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Acesso em 29/04/2024 às 15h26.

Área Tecnológica na Mídia – 08 a 12 de abril

Confira as notícias de hoje

11 de abril de 2024, às 13h58 - Tempo de leitura aproximado: 24 minutos

 


A casca de banana é a matéria-prima utilizada por pesquisadores da Embrapa Instrumentação (SP) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) para criar filmes bioplásticos com potencial de aplicação como embalagens ativas de alimentos. Por meio de um processo simples, com pré-tratamentos brandos, que utilizam apenas água ou uma solução ácida diluída, os pesquisadores converteram integralmente e pioneiramente cascas de banana em filmes bioplásticos com excelentes propriedades antioxidantes, proteção contra a radiação ultravioleta (UV), e sem gerar resíduos. Os filmes tiveram desempenho igual ou até melhor do que muitos bioplásticos preparados de forma semelhante, a partir de outros tipos de biomassa, mas por meio de outros métodos, incluindo processos mais complexos, caros e demorados, portanto, menos produtivos, para a transformação de resíduos agroalimentares. A cadeia de valor da banana, em particular, gera uma quantidade significativa de subprodutos que atualmente são subutilizados ou descartados indevidamente, resultando em perdas e problemas ambientais. De acordo com pesquisadores brasileiros, para cada tonelada de banana processada, podem ser gerados até 417 kg de cascas. Daí partiu a motivação dos pesquisadores, reduzir o lixo gerado pelo descarte da casca, aproveitando-a integralmente, inclusive seus inúmeros compostos bioativos, como fenólicos, e a pectina, um importante polissacarídeo que pode ser utilizado na produção de filmes biodegradáveis. “Portanto, o aproveitamento como filme bioplástico é uma oportunidade de valorizar este resíduo e diminuir o impacto ambiental associado ao uso de plásticos não biodegradáveis”, enfatiza o engenheiro químico Rodrigo Duarte Silva, que desenvolveu o filme durante seu pós-doutorado. Ele esclarece que o filme preparado em escala de laboratório, de cor amarronzada e espessura micrométrica, pode ser usado como embalagem primária de produtos propensos a reações de oxidação. Os resultados promissores obtidos experimentalmente encorajaram os pesquisadores a dar continuidade aos estudos para melhorar ainda mais algumas propriedades do filme. Entre elas, estão as de interação com a água, um desafio da pesquisa devido à alta afinidade por água das moléculas presentes na biomassa. Além disso, os pesquisadores pretendem, em aproximadamente um ano e meio, desenvolver o filme bioplástico em escala piloto para tornar o processo ainda mais interessante do ponto de vista industrial.

 


O rover lunar pressurizado, resultado da colaboração entre a JAXA (Agência de Exploração Aeroespacial do Japão) e a NASA, é um veículo projetado para permitir que os astronautas realizem explorações prolongadas e trabalhem com segurança na superfície lunar, descreve a Época. Uma das características mais notáveis desse rover é sua capacidade pressurizada, que proporciona um ambiente seguro e estável para os astronautas durante as atividades extraveiculares. Uma tecnologia-chave incorporada no rover é o sistema de células de combustível, fornecendo uma fonte confiável de energia para o veículo e seus sistemas, inclusive durante períodos prolongados na superfície lunar. Esse sistema, baseado na tecnologia desenvolvida pela Toyota, oferece uma solução eficiente e sustentável para as necessidades energéticas do rover, contribuindo para sua operação contínua e prolongada. Além disso, o design do rover é otimizado para a mobilidade e acomodação dos astronautas. Ele é capaz de percorrer áreas geograficamente diversas da Lua, permitindo que os exploradores conduzam experimentos e coletem amostras em diferentes locais. Com capacidade para dois astronautas e uma autonomia de até 30 dias, o rover funciona como um habitat móvel e um laboratório, oferecendo espaço suficiente para os astronautas realizarem suas tarefas com conforto e eficiência. O rover lunar pressurizado, apelidado de “Lunar Cruiser” em homenagem ao Land Cruiser da Toyota, representa uma importante inovação na exploração espacial, oferecendo novas possibilidades para a realização de missões tripuladas na Lua. Sua tecnologia avançada e seu design adaptável refletem o compromisso da NASA e da JAXA em impulsionar a exploração humana do espaço e abrir caminho para futuras descobertas científicas e avanços tecnológicos.

