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Acesso em 29/04/2024 às 17h41.

Área Tecnológica na Mídia – 15 a 19 de abril

Confira as notícias de hoje

19 de abril de 2024, às 13h22 - Tempo de leitura aproximado: 24 minutos

A Nasa vai lançar na terça-feira (23) uma vela solar a bordo do foguete Electron da neozelandesa Rocket Lab, a partir do próprio complexo de lançamento da empresa na Nova Zelândia. A vela solar, chamada de Advanced Composite Solar Sail System (ACS3), é a mais nova tecnologia de navegação da agência espacial norte-americana, que utiliza a pressão da luz solar para se movimentar, relata Galileu. De formato semelhante a uma pipa, o ACS3 funciona a partir dos fótons de luz emitidos pelo Sol. Essas partículas, quando atingem uma superfície reflexiva, transmitem parte de seu impulso, já que não possuem massa. Com a grande quantidade de fótons expedidos pela luz solar, a energia fornecida pode se igualar aos dos propulsores de foguetes convencionais, alimentados por combustível. As velas solares são uma alternativa mais leve e econômica de navegação espacial, que pode eliminar sistemas de propulsão pesados, permitindo missões de maior duração. O ACS3 se diferencia de projetos anteriores pelo tamanho: é quatro vezes maior do que o antecessor LightSail. Outro diferencial são os materiais utilizados na construção das lanças, feitas de polímero reforçado e fibra de carbono – mais rígidos e leves. A vela estará comprimida em um CubeSat, pequeno satélite utilizado em pesquisas espaciais que será ejetado do foguete Electron a 965 km acima da Terra – mais do que o dobro da altitude da Estação Espacial Internacional. Ao chegar na altura necessária, a vela solar será desdobrada, revelando seu tamanho, que ocupa área de 80 m². A fase inicial de voo durará dois meses. Uma série de manobras de verificação de subsistemas serão feitas, a fim de demonstrar a subida e descida da órbita, utilizando apenas a pressão da luz solar agindo na vela. Os cientistas esperam que seja mais um passo rumo a missões de maior escala à Lua, Marte e outros planetas. Estima-se que podem ser construídas velas solares com área de até 2 mil m².

 

A Intel usou seu processador neuromórfico Loihi 2 para construir o maior computador usando uma arquitetura que imita o cérebro. O sistema, batizado de Hala Point, é formado por 1.152 processadores Loihi 2 montados em seis racks padrões usados em gabinetes de servidores. São 1,15 bilhão de neurônios artificiais, capazes de executar 380 trilhões de operações sinápticas por segundo. Segundo a Intel, o Hala Point consome 100 vezes menos energia do que um sistema tradicional ao rodar problemas de otimização combinatória. A maior eficiência energética sempre foi um dos principais argumentos para o desenvolvimento de arquiteturas baseadas em componentes que imitam os neurônios e as sinapses, registra a Inovação Tecnológica. “O Hala Point é o primeiro sistema neuromórfico em grande escala a demonstrar eficiências computacionais de última geração em cargas de trabalho de inteligência artificial convencionais. A caracterização mostra que pode suportar até 20 quatrilhões de operações por segundo, ou 20 petaops, com eficiência superior a 15 trilhões de operações de 8 bits por segundo por watt (TOPS/W) ao executar redes neurais profundas convencionais,” anunciou a Intel. O primeiro protótipo do computador neuromórfico Hala Point será instalado no Laboratório Nacional Sandia, nos EUA, cuja equipe planeja usá-lo para desenvolver uma nova ciência da computação baseada no cérebro. A principal diferença é que a computação neuromórfica é uma implementação de computação na memória, ou seja, os dados não precisam trafegar entre a memória e o processador ― assim como no cérebro, computação e memória ocorrem nos mesmos ‘componentes’. Os processadores neuromórficos Loihi 2, que formam a base do Hala Point, usam princípios de computação como as redes neurais de picos (SNNs) assíncronas e baseadas em eventos, memória e computação integradas e conexões esparsas. Os neurônios artificiais se comunicam entre si, em vez de se comunicarem por meio da memória, o que é uma das principais razões para a redução no consumo geral de energia.

