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Acesso em 19/05/2024 às 03h23.

Área Tecnológica na Mídia – 06/05 a 10/05

Confira as notícias de hoje

10 de maio de 2024, às 12h59 - Tempo de leitura aproximado: 23 minutos

 

10/05


 


A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo lançou na segunda-feira (6) o Programa de Inovação do Estado de São Paulo. Alguns dos objetivos da iniciativa são apoiar empresas inovadoras, promover a internacionalização de startups paulistas consolidadas e desburocratizar o acesso ao Sistema Paulista de Ambientes de Inovação (SPAI). “A ideia é tornar esses ambientes de inovação melhores e mais eficientes, de modo que empresas inovadoras e startups tenham condições de se desenvolver a partir deles. Esperamos investir no segundo semestre R$ 10 milhões, que representam o maior volume de recursos que São Paulo destinou para o SPAI”, disse o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Vahan Agopyan. Atualmente, há mais de 40 ambientes de inovação em São Paulo, englobando parques tecnológicos, centros de inovação e incubadoras de startups. A meta é dobrar esse número nos próximos anos, reporta a Agência Fapesp. A agência de fomento Desenvolve SP criará novas linhas de crédito. Representantes da agência anunciaram a criação de uma linha de financiamento para projetos de inovação de empresas em estágio pré-operacional, com recursos de até R$ 15 milhões e garantias facilitadas. “Estamos em um momento crucial para alavancar o ecossistema de empresas inovadoras. Esse tipo de iniciativa visa impactar positivamente a economia e a sociedade, não apenas localmente, mas também em âmbito global”, avaliou Agopyan.

 


O Brasil é o maior produtor do mundo de eucalipto proveniente de florestas renováveis, mas o recurso não é explorado em toda sua potencialidade. No País, ele é utilizado quase que apenas para produção de papel de celulose, bioenergia e painéis reconstituídos. Mas a madeira de eucalipto jovem, de sete anos, poderá ter novas finalidades no setor da construção civil, na fabricação de produtos engenheirados de classe estrutural, como vigas e colunas, que são obtidas através do processamento industrial da madeira bruta do eucalipto de curto ciclo. A proposta vem de pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP em parceria com a Universidade de Stellenbosch, na África do Sul. Com técnicas adequadas, os nós e o empenamentos, características que fazem do eucalipto de curto ciclo uma madeira fraca e de pouca qualidade, são praticamente eliminados, o que lhe confere alto valor agregado. Para isso, utilizou a técnica de Madeira Laminada Colada (MLC), que consiste em prensar e colar tábuas de eucalipto, resultando em peças estruturais com alta resistência. Após analisar diversos clones, identificou dois com propriedades ideais para fabricação de produtos engenheirados e madeira maciça estrutural. Além disso, descobriu que a MLC reduziu os nós e neutralizou os efeitos dos empenamentos, resultando em vigas resistentes e de boa qualidade. A pesquisa recebeu reconhecimento, destacando o potencial do eucalipto jovem para produtos engenheirados, devido ao seu rápido crescimento, adaptabilidade climática e proximidade com o mercado consumidor. Isso pode contribuir para uma construção civil mais sustentável e reduzir a pressão sobre a floresta Amazônica, além de promover empregos na indústria e aumentar a renda dos produtores rurais.

 


No topo de uma formação de lava vulcânica solidificada há milhares de anos, nos arredores de Reykjavik, capital da Islândia, é possível ver algo que parece um conjunto de grandes aparelhos de ar condicionado dispostos no entorno de um edifício. A estranha imagem é única não só pela aparência, mas também por sua função: trata-se do primeiro sistema viável, no mundo, para retirar dióxido de carbono (CO2) do ar e estocá-lo debaixo da terra. O projeto, o primeiro do tipo em funcionamento, foi desenvolvido pela empresa suíça Climework.  A repórter da BBC Adrienne Murray visitou as instalações da usina, conhecida como Orca, em Hellisheiði, Islândia, que atualmente retira 4.000 toneladas de CO2 da atmosfera por ano, o equivalente a emissões de 900 carros movidos a gasolina. E o que pareciam ser aparelhos de ar condicionado são, na verdade, um grande número de ventiladores dispostos, um em cima do outro, que filtram o ar capturando o CO2 existente. Segundo a Época, o gás que os ventiladores modulares recolhem do ambiente é misturado com água e enviado através de tubos para uma espécie de domo que se projeta da superfície e é operado por outra empresa, a CarbFix. Ali a mistura é injetada sob pressão, a 2 km no subsolo, onde reage com os basaltos e o CO2 é calcificado por milhões de anos. O objetivo da empresa é que as grandes indústrias emissoras de CO2 no mundo contratem os serviços da empresa para depositar suas emissões na Islândia.

