Área Tecnológica na Mídia
6 de junho de 2025, às 10h30 - Tempo de leitura aproximado: 29 minutos
06/06
EDUCAÇÃO
Pós-doutorado em engenharia de materiais na USP
Uma Bolsa FAPESP de Pós-Doutorado em engenharia de materiais, aberta pelo Projeto Temático “Novos materiais de carbono: suas aplicações espaciais, ambientais e spin offs relevantes”, está com inscrição aberta até a próxima sexta-feira (13/06). O projeto é desenvolvido no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mas as atividades do pós-doutorando serão exercidas na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). O pesquisador investigará o efeito da passagem de corrente elétrica através do revestimento nas propriedades tribológicas dos sistemas estudados no projeto. O estudo busca melhoria das propriedades superficiais e tribológicas de peças de aço revestidas, que trabalham sob tensões elétricas aplicadas, utilizando tratamentos de superfície assistidos por plasma.
ENGENHARIA
Engenheiros criam cimento mais ecológico usando argila de baixa qualidade
O concreto é a base da maioria das construções modernas, mas seu impacto ambiental preocupa especialistas. A produção de cimento, componente essencial do concreto, é responsável por cerca de 8% das emissões globais de CO₂. Por isso, pesquisadores buscam soluções para tornar o material menos poluente. Agora, um estudo da Universidade RMIT, na Austrália, apresenta um avanço importante nessa direção. Há anos, engenheiros sabem que a substituição parcial do cimento por argila pode reduzir as emissões de carbono. O uso da argila de caulim, de alta qualidade, já mostrou resultados promissores. No entanto, o alto custo e a demanda crescente pelo caulim em indústrias como a cerâmica e a cosmética dificultam seu uso em larga escala na construção civil. Diante desse desafio, a equipe da Universidade RMIT investigou o potencial da argila ilita, uma variedade de qualidade inferior, mas muito mais abundante e barata. Ao combinar essa argila ilita com caulim de baixa qualidade, os pesquisadores conseguiram criar um concreto ainda mais resistente, oferecendo uma solução viável para o setor. A melhoria nas propriedades do concreto foi significativa. O novo material apresentou uma redução de 41% na porosidade e um aumento de 15% na resistência à compressão, informa o Click Petróleo e Gás. Isso significa que o concreto se torna não apenas mais forte, mas também mais durável ao longo do tempo. Além disso, o material retém mais água de forma química, o que favorece reações prolongadas e melhora a integridade estrutural da construção. Esses avanços podem beneficiar diretamente edifícios, pontes e outras estruturas que dependem de concreto de alta resistência.
AGRICULTURA
Agricultura 5.0: revolução digital para o agro brasileiro
O mercado tecnológico agrícola brasileiro está vivendo sua mais profunda transformação desde a Revolução Verde. Enquanto o país se consolidou como uma das maiores potências agrícolas mundiais através de melhoramento genético e técnicas de manejo, agora enfrenta um novo desafio: liderar também na digitalização do campo. De acordo com dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o agronegócio representa cerca de 23% do PIB nacional, no entanto, ainda enfrenta desafios no que diz respeito às tecnologias digitais integradas. Esses obstáculos vão desde questões de conectividade em áreas rurais remotas até a percepção de alto custo de implementação, passando pela crença equivocada de que soluções tecnológicas são exclusividade de grandes produtores. Pequenos e médios agricultores frequentemente se veem desencorajados pelo mito de que o tamanho da propriedade determina a viabilidade da digitalização, quando na realidade existem soluções escaláveis e acessíveis para operações de todos os portes. Enquanto isso, competidores internacionais aceleram investimentos em agricultura de precisão, Internet das Coisas (IoT) e inteligência artificial aplicada ao campo. A pressão não vem apenas da concorrência externa, mas também do mercado interno, que está cada vez mais exigente: consumidores demandam rastreabilidade total, bancos condicionam crédito a práticas sustentáveis e compradores internacionais estabelecem critérios ESG cada vez mais rigorosos. Ao mesmo tempo, as margens de lucro se estreitam devido à volatilidade de commodities e ao aumento dos custos de produção, informa o Agrishow Digital. Neste cenário, a tecnologia deixou de ser diferencial competitivo para se tornar pré-requisito básico de sobrevivência. Por isso, os produtores que ainda gerenciam propriedades “no papel” ou com sistemas isolados enfrentam desvantagens crescentes em eficiência operacional, controle de custos e capacidade de tomada de decisão.