 

Resultado da parceria da Embrapa com a empresa privada Innova Agrotecnologia, o Combio é o primeiro bioinsumo para a soja brasileira com duas funções: estimulação de crescimento e proteção contra fungos. O produto é uma combinação de três estirpes bacterianas que atuam na fixação biológica de nitrogênio e na promoção de crescimento de plantas: BR 29 (Bradyrhizobium elkanii), BR 10788 (Bacillus subtilis) e BR 10141 (Paraburkholderia nodosa), registra Embrapa Notícias. “O diferencial desse inoculante é que colocamos bactérias que desempenham vários mecanismos estimuladores e que também protegem as sementes na fase de emergência do solo, evitando ataque de fungos oportunistas”, detalha o pesquisador Jerri Zilli, da Embrapa Agrobiologia (RJ). Testes de campo revelaram aumento de 10% no rendimento de grãos. No Paraná, uma lavoura sem inoculante apresentou rendimento de 61 sacas por hectare; outra com coinoculação tradicional rendeu 63 sacas; a área com o Combio teve rendimento de 66 sacas. “Nossa intenção não é confrontar os inoculantes que estão no mercado. O objetivo é incentivar um manejo que evite fungicidas químicos”, pontua Zilli. O produto surgiu a partir da prospecção de centenas de bactérias com o objetivo de encontrar microrganismos antagônicos a fungos que interferem na germinação. Praticamente 100% das lavouras de soja no Brasil recebem tratamento de sementes com fungicidas químicos, que, na maioria das vezes, são prejudiciais. “Verificamos que Bacillus subtilis e Paraburkholderia nodosa apresentavam grande potencial antagônico a fungos e estimulavam as plantas por meio de diversos mecanismos, culminando em plântulas mais uniformes”, explica Zilli. Após os testes, constatou-se que as plantas inoculadas com o Combio desenvolveram-se de forma superior comparativamente à inoculação padrão com Bradyrhizobium, e apresentaram ampla nodulação e sanidade. O pesquisador Luís Henrique Soares de Barros acredita que o Combio possa substituir com vantagens o inoculante tradicional na cultura da soja, que contém apenas o microrganismo específico destinado à fixação biológica de nitrogênio. “O Combio tem, além do microrganismo simbionte, duas outras estirpes, que valorizam a promoção do crescimento e conferem maior vigor à cultura, por meio de atuação bioquímica complementar à planta”, explica.

 

Com mais de 1.500 câmeras espalhadas em 3.600 km de rodovias pelo Brasil, monitorá-las é missão quase impossível e demandaria uma atenção total de várias pessoas durante as 24 horas do dia. Frente a esse desafio, a companhia de gestão de rodovias Arteris resolveu abraçar o uso de inteligência artificial para processar os dados em tempo real, por meio de um servidor treinado em seu centro de controle, que recebe o streaming de vídeo das câmeras. O projeto-piloto foi na via Régis Bittencourt e o plano é expandir, até o final deste ano, para as outras seis rodovias que a Arteris opera – Fernão Dias, Litoral Sul, Planalto Sul, Fluminense, Intervias e ViaPaulista, que ficam em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná. Em parceria com a Programmers, empresa focada em aplicações digitais e inteligência de dados na nuvem, inicialmente a tecnologia foi capaz de automatizar e tornar ainda mais precisa a contagem de veículos, tarefa antes realizada por equipamentos bem mais caros. Atualmente, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) reconhece a prática. De quebra, a IA deve gerar uma economia de 80% quando cobrir todas as rodovias previstas, destaca a Época. A primeira etapa, que durou cerca de seis meses, envolveu o treinamento do sistema do centro de controle da companhia, realizado pelos próprios operadores. Agora, na segunda fase, a tecnologia deve atuar na prevenção a acidentes de trânsito e redução de vítimas fatais. Os avanços permitem analisar, de forma rápida, qualquer evento na rodovia, tais como obras, comportamentos de risco do condutor do veículo (motorista com fadiga, por exemplo), animais ou objetos no acostamento. Além disso, em casos de acidente, o centro de controle pode automaticamente acionar a polícia, o guincho e, se necessário, uma ambulância.