 

09/05


 

O Brasil é o maior produtor do mundo de eucalipto proveniente de florestas renováveis, mas o recurso não é explorado em toda sua potencialidade. É utilizado quase apenas para produção de papel de celulose, bioenergia e painéis reconstituídos. Mas a madeira de eucalipto jovem, de sete anos, poderá ter novas finalidades na construção civil, na fabricação de produtos engenheirados de classe estrutural, como vigas e colunas, que são obtidas por meio do processamento industrial da madeira bruta do eucalipto de curto ciclo. A proposta vem de pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) em parceria com a Universidade de Stellenbosch, na África do Sul. Com técnicas adequadas, os nós e o empenamentos, características que fazem do eucalipto de curto ciclo uma madeira fraca e de pouca qualidade, são praticamente eliminados, o que lhe confere alto valor agregado, relata o Jornal da USP. Segundo o pesquisador, Bruno Balboni, “a madeira de eucalipto jovem pode ser bastante resistente e, às vezes, até superior à madeira de Pinus (pinheiro), a árvore plantada mais utilizada no Brasil para produtos estruturais, mas que leva cerca de 20 anos para atingir a idade de colheita e ser utilizada industrialmente”, frisou. De acordo com o o engenheiro florestal, os nós enfraquecem a resistência da madeira e os empenamentos dificultam o uso, afetando o valor, principalmente quando o uso final são estruturas de edificações, no qual a resistência é fundamental. O engenheiro florestal selecionou alguns clones de eucalipto (variedades) para verificar se alguns deles teriam características apropriadas para o uso de madeira estrutural. E procurou conhecer o comportamento mecânico da madeira do eucalipto jovem e pontos de fragilidades, para que os efeitos negativos dos nós e dos empenamentos fossem eliminados com a técnica chamada Madeira Laminada Colada. A MLC é um processamento industrial de madeiras para fabricação de produtos engenheirados. Nessa técnica, “as lamelas de eucalipto [tábuas] são prensadas e coladas entre si com adesivos altamente resistentes, de forma que as fibras das lamelas fiquem paralelas”. “Um bloco sólido de madeira é produzido, dando origem a peças estruturais com dimensões variadas e de acordo com a necessidade do mercado consumidor”, diz o pesquisador.

 


A Accenture Brasil inaugurou em São Paulo o primeiro estúdio de Inteligência Artificial (IA) generativa da América Latina, que fica na Chácara Santo Antônio, na Zona Sul da capital e foi aberto na terça-feira (7), com palestras sobre tecnologia e a apresentação de cinco projetos. No mundo, a empresa possui outras 24 unidades, relata Mercado e Consumo. Segundo Rodolfo Eschenbach, presidente da Accenture para o Brasil e América Latina, o lançamento do estúdio faz parte do investimento de US$ 3 bilhões da companhia em dados e IA. “Os investimentos anunciados permitirão que os mais de 50 mil profissionais, que hoje já temos especializados em IA, cheguem a 80 mil em 2026”, afirmou. Flávia Picolo, líder de Tecnologia da Accenture para América Latina, observou que a IA já impactou os modelos de negócios em todo mundo. O investimento nessa área é essencial para as empresas  permanecerem relevantes no mercado. “No último ano, trabalhamos em mais de 700 projetos de IA generativa em diversos setores”, frisou. Os desenvolvedores da Accenture apresentaram cinco projetos desenvolvidos com IA generativa. Um dos projetos é um braço mecânico capaz de pegar a cápsula escolhida pelos clientes, com intensidades distintas. Outro projeto é um sistema capaz de identificar invasões de hackers, o prejuízo, rastrear a operação de invasão e bloquear o invasor. A tecnologia realiza em até 3 dias levantamento de segurança de dados e um relatório que sem a ferramenta de IA levaria entre 3 a 4 semanas para ser concluído, de acordo com Vanessa Fonseca, líder da Accenture Security Brasil. O sistema foi testado em uma instituição financeira.