TECNOLOGIA
Bateria de gelo brasileira: tecnologia reduz em 40% o consumo de energia em ar-condicionado
Recentemente, a indústria de engenharia tem focado em tecnologias que aumentam a eficiência energética dos edifícios, e uma dessas inovações é a “bateria de gelo”. Este sistema inovador permite o resfriamento de edifícios de forma sustentável e econômica. A tecnologia baseia-se no conceito de congelar água durante a noite, quando a eletricidade é mais barata, e posteriormente utilizar o gelo acumulado para resfriar o edifício durante o dia, reduzindo assim o consumo de eletricidade nos horários de pico. As baterias de gelo operam segundo um princípio simples: aproveitam o período noturno para criar gelo, utilizando energia elétrica a um custo menor. Durante o dia, quando a demanda elétrica e as tarifas são mais altas, o gelo é usado como fonte de resfriamento, reduzindo a necessidade de ar-condicionado tradicional que consome muita energia. Essa solução não só economiza eletricidade, mas também alivia a pressão sobre a rede elétrica. Um exemplo concreto do impacto positivo dessa tecnologia é o edifício Eleven Madison, localizado em Manhattan, que conseguiu reduzir seus custos de resfriamento em até 40% graças ao uso do sistema de bateria de gelo. Além disso, a tecnologia oferece benefícios ambientais significativos, pois diminui as emissões de gases de efeito estufa ao reduzir a necessidade de eletricidade para refrigeração durante horários de pico. Embora a tecnologia de baterias de gelo seja promissora, a sua adoção enfrenta desafios, como o custo inicial de instalação e a necessidade de infraestrutura adequada para armazenamento e distribuição do gelo, compartilha o Blog da Engenharia. No entanto, essas barreiras são superadas por oportunidades de inovação, como a integração dessas baterias com fontes de energia renovável, o desenvolvimento de sistemas de armazenamento mais eficientes e a potencial expansão para uso em residências.
05/06
EDUCAÇÃO
Mestrado em engenharia de alimentos na Unicamp
Uma vaga de mestrado com bolsa da FAPESP está disponível pelo projeto “Avaliação in vitro do efeito do processamento do leite na digestão como ferramenta para o desenvolvimento de produtos lácteos para idosos”, desenvolvido na Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas (FEA-Unicamp). Inscrições até a próxima terça-feira (10/06). O candidato deve ter graduação recém-concluída em engenharia de alimentos ou áreas afins, além de excelente histórico escolar.
ENGENHARIA
Com investimento de R$ 50 milhões, maior ponte rodoferroviária do Brasil liga SP ao MS e representa marco na engenharia brasileira
Pouca gente sabe, mas uma das maiores façanhas da engenharia civil brasileira está no interior do país: a Ponte Rollemberg-Vuolo, a maior ponte rodoferroviária do Brasil, que conecta os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, de acordo com o vídeo do Canal Construction Time. Inaugurada em maio de 1998, a estrutura tem 3.700 metros de extensão, 26 metros de altura e 18 metros de largura — números que impressionam até hoje e que garantem à obra um lugar de destaque na infraestrutura nacional, compartilha o Click Petróleo e Gás. A Ponte Rollemberg-Vuolo possui dois níveis: o andar superior com uma rodovia de quatro faixas para veículos, e o andar inferior com trilhos da ferrovia Ferronorte. Essa versatilidade torna a ponte essencial para o transporte de cargas e passageiros, permitindo que trens e carros atravessem o Rio Paraná com segurança e rapidez. Antes da inauguração, a travessia era feita apenas por balsas — e poderia levar até uma hora. Com a ponte, o trajeto foi reduzido para cinco minutos, independente das condições climáticas. Além de ser funcional, a Ponte Rollemberg-Vuolo é um símbolo de inovação brasileira. Seus vãos de 100 metros, os pilares robustos e a precisão estrutural impressionam engenheiros e turistas.
