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Acesso em 03/05/2024 às 19h19.

Área Tecnológica na Mídia – 22 a 26/04/2024

Confira as notícias de hoje

26 de abril de 2024, às 8h32 - Tempo de leitura aproximado: 23 minutos

 

26/04


 


Pesquisadores suspeitavam que Platão (427-348 a.C.) teria sido enterrado próximo da Escola Platônica de Atenas, que o filósofo fundou na Grécia. Um estudo realizado pela Universidade de Pisa, na Itália, revelou detalhes mais exatos sobre o possível local de seu sepultamento, por meio da restauração de pergaminhos milenares, encontrados na soterrada cidade de Herculano. A novidade foi divulgada na terça-feira (23) pelo Conselho Nacional de Pesquisa da Itália, relata Galileu. O papiro recuperado é um trecho do manuscrito ‘História da Academia’, do filósofo Filodemo de Gadara (110-40 a.C.). A partir de tecnologias que possibilitaram a reforma desse documento histórico, cerca de mil palavras do escrito puderam ser identificadas, o que corresponde a 30% do total. Entre as informações restauradas, uma chamou a atenção dos pesquisadores: a localização exata do enterro de Platão: um jardim privado próximo do local conhecido como Mouseion ou sacellum – uma construção sagrada dedicada à adoração às musas e às divindades da época. O texto também revelou que Platão foi vendido como escravizado após a conquista dos espartanos da ilha de Egina, localizada perto de Atenas, entre 404 a.C. e 399 a.C. Até então, a comunidade científica acreditava que o filósofo havia sido negociado sob o regime de escravidão em 387 a.C., durante sua estadia na Sicília, na corte de Dionísio I, o Antigo, governante tirano de Siracusa. Os pergaminhos foram carbonizados em 79 d.C., com erupção do Monte Vesúvio, que resultou na devastação da cidade de Herculano e da vizinha Pompeia. Ambas as cidades são conhecidas por abrigarem sítios arqueológicos com importantes artefatos sobre a cultura grega.

 


A Superintendência de Tecnologia da Informação (STI) da USP lançou dois novos softwares para ampliar a inclusão digital. O primeiro é o pacote de recursos on-line para garantir a acessibilidade dos usuários às páginas do Jornal da USP. A ferramenta, que fica no canto direito da tela, oferece recursos para o acesso do conteúdo para pessoas cegas, com baixa visão, com distúrbio de habilidades motoras, daltonismo, epilepsia, TDAH [transtorno do déficit de atenção com hiperatividade], dislexia e deficiência. A proposta é expandir o sistema para os demais sites e plataformas digitais da USP. Outro lançamento é o Digitavox USP, ferramenta para treinamento do uso do teclado do computador por pessoas com deficiência visual, que oferece um curso de digitação com passo a passo e respostas geradas por um sintetizador de voz. O Digitavox USP é um curso de digitação voltado principalmente para pessoas com deficiência visual que, por meio da fala, orienta e guia o usuário em exercícios de digitação em um teclado padrão ABNT2. É possível acompanhar o progresso com estatísticas de acertos e tempos de respostas. A nova versão do aplicativo foi desenvolvida pela STI com tecnologias atualizadas de vocalização e multiplataformas.

 