 


A QS Quacquarelli Symonds, analista internacional de ensino superior, divulgou a décima quarta edição anual do ranking QS World University Rankings by Subject. Os resultados mostram que o Brasil é o país mais representado da América Latina e tem o maior número de programas da região entre os 50 melhores do mundo em sua área, com 22 graduações. Além disso, o Brasil tem 47 registros nas cinco áreas de estudo (Artes e Humanidades, Engenharia e Tecnologia, Ciências da Vida, Ciências Naturais e Ciências Sociais). A Universidade de São Paulo (USP) é a instituição mais forte do Brasil por uma margem significativa, com 44 cursos entre as 100 melhores do mundo, quase cinco vezes mais do que sua concorrente mais próxima neste nível, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com nove. Segundo o UOL, as universidades brasileiras demonstram força em Engenharia de Petróleo, com três colocações entre as 50 melhores nessa disciplina, sendo a mais forte delas a da Unicamp, que ocupa a 22ª posição. Além disso, o Brasil é o país melhor representado na América Latina em geral e entre os 100 primeiros, estando classificado em 309 programas, 64 dos quais estão entre os 100 melhores.

 


Processos fotoeletroquímicos têm sido apontados como alternativas sustentáveis para a remediação de águas contaminadas por efluentes domésticos ou industriais. Grosso modo, a estratégia consiste em usar a energia solar para degradar poluentes orgânicos. Em estudo publicado na revista Chemosphere, pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais e do Centro de Inovação em Novas Energias descreveram a síntese de diferentes materiais semicondutores que podem ser usados como fotoanodos (polo que atrai a corrente elétrica) em sistemas fotoeletroquímicos. O artigo também descreve a utilização de um desses materiais na remoção de substâncias tóxicas, como corantes, de efluentes reais da indústria têxtil, informa a Agência Fapesp. Na pesquisa, foram sintetizados semicondutores à base de nitretos de carbono e vanadato de bismuto. O vanadato de bismuto, associado ao uso de energia solar, mostrou grande eficiência na remoção de substâncias tóxicas com baixo consumo de energia elétrica. Os resultados sugerem que o material, de baixo custo e fácil produção, poderá ter aplicações na indústria, especialmente no tratamento de efluentes da indústria têxtil. A produção do material pode ser combinada com a geração de hidrogênio que, por sua vez, pode ser usado na geração de energia elétrica.

 


Além de informações sobre o trânsito, em um futuro não muito distante será possível decidir o melhor trajeto e horário para se deslocar de carro em cidades como São Paulo com base em dados da qualidade do ar. Por meio de estudos apoiados pela FAPESP (projetos 16/18438-0, 16/14501-0 e 20/08505-8), pesquisadores do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) e da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP) estão elaborando mapas que indicam as regiões da cidade com maiores índices de poluição e os períodos de pico de emissão. Alguns dos resultados dos projetos foram apresentados durante um painel de apresentação de oportunidades de estudos sobre cidades inteligentes realizado na abertura da FAPESP Week Illinois, em Chicago. Em São Paulo, por exemplo, por meio de equipamentos portáteis, como contadores de partículas a laser e aparelhos de GPS instalados em carros, pesquisadores do IAG e da FSP-USP estão medindo e obtendo dados georreferenciados da concentração de material particulado a que motoristas e passageiros estão expostos na cidade em diferentes trajetos e horários. “Com base nos dados coletados durante esses estudos conseguimos construir mapas e identificar quais regiões da cidade têm maior concentração de poluentes”, contou à Agência FAPESP Thiago Nogueira, professor da FSP-USP. Os pesquisadores realizaram um estudo em que avaliaram a exposição a poluentes atmosféricos durante deslocamentos por meio de diferentes tipos de transporte em São Paulo – incluindo carro, ônibus, metrô e bicicleta – e regiões da cidade. Os resultados revelaram que os moradores da região oeste da capital estão expostos a uma concentração maior de um poluente atmosférico chamado carbono negro. Já as com melhores condições de qualidade do ar foram aquelas que apresentavam maior concentração de áreas verdes. Em contrapartida, as regiões com qualidade intermediária do ar tinham maior presença de edifícios altos.