GEOLOGIA
Esse deserto está coberto por cristais gigantes — e parece de outro mundo
Em meio a paisagens áridas e temperaturas extremas, um lugar no planeta chama a atenção por abrigar estruturas naturais colossais, dignas de um cenário de ficção científica: cristais gigantes que emergem do solo como monumentos esculpidos pelo tempo e pela geologia. Essa formação impressionante existe de verdade e pode ser encontrada em regiões como o Deserto de Chihuahua, no México, onde está localizada a famosa Caverna dos Cristais, uma das maiores descobertas geológicas já registradas. Compartilha O Antagonista. Descoberta por acaso em 2000 por mineradores que perfuravam em busca de prata, a Cueva de los Cristales, no estado de Chihuahua, revelou um espetáculo geológico raro: gigantescos cristais de selenita (gipsita) com até 12 metros de comprimento e pesando mais de 50 toneladas. Essa caverna subterrânea, localizada a 300 metros de profundidade, ficou isolada por milhares de anos em condições ideais para o crescimento lento e contínuo dos cristais.
TECNOLOGIA
Lente plana ultrafina converte calor em luz visível
Pesquisadores desenvolveram uma lente plana que é capaz de transformar a luz infravermelha em luz visível de modo extremamente simples: Reduzindo pela metade o comprimento de onda da luz que carrega as informações sobre o calor. É mais uma novidade marcante em um campo que vem apresentando várias novidades, incluindo a expectativa realista de uma lente de contato de visão noturna. As câmeras de visão noturna são caras e volumosas porque dependem de conjuntos de lentes grandes e pesadas e de sistemas eletrônicos para processamento das imagens. Por sorte, já podemos contar com as metalentes, viabilizadas pela tecnologia dos metamateriais e das metassuperfícies. São lentes planas, que funcionam da mesma forma que as lentes normais, mas cerca de 40 vezes mais finas do que um fio de cabelo humano comum. Isto as torna também muito leves, já que não precisam ser feitas de vidro. A mágica é feita por antenas de luz, os minúsculos meta-átomos que formam esse material artificial, cujo comportamento é ditado não por sua composição química, mas por sua estrutura física, explica o Inovação Tecnológica. Quando combinadas com materiais especiais, essas nanoestruturas podem ser usadas para explorar outras propriedades incomuns da luz. Um exemplo é a óptica não linear, por meio da qual a luz pode ser convertida de uma cor para outra.
04/06
AGRICULTURA
Do Campo Ao Clique, Revolução Digital Está Transformando a Agricultura Global
Nos campos da Grécia, Dimitris, um agricultor de azeitonas da quarta geração, antes se baseava exclusivamente em métodos tradicionais de cultivo, transmitidos por sua família ao longo das gerações. Hoje, decisões críticas sobre irrigação, períodos ideais de colheita e acesso ao mercado são tomadas após consultas a fontes da internet em seu smartphone. Esse é um dos efeitos da agricultura digital. Essa transformação não é exclusiva dele; está acontecendo em comunidades agrícolas de todo o mundo e representa uma das mudanças mais significativas em um setor tradicional que moldou milhares de anos de civilização. O mundo está vendo a adoção de novas ferramentas e uma reinterpretação de como será a agricultura em um futuro próximo. As mudanças climáticas são uma realidade econômica imediata para os agricultores. Elas têm alterado os ciclos normais de cultivo e introduzido padrões climáticos extremos que tornaram os métodos tradicionais cada vez mais imprevisíveis. A digitalização da agricultura é uma resposta necessária às mudanças climáticas, à escassez de insumos, ao aumento da competição global e às preocupações com a segurança alimentar. Para a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), as tecnologias digitais estão se tornando cada vez mais importantes para a sustentabilidade e resiliência do setor agrícola, compartilha a Forbes. Para os agricultores, a transformação digital muitas vezes começa com algo aparentemente simples: o acesso à informação. Em regiões onde os serviços de extensão rural são limitados ou inexistentes, o acesso via celular a guias de cultivo, ferramentas de identificação de pragas e preços de mercado representa um avanço importante. A transformação digital na agricultura não se resume a substituir processos tradicionais por versões digitais. Trata-se de criar novas capacidades e conexões que antes eram impossíveis.