 

Um estudo conduzido pela ConectarAGRO em parceria com a Universidade Federal de Viçosa revelou que apenas 37% dos imóveis rurais no Brasil têm acesso total à cobertura 4G em suas áreas de uso agropecuário. A pesquisa destacou a importância da conectividade para a produtividade agrícola, reporta a Agrimídia. Acesso à internet permite aos agricultores monitorar equipamentos agrícolas em tempo real, otimizando operações como a semeadura e possibilitando ajustes necessários para maximizar a eficácia e evitar prejuízos. A falta de internet pode impedir que informações críticas sejam transmitidas em tempo real para a sede da fazenda, limitando a capacidade de tomar decisões informadas e aumentando a dependência em fatores incertos, como o clima. A Secretaria de Agricultura de São Paulo estima que um acesso confiável à internet no campo pode aumentar o rendimento das atividades rurais em até 25%. Ana Helna Andrade, presidente da ConectarAGRO, enfatizou a necessidade de melhorias na infraestrutura de internet nas áreas rurais para apoiar a adoção de tecnologias avançadas em máquinas e equipamentos agrícolas. 

 

A Escola Politécnica desenvolveu, no contexto da pandemia, o ventilador pulmonar Inspire, um equipamento de suporte respiratório emergencial. A iniciativa uniu esforços da Marinha do Brasil, diversas instituições e doadores institucionais e particulares que, em parceria com a USP, possibilitaram a fabricação de mil equipamentos com tecnologia nacional e a distribuição gratuita para hospitais de municípios de diversos Estados, destaca o Jornal da USP. Pesquisadores, docentes e estudantes atuaram na manutenção emergencial de ventiladores mecânicos que estavam parados, em parceria com o Senai e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Uma força-tarefa fabricou mais de 27 mil protetores faciais. Outra iniciativa foi o desenvolvimento de um robô hospitalar, que gerou um Núcleo de Inovação Tecnológica em parceria com o Hospital Universitário, para fomentar mais projetos na área da saúde. Reinaldo Giudici e Sílvio Ikuyo Nabeta, diretor e vice-diretor da Poli, destacam que essas são algumas iniciativas relacionadas à ‘Engenharia da Vida’, “como convencionamos chamar na Poli, que já conta com grupos que se dedicam à Engenharia Biomédica há anos”. Grandes centros de pesquisa da USP contam com a participação da Poli. São iniciativas interdisciplinares, como o Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa, que desenvolve inovações ecológicas e soluções para a transição energética na área de energia e combustíveis; o Centro de Pesquisa para Inteligência Artificial e Ciência de Dados; o Tanque de Provas Numérico, que é referência internacional em estudos na área naval e oceânica para modelos e simulações náuticas e portuárias, associado ao Centro de Inovação em Tecnologia Offshore; o Centro de Estudos em Regulação e Qualidade de Energia; e o Centro de Estudos da Metrópole.

 

Ao sequenciar o genoma referência do café arábica em um trabalho inédito, um consórcio de cientistas conseguiu selecionar genes possivelmente responsáveis (genes candidatos) pela resistência do café à ferrugem e a outras doenças. Em paralelo, identificou a expressão de alguns genes relacionados ao aroma do arábica, informa a Agência Fapesp. “Com o conhecimento do genoma é possível obter informações que permitem ir para dois lados: desenvolvimento de variedades por meio de direcionamento de cruzamentos, ou seja, como referência em futuros cruzamentos que produzam novas variedades; intervenções mais diretas, como modificar um gene especificamente”, resume Douglas Domingues, pesquisador do Grupo de Genômica e Transcriptômica em Plantas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP). Segundo ele, havia uma corrida para sequenciar esse genoma. “O café era uma das poucas commodities que ainda não tinham o genoma referência sequenciado. Houve um trabalho publicado antes do nosso. Mas a maioria usou a estratégia padrão: escolheu uma planta interessante para cultivo e sequenciou seu genoma”, relata. O grupo do qual Domingues faz parte sequenciou uma planta que, do ponto de vista agronômico, não tem interesse, mas do ponto de vista genético tem muito a oferecer. “A vantagem do nosso genoma de referência é que é derivado de um indivíduo ‘di-haploide’ [tem dois conjuntos de cromossomos]. Isso leva a um genoma de referência homogêneo, que será um padrão superior para pesquisas futuras”, explica Patrick Descombes, coordenador do trabalho. O café arábica é um tetraploide (quatro conjuntos de cromossomos): tem dois genomas dentro de um, porque é a fusão de duas outras espécies. Ao sequenciar um di-haploide derivado do café arábica, em comparação com um cultivar tetraploide comum, cientistas conseguem uma visão mais simplificada do genoma. Isso permite identificar com maior precisão as variações entre genes similares, facilitando o uso das informações moleculares para estudos de melhoramento.