Um artigo feito por cientistas do Instituto de Ciências Básicas da Coreia do Sul, publicado na revista científica Nature, pode revolucionar o acesso a essas pedras preciosas. De acordo com os pesquisadores, eles conseguiram produzir diamantes usando um processo que leva cerca de duas horas e meia. Segundo os cientistas, embora ainda sejam necessárias altas temperaturas, em torno de 1.025°C, um filme contínuo de diamante foi formado em 150 minutos e a 1 atm (ou unidade de atmosfera padrão). Isso é o equivalente à pressão que sentimos ao nível do mar – e dezenas de milhares de vezes menor do que a pressão normalmente exigida. Os cientistas explicam no artigo que a redução da pressão foi conseguida usando uma mistura de metais líquidos: gálio, ferro, níquel e silicone. Um sistema de vácuo foi construído dentro de um invólucro de grafite para aquecer e resfriar muito rapidamente o metal, enquanto ele era exposto a uma combinação de metano e hidrogênio. Estas condições fazem com que os átomos de carbono do metano se espalhem no metal derretido, agindo como “sementes” para os diamantes. Após 15 minutos, pequenos fragmentos de cristais de diamante foram “expulsos” do metal líquido logo abaixo da superfície, enquanto duas horas e meia de exposição produziram um filme contínuo de diamante. Segundo a Época, os autores do novo estudo estão otimistas em relação ao potencial da nova técnica – e que outros metais líquidos possam ser incorporados para obter resultados semelhantes ou até melhores.

 

 

25/04


 

Além de estudar diversos fatores que influenciam a maneira como a vegetação reage ao aquecimento global, os cientistas buscam aprimorar os modelos de vegetação, ferramentas com papel crucial na compreensão e gestão dos ecossistemas, contribuindo para a conservação da biodiversidade e para o desenvolvimento sustentável. Essa combinação está descrita em pesquisa publicada na revista Earth System Science Data por um grupo ligado a instituições brasileiras. O trabalho resultou em mapas que descrevem com maior precisão a quantidade das diversas formas químicas de fósforo no solo da Amazônia. ‘Construídos’ com base em nova metodologia baseada em inteligência artificial, os mapas confirmam que a região tem baixa concentração do mineral. A falta de fósforo afeta o ciclo de crescimento das espécies e pode impedir que as árvores reajam ao aumento de gás carbônico associado às mudanças climáticas, relata a Agência Fapesp. “Quando estávamos trabalhando em modelos de vegetação para entender comportamentos climáticos da Amazônia, percebemos que havia informações pontuais sobre as quantidades de fósforo no solo. Normalmente, nos métodos anteriores, esses mapas usavam apenas os tipos [classes] de solo como preditores do mineral. Vimos que seria necessário incluir outros atributos ambientais e desenvolvemos uma nova técnica estatística, baseada em aprendizado de máquina a partir dos dados já existentes”, explicou o pesquisador João Paulo Darela Filho. Ele começou a trabalhar no projeto quando estava no doutorado, finalizado em 2021. À época, seu foco era incluir no modelo Caetê os dados sobre ciclos de nutrientes, como nitrogênio e fósforo, importantes no entendimento do comportamento do crescimento das árvores. O Caetê é um algoritmo capaz de projetar o futuro da vegetação amazônica, apresentando cenários com transformações da floresta. Primeiro desse tipo exclusivamente brasileiro, seu nome vem da sigla Carbon and Ecosystem functional-Trait Evaluation model, que em tradução livre é: modelo para avaliação de características funcionais de carbono e de ecossistema. O Caetê foi desenvolvido pela equipe do Laboratório de Ciência do Sistema Terrestre, da Unicamp.

 

Já está disponível para os aquicultores brasileiros o ArapaimaPLUS, mais uma ferramenta da família AquaPLUS, desenvolvida pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF). A plataforma, que oferece soluções genômicas para tilápia, camarão cinza, truta e tambaqui, passa a abranger também o pirarucu (Arapaima gigas), especialmente para produção em cativeiro. A nova tecnologia traz soluções para os processos de gestão, uso, seleção e melhoramento genético de matrizes dessa espécie de peixe, reporta Embrapa Notícias. Segundo o pesquisador Alexandre Caetano, um dos responsáveis pelo desenvolvimento do ArapaimaPLUS, trata-se de um teste genômico útil para análises de paternidade, parentesco, identificação individual e variabilidade genética para o pirarucu, que pode ser aplicado ao gerenciamento genealógico de plantéis de reprodutores utilizados na piscicultura para reproduzir a espécie. “A solução oferece todas as aplicações básicas que as outras ferramentas têm – como manejo genético e análise genética de reprodutores –, mas também tem potencial para dar suporte aos processos de rastreabilidade e monitoramento de populações selvagens e produtos da pesca”, friusou. O pesquisador disse que, por uma série de fatores, a produção de pirarucu em cativeiro ainda não decolou. Persistem desafios técnicos básicos relacionados à reprodução e ao manejo do animal. “A tilápia (Oreochromis niloticus), por exemplo, a espécie mais criada em cativeiro no Brasil, se reproduz sozinha, com menos de um ano de idade”, comenta. Mas espécies nativas, como o pirarucu e o tambaqui (Colossoma macropomum), não se reproduzem com facilidade em cativeiro e são necessários anos até que atinjam a idade reprodutiva.