ENGENHARIA
Ele salvou milhares de pessoas do seu próprio erro: Conheça o engenheiro que liderou um reparo sigiloso na madrugada e impediu prédio de US$ 178 milhões de dólares em Nova York de desabar
William James LeMessurier Jr. (1926–2007) foi um dos mais respeitados engenheiros estruturais dos Estados Unidos. Graduado em matemática em Havard e concluiu o mestrado em engenharia de estruturas no MIT, LeMessurier em 1961, fundou sua própria empresa, a LeMessurier Consultants, responsável por projetos icônicos como o Boston City Hall, o Federal Reserve Bank de Boston e o Singapore Treasury Building. Apesar de seu extenso currículo, LeMessurier ficou mundialmente conhecido por sua conduta exemplar durante a crise do Citicorp Center, em Nova York. Após perceber uma falha crítica em seu projeto — que poderia causar o colapso total do edifício em determinadas condições de vento, ele optou por assumir o risco, alertar a empresa e liderar um reparo de emergência feito em segredo, durante a madrugada. O caso transformou-se em referência global de ética profissional e é estudado até hoje em universidades de engenharia e arquitetura. Poucos dias após confirmar a gravidade do erro estrutural, LeMessurier se viu diante de um impasse ético brutal. Ele podia esconder o problema, arriscar a vida de milhares e preservar sua carreira — ou assumir a falha e arriscar falência, escândalo público e humilhação profissional. Para resolver o problema ele procurou advogados, alertou os responsáveis pela Citicorp e arquitetou, com o aval das autoridades, uma operação de reparo sigilosa que envolvia múltiplos turnos de operários, cálculos refinados e vigilância constante do prédio, compartilha o Click Petróleo e Gás. O plano incluía reforçar mais de 200 juntas comprometidas com soldas de aço de 2 polegadas de espessura. Tudo isso sem evacuar o prédio, sem alertar a mídia e durante a temporada de furacões. Como a cidade estava em greve de imprensa, o sigilo foi mantido. Para evitar o colapso durante o processo, geradores de emergência foram instalados no topo do edifício, garantindo o funcionamento do amortecedor de massa (TMD) de 400 toneladas — a última linha de defesa em caso de ventos fortes. O “Projeto Serene” foi uma operação altamente sigilosa e meticulosa para reforçar o arranha-céu Citicorp, em Nova York, após a descoberta de uma falha estrutural crítica. À noite, carpinteiros e soldadores trabalhavam em turnos cronometrados para reforçar as juntas do prédio entre os andares 29 e 31, sem ativar alarmes, atrapalhar os escritórios ou alertar os inquilinos. Sensores monitoravam a estrutura em tempo real e técnicos supervisionavam o sistema de amortecimento 24 horas por dia. A ameaça do furacão Ella quase revelou a operação, mas seu desvio permitiu a conclusão dos reparos, que tornaram o prédio capaz de resistir até a uma tempestade de recorrência de 700 anos. Se o prédio tivesse caído, especialistas estimam que centenas ou milhares de pessoas morreriam instantaneamente, e o colapso poderia ter desencadeado o desmoronamento em cadeia de outros edifícios. O mais impressionante é que nada disso chegou ao público na época. Graças à greve dos principais jornais da cidade, o sigilo foi mantido. LeMessurier revelou os detalhes apenas anos depois, e o caso só foi amplamente divulgado em 1995 pela New Yorker.
INOVAÇÃO
O que é concreto translúcido, como ele é produzido e quais são suas aplicações?