 


Um projeto que prevê a construção de ferrovias na Lua até 2030 passou para a segunda fase do programa de Conceitos Inovadores Avançados (Niac) da Nasa (Agência Espacial dos Estados Unidos). Seis propostas foram selecionadas para essa etapa e cada grupo receberá cerca de R$ 3 milhões para continuar a desenvolver a pesquisa pelos próximos dois anos. Ao final desse período, os projetos aprovados poderão virar uma missão espacial. O Float (Flexible Levitation on a Track) foi desenvolvido por Ethan Schaler, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, reporta a CNN. Ele prevê a construção de um trilho para robôs magnéticos flutuarem. No projeto, os automóveis não encostariam nos trilhos, evitando a dissipação de poeira lunar. As máquinas passariam por uma pista feita de três camadas: uma de grafite, usada para fazer com que os robôs flutuassem a partir da magnetização; uma com um circuito elétrico para gerar o impulso magnético necessário no transporte; e uma com painéis solares, para gerar energia para os trilhos. A instalação da pista seria simplificada, precisando apenas ser desenrolada no solo, com a possibilidade de a recolher e alterar o local do transporte. Os outros projetos englobam ideias como: um telescópio baseado em fluidos; um foguete de plasma pulsado; o uso de células termoradiativas para geração de energia fora do planeta; um radiotelescópio de baixa frequência; e a aplicação de sensores baseados em pontos quânticos.

 

 

08/05


 


A startup alemã do setor aeroespacial HyImpulse anunciou ter realizado com sucesso o teste de um foguete impulsionado por parafina de cera de vela, o primeiro lançamento comercial de uma empresa alemã em décadas. Segundo um porta-voz da empresa, o dispositivo de 12 metros de comprimento e estágio único (viaja ao espaço sem descartar nenhuma parte) decolou no dia 3 no sul da Austrália, relata Deutsche Welle Brasil. O foguete, que não tem potência suficiente para alcançar uma órbita terrestre, foi projetado para atingir a altitude de 250 km e transportar 250 quilos de carga. Para o teste, porém, foi planejada altura menor, de 60 km, de modo que o limite do espaço não foi ultrapassado. A Hyimpulse utiliza um tipo inovador de propulsão que combina oxigênio líquido com parafina – e sem ‘risco de explosão’, com uma tecnologia mais simples e segura, segundo a empresa, que alega que a construção do veículo é “cerca de 40% mais barata do que os sistemas de propulsão convencionais”. Com o teste, a startup, que está mirando no mercado de lançamento de pequenos satélites, queria coletar dados sobre o funcionamento do propulsor e dos sistemas de controle. As informações serão usadas no desenvolvimento de um segundo modelo de foguete, com 32 metros de comprimento e capacidade para até 600 quilos de carga útil a altitude de 500 km, cujo voo está planejado para o final de 2025.

 


Uma pesquisa, que utilizou como espaço amostral a realidade de Santos, empregou ferramentas avançadas de aprendizado de máquina para otimizar os sistemas atuais de previsão de eventos extremos. O estudo foi coordenado por Anna Helena Reali Costa, professora da Escola Politécnica da USP e teve como primeiro autor o pesquisador Marcel Barros, do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Poli. Os modelos utilizados atualmente para realizar previsões da altura da maré e da altura média das ondas são baseados no equacionamento físico dos fenômenos envolvidos. São compostos por sistemas de equações diferenciais que contemplam variáveis como relevo, maré astronômica (determinada pela posição relativa de três corpos: Sol, Terra, Lua), regime de ventos, velocidade de correntes, índice de salinização da água etc. Embora bem-sucedida em diversas áreas, essa modelagem depende de uma série de hipóteses simplificadoras. Além disso, muitas vezes é inviável integrá-la a novas fontes de dados que poderiam contribuir para previsões melhores, reporta Um Só Planeta. Por outro lado, estão em alta os métodos de aprendizado de máquina capazes de identificar padrões em dados e realizar extrapolações para situações novas. Mas esses métodos precisam de grande número de exemplos para serem treinados em tarefas complexas. “O nosso estudo une os dois mundos ao desenvolver um modelo baseado em aprendizado de máquina que utiliza os modelos físicos como ponto de partida, mas que consegue refiná-los agregando dados medidos. Essa área de estudo é conhecida como ‘Aprendizado de Máquina Informado pela Física’ (Physics-Informed Machine Learning, na expressão em inglês, da qual deriva a sigla PIML)”, explicou Barros.

