação das células, mas caro para a produção em escala industrial. “O soro onera o processo de produção, do ponto de vista econômico e ético, já que é obtido de uma forma que causa sofrimento ao animal”, diz. No doutorado, a engenheira química Bárbara Flaibam, orientanda de Rosana Goldbeck, encontrou um substituto: resíduos vegetais, como farelos de soja, de amendoim e de girassol, levedo de cerveja e subprodutos da produção do etanol do milho. “Esses materiais, denominados hidrolisados proteicos porque passaram por hidrólise, são boas fontes de aminoácidos e peptídeos para as células animais e poderiam substituir a porção proteica do soro fetal bovino”, afirma. De acordo com os experimentos, detalhados em artigo publicado na revista Innovative Food Science and Emerging Technologies, os hidrolisados proteicos foram efetivos como substitutos parciais do soro bovino.

 

Pesquisadores dinamarqueses inventaram uma nova técnica melhor e mais eficiente para reciclar a espuma de poliuretano, presente principalmente em colchões, isolamentos térmicos e embalagens, explica o Inovação Tecnológica. […] A equipe desenvolveu uma nova combinação de acidólise e hidrólise, que se mostrou capaz de recuperar até 82% em peso do material original da espuma PUR flexível, usada em colchões, gerando duas frações separadas de diaminas e polióis.O método consiste em aquecer a espuma PUR flexível a 220ºC em um reator com um pouco de ácido succínico e então usar um filtro que captura um dos compostos e deixa o outro passar. Ou seja, a técnica não consegue só decompor o PUR em seus dois componentes principais, ela também faz isso de uma só vez, em uma reação de uma única etapa. São os polióis que passam pelo filtro, e o material apurado tem uma qualidade comparável à do poliol virgem, tornando possível usá-lo em nova produção de poliuretano. A parte sólida da mistura do produto, que é filtrada, é transformada em um composto químico chamado diamina, que, por um processo de hidrólise simples, é usada na produção de isocianatos e, portanto, de PUR.

09/09

Estudo conduzido na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP) avaliou o efeito da inoculação de uma bactéria promotora de crescimento (Herbaspirillum seropedicae HRC54) em plantas de capim-marandu (Urochloa brizantha) cultivadas com diferentes quantidades de fertilizantes nitrogenados. O objetivo foi explorar o efeito sinérgico desses insumos na produção agrícola sustentável. Os resultados foram divulgados na revista Environmental Research, reporta a Agência Fapesp. “Na busca por alternativas promissoras para reduzir a dependência dos fertilizantes nitrogenados e aumentar a eficiência de uso do nutriente, a inoculação de bactérias promotoras de crescimento em plantas tem sido considerada solução potencial. Essa abordagem, de baixo custo, está alinhada com a agricultura sustentável e de baixo carbono, atendendo às demandas contemporâneas”, disse o pesquisador Cássio Carlette Thiengo, que no mestrado examinou o efeito da bactéria combinada com diferentes níveis de fertilização de nitrogênio e recuperação de fertilizante de nitrogênio usando duas técnicas isotópicas. Também foram feitas avaliações de raízes, medidas nutricionais e produtivas. O experimento foi conduzido em casa de vegetação, sob condições controladas. Os tratamentos consistiram na combinação de quatro níveis de fertilização com nitrogênio, nomeados como controle, baixo, médio e alto, em plantas inoculadas ou não com a cepa HRC54 de Herbaspirillum seropedicae. A ureia foi a fonte nitrogenada utilizada. Segundo Thiengo, a fertilização nitrogenada regulou o crosstalk (a troca de sinais moleculares) entre o capim-marandu e a H. seropedicae. A inoculação foi mais eficaz na promoção do crescimento do capim-marandu quando pouco ou nenhum fertilizante nitrogenado foi aplicado. “A compatibilidade foi evidenciada pelo aumento da fixação biológica de nitrogênio e por mudanças na arquitetura radicular, resultando em melhor exploração dos recursos do solo [mais nitrogênio, fósforo, potássio, magnésio e ferro acumulados] e do fertilizante nitrogenado aplicado, o que aumentou a produção de forragem”, relatou. O projeto de mestrado de Thiengo foi desenvolvido com orientação do professor José Lavres, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena-USP).