 

A Suzano Ventures tem uma nova integrante do seu portfólio: a startup canadense Bioform Technologies, que produz hidrogéis – espécie de membranas – com polpa de madeira e com potencial de desenvolver a tecnologia usando a fibra de celulose da própria Suzano como insumo, relata a Exame. É o segundo anúncio de aporte do CVC (Corporate Venture Capital) da companhia, criado em 2022, com cheque total de US$ 70 milhões. A primeira escolhida foi a britânica Allotrope Energy, de bateria de lítio-carbono, que recebeu aporte de US$ 6,7 milhões em dezembro. O veículo de investimento busca por startups em quatro verticais: uso de biomaterial de eucalipto, embalagens sustentáveis, novas tecnologias e remoção de carbono. O  desembolso na Bioform será de US$ 5 milhões, em uma rodada considerada como seed. Criada em 2021 em Vancouver, a startup desenvolveu uma tecnologia para reforçar hidrogéis, estruturas compostas por cerca de 90% de água. Os hidrogéis aparecem no dia a dia de diversas formas, como membranas, micropartículas e embalagens plásticas. O uso mais comum é em lentes de contato. A partir da solução da Bioform, esses materiais ganham uma nova sustentação, feita com fibras de celulose. “Eles utilizam equipamentos semelhantes ao da indústria de papel e celulose para produzir esse material. Então, tem algumas modificações que fazem nesses equipamentos, mas nós, como grandes conhecedores desses equipamentos, conseguimos ajudá-los a identificar os gargalos e escalonar a tecnlogia”, afirma Paula Puzzi, gerente do Suzano Ventures. A entrada do capital permitirá a ampliação do laboratório para que possam produzir os hidrogéis em maior volume e velocidade.

 

24/04


 

O Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (Nipe) apresentou no dia 18 o novo complexo de pesquisa da Unicamp voltado à inovação em bioenergia e biomateriais, com desenvolvimento de tecnologias que atendam aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU no Brasil. Chamado de Laboratório de Pesquisa em Bioenergia (Labioen), o complexo será instalado numa área de 6 mil m² no antigo prédio do Centro de Tecnologia, que foi reformado e adequado para as novas funções. De acordo com a coordenadora do Nipe, Bruna Moraes, o Labioen contará com laboratórios multiusuários e estará integrado à Planta Piloto em Bioenergia, de pé direito alto, adequada para experimentos em escala piloto visando a transferência de tecnologia. “Pensamos nesse formato de projeto justamente para atrair empresas. No Brasil, a distância entre a pesquisa científica e a aplicada, entre universidades e empresas, infelizmente, ainda é muito grande. Com essa configuração, nossa ideia é que o Labioen se torne atrativo para empresas que nos procurarem para resolver os problemas aplicados, aqueles que identificaram no trabalho de campo, para que consigamos encontrar soluções com base em ciência de ponta. A ideia é que esse novo equipamento seja um hub de pesquisa científica e aplicada”, resume. Bruna Moraes disse que o Labioen já conta com a infraestrutura montada e a previsão é que, até o final do ano, o equipamento esteja pronto para uso. A coordenadora revelou que o Labioen já recebeu propostas: uma delas seria a implementação do que poderá ser o Centro Paulista de Estudos em Biogás e Bioprodutos. “Já conseguimos parcerias com empresas que vão entrar com financiamento. A Fapesp deverá entrar com financiamento correspondente ao que a empresa investir”, explicou.