 


Pesquisa do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) e do Centro de Inovação em Novas Energias (CINE) descreveu uma abordagem inovadora de tratamento com plasma para filmes de tri-seleneto de antimônio que tornou hidrofílica sua superfície normalmente hidrofóbica, propriedade física de uma molécula que é aparentemente repelida pela água. O material tem propriedades que o credenciam para ser utilizado como fotocatodo para geração de gás hidrogênio pelo método de divisão de molécula de água com energia solar. Mas a hidrofobia da superfície do tri-seleneto de antimônio prejudica seu desempenho na célula fotoeletroquímica, diminuindo sua capacidade de transformar energia luminosa em energia química. Obter hidrogênio com energia solar é importante porque esse gás é um forte candidato à produção de energia elétrica no futuro, inclusive em veículos. O CDMF é um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e o CINE é um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) apoiado pela FAPESP e Shell. No experimento, os pesquisadores utilizaram plasma de nitrogênio e de oxigênio para aumentar a molhabilidade (a capacidade de um líquido se manter em contato com a superfície) do material e, dessa forma, aumentar sua fotoeletroatividade na reação de desprendimento de hidrogênio. A pesquisa traz, assim, uma nova estratégia possível para melhorar a molhabilidade de semicondutores.

 

 

07/05


 


O jornal britânico The Guardian divulgou na sexta-feira (3) a descoberta de um rolo de papiro escrito e recuperado da biblioteca da vila italiana de Herculano, que foi soterrada em 79 d.C. com a erupção do Monte Vesúvio. Os pesquisadores escanearam o que estava no manuscrito e acreditam ter encontrado o local em que Platão passou seus últimos momentos de vida — um canteiro no jardim de sua Academia de Atenas. O estudo está sendo conduzido por cientistas na Universidade de Pisa, reporta Galileu. Trata-se da tentativa de utilizar tecnologia para ler, restaurar e traduzir línguas antigas e até perdidas. Por meio do uso de ferramentas modernas, como inteligência artificial, a equipe de pesquisa consegue ler o que já foi considerado ilegível. ‘A História da Academia’, documento escrito desde o primeiro século pelo filósofo epicurista Filodemo, é estudado há muitos anos e tem edições mais modernas. No entanto, os pesquisadores tinham como objetivo produzir uma edição mais abrangente e completa. “Isso terá um impacto enorme”, disse Kilian Fleischer, papirologista que trabalhou no manuscrito. “Haverá pergaminhos que serão lidos com essas novas técnicas, que contribuirão para o nosso conhecimento da antiguidade e da literatura em geral. Pode ser um segundo renascimento”, frisou. Após o rolo ser desenrolado, ele fica em pedaços. O papiro, tão escuro quanto a tinta escrita nele, dificulta a leitura do escrito. Algumas partes do texto estão faltando, desbotadas ou ilegíveis. O líder do projeto, professor Graziano Ranocchia, utilizou imagens hiperespectrais para iluminar os fragmentos do pergaminho com luz infravermelha de banda larga. As figuras revelaram letras invisíveis a olho nu, sinalizando as palavras que faltavam. Com as digitalizações, foi possível reconstruir de 20% a 30% do texto. Com as palavras que faltam inseridas, foi possível totalizar mil letras extras. Os cientistas descobriram que as palavras ‘enterrado’ e ‘jardim’ aparecem no pergaminho conjuntas com outros personagens e contextos, não sozinhas e livres. Como os pergaminhos foram carbonizados, são muito frágeis para serem desenrolados. Os pesquisadores desenvolveram técnicas de tomografia computadorizada para desembrulhar os pergaminhos virtualmente. Foi treinado um algoritmo de aprendizado de máquina, capaz de detectar tinta nas páginas distorcidas e enegrecidas, que, muitas vezes, identifica mudanças nos padrões das fibras do papiro.

 


As vencedoras do ‘Prêmio USP Mães Pesquisadoras 2024’ foram Kamilla Vasconcelos, Mirian Stringasci e Cássia Fernandez. Na terceira edição da premiação, foram contempladas pesquisadoras da área de Ciências Exatas e da Terra e de Engenharias. A entrega das honrarias será na sexta-feira (10), relata o Jornal da USP. A engenheira civil Kamilla Vasconcelos é docente no Departamento de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica, coordena o Laboratório de Tecnologia de Pavimentação e pesquisa possibilidades sustentáveis para materiais de pavimentação. “Temos alguns pilares dentro do nosso grupo de pesquisa. Eles estão relacionados à reciclagem dos pavimentos, reaproveitando os materiais após o término da vida útil das estruturas; ao uso de resíduos das outras indústrias, como plástico e minérios, na tentativa de absorver parte desses materiais para obras de infraestrutura de transporte; e análise de biomateriais como alternativas aos derivados do petróleo, elaborando materiais de pavimentação com uso de fontes renováveis”, explicou. O desenvolvimento de tecnologias de pavimentação priorizava a questão técnica, buscando aprimorar fatores como resistência e durabilidade, sem tanta preocupação quanto ao impacto ambiental. “Hoje, isso já não é mais concebível. A proposta é reciclar esse material. A Engenharia que pode ser aplicada nele para que passe a compor a nova estrutura restaurada”, destaca. Mirian Stringasci integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica do Instituto de Física em São Carlos e pesquisa maneiras de associar rádio e fototerapia em procedimentos de combate ao câncer. Cassia Fernandez é pesquisadora do Centro Interdisciplinar em Tecnologias Interativas da USP e trabalha no desenvolvimento de formas criativas para visualização e análise de dados e o mapeamento de trajetórias de aprendizagem infantil no universo da programação.