 

O concreto é o material construtivo mais usado no mundo e, tradicionalmente, composto por cimento – cuja produção é responsável por 8% das emissões de gás carbônico CO² no mundo. Concreto produzido sem cimento é o que propõe a empresa norte-americana C-Crete Technologies com um material potencialmente negativo em carbono e alternativo ao cimento Portland, registra Um Só Planeta. Conforme Rouzbeh Savary, fundador e presidente da C-Crete, o ligante é composto por rochas naturais não carbonáticas (como basalto, zeólita) ou por subprodutos industriais. Em relação ao concreto tradicional, a diferença está na melhor durabilidade do produto. “Nosso teste de envelhecimento acelerado garante isso. Outra evidência é que a nossa estrutura mais antiga construída com concreto sem cimento, um edifício real, que tem agora mais de um ano, não apresenta traços de degradação ou rachaduras”, afirma Rouzbeh, que é engenheiro civil e doutor em Ciência dos Materiais. Rouzbeh lista as vantagens do insumo: zero uso de cimento Portland; descarbonização de cimento/concreto, com economia até uma tonelada de CO² por tonelada de ligante C-Crete usado; energia baixa incorporada a partir do uso de rochas naturais ou subprodutos industriais como ligante; economia de água, já que concreto alternativo requer até 15% menos água; atendimento aos padrões de ASTM C1157, congelamento-degelo, retração por secagem, reação álcali-sílica, resistência a cloreto/ácido; dispensa o desenvolvimento de novo código, já que o C-Crete se enquadra ao padrão ASTM C1157 existente; calor de hidratação ideal: 32 °C, atendendo ao padrão ACI 301, mesmo para grandes fundações de esteira; fácil implementação com tecnologia ‘drop-in’ e concreto bombeável; propriedades superiores no cotejo com o concreto tradicional, com resistência de até 10.000 psi ou mais; compatibilidade com muitos aditivos convencionais; paridade de custo com o concreto convencional; alta refletância solar; e produto escalável tanto em matérias-primas quanto em processo de fabricação. A Administração de Serviços do Governo dos EUA (GSA) anunciou o uso de concreto sem cimento da C-Crete Technologies em edifícios federais.

 

Pesquisadores da Escola de Moda e Têxteis da Universidade Politécnica de Hong Kong desenvolveram um tipo de roupa térmica robótica capaz de oferecer segurança e conforto nas condições mais extremas, destaca Engenharia 360. A equipe criou uma roupa térmica que utiliza tecidos robóticos e um sistema avançado de gerenciamento térmico adaptativo. Basicamente, quando a temperatura aumenta, a roupa expande e ‘engrossa’, formando algo como um colchão de ar, proporcionando o isolamento térmico, um exemplo de Engenharia Biomimética. Segundo os cientistas, a ideia partiu do mecanismo de regulação térmica dos pombos, que conseguem regular a temperatura por meio das penas, que ‘prendem’ uma camada de ar ao redor da pele, reduzindo a perda de calor. Quando a temperatura cai, afofam as penas para reter o calor. Com base nesse princípio, a equipe incorporou a uma roupa térmica robótica, feita de tecido macio e confortável, um exoesqueleto que encapsula um fluido especial, que não é tóxico e tem baixo ponto de ebulição. Quando é aquecido, o fluido expande o tecido e aumenta a resistência térmica, mantendo a superfície interna da roupa até 10 °C mais fria em condições extremas. Testes científicos provaram que a nova roupa térmica é mais vantajosa que as roupas convencionais e poderia suportar temperaturas até 120 °C, um cenário comum em ambientes de siderurgias ou em operações de combate a incêndios. A principal vantagem da nova roupa térmica é que não requer nenhum tipo de consumo energético externo. Diferente de outros sistemas, que dependem de eletrônicos ou baterias, de materiais termoelétricos ou sistemas de resfriamento de líquido circulatório, a vestimenta regula a temperatura por si mesma, utilizando apenas as mudanças estruturais do tecido robótico. O material escolhido para a composição do seu tecido é um poliuretano termoplástico, que é leve, resistente e durável.