 


O Google planeja inaugurar seu Centro de Engenharia em São Paulo somente em 2026, mas já tem vagas abertas para o futuro espaço. A empresa não dá um número exato, mas espera contratar centenas de pessoas para cargos que vão do nível de estágio até liderança. As novas oportunidades incluem as áreas de engenharia de software, segurança, ciência de dados, entre outras, detalha o g1. Quem for contratado vai começar a trabalhar em outros escritórios do Google e, posteriormente, poderá ser realocado para o futuro Centro de Engenharia. A expansão da equipe no país é resultado da parceria que o Google firmou para ocupar um prédio de 7.000 m² no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), nos arredores da Universidade de São Paulo (USP). “Esse é um dos passos na nossa jornada de mostrar que o Brasil é uma potência para talentos de engenharia e chave para o ecossistema global de inovação do Google”, disse Alexandre Freire, diretor de engenharia do Google no Brasil e líder do projeto de implantação do novo espaço da empresa em São Paulo. O espaço na capital paulista será usado principalmente na criação de soluções de privacidade e segurança para o Google, mas também será aberto para pessoas de fora participarem de cursos e treinamentos relacionados a ferramentas da empresa.

 

Você sabia que, em dias quentes, até 87% do ganho de calor nas nossas casas ocorre pelas janelas? Isso acontece por causa da radiação UV da luz solar, que passa facilmente através do vidro, aquecendo a sala e aumentando a probabilidade de você precisar ligar o ar-condicionado ou o ventilador. O site Olhar Digital já mostrou como funciona uma janela inteligente, que pode variar entre o bloqueio de luz e calor e a função normal, totalmente transparente. Só que, para ser efetiva, essa janela inteligente precisaria de uma nova, de uma troca, o que não é fácil – ou barato. Dessa vez, pesquisadores da Universidade de Notre Dame, nos EUA, desenvolveram uma película, uma espécie de filtro, que possui a mesma função, ou seja, bloqueia a luz UV e infravermelha produtora de calor. Ao mesmo tempo, esse material permite a entrada de luz visível, reduzindo a temperatura ambiente e o consumo de energia de resfriamento. “Tal como os óculos de sol polarizados, o nosso filtro diminui a intensidade da luz que entra, mas, ao contrário dos óculos de sol, o nosso revestimento permanece transparente e eficaz mesmo quando o inclinamos em ângulos diferentes”, disse Tengfei Luo, um dos autores do estudo. Para chegar a esse material, os cientistas usaram conceitos de física quântica e de aprendizado de máquina. Esse filtro é feito de sílica, alumina e óxido de titânio sobre uma base de vidro. Para finalizar, eles aplicam uma fina camada de polímero de silício (PDMS) para refletir a radiação térmica. Nos testes, o vidro revestido demonstrou desempenho superior em comparação ao vidro normal, reduzindo a temperatura entre 5,4 °C e 7,2 °C.