 

O país deverá contar em breve com uma tecnologia própria para a fabricação de baterias para veículos elétricos e híbridos ― mais especificamente, para a produção das células individuais de baterias de lítio e sódio, componente que não é produzido no Brasil. A tarefa ficará a cargo do Centro de Estudos de Energia e Petróleo (Cepetro), da Unicamp, por meio de um novo departamento, o Centro de Manufatura de Baterias (CMB), que foi selecionado para receber R$ 9 milhões em uma chamada pública do Rota 2030, programa do governo federal que se converteu no Mover, programa de Mobilidade Verde, em 2023, relata Usinagem Brasil. O centro deverá funcionar a partir do final deste ano, em local a ser definido, depois de receber as máquinas de grande porte importadas da Itália que permitirão a manufatura das células. Cada uma dessas máquinas terá uma função, como compactação, corte, enrolamento, pintura e encapsulamento do conjunto. De acordo com o professor da Unicamp Hudson Zanin, coordenador geral do projeto, o CMB vai atuar como um centro multiuso, mediante parcerias com empresas privadas e outros institutos de pesquisa. “Nos primeiros anos de atuação, o CMB centrará esforços no desenvolvimento de conceitos e nas análises de viabilidade técnica e econômica. Depois, poderá funcionar como um local para manufatura e para testes de validação e certificação de segurança das baterias”, explicou. Segundo ele, a ideia é que o CMB ajude a aprimorar o ecossistema para o desenvolvimento da mobilidade elétrica. Entre as empresas que já manifestaram possível interesse pelo CMB estão Bosch, Toyota, Volkswagen, Raízen e Merck. Zanin frisou que as baterias do CMB poderão ser usadas também em computadores e celulares.

 

Professores do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Ponta Grossa desenvolveram um concreto inovador utilizando cinzas de madeira, em parceria com as empresas Cargill e Hipermix. Esse material sustentável pode ser aplicado em construções não estruturais, como calçadas e blocos. A pesquisa, iniciada em 2022, busca dar uma destinação nobre aos resíduos industriais, contribuindo para a redução do impacto ambiental. Durante o estudo, foram identificadas características vantajosas do novo concreto, como o efeito filler, que reduz a porosidade, e o refinamento da estrutura. A substituição parcial de cimento por cinzas, entre 5% e 10%, não compromete a resistência do material, ao mesmo tempo em que reduz seu custo. Além disso, o uso de cinzas em vez de cimento contribui para a diminuição da emissão de gases poluentes. O concreto desenvolvido segue as normativas do cimento comercial e pode ser aplicado em obras não estruturais, seguindo as diretrizes da construção civil. Essa pesquisa faz parte de um esforço contínuo dos professores da universidade, que há mais de uma década trabalham em projetos de sustentabilidade na área da engenharia civil, informa o portal A Rede.

