Área Tecnológica na Mídia – 13/05 a 17/05
13 de maio de 2024, às 12h09 - Tempo de leitura aproximado: 7 minutos
13/05
Um drone com geração de energia híbrida (solar fotovoltaica e eólica), capaz de decolar na vertical e pairar no ar, como um helicóptero, e se deslocar com asas na horizontal como um avião, teria a capacidade de realizar missões com objetivos diversos e de longa duração em áreas inóspitas na Terra ou em outros planetas com atmosfera, como é o caso de Marte. O projeto de um veículo aéreo não tripulado (vant) com essas características foi liderado pelo engenheiro mecânico potiguar Alysson Nascimento de Lucena com apoio de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Uma patente do aparelho, chamado por seus inventores de Vant Marte, foi depositada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em dezembro de 2023, registra o Gizmodo, que reproduz reportagem da Revista Pesquisa Fapesp. A inspiração de Lucena veio de problemas enfrentados por aparelhos com propulsão solar da agência norte-americana Nasa em missões em Marte. Em 2022, o drone Ingenuity, o primeiro a sobrevoar o solo marciano, ficou paralisado durante dias por impossibilidade de recarregar a bateria, uma vez que o acúmulo de poeira impedia que os raios solares chegassem às placas fotovoltaicas acopladas em sua estrutura. A dificuldade de captar energia solar devido ao acúmulo de poeira levou ao encerramento da missão de pesquisa geológica da sonda InSight, também em Marte. A inovação proposta pelo engenheiro mecânico, ainda em fase de projeto, é um vant com asa, na qual serão instaladas as placas fotovoltaicas. Um sistema formado por um único conjunto motopropulsor com dois rotores coaxiais – duas hélices sobrepostas funcionando em sintonia – será o responsável pelo empuxo durante o voo. Cada rotor será dotado de um sistema de controle que permitirá que o passo (ou o ângulo) de cada pá da hélice possa ser ajustado de forma independente. Quando o drone estiver em repouso, uma pá poderá estar alinhada a 90 graus, perpendicularmente em direção ao vento, enquanto a outra poderá manter-se neutra, a zero grau. “Um algoritmo calculará a direção do vento e posicionará a hélice de forma a obter o melhor aproveitamento na geração de energia eólica”, detalha Lucena. Durante o voo vertical, o movimento das hélices vai gerar vento que auxiliará a remoção da poeira sobre as placas fotovoltaicas. O Vant Marte foi concebido no doutorado de Lucena em engenharia elétrica e de computação na UFRN. Os pesquisadores buscam recursos estimados em US$ 2 milhões para desenvolver um protótipo do aparelho. Lucena é engenheiro mecânico na Equatorial Sistemas, empresa aeroespacial de São José dos Campos, no setor responsável pelo desenvolvimento de drones inovadores.
Óleos naturais podem ser importantes aliados para a conservação de madeiras expostas à ação de bactérias e insetos, aponta pesquisa da Universidade Federal do Acre (Ufac), em parceria com a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). Em experimento, os óleos de açaí, buriti, dendê, murumuru e patoá se mostraram eficientes na redução de perda de massa de espécies de madeiras da Amazônia comumente usadas pelo setor moveleiro. Os resultados estão descritos em artigo publicado na Revista do Instituto Florestal, relata Um Só Planeta. A exploração legal da madeira amazônica é uma das principais atividades econômicas da região, com destaque para a indústria de móveis. A pesquisa buscou responder o grau de atuação dos óleos naturais no tratamento preservativo das madeiras. A ideia era testar alternativas viáveis e menos nocivas ao ambiente. Atualmente, os produtos mais utilizados são sintéticos, considerados tóxicos e nocivos à saúde humana e de animais. Os pesquisadores testaram a resposta das espécies de madeira amarelinho (Aspidosperma macrocarpon), tauari (Couratari oblongifolia), gitó (Guarea kunthiana), faveira (Parkia multijuga) e marupá (Simarouba amara) ao tratamento por pincelamento com cinco óleos naturais ao longo de cerca de nove meses. As 60 amostras, incluindo as sem tratamento, usadas como controle, foram expostas às intempéries comuns do clima quente e úmido do Parque Zoobotânico da Ufac, localizado no município de Rio Branco. O trabalho não analisou a eficiência dos óleos naturais em relação a óleos sintéticos, já disponíveis no mercado. Como resultado do experimento, verificou-se que a peroba-branca foi a que menos perdeu massa, e a faveira foi a mais impactada. Em relação aos óleos naturais, no geral, o de açaí, murmuru e patoá foram mais eficazes na preservação das madeiras. O desafio ainda é desenvolver uma ação direta contra os fungos manchadores e emboloradores, conhecidos como agentes degradadores da madeira, já que os óleos testados no estudo não alcançaram resultados consideráveis de proteção. Mara Lúcia Valle, pesquisadora da UFSB, frisou que os produtos naturais têm se tornado promissores na preservação das madeiras e devem ser estudados.