 

Engenheiros japoneses conseguiram pela primeira vez gravar dados magnéticos em um disco rígido usando “bits tridimensionais”, o que significa que mais do que um dado pode ocupar a mesma área do prato do HD, começa matéria do site Inovação Tecnológica. Os dados ficam empilhados, uma tecnologia que poderá ser usada para aumentar a capacidade de armazenamento dos HDs, com soluções de armazenamento de dados mais eficientes e econômicas. As centrais de dados estão armazenando cada vez mais dados em unidades de disco rígido (HDs) que usam gravação magnética perpendicular (PMR), que permite armazenar informações em densidades de área de cerca de 1,5 terabit por polegada quadrada (Tbits/pol2). No entanto, para fazer a transição para densidades de área ainda mais altas, é necessário um meio de gravação magnética com diferentes capacidades dependendo da direção em que o dado é gravado. Isto tem sido obtido com grãos de uma liga de ferro e platina (FePt), que recebem os dados por uma técnica conhecida como HAMR, sigla em inglês para gravação magnética a laser assistida por calor. Este método é capaz de sustentar densidades de gravação de área de até 10 Tbits/pol2. Agora, uma equipe da Seagate, Instituto Nacional de Ciência dos Materiais e Universidade de Tohoku, todos no Japão, demonstrou que é possível deixar para trás essa promessa de “apenas” 10 Tbits/pol2 gravando mais do que um bit por área, efetivamente criando bits magnéticos 3D. Em experimentos controlados, a equipe conseguiu gravar até quatro bits por unidade de área usando camadas de materiais com diferentes temperaturas Curie, que é a temperatura na qual um material passa de magnético para não-magnético. Em sistemas já mais próximos de um HD real, a gravação foi feita em duas camadas.

 

A Intel detalhou uma nova versão de seu chip de inteligência artificial na expectativa de avançar sobre o domínio da Nvidia. As empresas de tecnologia estão buscando uma fonte alternativa para os escassos chips especializados em IA, lembra o Terra. Assim, a Intel afirma que o novo processador Gaudi 3 é capaz de treinar modelos específicos de linguagem ampla 50% mais rápido do que o processador H100 da geração anterior da Nvidia. A companhia também afirma que o novo chip é capaz de computar respostas generativas de IA, um processo chamado inferência, mais rapidamente do que os chips H100 para alguns dos modelos testados pela Intel. A empresa tem se esforçado para produzir um pacote atraente de chips e o software necessários para a execução de aplicativos de IA que possam se tornar uma alternativa viável à Nvidia. A Nvidia controlava cerca de 83% do mercado de chips de processamento de dados em 2023, com a maior parte dos 17% restantes detidos pelo Google. A Intel usou o processo de 5 nanômetros da TSMC para fabricar o novo chip. O Gaudi 3 inclui duas CPUs unidas e é duas vezes mais rápido que seu antecessor. O chip foi projetado para ser conectado a milhares de outros.

 

Os Estados Unidos estão avançando na construção da primeira estrada capaz de carregar baterias de carros elétricos enquanto os veículos estão em movimento, em um projeto liderado pela Universidade Purdue em parceria com o Departamento de Transportes do estado de Indiana. Esta inovação tecnológica promete facilitar a transição para veículos elétricos, reduzindo a necessidade de paradas frequentes para recarga. A tecnologia, baseada em um novo tipo de asfalto contendo partículas magnetizadas, é projetada para transferir energia sem fio para os veículos em movimento. Com uma potência mínima de carregamento de 200 kilowatts, representando um avanço significativo em relação às tecnologias de carregamento sem fio existentes, a estrada de carregamento sem fio está sendo testada inicialmente em um trecho de 400 metros na U.S. Route 231. Os testes estão programados para serem concluídos no próximo ano, com um foco inicial em veículos pesados, como caminhões, devido ao seu potencial para redução das emissões de gases de efeito estufa. No entanto, o sucesso do projeto poderá levar à sua expansão para veículos leves e de passeio. Além de promover a sustentabilidade ambiental, essa tecnologia tem o potencial de aumentar a conveniência para os motoristas de veículos elétricos, diminuindo a ansiedade relacionada à autonomia e interrupções de viagem para recargas, descreve o gizmodo.