 

Cientistas e engenheiros usam técnicas microscópicas para analisar materiais e compreender a história desses objetos, sua estrutura, propriedades e comportamento em diferentes escalas. As imagens obtidas podem ser fascinantes, revelando detalhes e padrões que são invisíveis a olho nu. É para compartilhar essas imagens, que unem ciência e arte, que o Departamento de Engenharia de Metalurgia e Materiais da Escola Politécnica (Poli) da USP promove o concurso de fotomicrografias científicas de Metalurgia e Materiais – MetMat, destaca o Jornal da USP. Em sua 28ª edição, o concurso premiou no dia 27 de março os três melhores trabalhos de Microscopia Óptica e os três melhores trabalhos de Microscopia Eletrônica ou Microscopia de Força Atômica, além de destacar os trabalhos que receberam menção honrosa. Participaram alunos de graduação, de pós-graduação, pesquisadores, engenheiros, técnicos e professores, filiados a instituições de pesquisa, universidades ou empresas, envolvidos com Engenharia Metalúrgica e de Materiais. O concurso teve 140 fotos inscritas e contou com o patrocínio da empresa Aços Gerdau. De acordo com Fernando Landgraf, professor da Poli e coordenador do concurso, a pesquisa de novos materiais e registro de imagens permitem elucidar os mecanismos atuantes na formação da microestrutura e correlação com propriedades e desempenho em serviço. Nesse trabalho, a microscopia eletrônica é uma técnica que utiliza feixes de elétrons para criar imagens de alta resolução de estruturas internas e superficiais de materiais em escala nanométrica, enquanto a microscopia óptica usa luz visível para observar a morfologia e características macroscópicas dos materiais, considerando a medida de até 1 micrômetro.

 

Um consórcio composto por pesquisadores de mais de dez países, incluindo Brasil, EUA e algumas nações europeias, está realizando simulações do clima do passado e do futuro na América do Sul com resolução sem precedentes. O objetivo é criar um modelo de visualização computacional que represente com maior acurácia os processos hidroclimáticos que ocorrem na região para ajudar a implementar medidas mais efetivas de adaptação aos impactos da mudança climática, reporta a Agência Fapesp. “Estamos começando a ser capazes de representar corretamente o hidroclima da América do Sul nas escalas necessárias”, disse Francina Dominguez, pesquisadora do Centro Nacional de Aplicações de Supercomputação da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign e coordenadora do projeto. As projeções climáticas futuras são baseadas em modelos climáticos globais, os chamados GCMs, na sigla em inglês. A despeito de terem avançado nas últimas décadas, essas representações conceituais do clima global são incapazes de capturar detalhes do hidroclima da América do Sul e apresentam distorções, explicou a pesquisadora. Parte desse problema está relacionado com a resolução espacial, cujo espaçamento de grades horizontais, que representam a terra e os oceanos, é de dezenas de quilômetros. Por isso, não conseguem representar corretamente processos que ocorrem em escalas menores e em regiões montanhosas, como chuva de relevo, que surge quando nuvens encontram obstáculos como serras e montanhas. Os GCMs também não conseguem representar realisticamente ciclones, jatos de baixo nível – estreita zona de ventos máximos que ocorre nos primeiros quilômetros da atmosfera – e tempestades de sistemas conectivos organizados. Os pesquisadores realizaram duas simulações computacionais de modelo de pesquisa e previsão do tempo (WRF, na sigla em inglês de weather research and forecasting model), com alta resolução sem precedentes de espaçamento de grade de 4 km, representando climas históricos e futuros do continente. O objetivo é empregar a simulação para compreender melhor as características hidroclimáticas do continente e usar a simulação climática futura para avaliar as alterações que devem ocorrer na América do Sul sob um clima mais quente. “Esse grande esforço envolve mais de cem cientistas, muitos deles do Brasil e, em grande parte, de São Paulo”, disse Francina Dominguez.