O concreto translúcido, também conhecido como Light Transmitting Concrete, é um tipo de concreto capaz de transmitir luz natural ou artificial através dele. O material combina a força e a durabilidade do concreto tradicional com a funcionalidade da transmissão da luz graças à incorporação de elementos ópticos, geralmente fibras ópticas, distribuídos uniformemente em seu interior durante o processo de fabricação. É muito importante dizer que a composição do concreto translúcido precisa ser cuidadosamente balanceada para garantir resistência e translucidez. Na mistura vai primeiro o cimento, que atua como aglutinante, que endurece e dá resistência ao concreto. Depois vão os agregados, finos e grossos, para preencher os espaços e aumentar a densidade e resistência. A água e o super plastificantes, que melhoram a trabalhabilidade do concreto. E por fim, as fibras ópticas, como componente chave para transmissão de luz, sendo estas fibras de vidro ou polímeros de alta capacidade de condução luminosa. Cada uma dessas fibras do concreto translúcido devem ser dividida em três partes essenciais. Primeiro, um núcleo fino por onde a luz é transmitida. Segundo, o revestimento do núcleo que reflete a luz de volta para dentro do núcleo, garantindo que a luz não escape. E finalmente o revestimento protetor externo, uma camada plástica que protege a fibra contra danos físicos e umidade. Atualmente, por conta do custo elevado do material, ainda é muito difícil ver exemplos práticos do uso do concreto translúcido na arquitetura e engenharia. A maioria das obras já finalizada com o material é de alto padrão e sustentabilidade. Na prática, podemos encontrar aplicação de concreto translúcido em fachadas, com propósito de maximizar a luz natural e reduzir o consumo de energia elétrica; e também em revestimentos internos, conferindo elegância e leveza aos espaços. Esse concreto também seria uma boa opção para iluminação de setores de emergência, indicando rotas de evacuação; mobiliário e decoração de interiores; em infraestrutura urbana e projetos de paisagismo, informa o Engenharia 360.
ENERGIA RENOVÁVEL
Bateria optoiônica guarda energia solar por até 48 horas
Para resolver o problema da intermitência da energia solar – quando o Sol se põe, acaba a geração – usamos baterias, mas um conjunto de baterias que consiga suprir a mesma potência gerada durante o dia sai muito caro. Bibhuti Rath e colegas da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, apresentaram agora uma solução muito melhor: Um “reservatório solar”, uma espécie de bateria, só que diferente das atuais, que armazena energia e a libera na forma de eletricidade muito depois do pôr do sol, mantendo o suprimento à noite. É a primeira vez que se consegue combinar a coleta de energia solar e o armazenamento de energia de longo prazo em uma única estrutura molecular livre de metais, unindo efetivamente as funções de uma célula solar e uma bateria em um sistema único, leve e sustentável – uma autêntica bateria solar. Isso foi possível graças a uma espécie de cerâmica muito porosa, conhecida como estrutura orgânica covalente, ou COF (Covalent Organic Framework), uma versão orgânica das mais conhecidas estruturas metal-orgânicas, ou MOFs – a eliminação dos metais simplifica tudo desde a fabricação do material, além de uma marcante redução nos custos. O material bidimensional, fabricado à base de naftalenodiimida, não apenas absorve a luz solar, mas também estabiliza as cargas fotoinduzidas resultantes, permitindo o armazenamento de energia por mais de 48 horas em ambientes aquosos – esse tipo de material, que permite a movimentação de íons por ação de fótons, é conhecido como optoiônico, compartilha o Inovação Tecnológica. As cargas armazenadas são retidas no material e podem posteriormente ser descarregadas de modo ativo, para alimentar uma carga externa, permitindo o uso prático da energia armazenada durante o dia. “Este material tem dupla funcionalidade e atua como um absorvedor solar e um reservatório de carga de longo prazo,” disse Bhusan. “Seu desempenho supera o de muitos materiais optoiônicos existentes – e o faz sem depender de metais ou elementos raros.”
03/06
SUSTENTABILIDADE
Emergência climática: o papel da engenharia e o desafio da transformação ecológica
A emergência climática está cada vez mais explícita. Estamos sofrendo suas consequências que são cada vez mais intensas. Em 2024 tivemos um dos anos mais quentes da história do planeta, e pela primeira vez ultrapassamos o 1,5ºC médio de aquecimento do planeta em relação ao período industrial, compartilha o Jornal da USP. Podemos sentir isso no Brasil, com as inundações extremas e incêndios colocando em perigo as cidades e causando uma situação de poluição do ar crítica paras as cidades. O que fazer e como a engenharia pode contribuir ante esse estado de emergência climática? Como enfrentar os impactos dos riscos climáticos? A engenharia contribuiu e tem potencial para fazer muito mais para a superação desse quadro socioambiental crítico, por meio da inovação tecnológica, aliada à ciência, mas sobretudo com o engajamento nos esforços à adequação das políticas públicas e legítima transformação do atual modelo socioeconômico, rumo a um modelo inclusivo, justo e sustentável.