 

A NEC lançará um sistema utilizando tecnologia de autenticação biométrica, capaz de identificar rapidamente um grande número de indivíduos ao mesmo tempo, ainda que estejam em movimento. Espera-se que o sistema acelere a admissão e reduza as aglomerações em eventos e infraestruturas que apresentem alto fluxo de pessoas. A NEC começará a disponibilizar o sistema globalmente em setembro de 2024, com foco inicial no Japão, nos Estados Unidos e em Singapura, publica a InforChannel. Este novo sistema conta com as tecnologias da NEC de reconhecimento facial e de comparação (matching), que avaliam as características de movimento e vestimenta para detectar rapidamente pessoas em áreas designadas. Além disso, a solução tem a capacidade de continuar identificando biometricamente as pessoas, mesmo enquanto elas estão passando por áreas de multidão. Além disso, a solução pode autenticar um grande número de pessoas em movimento, incluindo até 100 rostos por minuto, em tempo real. Como a tecnologia dispensa o uso de barreiras, como é o caso dos sistemas convencionais de controle de admissão, ela reduz as filas e o congestionamento, sem expandir ou adicionar às instalações existentes, melhorando assim a conveniência e a eficiência.

 

O Brasil, por meio do Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (Linea), acabou de assinar um acordo de cooperação científica com o SLAC, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, válido até 2038 para garantir sua presença no projeto de um supertelescópio que possuirá a maior câmera digital do mundo, divulga a CNN. O supertelescópio ficará localizado no Observatório Rubin, que está sendo construído em Cerro Pachón, na região de Coquimbo, no Chile. O projeto estabeleceu dois recordes no Guinness World Records, com a maior resolução e a maior lente óptica da Terra. A peça terá resolução de 3,2 gigapixels e a lente terá 1,57 metro de diâmetro. Com o auxílio do telescópio LSST, que terá mais de 8 metros, o observatório produzirá 20 terabytes de dados em todas as noites durante 10 anos. Para atingir tal feito, ele reunirá milhões de imagens de alta resolução de aglomerados de estrelas, que poderão ser reunidas por cientistas e ajudarão a expandir o volume de galáxias que podem ser vistas e, portanto, estudadas pela humanidade.

 

O planejamento de uma obra é fundamental para o sucesso da construção. No entanto, os megaprojetos de infraestrutura apresentam desafios ainda complexos e exigem muita precisão, coordenação e inovação. Por isso que o Building Information Modeling, usualmente chamado de BIM, é uma metodologia quase indispensável para as construtoras do mercado, relata a InforChannel. O BIM é a representação digital 3D de uma construção em todo o seu ciclo de vida; ou seja, desde a fase de planejamento até a operação, oferecendo um olhar 360º integrado. De acordo com a FGV, em março de 2024 houve um aumento de 20,6% do uso do BIM pelas empresas, já nas Edificações Residenciais, chega a 37,2%.

 

A primeira carga de uma bateria de íons de lítio é mais importante do que parece: ela determina quanta carga a bateria conseguirá armazenar e qual será sua vida útil, ou seja, por quanto tempo a bateria funcionará, começa matéria do site Inovação Tecnológica. Em particular, a chamada carga de formação, dada ainda na fábrica, determina quantos ciclos de carga e descarga uma bateria poderá suportar antes de se deteriorar e precisar ser substituída. E as mudanças não são pequenas: com a técnica adequada para dar essa carga de ativação, aumentaram a vida útil média das baterias em 50% (até 70% no melhor caso) e diminuíram o tempo de carregamento inicial de 10 horas para apenas 20 minutos. E tudo o que é preciso fazer é dar a primeira carga da bateria de íons de lítio usando correntes anormalmente altas, muito mais altas do que as utilizadas pelos recarregadores de hoje. Mas atenção: não se trata daquela primeira carga que você dá em casa depois de ter comprado a bateria. Para obter esses ganhos, o trabalho terá que ser feito nas fábricas, quando a bateria é inicialmente ativada. Os fabricantes geralmente dão às baterias novas sua primeira carga com correntes baixas, na teoria de que isso dará robustez a uma camada esponjosa conhecida como interfase de eletrólito sólido (IES). Mas há uma desvantagem: carregar em correntes baixas consome tempo, é caro e não necessariamente produz resultados ótimos. O inesperado foi que, quando Xiao Cui e colegas da Universidade de Stanford, nos EUA, procuraram por soluções, os benefícios foram muito maiores do que eles próprios estimavam.