A inteligência artificial generativa (GenAI) ocupa o topo das prioridades de investimentos para 84% dos CEOs da área de tecnologia no mundo. O dado sobre GenAI é do estudo CEO Outlook 2023, da empresa de auditoria e consultoria KPMG, que entrevistou 127 líderes globais. Segundo o levantamento, 21% dos líderes do segmento apontam o aumento da lucratividade como o principal benefício do uso da GenAI. e 25% dizem que, nos próximos três anos, a meta central é avançar na digitalização e conectividade, reporta o Meio & Mensagem. As organizações consideram IA e machine learning como as tecnologias mais importantes para alcançar seus objetivos de curto prazo. Nesse sentido, mais da metade dos CEOs globais (57%) e dos brasileiros (63%) acreditam que essas tecnologias serão importantes para atingir as metas empresariais nos próximos três anos. O interesse por novidades tecnológicas é uma característica do setor. Grande parte dos líderes (38%) aderem às tecnologias emergentes, e 58% estão investindo mais na aquisição de novas ferramentas. Apesar da busca por novas soluções, 55% das organizações dizem que o percurso da automação foi adiado por conta de preocupações quanto ao modo como a GenAI toma decisões. E mais da metade (53%) se preocupa com os desafios éticos relacionados, como plágio, proteção de dados, viés e falta de transparência. Para Márcio Kanamaru, sócio-líder de tecnologia, mídia e telecomunicações da KPMG no Brasil e na América do Sul, esse novo momento vai impulsionar melhorias significativas em áreas como aprendizado de máquina avançado, visão computacional, processamento de linguagem natural e inteligência artificial generalizada. “Essas melhorias estão resultando em soluções de software mais inteligentes, eficientes e adaptáveis. Serão capazes de atender às demandas crescentes e resolver problemas de forma mais rápida e precisa”, frisou.
Eventos extremos de precipitação estão se tornando mais frequentes nos EUA, devido ao aquecimento do ar que retém mais umidade. Recentemente, áreas ao norte de Houston e em San Diego foram afetadas por chuvas intensas, causando inundações e danos significativos. Para enfrentar esse desafio, algumas cidades começaram a adotar a ideia de cidades-esponja, que exigem a transformação de praticamente todas as superfícies urbanas em elementos que possam absorver e reter água da chuva. Isso inclui desde telhados verdes e pavimentos permeáveis até redesenhar ruas para direcionar a água para áreas de absorção subterrânea. O termo originou-se na China por volta de 2010, mas as cidades dos EUA têm empregado ideias semelhantes desde a década de 1970 para melhorar a qualidade da água em rios e córregos. No início dos anos 2000, a ideia de projetar comunidades para filtrar e absorver as águas pluviais ficou conhecida como infraestrutura verde. Reguladores e empresas de serviços públicos a viram como uma estratégia potencialmente econômica para cumprir as regulamentações federais sobre água limpa. Nas cidades em que os sistemas de esgoto pluvial existentes descarregavam diretamente em córregos, lagos e rios, a infraestrutura verde tinha o potencial de filtrar os poluentes das águas pluviais antes que elas fluíssem para esses cursos d’água. Em centenas de cidades, principalmente no Nordeste e no Centro-Oeste, as águas pluviais e as águas residuais são transportadas nas mesmas tubulações de esgoto. Nessa visão de cidade-esponja, as ruas seriam redesenhadas para direcionar as águas pluviais para parques e campos de recreação construídos metros abaixo da superfície da rua e projetados para inundar com segurança em condições climáticas extremas. As áreas naturais existentes seriam aproveitadas para o armazenamento de águas pluviais, aprimorando sua ecologia. Dependendo de onde ocorrerem as chuvas extremas, esses sistemas poderão funcionar individualmente ou em conjunto, imitando a modularidade e a redundância encontradas nos ecossistemas naturais, destaca o Um Só Planeta.