 


A Hubble Network se tornou a primeira empresa na história a estabelecer uma conexão Bluetooth com um satélite. Em março deste ano, a companhia lançou dois satélites na missão Transporter-10, da SpaceX. Desde então, os aparelhos emitiram sinais dos chips Bluetooth de 3,5 milímetros a mais de 600 quilômetros de distância. Segundo a Hubble, a tecnologia vai permitir a conexão de milhões de dispositivos em qualquer lugar do mundo. O recurso pode ser aplicado em setores como logística, rastreamento de gado, coleiras inteligentes para animais de estimação, relógios com GPS para crianças, monitoramento de temperatura do solo e mais. Um dos fundadores da empresa, Alex Haro disse que existem empresas bastante interessadas na tecnologia, como no monitoramento remoto de ativos para a indústria de petróleo e gás. A ideia é aumentar a cobertura à medida que novos setores demonstrarem interesse no recurso, destaca o gizmodo. Uma vez funcionando, os clientes só precisam integrar aos processadores dos dispositivos um firmware que permite a conexão com a rede da Hubble por Bluetooth. Além do Bluetooth, a Hubble patenteou uma tecnologia de antena de matriz em fases que funciona a bordo de pequenos satélites. Essas antenas funcionam como lupas e permitem a comunicação de dispositivos com o satélite da empresa pela conexão sem fio.

 


A Força Aérea Brasileira (FAB) está usando o drone RQ-900 Hermes, fabricado pela empresa israelense Elbit Systems, para auxiliar no resgaste de vítimas dos temporais que castigam o Rio Grande do Sul. A aeronave remotamente pilotada (ARP), que pertence à Base Aérea de Santa Maria (BASM), possibilita análises em tempo real das áreas expostas, auxiliando no mapeamento e modelagem, além de permitir a mensuração da população em risco na área de estudo, destaca a Época. O modelo em questão é da classe multifunção, média altitude e longa resistência (MALE). Segundo a Elbit Systems, tem capacidade de realizar missões de domínio de área, inteligência persistente, vigilância, aquisição de alvos e reconhecimento, bem como missões de apoio terrestre e de patrulha marítima. É equipado com uma variedade de sensores de alto desempenho, que permite detectar alvos terrestres ou marítimos, em uma ampla faixa espectral. Seu gerenciamento é realizado de maneira autônoma, por meio do sistema de controle de solo Hermes (GCS). Também conta com aviônicos modernos, como rádio de controle de tráfego aéreo (ATC), retransmissor de rádio e transponder de identificação de amigo ou inimigo (IFF). O veículo tem capacidade de carga útil máxima de 350kg, autonomia de até 36 horas e atinge 9,1 mil metros.

 

 

06/05


 


Uma ponta curva, inspirada no formato das asas do condor e colocada na extremidade das pás das turbinas eólicas, promete aumentar a energia gerada pelas turbinas eólicas sem investimentos adicionais significativos. Essas estruturas são conhecidas como extremidades aerodinâmicas, ponteiras de asa ou pelo termo em inglês winglet, relata Inovação Tecnológica. Várias espécies de aves têm as pontas das asas viradas para cima, o que ajuda a maximizar a sustentação. Isso já serviu de inspiração para as asas de diversos modelos de aeronaves – em algumas a estrutura é chamada de ‘alecrim’ -, o que levou uma equipe canadense a testar o conceito nas pás de turbinas gigantes usadas na geração de energia eólica. A equipe projetou ponteiras de asa baseadas na ave mais pesada do mundo, o condor andino. O professor Khashayar Rahnamaybahambary, da Universidade de Alberta, no Canadá, destaca que, embora o aproveitamento dessa tecnologia aerodinâmica pareça natural, a coleta de dados experimentais sobre turbinas eólicas é difícil devido ao seu tamanho. Mas uma simulação computacional do fluxo de ar por meio de uma turbina mostrou que essas ponteiras de asa efetivamente reduzem o arrasto, o que pode aumentar em 10% a eficiência na geração, em média. “As extremidades aerodinâmicas permitem que as turbinas capturem mais energia eólica, minimizando as perdas [por resistência],” disse Rahnamaybahambary. As extremidades aerodinâmicas podem ser instaladas após a fabricação e montagem da turbina, “como uma meia” colocada na extremidade da pá.