 

O professor sênior Edgar Dutra Zanotto, do Departamento de Engenharia de Materiais (DEMa) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), recebu uma das mais importantes premiações da Ciência na sua área de atuação. Zanotto foi agraciado com a ‘Frontiers of Glass Science Lecture’, concedido anualmente pela American Ceramic Society (ACerS) a um pesquisador que tenha feito contribuições excepcionais para o avanço da ciência dos materiais vítreos. Apenas pesquisadores norte-americanos, franceses, alemães e japoneses tinham recebido esse prêmio. “É um dos prêmios mais significativos que a Universidade já recebeu”, destacou o Pró-Reitor de Pesquisa, Pedro Fadini. Para Zanotto, a premiação foi resultado de longos anos de pesquisa, que resultaram em cerca de 400 artigos científicos, 30 capítulos de livros, dois livros publicados e 30 patentes. Em maio, o Zanotto vai para Las Vegas fazer uma palestra, uma das dimensões públicas da premiação, intitulada ‘Desvendando a Nucleação de Cristais em Líquidos Super-resfriados e Vidros’. Tema fundamental para o desenvolvimento de novos materiais, a palestra plenária permitirá ao pesquisador da UFSCar compartilhar suas pesquisas sobre a cristalização de vidros com cerca de 500 cientistas da área de materiais vítreos. “Ser convidado a ministrar a ‘Frontiers of Glass Science Lecture’ é como se tivéssemos alcançado o ‘grand slam’ das palestras nesta expertise, feito que consolida o DEMa-UFSCar como um dos principais centros do planeta em materiais vítreos”, afirmou. A concessão do ‘Frontiers of Glass Science’ ao professor da UFSCar fortalece o Brasil no cenário global da ciência de materiais. Zanotto é um dos coordenadores do Laboratório de Materiais Vítreos, do Departamento de Engenharia de Materiais.

 

Uma nova fibra eletrônica flexível, que usa o corpo humano como parte do circuito, está possibilitando o desenvolvimento de eletrônicos integrados em tecidos e roupas inteligentes, sem a necessidade de baterias ou chips, relata Engenharia é. Essa abordagem promissora permite a fabricação em larga escala de eletrônicos confortáveis feitos de fibras, adequados para uma variedade de aplicações, entre os quais os tecidos inteligentes ou eletrônicos. Os sistemas eletrônicos baseados em têxteis têm o objetivo de criar uma eletrônica vestível, com funcionalidades como detecção, computação, exibição e comunicação. Isso oferece oportunidades amplas, desde o monitoramento fisiológico até o controle de aparelhos domésticos interativos. A integração desses produtos eletrônicos nos tecidos do vestuário tem sido desafiadora porque os circuitos lógicos requerem componentes rígidos, como baterias, circuitos integrados e outros dispositivos eletrônicos. Para superar esses desafios, Weifeng Yang e colegas da Universidade Donghua, na China, desenvolveram uma fibra fina, que permite interações visuais e digitais sem fio, sem a necessidade de hardware rígido. Essas fibras coletam energia eletromagnética do ambiente e utilizam o corpo humano como parte do circuito, um conceito conhecido como ‘rede corporal’ ou ‘internet do corpo’. A fibra interativa, conhecida como i-fibra, é composta por três camadas: um núcleo que gera um campo eletromagnético, uma camada dielétrica que armazena a energia eletromagnética quando acoplada ao corpo humano e uma camada óptica que permite a visualização do campo elétrico. Essas fibras mantiveram suas capacidades mesmo ao serem utilizadas em técnicas de fabricação têxtil em larga escala, como tecelagem, costura digital e bordado por máquinas. Para demonstrar a viabilidade do conceito, os cientistas criaram peças com um touchpad têxtil e uma tela que transmite informações por meio de padrões de iluminação sem fio, sem a necessidade de fonte de energia externa. Também desenvolveram um tapete háptico sem fio, capaz de detectar e visualizar uma área de toque.