TECNOLOGIA
Nova tatuagem eletrônica detecta excesso de trabalho em tempo real e previne Burnout
Existem certas enfermidades do nosso físico que podemos controlar com auxílio de dispositivos desenvolvidos pela engenharia. Um exemplo são os glicosímetros e sensores de glicose contínuos para o controle da diabetes, ou os medidores de pressão para o controle da hipertensão. Mas e quando o assunto é a saúde mental? Pensando nisso, pesquisadores da Universidade do Texas, em Austin, Estados Unidos, desenvolveram um tipo de tatuagem eletrônica que poderia monitorar em tempo real o esforço mental e a fadiga de uma pessoa durante o trabalho. A professora Nanshu Lu, da Universidade do Texas, criou um dispositivo não invasivo, confortável e acessível, uma espécie de tatuagem temporária aplicada na testa da pessoa, capaz de medir sua atividade cerebral e movimentos oculares em tempo real, ajudando a identificar sinais precoces de síndrome de Burnout, fadiga cognitiva e outros distúrbios relacionados ao estresse profissional. Diferentemente dos tradicionais equipamentos de eletroencefalografia, o novo dispositivo não exigiria uso de capacetes cheios de fios e gel condutor. Na verdade, a e-tattoo seria bastante discreta, leve e praticamente imperceptível durante o uso. Seu design teria formato adequado para ser moldado seguindo os movimentos da pele do usuário, garantindo conforto e precisão, divulga o Engenharia 360. E seu funcionamento só dependeria de uma pequena bateria recarregável, conectada aos sensores flexíveis que se ajustam aos contornos faciais. Os testes iniciais da tecnologia de tatuagem eletrônica obtiveram resultados satisfatórios. Apesar disso, os pesquisadores estão trabalhando em melhorias, desenvolvendo sensores à base de tinta que possam funcionar não apenas em pele lisa, mas também sobre pelos, ampliando o leque de aplicações possíveis. Existe a expectativa da inclusão de sensores adicionais para medir batimentos cardíacos, temperatura corporal e até mesmo níveis de cortisol (hormônio do estresse).
INOVAÇÃO
Novo método revolucionário cria circuitos e transistores elásticos que se autorreparam
A evolução constante no campo da engenharia eletrônica tem proporcionado avanços marcantes, e entre eles, a criação de transistores e circuitos elásticos e autorregenerativos se destaca como um marco disruptivo. Essa inovação não só mantém a flexibilidade dos dispositivos, como também assegura a capacidade de autorreparação pós-danos físicos. Imagine a possibilidade de reconfigurar portas lógicas, matrizes ativas e arrays de display, mesmo após o material sofrer algum dano ou distensão. Tal avanço abre novos horizontes para a eletrônica vestível, displays expansíveis e sistemas integrados em superfícies irregulares. A tecnologia é um divisor de águas para diversos setores, especialmente os de eletrônicos vestíveis, saúde digital, automotivo e displays flexíveis. A capacidade de autorreparação não só prolonga a vida útil dos dispositivos, reduzindo custos de manutenção, como também amplifica a resiliência e adaptabilidade dos produtos. Essas características são extremamente valiosas em cenários onde a durabilidade e confiabilidade são críticas, como em dispositivos de saúde e assistentes em tempo real. A metodologia envolve transistores orgânicos elásticos (OECTs), que são miniaturizados através de metodologias de impressão de alta resolução, informa o Blog da Engenharia. Esses dispositivos usam polímeros semicondutores, eletrólitos em gel sólido e eletrodos metálicos flexíveis, geralmente feitos de ouro. Os processos de fabricação escaláveis, combinados com técnicas de autorreparação dos materiais, se apresentam como pilares desse avanço. Elas não apenas suportam enormes níveis de stretchabilidade, mas também podem albergar milhares de transistores por centímetro quadrado. Embora a tecnologia seja promissora, alguns obstáculos permanecem. Entre eles, a escalabilidade da produção em massa e o custo elevado de materiais avançados, como o ouro, são questões a serem manejadas. Além disso, certificar a confiabilidade dos dispositivos em ambientes reais, como umidade e sujeição a impactos repetidos, é essencial para sua aceitação comercial, assim como o cumprimento das normas regulatórias em vigor.