 

Uma startup brasileira, em colaboração com universidades locais, desenvolveu uma tecnologia inovadora para lidar com a escassez de água potável que afeta mais de um quarto da população mundial. O PW 5660 é um dispositivo portátil, de baixo custo e fácil utilização, capaz de purificar até 5 mil litros de água por dia, funcionando como uma mini estação de tratamento. Uma vez dentro do dispositivo, explica o Um Só Planeta, a água contaminada passa por uma filtração em três etapas, sendo a primeira um filtro de malha, que retém partículas maiores e mais grossas, como folhas e galhos. Em seguida, o líquido passa por um filtro de areia, onde são removidos resíduos mais finos, como areia e limo. O último é o filtro de carvão ativado, que irá retirar as impurezas químicas e orgânicas restantes. Por fim, a água já filtrada ainda passa por um purificador de ozônio, gás bactericida e viricida que se dissolve na água e a torna, finalmente, 100% própria para consumo. Além disso, a startup desenvolveu o sistema PWFlow, que permite o monitoramento em tempo real do consumo de energia e da produção de água potável, bem como a qualidade da água, incluindo parâmetros como pH, nível de cloro, turbidez e temperatura. Esses dados são armazenados em nuvem, possibilitando o acesso por dispositivos móveis ou computadores, o que é fundamental para garantir a segurança da água fornecida, especialmente em áreas com fontes primárias altamente contaminadas. Essa tecnologia já foi utilizada com sucesso em várias regiões, incluindo a Ilha do Bororé, o Haiti após um terremoto e a Faixa de Gaza, fornecendo acesso a água potável para milhares de pessoas em situações de crise humanitária.

 

Uma “indústria da pedra lascada” foi descoberta em plena região do Morumbi, na Zona Sul de São Paulo. Segundo os pesquisadores, o sítio arqueológico é o mais antigo da capital e tem vestígios de vida humana que datam entre 3.800 e 820 anos. O terreno no bairro Jardim Panorama foi localizado pela primeira vez em 1964, mas estimar sua idade só se tornou possível recentemente, com amostras de carvão, solo e rochas coletadas em 2022 pela equipe dos arqueólogos Letícia Cristina Corrêa, da Universidade de São Paulo (EACH-USP), e Paulo Eduardo Zanettini, da empresa Zanettini Arqueologia. A grande maioria das pedras encontradas no local são de silexito, uma rocha composta por grãos muito finos de quartzo que tem boa capacidade de lascamento, podendo ser utilizada na ponta de lanças ou flechas, por exemplo. Há dois anos, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) requisitou novas escavações no sítio, como condição para autorizar a construção de imóveis residenciais no terreno onde ele fica, que é particular, lembra o g1.  Ao todo, foram coletadas mais de 2,3 mil peças de matéria-prima nesse último estudo, sendo a maioria delas lascas com menos de 2 centímetros. Também foram armazenados 57 sacos de coleta amostral de solo, material que poderá ser utilizado em futuras pesquisas sobre o sítio.

 

Cientistas do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP desenvolveram uma inovadora tecnologia de visão computacional chamada Radam (random encoding of aggregated deep activation maps). O Radam se destaca por sua precisão no reconhecimento de texturas visuais, superando até mesmo tecnologias de grandes empresas como o Google Lens. Utilizando um método de codificação e treinamento especializado, o Radam pode ser ensinado a identificar detalhes complexos em imagens, como diferenciar tipos de madeira ou identificar células cancerígenas em exames médicos. Uma das principais vantagens do Radam é sua eficiência de treinamento, que requer um número significativamente menor de dados e recursos computacionais em comparação com métodos convencionais. Isso torna possível a implementação da tecnologia em computadores domésticos comuns, resultando em processos de aprendizado de máquina mais rápidos e acessíveis. Além disso, o Radam pode ser aplicado em diversas áreas, desde a indústria até a medicina, para tarefas como inspeção de qualidade, sensoriamento remoto e análise de imagens médicas. O desenvolvimento contínuo do Radam é incentivado pelo seu código aberto, permitindo que outros pesquisadores contribuam para melhorias e integrem a tecnologia em novas aplicações. Essa flexibilidade também possibilita a adaptação a futuras inovações em inteligência artificial, garantindo sua relevância e eficácia em um cenário em constante evolução, destaca a Época.