 

O Japão pretende começar a transmitir energia do espaço para a Terra já no próximo ano. A expectativa é que o país instale na órbita baixa da Terra um satélite que servirá como uma espécie de mini usina de energia solar. Aí então, segundo os cientistas, a energia será transmitida sem fio para o nosso planeta. “Será um pequeno satélite, com cerca de 180 kg, que transmitirá cerca de 1 quilowatt de potência a partir de uma altitude de 400 km”, disse Koichi Ijichi, consultor do instituto de pesquisa Japan Space Systems, ao Space. A novidade foi apresentada na Conferência Internacional sobre Energia do Espaço, realizada na última semana em Londres, no Reino Unido. Um quilowatt é aproximadamente a quantidade de energia necessária para operar um eletrodoméstico por 1 hora, como uma máquina de lavar, por exemplo. A ideia dos painéis solares no espaço é que as placas possam receber exposição do Sol ininterrupta enquanto estão em órbita. A técnica é mais vantajosa porque os painéis podem operar 24 horas por dia no espaço — enquanto, aqui na Terra, as usinas solares ficam ociosas durante à noite. Assim, os painéis captam a luz do Sol e a converte em feixes de micro-ondas. Em seguida, o satélite transmite o feixe pelo ar para uma estação receptora na superfície do planeta. Lá, podem converter a energia recebida em eletricidade, explica o gizmodo.

 

23/04


 


Um projeto de energia eólica offshore no Reino Unido, com capacidade de gerar eletricidade suficiente para três milhões de casas, tem em seu escopo construir moradias para as aves marinhas. Como forma de compensação do impacto ambiental causado pelo parque de turbinas, a empresa norueguesa Ørsted construiu três estruturas a um quilômetro da costa, que podem abrigar 500 ninhos de gaivotas, relata Um Só Planeta. As gaivotas da região são da espécie de pernas negras, consideradas vulneráveis pela União Internacional para a Conservação da Natureza, pois os registros vêm mostrando declínio populacional dessas aves. O projeto dos ninhos oceânicos têm estruturas para pesquisa científica, permitindo a observação dos ninhos sem que as gaivotas sejam perturbadas. “As gaivotas estão listadas como em risco de extinção. A disponibilização dessas estruturas proporcionará um espaço de nidificação seguro para permitir que as gerações futuras criem filhotes longe dos predadores e fora dos centros das cidades”, afirmou Eleni Antoniou, gerente ambiental da Ørsted. A companhia norueguesa trabalhou com a empreiteira marítima do Reino Unido Red7Marine para construir os ninhos gigantes, chamados oficialmente de “estruturas de nidificação artificial perto da costa”. As construções oceânicas ficam na costa de Suffolk, um dos locais mais prováveis para que sejam colonizadas rapidamente, pois há falta de falésias, os ambientes naturais para os ninhos. Segundo o portal The Cool Downm, estudos apontaram que entre 140 mil e 328 mil aves são mortas por turbinas eólicas todos os anos nos EUA.

 