GEOCIÊNCIAS
Congresso internacional sobre mineração e geoturismo é realizado em Foz
Foz do Iguaçu se transforma, nesta semana, no principal centro de discussões sobre geociências e meio ambiente da América do Sul. De 2 a 6 de junho, o município sedia o GeoMinE Foz 2025, evento internacional que reúne pesquisadores, técnicos, gestores públicos e representantes de oito países em torno de temas como mineração, geoturismo, vulcanismo e transição energética. O GeoMinE Foz 2025 reúne, simultaneamente, quatro eventos científicos: o XIII Simpósio Sul-Brasileiro de Geologia, o IX Simpósio de Vulcanismo, o II Workshop sobre Armazenamento de CO₂ em Basaltos e a 1ª Conferência de Geologia e Mineração do Mercosul. Também está em cartaz a ExpoGeoMinE, mostra aberta ao público com foco em ciência e sustentabilidade, compartilha o GDia. Comprometido com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, o evento conta com ações como o Programa Lixo-Zero, subsídios a estudantes, atividades com a comunidade e parcerias com iniciativas como a Associação Brasileira de Mulheres nas Geociências (ABMGeo) e o projeto GeoMamas, voltado à participação de mães na ciência.
02/06
EDUCAÇÃO
ITA 2026: Vestibular abre inscrições para 180 vagas em cursos de engenharia nesta segunda-feira (2)
O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), com sede em São José dos Campos (SP), abre nesta segunda-feira (2) as inscrições para o vestibular de 2026. São 180 vagas em cursos de engenharia. As opções de graduação são para diferentes áreas da engenharia. Atualmente, o ITA oferece cursos de engenharias Aeroespacial, Aeronáutica, Civil-Aeronáutica, Computação, Eletrônica, Mecânica-Aeronáutica, Sistemas e de Energia, divulga o G1. Os cursos têm duração de 5 anos. Os interessados têm até o dia 11 de julho para se inscrever.
GEOLOGIA
Estudo da UFRR mapeia rochas para expansão de pista no Surucucu, na Terra Yanomami
Pesquisadores do Departamento de Geologia da Universidade Federal de Roraima (UFRR) realizaram uma missão técnica na região do Surucucu, localizada dentro da Terra Indígena Yanomami, entre os dias 25 e 28 de abril. O objetivo foi levantar informações geológicas e geotécnicas para subsidiar a ampliação da pista do aeródromo local, que atende operações militares e missões humanitárias na fronteira noroeste do estado. O trabalho está dividido em três etapas. Na fase mais recente, os pesquisadores realizaram um levantamento geofísico no morro Tchotchomary, área próxima à pista do 4° Pelotão Especial de Fronteira do Exército Brasileiro, divulga o Folha BV. A elevação deverá ser removida para permitir a expansão da estrutura. Segundo o professor Vladimir de Souza, os dados obtidos permitirão avaliar as camadas do solo e o tipo de rocha predominante, informações essenciais para o avanço da obra. “A gente levou equipamentos de geofísica para ver as camadas do solo e analisar o tipo de rocha que existe no local. Ocorrerá a expansão da pista então era necessário saber o tipo de rocha, a dureza, profundidade. O estudo envolveu os conhecimentos de geofísica, geologia para ver que tipo de rocha tem próximo a pista para continuidade do projeto”, explicou. Além de ampliar a pista para receber aeronaves de maior porte, a proposta também busca fortalecer a atuação logística em ações na Terra Yanomami. A equipe da UFRR também tem colaborado com outras frentes, como a identificação de fontes de água subterrânea e o reconhecimento de unidades geológicas na região.