 

Um capacete inteligente experimental projetado pelo Instituto Fraunhofer, na Alemanha, pode ajudar a salvar motoristas de veículos pesados, como escavadeiras e tratores, de ferimentos graves. O dispositivo é capaz de medir os níveis de vibração do usuário enquanto conduz uma máquina e emitir um alerta caso os tremores se tornem excessivos. O dispositivo wearable possui a aparência de um capacete comum, mas conta com um sensor piezoelétrico – que responde à pressão mecânica – embutido em uma tira interna feita de espuma de polipropileno revestida de alumínio que passa pelo topo da cabeça do usuário. Ao ser fisicamente deformado, o sensor produz um sinal elétrico mensurável – quanto maior a deformação, maior a voltagem. Enquanto dirige um veículo, o motorista é sacudido para cima e para baixo – o que faz com que o sensor seja repetidamente deformado e, assim, produza sinais. Esses sinais são transmitidos para um computador que analisa os dados e, se os tremores forem considerados perigosos, alerta o usuário, explica o Olhar Digital.

 

Uma equipe internacional de pesquisadores desenvolveu um novo transístor molecular – um transístor formado por uma única molécula – que usa a interferência quântica para controlar o fluxo de elétrons, informa o site Inovação Tecnológica. Esse novo componente eletrônico – que usa efeitos quânticos mas ainda é um transístor clássico, adequado para os computadores atuais – abre novas possibilidades de utilização dos efeitos quânticos em aparelhos eletrônicos – já existem transistores baseados no tunelamento quântico, o fenômeno pelo qual os elétrons atravessam barreiras sólidas. O feito é importante porque o método tradicional de fabricação de transistores, que envolve escavar minúsculos canais no silício, está atingindo seus limites. À medida que os transistores ficam menores, eles se tornam cada vez mais ineficientes e suscetíveis a erros, uma vez que os elétrons podem vazar através do componente mesmo quando ele deveria estar desligado – isso se deve ao mesmo processo de tunelamento quântico usado para fazer outros transistores funcionarem. Por isso, os pesquisadores estão explorando novos tipos de mecanismos de comutação que possam ser usados com diferentes materiais para eliminar esse efeito quando ele é indesejado. O primeiro grande avanço deste novo transístor está na miniaturização, já que partir de uma molécula só perde para os transistores atômicos, que ainda são apenas curiosidades de laboratório. O canal condutor do transístor é uma única porfirina de zinco, uma molécula capaz de conduzir eletricidade, ensanduichada entre dois eletrodos de grafeno. Quando uma tensão elétrica é aplicada aos eletrodos, o fluxo de elétrons através da molécula pode ser controlado usando interferência quântica – e este é o segundo avanço […] “Nossos resultados mostram que a interferência quântica pode ser usada para controlar o fluxo de elétrons em transistores, e que isso pode ser feito de uma forma eficiente e confiável” disse o professor Jan Mol, coordenador da equipe. “Isso pode levar ao desenvolvimento de novos tipos de transistores que sejam menores, mais rápidos e mais eficientes em termos energéticos do que os componentes atuais.”

 