 


Pesquisadores da USP e da Universidade Federal de Viçosa desenvolveram um sensor feito à base de acetato de celulose para medir a quantidade de pesticidas em um legume, fruta ou vegetal. O sensor se assemelha a um adesivo, é transparente e flexível, para facilitar a aderência em superfícies irregulares de plantas, e mede menos de quatro centímetros. Ele carrega um conjunto de eletrodos, responsáveis pela detecção dos pesticidas. Após ser colocado sobre o alimento, é acoplado a um equipamento portátil chamado potenciostato, que analisa os níveis de resíduo de maneira semelhante aos aparelhos medidores de glicose, utilizados por diabéticos, reporta Um Só Planeta. O método mais comum para analisar níveis de agrotóxicos em amostras de alimentos, terra ou água é a técnica cromatográfica, a partir de solventes orgânicos. No entanto, esse tipo de análise é demorada e demanda um pré-tratamento da amostra, uso de instrumentos de custo elevado e especialistas qualificados para a interpretação dos dados, além de ser potencialmente poluente. Esses problemas podem ser resolvidos com o sensor eletroquímico biodegradável, afirmam os pesquisadores Paulo Augusto Raymundo Pereira e Samiris Côcco Teixeira. Segundo eles, além da rápida detecção, o sensor é econômico e custa menos de um dólar para ser confeccionado. Além disso, o acetato de celulose é um material de baixo impacto ambiental e se degrada na natureza em 340 dias, ao contrário de materiais como os polímeros plásticos derivados de petróleo, utilizados para produzir sensores semelhantes. O equipamento pode ser utilizado diretamente pelos produtores, por agências governamentais que fiscalizam o uso de agrotóxicos ou até em casa, pelo consumidor final que deseje se certificar da qualidade dos produtos consumidos.

 


O Brasil produz 15,4 bilhões de litros de cerveja por ano e a produção, que leva basicamente malte de cevada, lúpulo, levedura e água, gera uma grande quantidade de resíduos. Pesquisadores da Universidade Tecnológica de Nanyang (NTU), a maior universidade de pesquisa em Cingapura, buscam transformar esses resíduos em suplemento alimentar, registra o Ciclo Vivo. Pesquisas acadêmicas brasileiras apontam que, para cada 100 kg de grãos processados, são gerados 125 a 130 kg de bagaço úmido. Globalmente, de acordo com a NTU, são produzidos anualmente 36,4 milhões de toneladas de grãos usados, que são eliminados em aterros ou incinerados, contribuindo para as emissões de gases com efeito de estufa. O bagaço de cerveja ou BSG (brewer’s spent grain, em inglês) é o subproduto mais significativo da indústria cervejeira, representando 85% do total de resíduos. A pesquisa do programa de Ciência e Tecnologia de Alimentos da NTU criou um método que extrai mais de 80% da proteína disponível nas sobras de grãos da fabricação de cerveja. Além de de aumentar o potencial do valor nutricional de uma dieta à base de vegetais, os pesquisadores acreditam que o uso do bagaço de cerveja “ajudaria a mitigar uma possível deficiência de proteínas devido a um aumento previsto de 73% no consumo de carne até o ano 2050, após o rápido crescimento da população global”, como prevê a FAO. Para extrair a proteína, os pesquisadores esterilizaram o Rhizopus oligosporus, um fungo alimentar usado para fermentar a soja para produzir tempeh -, um alimento à base de soja, que é popular no Sudeste Asiático. O processo de três dias ajuda a quebrar a estrutura complexa do BSG, que é fermentado, seco, moído até virar pó, peneirado e centrifugado, para separar a proteína. Uma vez extraída, a proteína pode ser adicionada aos alimentos para aumentar seu teor proteico ou combinada com loções ou cremes para aumentar suas propriedades hidratantes e antioxidantes.