 

Uma luva eletrônica que ajuda a comunicação de mergulhadores enquanto estão debaixo d’água foi desenvolvida por pesquisadores e divulgada em um estudo publicado na American Chemical Society (ACS). O utensílio interpreta os movimentos, os envia por uma rede sem fio e eles são traduzidos em mensagens, explica a CNN. Quando precisam se comunicar com seus pares, para passar informações como “estou bem” e “tubarão”, mergulhadores normalmente usam gestos manuais que podem ser difíceis de enxergar. Essa nova ferramenta pode auxiliar os exploradores a passarem seus comandos de forma mais clara e ser útil na recuperação de acidentes que causam danos motores. Além de auxiliar na comunicação entre os mergulhadores e os barcos que estão na superfície, a luva pode ajudar na recuperação de um derrame, por exemplo, para restabelecer habilidades motoras finas. Para cadastrar os gestos, foram gravados 16 movimentos feitos por mergulhadores e inseridos em um computador com a técnica de aprendizado de máquina — uma espécie de inteligência artificial — que converte o movimento dos sensores em mensagens. A precisão obtida no estudo foi de 99,8%. Os receptores foram colocados em estruturas inspiradas nos pés de estrelas do mar feitas por ferramentas de escrita a laser. Na construção foi utilizado um filme fino de dimetil polissiloxano (PDMS), um plástico à prova d’água comumente usado em lentes de contato.

 

Além de poupar o uso da terra, levar parques eólicos ao oceano é garantia de ventos mais fortes e constantes, pois não encontram nenhuma barreira pelo caminho, e de uma captação energética mais eficiente. Gerada por turbinas instaladas no mar, a energia eólica offshore é uma forte tendência global. Segundo o Banco Mundial, a capacidade de produção desse tipo de energia é de 70 terawatts (TW), sete vezes mais do que a capacidade energética mundial ativa hoje. A China responde pela metade dos 64,3 gigawatts (GW) produzidos por fazendas eólicas offshore, de acordo com o Conselho Global de Energia Eólica. Em seguida, estão Reino Unido e Alemanha. A Europa foi pioneira na tecnologia, com o primeiro parque construído nos anos 1990, na Dinamarca, destaca Época Negócios. O Brasil ainda não possui nenhum parque eólico marinho, mas não faltam operadores querendo mudar isso. Há mais de 90 projetos dessa tecnologia no país, que tem uma costa de 8 mil quilômetros, a 14ª mais extensa do mundo. As iniciativas somam uma produção eventual de 219 GW, o que não chega a um terço do potencial do Brasil, estimado em 700 GW pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), considerando instalações em até 50 metros de profundidade. A aposta do Banco Mundial é ainda maior: 1.228 GW para até 100 metros. Entre as vantagens da costa brasileira estão os ventos constantes, o clima ameno e a ausência de tsunamis. Outro atrativo é a tradição brasileira em operações em alto-mar. Além da Petrobras – um dos principais players, por sua experiência no setor de óleo e gás offshore –, o grupo de interessadas inclui gigantes globais ainda sem atuação no Brasil, como a espanhola BlueFloat e a britânica Corio. Outro destaque é a Ocean Winds (OW), joint venture formada pela Engie e pela EDP Renováveis, presente em sete países. “Uma indústria eólica offshore expressiva no Brasil é questão de tempo”, afirma Rafael Palhares, diretor de desenvolvimento de negócios da OW Brasil e América do Sul. “É como se fosse um novo pré-sal, mas de energia limpa.” O setor aguarda a aprovação de um marco legal que promete destravar os projetos. Se a lei em tramitação no Congresso for aprovada, estima-se que as primeiras usinas eólicas estarão operando no mar brasileiro em uma década.

 

A QS Quacquarelli Symonds, maior rede de educação superior do mundo, divulgou os resultados de 2024 do seu ranking anual de universidades por disciplina. De acordo com a 14ª edição do QS World University Rankings by Subject, o Brasil é a nação latino-americana com o maior número de matérias em todo o ranking e entre os cem primeiros colocados, seguido pelo México e pelo Chile. No total, o país teve 28 instituições e 309 disciplinas avaliadas, das quais 22 aparecem no Top 50 e 64 no Top 100, informa o portal do governo estadual. A Unicamp teve três cursos classificados entre os Top 50, nove entre os Top 100 e 32 entre os Top 300, a partir da análise da reputação e de resultados de pesquisa de 1.559 instituições em todo o mundo. Merecem destaque os cursos de Odontologia, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, que figura na 23ª posição; a pós-graduação em Ciências e Engenharia de Petróleo, classificada na 22ª posição mundial e na primeira colocação brasileira; além da Engenharia Agrícola, ranqueada na 45ª posição. Das nove disciplinas classificadas entre as cem primeiras colocadas, sete melhoraram de posição em relação ao ano passado: Odontologia passou da 29ª colocação para a 23ª; Engenharia de Petróleo foi da 24ª para a 22ª; Engenharia Agrícola subiu da 46ª para a 45ª; Engenharia Química saltou da 79ª para a 64ª; Sociologia passou da 86ª para a 72ª; Engenharia Elétrica e Eletrônica saiu da 95ª para a 88ª; e Educação pulou da classificação 101-150 para 98ª.