O supercomputador Santos Dumont, que opera fisicamente em Petrópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro, vai ficar mais potente até novembro deste ano. O Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) e a Eviden, empresa do Grupo Atos que trabalha com computação avançada, assinaram um novo contrato no valor de US$ 19,4 milhões, que vai permitir que a máquina passe dos atuais 5,1 Petaflop/s para 17 Petaflop/s de capacidade. Segundo os pesquisadores, será o supercomputador mais poderoso da América Latina para estudos acadêmicos, informa a Agência Brasil. Baseada na arquitetura BullSequana XH3000 da Eviden, essa expansão é necessária periodicamente para acompanhar novas e crescentes demandas tecnológicas. Um equipamento com essas características costuma ficar obsoleto entre três a seis anos de uso. Depois de finalizar a instalação, a nova configuração será disponibilizada para a comunidade acadêmica a partir de janeiro de 2025. Para efeitos de comparação, a atualização do supercomputador fará com que ele tenha capacidade equivalente a de dezenas de milhares de computadores modernos de uso doméstico. A expansão é financiada pela Petrobras e permitirá que os pesquisadores continuem realizando pesquisas de ponta, assim como simulações mais complexas do que as atuais e análises de dados em larga escala. A meta é continuar investindo em inovação e desenvolvimento de estudos.

 

Quando se fala em prever terremotos, talvez você pense em sismógrafos mais avançados, em grandes redes de sensores monitorando os primeiros sinais dos tremores, ou talvez até em grandes projetos de perfuração para monitorar a Terra desde suas entranhas, começa matéria do site Inovação Tecnológica. Mas o maior avanço na previsão de terremotos em muitas décadas, alcançado agora por Takayuki Nagata e colegas da Universidade de Tohoku, no Japão, não dependerá de nenhum sensor adicional e nem mesmo de um único centímetro de perfuração. A inovação é puramente matemática, envolvendo um novo método de análise dos dados já coletados em todo o mundo – o novo método mostra ondas sísmicas “escondidas” nos dados porque os métodos de análise atuais não as detectam. Nagata conseguiu vencer os desafios matemáticos da análise convencional de “matriz espectral”, uma técnica usada para analisar sinais sísmicos de três componentes. Ao introduzir componentes de retardo de tempo, o pesquisador conseguiu caracterizar diversas ondas polarizadas, detectando eventos sísmicos que passam despercebidos pelos métodos convencionais. Além da detecção de terremotos, esta inovação matemática abre caminho para melhorar uma variedade de aplicações, já que o espectro de uma matriz é utilizado em uma larga variedade de situações, das buscas feitas pela internet às análises geofísicas feitas em busca de novos depósitos minerais.

 

Uma startup norte-americana criou uma maneira de transmitir eletricidade por meio de superfícies de vidro, começa matéria do gizmondo. A tecnologia se baseia no funcionamento dos carregadores sem fio de celulares, mas pode ser aplicada em janelas para levar energia para fora de casa. Chamada Power Mole, a invenção está em processo de financiamento coletivo no Kickstarter. Há anos, cientistas estudam a ideia de transmitir eletricidade por vidro. O material, contudo, é um péssimo condutor em temperatura ambiente. A única forma de driblar esse problema seria aquecendo a superfície, até começar a derreter — e ninguém quer ter uma janela fundida em casa. Por meio do Power Mole, a startup Acqua Industries consegue ligar qualquer dispositivo eletrônico em áreas externas, passando a energia por superfícies de vidro. Isso é possível graças ao sistema duplo, em que um transmissor fica no interior da residência, conectado à rede elétrica, e um receptor fica do lado de fora, fornecendo energia para outros aparelhos. O inventor do projeto, Peter Bevelacqua, explica na página do Kickstarter que o objetivo é facilitar a instalação de equipamentos externos, como câmeras de segurança, sem furar paredes ou depender de baterias. Para conectar o Power Mole em janelas ou portas, basta grudar o transmissor e o receptor de forma paralela com fita adesiva de dupla face. Em seguida, é necessário ligar o transmissor na tomada e pressionar a superfície para iniciar a ligação. Por fim, o receptor fica pronto para alimentar aparelhos eletrônicos com entradas USB ou portas para fontes de cinco volts. Segundo a Acqua Industries, a tecnologia vai fornecer até 10 watts de energia por meio de qualquer material não metálico, com espessura de até 30 milímetros. Além disso, a empresa garantiu ter realizado testes de segurança com o produto, incluindo processos da Comissão Federal de Comunicações (FCC) dos EUA.

 

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