A escavadeira elétrica R 9400, da fabricante alemã Liebherr, ultrapassou a marca de um milhão de toneladas, movendo sua milionésima tonelada de terra. O marco foi atingido na mina Christmas Creek, da Fortescue, na Austrália Ocidental, destaca Click Petróleo e Gás. A escavadeira elétrica Liebherr R 9400 era uma máquina movida a diesel e passou por uma transformação. Agora, com seu trem de força elétrico, tornou-se uma força de trabalho alinhada com os esforços de descarbonização. A escavadeira R 9400 reconvertida opera com uma combinação de energia solar e uma subestação de 6,6 kV, que conduz elétrons por mais de dois quilômetros de cabo de alta voltagem. Embora atualmente dependa de uma fonte de energia híbrida, o objetivo final da Fortescue é alimentar toda a frota com eletricidade renovável, eliminando as emissões em suas operações de mineração. Ao fazer a transição para escavadeiras elétricas, a Fortescue pretende eliminar anualmente 95 milhões de litros de diesel nas suas operações. Essa mudança reduz as emissões de gases de efeito estufa e estabelece um precedente para outras empresas de mineração seguirem o exemplo. A parceria entre a Fortescue e a Liebherr desenvolveu soluções de emissão zero que vão além dos combustíveis fósseis. A escavadeira R 9400 convertida pode ser conectada a uma fonte de energia constante, seja diretamente à rede elétrica ou por meio de um Sistema de Armazenamento de Energia em Bateria (BESS) em grande escala. Além disso, a Unidade de Energia Externa (OPU) movida a hidrogênio da Fortescue está passando por testes.

 


A Thoughtworks, consultoria global de tecnologia que integra estratégia, design e engenharia, anunciou a 30ª edição do Technology Radar, relatório semestral que oferece conteúdos sobre tendências tecnológicas emergentes e destaca o crescente impacto da inteligência artificial generativa (GenAI) na entrega de software, explicando como a nova onda de ferramentas de IA tem o potencial de impulsionar equipes de engenharia, aumentando suas capacidades e melhorando os resultados, reporta TI Inside. De acordo com a Thoughtworks, esses recursos vão além da geração de código: podem auxiliar em outras facetas do ciclo de desenvolvimento de software, incluindo testes, criação de documentação e até refatoração. No entanto, a consultoria observa que ainda há espaço para amadurecer — as equipes de engenharia precisam permanecer vigilantes e pragmáticas na forma como utilizam essas ferramentas emergentes. “As ferramentas de GenAI têm a capacidade de ajudar equipes de engenharia de software de muitas maneiras diferentes — são mais do que assistentes de codificação”, explica Rachel Laycock, diretora de Tecnologia da Thoughtworks. “Elas podem impactar significativamente a resolução de problemas técnicos e, embora os riscos precisem ser adequadamente gerenciados, ainda é uma área que precisa ser explorada por parte dos líderes de negócios para obter uma vantagem competitiva”, frisou.

 

22/04


 

Pesquisadores da Embrapa Instrumentação e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) utilizaram casca de banana para criar filmes bioplásticos com potencial de aplicação como embalagens ativas de alimentos. A pesquisa foi detalhada no Journal of Cleaner Production, informa Um Só Planeta. Por meio de um processo simples, com pré-tratamentos que envolvem apenas água ou uma solução ácida diluída, os pesquisadores converteram cascas de banana em filmes bioplásticos com propriedades antioxidantes, proteção contra a radiação ultravioleta (UV) e sem gerar resíduos. Os filmes tiveram desempenho igual ou até melhor do que muitos bioplásticos preparados de forma semelhante, a partir de outros tipos de biomassa, mas por meio de outros métodos, incluindo processos mais complexos, caros e demorados para a transformação de resíduos agroalimentares. A cadeia de valor da banana gera uma quantidade significativa de subprodutos que, são subutilizados ou descartados indevidamente, resultando em perdas e problemas ambientais. De acordo com pesquisadores brasileiros, para cada tonelada de banana processada, podem ser gerados até 417 kg de cascas. Daí partiu a motivação dos pesquisadores de reduzir o lixo gerado pelo descarte da casca, aproveitando-a integralmente, inclusive seus compostos bioativos, como os fenólicos, e a pectina, um polissacarídeo que pode ser utilizado na produção de filmes biodegradáveis. O filme preparado em escala de laboratório, de cor amarronzada e espessura micrométrica, pode ser usado como embalagem primária de produtos propensos a reações de oxidação. Os resultados promissores obtidos experimentalmente encorajaram os pesquisadores a dar continuidade aos estudos para melhorar ainda mais algumas propriedades do filme. Entre elas, estão as de interação com a água, um desafio da pesquisa devido à alta afinidade por água das moléculas presentes na biomassa. Além disso, os pesquisadores pretendem, em um ano e meio, desenvolver o filme bioplástico em escala-piloto para tornar o processo ainda mais interessante do ponto de vista industrial.