ENGENHARIA
Engenharia clínica 5.0: tecnologia, manutenção e estratégia na gestão hospitalar
A Indústria 5.0 é conhecida como uma quinta revolução industrial, onde os requisitos personalizados dos clientes podem ser atendidos. Anteriormente, a Indústria 4.0 permitia a personalização em massa. Agora, o cliente quer personalização em massa com um toque humano, que é o que a geração 5.0 permite, fornecendo um produto que esteja de acordo com as necessidades específicas dos clientes. Essa revolução industrial refere-se à interação entre pessoas e máquinas e chegou à saúde com a engenharia clínica. A engenharia clínica 5.0 é a aplicação avançada da engenharia, inteligência artificial, Internet das Coisas Médicas (IoMT), big data e outras tecnologias emergentes na gestão e operação de equipamentos médicos, com foco no paciente, na eficiência hospitalar e na personalização do cuidado. Essa abordagem vai além da simples manutenção de equipamentos, incorporando estratégias proativas, análise preditiva e sustentabilidade, informa o Saúde Business. “A engenharia clínica é um segmento da engenharia biomédica que atua em estabelecimentos de saúde, na gestão do parque tecnológico de dispositivos médicos (ventiladores mecânicos, cardioversores, bombas de infusão etc.), abrangendo desde o planejamento até a aquisição, implantação, manutenção e desmobilização de tecnologias em saúde. Seu objetivo é garantir que os equipamentos médicos estejam disponíveis, seguros e em plena conformidade com as normas regulatórias”, explica Fábio Martins Corrêa, diretor corporativo de Engenharia Clínica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). Ao longo dos anos, a área evoluiu de um papel predominantemente operacional (focado na manutenção corretiva). “Atualmente, a engenharia clínica é reconhecida como uma área estratégica dentro das instituições de saúde, participando ativamente dos processos de acreditação hospitalar, da transformação digital e das tomadas de decisão em nível executivo”, destaca Fábio Martins Corrêa, diretor corporativo de Engenharia Clínica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). Dentre as tecnologias emergentes que estão sendo mais aplicadas pela engenharia clínica, destacam-se, segundo o professor Sergio Bittencourt, da Faculdade de Ciências Médicas da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo, a inteligência artificial, que vem contribuindo para os diagnósticos de falhas, análise de desempenho e apoio nas decisões clínicas; as ferramentas digitais como IoMT, big data, realidade aumentada e virtual, blockchain e digital twins, que promoveram a conexão de dispositivos em tempo real, analisando e simulando dados com foco na prevenção de falhas e na otimização de processos e treinamento.
INOVAÇÃO
Nova tecnologia usa resíduos de vidro e construção para criar material de solo sustentável
A expansão urbana acelerada pressiona cada vez mais os recursos naturais e o meio ambiente. O crescimento populacional global leva a um aumento contínuo da atividade de construção, que exige grandes volumes de materiais. Entre esses materiais, o cimento continua sendo o principal solidificador de solo utilizado, mas seu uso tem um custo ambiental elevado. Ele é responsável por uma parcela significativa das emissões globais de carbono. Além disso, os resíduos gerados nas construções continuam a se acumular em aterros sanitários. A quantidade de sobras de concreto, madeira, vidro e outros materiais descartados aumenta a cada ano. Diante desse cenário, encontrar soluções que reduzam o impacto ambiental do cimento e, ao mesmo tempo, deem uma destinação útil aos resíduos virou prioridade. Buscando uma resposta para esses desafios, um grupo de cientistas do Japão, liderados pelo Professor Shinya Inazumi, da Faculdade de Engenharia do Instituto de Tecnologia de Shibaura (SIT), apresentou uma nova solução. Eles desenvolveram um solidificador de solo de alto desempenho baseado em geopolímeros, aproveitando dois resíduos: o Siding Cut Powder (SCP), que vem da indústria de construção, e a sílica de terra (ES), extraída de vidro reciclado. Essa inovação propõe uma forma sustentável de estabilizar o solo, reduzindo a dependência do cimento e transformando sobras de construção em insumos úteis, divulga o Click Petróleo e Gás. O estudo foi publicado na revista Cleaner Engineering and Technology. O novo material consegue elevar a resistência à compressão do solo além dos 160 kN/m², patamar exigido para uso em obras de construção. Segundo o professor Inazumi, o trabalho representa um grande avanço nos materiais de construção sustentáveis. “Utilizando dois resíduos industriais, desenvolvemos um solidificador de solo que não só atende aos padrões da indústria, mas também ajuda a enfrentar os desafios duplos dos resíduos da construção e das emissões de carbono “, afirmou.
Curadoria: Superintendência de Relações Institucionais e Comunicação do Crea-SP