 

As lavouras de cana-de-açúcar do Brasil já utilizam mais nematicidas de origem biológica do que químicos. Em 2023, os nematicidas biológicos representaram 64% das vendas de todos os defensivos contra nematoides para cana e movimentaram o segundo maior valor em vendas do segmento em cinco anos, de acordo com o levantamento FarmTrack, da consultoria Kynetec Brasil. O controle de nematoides – tipo de verme que costuma atacar as raízes das plantas – é recente na agricultura brasileira e vem crescendo pela adoção de produtos biológicos. Em cinco anos, as vendas de nematicidas (químicos e biológicos) para a cultura da cana cresceram 47%, para R$ 403 milhões no ano passado, destaca Nova Cana. Apesar do manejo dos nematoides não ser considerado essencial, como de outras pragas, seu controle pode ajudar a recuperar produtividade. “Demorou para a conscientização da presença do problema, a identificação e a decisão de investimento ou [conscientização] do prejuízo se não se fizer nada”, avalia Lucas Montrasio, analista de inteligência de mercado da Kynetec. Essa trajetória de crescimento do uso de nematicidas na cana foi garantida apenas pelos produtos biológicos, cujas vendas aumentaram mais de quatro vezes e alcançaram R$ 257 milhões, enquanto as vendas dos nematicidas químicos caíram 32,7%, para R$ 145,1 milhões. A cultura da cana é o segundo principal mercado de nematicidas do país, atrás apenas da soja, que ocupa uma área oito vezes maior que a cana. Proporcionalmente, porém, o uso de nematicidas nas lavouras de cana é maior, segundo o analista da Kynetec. Em 2023, 68% das lavouras de canas recém-plantadas (de primeiro corte ou ‘cana-planta’) receberam aplicação de nematicida; em 2019, essa adoção era de 42%. As áreas de ‘cana-planta’ representam em torno de 15% das plantações de cana do país.

 

A empresa brasileira HartBR está na vanguarda do desenvolvimento de tecnologia para o setor elétrico com seu novo modelo de religador compacto, o Rocket 3F. Este dispositivo, fundamental para restaurar o fornecimento de energia após curtos-circuitos, representa uma abordagem inovadora e eficiente para lidar com desafios comuns na distribuição de eletricidade. Pesando apenas 50 quilogramas, é consideravelmente mais leve do que os modelos tradicionais, que podem pesar até 200 quilogramas. Isso não compromete suas funcionalidades, uma vez que sua caixa de controle, essencial para o funcionamento do religador, possui apenas 2 kg. Essa redução significativa no peso facilita não apenas o transporte e instalação do equipamento, mas também sua manutenção e operação. Além disso, o Rocket 3F oferece um nível de controle sem precedentes. Através de um aplicativo de celular, o dispositivo pode ser controlado remotamente, eliminando a necessidade de intervenção manual no local. Isso não apenas aumenta a eficiência operacional, mas também reduz os riscos associados ao acesso físico aos equipamentos em postes elétricos. Uma das características mais inovadoras do Rocket 3F, relata o gizmodo, é sua fonte de energia. Em vez das baterias convencionais usadas em modelos anteriores, o dispositivo utiliza um supercapacitor. Esta tecnologia oferece uma vida útil estimada de 25 anos, eliminando a necessidade de substituição regular das baterias.

 

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