 


A equipe do Centro de Voo Espacial Goddard, da Nasa, construirá um detector de abalos sísmicos para a missão Artemis 3, que retornará astronautas à superfície lunar em 2026, pela primeira vez em mais de 50 anos. Os dados coletados pelo aparelho vão ajudar os cientistas no estudo da estrutura interna da Lua e a aprimorar o conhecimento da formação, destaca Galileu. O detector chamado ‘Lunar Environment Monitoring Station – LEMS’ será implantado pelos astronautas para monitorar o movimento do solo causado por tremores lunares ao redor do polo sul da Lua. Esse instrumento vai operar na superfície lunar no período de três meses até dois anos e pode se tornar uma estação-chave em uma futura rede geofísica lunar global. O equipamento foi selecionado como a primeira das três cargas úteis a serem enviadas na Artemis 3, que será o primeiro pouso tripulado lunar desde a Apollo 17, em 1972. O cientista planetário Mehdi Benna, do Centro de Tecnologia de Ciências Espaciais da Universidade de Maryland em Baltimore County (UMBC), conta que começou a conceituar a ideia por trás do instrumento LEMS em 2018. Benna observou a necessidade de uma tecnologia que pudesse resistir às condições severas da Lua para medir a atividade geofísica por um longo tempo. Sua equipe começou a desenvolver a ideia de uma estação pequena e autossustentável, que o cientista chama de ‘boia lunar’, que poderia sobreviver na superfície durante a noite lunar e operar durante o dia. A LEMS é formada por um conjunto compacto e autônomo de sismógrafos projetados para realizar o monitoramento contínuo e de longo prazo do ambiente sísmico. O instrumento caracterizará a estrutura regional da crosta e do manto da Lua, o que acrescentará informações valiosas aos modelos de formação e evolução do satélite.

 


Físicos demonstraram pela primeira vez como a luz pode fazer com que materiais apresentem comportamentos quânticos a temperatura ambiente – isso normalmente só acontece em temperaturas próximas ao zero absoluto, começa matéria do site Inovação Tecnológica. E, para mostrar como essa descoberta pode ter impacto, a equipe usou a luz para fazer com que um material não magnético apresente magnetismo, mostrando que o avanço abre caminho para computadores, transferência de informações e armazenamento de dados mais rápidos e energeticamente mais eficientes. Embora não tenha sido demonstrada pela equipe, a supercondutividade é outro comportamento que emerge de efeitos quânticos, e sua indução por luz a temperatura ambiente pode revolucionar praticamente toda a nossa base tecnológica. Na demonstração realizada agora, os pesquisadores submeteram o material quântico titanato de estrôncio (SrTiO3) a feixes de laser curtos, mas intensos, de comprimento de onda e polarização bem definidos, o que fez com que o material apresentasse um magnetismo que normalmente não possui. “A inovação neste método reside no conceito de permitir que a luz mova átomos e elétrons neste material em movimentos circulares, de modo a gerar correntes que o tornem tão magnético quanto um ímã de geladeira. Nós conseguimos fazer isso desenvolvendo uma nova fonte de luz no infravermelho distante com uma polarização em formato de ‘saca-rolhas’. “Esta é a primeira vez que conseguimos induzir e ver claramente como o material se torna magnético em um experimento à temperatura ambiente. Além disso, nossa abordagem permite fabricar materiais magnéticos a partir de muitos isolantes, quando os ímãs são normalmente feitos de metais. No longo prazo, isso abre espaço para aplicações completamente novas na sociedade”, diz o professor Stefano Bonetti, da Universidade de Estocolmo, na Suécia.